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Interlúdio 1: Elara e Penélope, objetivos em comum.

Data de publicação: 5/04/2024
Palavras: 9.805

- Ondas erguendo-se como montanhas, ventos rugindo como dragões, um mar turbulento e feroz... nem mesmo os navios mais robustos resistem a esses mares infernais, onde as rochas afiadas como lâminas são a sentença de morte - proclamava o barqueiro da cidade do reino de Balasay.

Não era um exagero. Os mares que levavam ao reino de Thalbôrn eram verdadeiramente letais.

- Barqueiro Jonys, pode me informar qual é o navio mais veloz para nos levar ao Império de Elderir? - indagava a rainha Elara.

Jonys ficou intrigado. O que uma rainha queria no Império? Ele sabia que atravessar Elderir era a única maneira de chegar à Ilha das Rosas, e sempre que alguém perguntava sobre o navio mais rápido para lá, o motivo era sempre o mesmo: conquistar o tesouro vermelho. A antiga lenda revelara-se verdade, e todos desejavam ficar ricos, apressando-se para a ilha.

A rainha respondeu ao barqueiro com severidade:

- Por que você quer saber? Não estou te pagando para fazer perguntas, e sim para me ajudar.

- Calma, senhorita. Temos uma longa história de negócios juntos. Apenas fiquei curioso. Todos estão em busca do tesouro vermelho na Ilha das Rosas. Pensei que você também estivesse interessada nisso - respondeu Jonys, brincando com Elara.

- Pare com suas brincadeiras, Jonys. Você sempre faz piadas inconvenientes. Mas, pelo menos, você tem informações úteis. Agora, responda: qual é o navio mais rápido?

O barqueiro sentiu-se desapontado por Elara tê-lo chamado de nariz de porco.

- O navio "Madre de los Mares". Seu capitão é uma pessoa excepcional, sempre ajudando por aqui. E nunca houve um navio tão veloz quanto o dele. Pode dar a volta ao mundo em cinco dias sem precisar reabastecer. É incrível! - disse Jonys, com admiração.

- Qual é o nome do capitão? - perguntou Elara, impaciente.

- Para você, minha donzela, eu revelo até meus segredos mais profundos... O capitão se chama Victor del la Moy.

- Obrigada. Aqui está seu pagamento, como combinado. Dez moedas de ouro.

- Barqueiro Jonys, você poderia nos mostrar onde podemos encontrar esse capitão? - interveio Helena, a mensageira real que acompanhava a rainha Elara.

Jonys olhou para Helena, surpreso ao vê-la ali. Ele conhecia a importância da mensageira real, e sua presença ao lado da rainha acrescentava uma camada extra de mistério à situação.

- Claro, senhorita Helena. O navio "Madre de los Mares" está ancorado na baía, a poucos passos daqui. Posso levá-las até lá, se desejarem - ofereceu Jonys, com um gesto cortês.

Elara assentiu com a cabeça, e Jonys liderou o caminho até o porto, onde o majestoso navio balançava suavemente nas águas agitadas. Ao se aproximarem, um homem de presença imponente emergiu da embarcação, vestindo um uniforme naval adornado com detalhes dourados. Seus olhos eram penetrantes e sua postura, confiante.

- Capitão Victor del la Moy, permita-me apresentar-lhe a rainha Elara de Balasay e sua acompanhante, Helena, mensageira real. Elas desejam falar-lhe sobre uma questão de extrema importância - anunciou Jonys, com respeito.

Victor del la Moy inclinou levemente a cabeça em cumprimento, seu olhar varrendo as duas mulheres diante dele com curiosidade e interesse.

- É uma honra recebê-las a bordo do "Madre de los Mares". Por favor, entrem e compartilhem seus propósitos. Estou à disposição para ajudar no que for necessário - disse o capitão, com uma voz profunda e melodiosa, convidando-as a bordo.

Enquanto Elara e Helena subiam a escada para o convés do navio, Penélope, a entidade invisível, seguia silenciosamente ao lado delas, observando com interesse a interação entre as três.

Enquanto Elara e Helena se acomodavam no convés do navio, o Capitão Victor del la Moy conduziu-as para uma área mais reservada, longe de ouvidos curiosos. Ele escutou atentamente quando Elara expressou sua urgência em alcançar o Império de Elderir.

No entanto, o capitão, com uma expressão sombria, respondeu:

- É uma boa ideia evitar o Império de Elderir por enquanto. As coisas por lá estão bastante agitadas. Frotas de navios patrulham as águas ao redor do império, tornando a passagem perigosa.

Elara, com um olhar determinado, explicou ao capitão que não estava em busca de riquezas, mas sim de um amigo que precisava desesperadamente de ajuda. Ela não revelou muitos detalhes sobre esse amigo, mas era claro para Victor que essa era uma missão importante e pessoal para a rainha.

Oferecendo um pagamento generoso, Elara disse:

- Estou disposta a pagar bem pelo seu serviço. Por favor, capitão, preciso chegar ao Império de Elderir o mais rápido possível.

O capitão, preocupado com a segurança de sua tripulação, inicialmente recusou a oferta. Nos últimos meses, eles haviam enfrentado dificuldades financeiras, lutando para sobreviver com o que tinham.

No entanto, diante da determinação de Elara e compreendendo a urgência de sua missão, o capitão reconsiderou. Ele olhou para sua tripulação, que estava ao longo do convés, e percebeu que esta era uma oportunidade que não poderiam ignorar. Com um suspiro resignado, ele finalmente concordou em levar Elara e Helena ao Império de Elderir.

- Está bem. Aceitamos sua proposta, rainha Elara. Partiremos o mais rápido possível - disse o capitão, aliviado por poder ajudar e proporcionar alguma estabilidade financeira à sua tripulação.

O Capitão Victor del la Moy assentiu, pronto para finalizar os preparativos para a partida, quando uma questão veio à mente.

- Rainha Elara, se me permite perguntar, vocês têm alguma bagagem além de suas presenças?

Elara olhou para Helena brevemente antes de responder:

- Sim, temos uma carruagem e uma pequena tropa de soldados para nos acompanhar e garantir nossa segurança.

O capitão arqueou uma sobrancelha, surpreso com a resposta. - Uma carruagem e soldados? Se me permite perguntar, Vossa Majestade, a quem temos a honra de transportar em nosso navio?

Elara hesitou por um momento antes de responder com firmeza:

- Sou uma rainha.

O capitão ficou visivelmente impressionado com a revelação.

-Uma rainha! - exclamou ele, recuando um passo e inclinando-se em reverência. - É uma honra e um privilégio tê-la a bordo, Majestade. Faremos todo o possível para garantir sua segurança e chegar ao Império de Elderir o mais rápido possível.

O Capitão Victor del la Moy assentiu solenemente diante da revelação de Elara, sua expressão mostrando respeito pela sua posição real. Em seguida, ele virou-se para um dos marinheiros que aguardava suas ordens.

- Você e mais nove homens, vão reabastecer o navio imediatamente - ordenou o capitão. -Precisamos estar prontos para partir dentro de duas horas.

Enquanto os marinheiros se apressavam para cumprir as ordens, o capitão voltou sua atenção para Elara e Helena.

- Dentro de duas horas, estaremos partindo para o Império de Elderir - anunciou ele. - Por favor, façam seus preparativos. Se precisarem de algo, não hesitem em me informar.

Nesse momento, um dos marinheiros se aproximou de Elara com um gesto cortês.

- Permita-me acompanhá-la ao seu camarote, Majestade. Posso mostrar-lhe onde poderá descansar durante a viagem - ofereceu ele.

Elara assentiu, agradecendo pelo gesto. Ela seguiu o marinheiro pelo convés do navio, enquanto Helena permanecia ao lado do capitão, discutindo os últimos detalhes da jornada que tinham pela frente.

Após os meticulosos preparativos para a viagem, o navio finalmente zarpara para alto mar. A imponente embarcação deslizava majestosamente pelas águas, exibindo uma combinação de beleza e ferocidade que deixava todos a bordo maravilhados. Seu casco cortava as ondas com uma elegância indescritível, enquanto sua velocidade impressionante os afastava rapidamente do cais.

A bordo, a rainha Elara e Helena observavam maravilhadas a rapidez com que o navio se distanciava da costa. Em pouco tempo, as luzes da cidade se tornaram apenas pontos distantes no horizonte, enquanto eles avançavam destemidamente para o império de Elderir. Era verdadeiramente um espetáculo digno de admiração, um testemunho do engenho humano e da determinação em enfrentar os desafios do mar aberto.

Ao longo dos cinco dias de navegação, a rainha Elara e Helena foram presenteadas com paisagens deslumbrantes que se desdobravam diante de seus olhos. O sol brilhava no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e alaranjados durante os espetaculares amanheceres e entardeceres no mar.

Durante o dia, as águas cristalinas refletiam o intenso azul do céu, enquanto gaivotas dançavam graciosamente acima das ondas. À noite, as estrelas cintilavam no firmamento, criando um manto de luz sobre o vasto oceano.

Ao longo do caminho, avistaram ilhas pitorescas envoltas em vegetação exuberante, com praias de areias douradas que se estendiam até onde os olhos podiam ver. Enquanto o navio navegava pelas águas tranquilas, golfinhos brincavam em sua esteira, enchendo o ar com seus sons alegres.

A cada novo amanhecer, Elara e Helena contemplavam maravilhadas a beleza e a imensidão do oceano, sentindo-se pequenas diante da grandiosidade da natureza. Apesar dos desafios que enfrentaram no passado, aqueles cinco dias de navegação foram verdadeiramente satisfatórios, proporcionando-lhes uma sensação de paz e serenidade que só o mar pode oferecer.

Enquanto Elara e Helena desfrutavam da serenidade do mar, Penélope, a entidade invisível, percebeu uma ameaça se aproximando. Com sua voz suave ecoando na mente de Elara e Helena, ela os alertou sobre as tropas marítimas à frente.

- Rainha Elara, precisamos agir rapidamente. Há navios inimigos à frente - sussurrou Penélope.

Elara e Helena trocaram olhares preocupados, compreendendo a gravidade da situação. Penélope então elaborou um plano para lidar com a ameaça de forma discreta.

- Elara, atrasaremos um pouco o capitão para que eu possa lidar com os navios inimigos sem ser detectada. Você será a distração para o capitão, enquanto Helena distrairá a tripulação - sugeriu Penélope.

Elara assentiu, pronta para cumprir seu papel na estratégia.

- Entendido, Penélope. Faremos o que for necessário - respondeu ela.

Helena, confiante, se ofereceu para dançar para a tripulação, usando sua habilidade de encantar com sua graça e movimentos elegantes.

- Deixe comigo. Dançarei sobre a música da tripulação, enquanto você distrai o capitão do navio, Elara - ofereceu Helena.

Juntas, Elara, Helena e Penélope se prepararam para enfrentar os desafios que se avizinhavam, confiantes de que sua união e determinação seriam suficientes para superar qualquer obstáculo que encontrassem pelo caminho.

Penélope, compreendendo a necessidade de agir discretamente, concentrou-se e desapareceu num piscar de olhos, teleportando-se para o navio líder das tropas marítimas. Ao chegar lá, ela foi recebida por uma cena que a surpreendeu profundamente: os marinheiros a bordo não eram soldados leais, mas sim piratas colaborando com os traidores militares de Elderir. A situação no império estava mais caótica do que ela imaginava.

Decidindo revelar sua presença, Penélope abandonou seu estado invisível e se mostrou para os marinheiros do navio. Eles, perplexos e alarmados, sacaram suas espadas, preparando-se para o confronto iminente. No entanto, Penélope permaneceu calma, observando a reação deles com uma serenidade intrigante.

De repente, algo incomum aconteceu. Uma onda de medo profundo e avassalador começou a se espalhar entre os marinheiros, envolvendo-os em uma teia de emoções turbulentas e confusas. Era um medo que ultrapassava os limites da compreensão humana, uma sensação de terror que os deixava paralisados e incapazes de agir.

Os marinheiros, dominados pelo pavor, não conseguiram avançar contra Penélope. Enquanto ela os observava, eles se contorciam de medo, alguns chorando e suplicando por misericórdia, outros perdendo a sanidade e batendo a cabeça no convés em desespero para escapar da agonia.

Perante esse espetáculo de caos e desespero, Penélope permaneceu imperturbável, ciente de que sua intervenção havia sido eficaz e que agora ela podia agir conforme necessário para neutralizar a ameaça representada por esses piratas traidores.

Penélope, observando os marinheiros atormentados pelo medo, teve uma ideia para obter informações valiosas. Ela se aproximou deles com uma expressão calma, tentando tranquilizá-los com sua presença.

- Alguém aqui conhece o mago guerreiro, Gustavo? - perguntou ela, sua voz ecoando sobre o convés.

A maioria dos marinheiros sacudiu a cabeça em negação, mas um homem hesitou antes de admitir:

- Eu conheço Gustavo. Já o vi em ação antes.

Penélope focou sua atenção nele, determinada a extrair todas as informações possíveis.

-Me conte tudo o que sabe sobre ele. Onde ele está agora?

O homem, temeroso mas disposto a cooperar, começou a falar. Ele descreveu a localização atual de Gustavo em detalhes sombrios: uma prisão extremamente fortificada, uma fortaleza sombria e impenetrável. Gustavo estava preso no subsolo, na última cela, conhecida como a cela dos renegados, onde os condenados eram deixados para morrer.

Penélope absorveu as informações com seriedade, planejando sua próxima jogada para resgatar Gustavo daquele lugar terrível. Era uma missão arriscada, mas ela estava determinada a não deixar ele para trás, mesmo que isso significasse enfrentar as maiores adversidades.

Penélope, intrigada com a precisão das informações fornecidas pelo homem, indagou:

- Como você sabe de tudo isso?

O homem, olhando ao redor nervosamente antes de responder, admitiu em voz baixa:

- Eu trabalhava lá dentro. Sou um ex-guarda da fortaleza.

Penélope ergueu as sobrancelhas, surpresa com a revelação.

- Então você conhece os detalhes de segurança e as rotinas da prisão - deduziu ela.

- Sim - confirmou o homem. - Posso lhe fornecer todas as informações necessárias para entrar na fortaleza e alcançar Gustavo.

Penélope avaliou rapidamente a situação, percebendo a vantagem que tinha ao ter alguém com conhecimento interno ao seu lado. - Ótimo - disse ela, decidida. - Nos guie até lá e faremos o possível para libertar Gustavo.

O homem, ansioso por se redimir de seus atos passados, forneceu a Penélope todas as informações necessárias para o sucesso da missão de resgate. Ele detalhou as rotas de patrulha dos guardas, os pontos fracos na segurança da fortaleza e até mesmo a localização exata da cela onde Gustavo estava preso.

Penélope, reconhecendo a importância das informações, agradeceu ao homem pela cooperação e prometeu-lhe uma morte rápida e indolor, tanto para ele quanto para sua tripulação. Com um aceno de cabeça, ela se preparou para agir.

Com um gesto de suas mãos, Penélope liberou seu poder macabro sobre os marinheiros, envolvendo-os numa aura sombria. Eles não sentiram dor física, mas um medo profundo e avassalador os consumiu enquanto suas vidas eram ceifadas.

Em questão de segundos, o convés do navio ficou silencioso, os corpos dos marinheiros caídos sem vida testemunhando o poder da entidade sobrenatural. Penélope observou o resultado sombrio de suas ações, sabendo que era necessário para proteger seus amigos e alcançar seu objetivo.

Com determinação inabalável, ela se voltou para o próximo passo de sua jornada: infiltrar-se na fortaleza e resgatar Gustavo, custe o que custar.

Com a mesma determinação implacável, Penélope saltou de navio em navio, deixando para trás um rastro de destruição sombria. Seu poder macabro envolveu cada tripulação, subjugando-os ao mesmo destino aterrorizante que havia caído sobre os marinheiros do primeiro navio.

Os soldados, incapazes de resistir ao poder avassalador de Penélope, sucumbiram ao medo paralisante que a envolvia. Seus gritos de agonia ecoaram pelo mar, misturados com os sons dos navios sendo consumidos pelas chamas mágicas que surgiam do nada.

Com um último olhar frio para os navios em chamas, Penélope ergueu as mãos, convocando uma força desconhecida que fez com que as embarcações afundassem rapidamente nas profundezas do oceano. O rugido das chamas foi substituído pelo silêncio sepulcral, enquanto os destroços desapareciam sob as águas escuras.

Após garantir que nenhuma ameaça restasse para perseguir seu objetivo, Penélope se concentrou novamente na missão à frente. Com Gustavo ainda em perigo, ela sabia que não podia hesitar nem por um momento. Determinada e implacável, ela partiu em direção à fortaleza junto a Elara e Helena, prontas para enfrentar qualquer desafio que encontrasse pelo caminho.

Quando o navio do capitão Victor atracou em Elderir, Elara honrou a segunda parte do acordo, surpreendendo-o ao pagar o dobro do combinado. Confuso, o capitão questionou a generosidade excessiva de Elara, indagando por que ela escolhera tal gesto. Elara explicou que a jornada fora excepcionalmente confortável e gratificante, e o pagamento extra era uma expressão de sua gratidão.

- Elara! Você consideraria nos ter como seus servos? Estamos dispostos a executar qualquer tarefa que nos for designada. Possuímos guerreiros habilidosos, arqueiros, magos e feiticeiros - somos um pequeno exército pronto para qualquer desafio! - propôs o capitão Victor, ansioso por uma resposta positiva.

A rainha Elara, mesmo surpresa pelo pedido inesperado, manteve a compostura ao responder:

- Lamento, mas não posso aceitar vocês como meus servos. Estou sob as restrições do imperador; aceitá-los seria um ato criminoso.

- E se solicitarmos permissão ao seu imperador? Talvez ele conceda, não acha? - insistiu Victor, esperançoso de que a oportunidade de servir a uma rainha tão generosa e gentil não fosse perdida.

Helena interveio, sugerindo que a ideia não era tão absurda quanto parecia. Elara reconsiderou, lembrando-se de uma mensagem do primeiro ministro que indicava uma margem de liberdade além do que ela imaginava ter.

Após uma breve reflexão, Elara olhou nos olhos do capitão Victor e decidiu aceitá-lo, junto com sua tripulação. O contentamento de Victor foi evidente, ecoando em um anúncio jubiloso à tripulação. Os marinheiros celebraram a nova oportunidade de servir a Elara, demonstrando o profundo respeito que haviam desenvolvido por ela e por Helena durante a viagem. As danças e as lições de etiqueta nobre ministradas por Elara foram especialmente apreciadas por uma tripulação que, apesar de sua excentricidade, valorizava tanto as histórias de fantasia quanto a educação formal. Ler livros se tornará não apenas um passatempo, mas um vínculo entre eles, enriquecendo suas experiências a bordo do navio.

Elara instruiu Victor sobre a importância de encontrar um aliado próximo ao imperador, destacando sua relevância para os eventos iminentes. Victor, compreensivo, prometeu despachar seus homens em busca de informações, mas antes puderam avançar, foram surpreendidos pela súbita aparição de Penélope. Sua presença inesperada pegou o capitão desprevenido, resultando em uma reação cômica e um tanto embaraçosa, arrancando risos de Helena, que achou a situação incomum para alguém tão acostumado a lidar com marinheiros rudes.

Penélope, notando o desconforto que causara em Victor, prontamente se desculpou, esclarecendo que não tinha a intenção de assustá-lo. Curioso, Victor indagou sobre a identidade dela. Com um sorriso radiante, Penélope começou a se apresentar, mas foi interrompida por Elara.

- Não agora, Penélope. Guarde sua apresentação para um momento mais oportuno. Se começar agora, ele ficará cheio de perguntas. Espere até o momento certo.

A expressão de Penélope oscilou entre a decepção e a compreensão. Ela gostava de se apresentar, mas acatou o conselho de Elara e se recompôs.

Com a serenidade recuperada, Penélope informou a Elara sobre a localização da prisão onde Gustavo estava detido, assegurando que era extremamente segura. No entanto, para alguém tão divinamente poderosa quanto Penélope, a segurança do local era irrelevante. Penélope, confiante em sua divindade, revelou um plano, embora nada sutil.

- Qual é o plano, Penélope? - indagou Elara, curiosa.

- Elara e Helena, vão até o rei e pedem para ele soltar Gustavo. Provavelmente vão recusar, mas aí é onde o plano se inicia. Helena começa a questionar o rei sobre o motivo da prisão de Gustavo, enquanto Elara prossegue explicando que Gustavo é uma figura importante no Império de Partum. Prender Gustavo poderia desencadear a ira do imperador. Todos conheciam os boatos sobre o poder do imperador de Partum; ele sozinho havia destruído três impérios. O mundo sabia de sua imensa força, e provocar sua fúria não era uma opção agradável.

Enquanto Elara e Helena iniciavam sua abordagem diplomática com o rei, os homens de Victor se dispersavam pela cidade em busca de informações sobre Gustavo. Penélope, por sua vez, aguardava pacientemente nas proximidades da prisão, pronta para agir assim que necessário.

No salão real, Elara e Helena mantinham-se firmes diante do rei, argumentando com eloquência sobre a importância de liberar Gustavo. O rei, por sua vez, mostrava-se reticente, relutante em ceder às demandas das duas mulheres. A tensão no ar era palpável, enquanto Elara e Helena buscavam persuadir o monarca com suas palavras convincentes e seus olhares determinados.

- Por que Gustavo foi preso? - questionou Helena, buscando esclarecimentos.

O rei respondeu com uma expressão de raiva evidente:

- Aquele maluco destruiu os portões do vulcão! Os portões eram a única coisa que mantinha o vulcão adormecido, e agora ele está prestes a explodir. Além disso, ele assassinou um anjo que veio nos ajudar. Sem motivo algum, simplesmente o assassinou. Por isso está preso.

Helena franziu o cenho, absorvendo as palavras do rei com um misto de incredulidade e preocupação. Elara, ao seu lado, manteve-se calma, mas seus olhos refletiam uma profunda ponderação diante das graves acusações proferidas pelo monarca.

- Mas por que Gustavo faria algo assim? - indagou Helena, tentando compreender a situação.

O rei soltou um suspiro carregado de frustração antes de responder:

- Isso eu também gostaria de saber. Gustavo era um aliado valioso, até que decidiu agir de forma insensata e destrutiva. Suas ações colocaram todo o reino em perigo.

Elara interveio com serenidade, buscando entender a situação de forma mais abrangente:

- E quanto ao anjo que foi assassinado? Qual era a sua missão aqui?

O rei respirou fundo antes de responder, sua expressão ainda carregada de raiva e pesar:

- O anjo veio nos advertir sobre uma ameaça iminente, algo que poderia colocar em risco não apenas Elderir, mas todo o mundo conhecido. Sua morte foi um golpe devastador para nós.

Helena e Elara trocaram olhares significativos, conscientes da gravidade da situação. Parecia que havia mais mistérios por trás desses eventos do que inicialmente imaginavam.

Enquanto Elara e Helena estavam ocupadas tentando obter a libertação de Gustavo do rei, os homens de Victor se infiltravam habilmente pelas ruas da cidade em busca de informações cruciais. Entre furtivos contatos e trocas de favores, eles descobriram detalhes perturbadores que lançaram uma nova luz sobre os eventos que desencadearam a prisão de Gustavo.

Uma das informações mais surpreendentes que obtiveram foi sobre o verdadeiro propósito da visita do anjo. Ao contrário do que o rei havia afirmado, o anjo não estava ali para trazer ajuda benevolente, mas sim para quebrar o selo de um antigo demônio aprisionado nas profundezas do vulcão. Gustavo, no entanto, havia agido antes, conseguindo chegar ao vulcão e quebrar o selo antes mesmo da chegada do anjo. Mais chocante ainda foi descobrir que Gustavo não só quebrou o selo, mas também conseguiu derrotar o demônio que lá residia, evitando assim uma ameaça iminente à cidade.

Abrir os portões do vulcão revelou-se não apenas a única maneira de acessar o local onde o demônio estava aprisionado, mas também o meio pelo qual Gustavo conseguiu chegar até ele e impedir uma catástrofe iminente. As revelações dos homens de Victor lançaram uma nova luz sobre a situação, questionando a narrativa oficial apresentada pelo rei e destacando a complexidade dos eventos que estavam se desenrolando em Elderir.

O rei, imerso em sua obstinação, se negava veementemente a libertar Gustavo. No entanto, a rainha Elara, dotada de uma determinação inabalável, persistia incansavelmente em seus apelos. Enquanto isso, a indignação crescia no coração do monarca, culminando na ordem impiedosa de execução não só de Elara, mas também de todos os que a acompanhavam. Contudo, Elara não se rendeu. Utilizando seus poderes telepáticos, ela alertou Penélope sobre a tirania do rei. Em um instante crucial, quando as lâminas dos soldados eram brandidas em direção a Elara, Penélope desencadeou sua magia, evocando um feitiço capaz de drenar a energia dos agressores, deixando-os inertes diante de sua investida. Assim, enquanto a magia de Penélope os detinha, Elara e Helena escaparam das garras cruéis do rei, em uma fuga desesperada rumo à liberdade.

Elara e Helena voaram como o vento em direção ao navio de Victor, suas respirações ofegantes ecoando no ar enquanto o medo impulsionava seus passos. A segurança que buscavam parecia distante, mas a esperança as impelia adiante.

Com o coração batendo descompassado, Elara e Helena finalmente alcançaram o navio, um refúgio temporário em meio ao caos que envolvia suas vidas. Sob o céu sombrio, a estrutura imponente da embarcação representava uma promessa de salvação.

Enquanto se recuperavam da corrida frenética, o som metálico de Penélope ecoou, como o rugido de um leão furioso, enquanto ela desmantelava os portões da prisão onde Gustavo estava confinado. Cada golpe ressoava como um grito de liberdade, desafiando o destino cruel que tentava aprisionar o amigo deles.

Enquanto Penélope desencadeava sua fúria sobre os portões da prisão, cada golpe era um grito de desafio contra a opressão que mantinha Gustavo cativo. O som metálico ressoava pelo ar, misturando-se com a tensão palpável que pairava sobre o ambiente.

Enquanto isso, Elara aproveitava o breve momento de tranquilidade para recuperar o fôlego, suas respirações entrecortadas contrastando com a determinação brilhante em seus olhos. Com movimentos ágeis e precisos, ela trocou suas vestes por uma indumentária mais leve e flexível, pronta para enfrentar os desafios que se aproximavam.

As adagas reluziam em suas mãos enquanto Elara as empunhava, uma extensão de sua vontade moldada pela magia que pulsava em seu interior. Com um gesto fluido, ela ativou o poder das adagas, fazendo com que brilhassem com uma intensidade sobrenatural, prontas para cortar através da escuridão que envolvia a prisão.

Antes de iniciar sua jornada rumo à liberdade de Gustavo, Elara confiou a segurança de Helena ao navio de Victor, instruindo-o a partir em direção ao palácio do império de Elderir. Com um último olhar determinado, ela saltou do convés, um raio de esperança cortando o céu sombrio enquanto ela corria em direção à prisão.

Seu corpo se movia com uma agilidade impressionante, uma força da natureza em sua busca pela justiça. Cada passo era uma promessa de libertação, e apenas um vulto rápido era deixado para trás, testemunha silenciosa de sua determinação implacável. Elara corria como o próprio vento, ultrapassando limites que nem mesmo os cavalos mais velozes poderiam alcançar.

Quando Elara finalmente alcançou a prisão, deparou-se com uma cena caótica. Os portões estavam destroçados, uma testemunha silenciosa da fúria de Penélope, mas os soldados que guardavam a entrada estavam nocauteados, porém ainda respirando. O dilema pesava sobre Elara enquanto ela avaliava as consequências de suas ações. Penélope entendia que ceifar suas vidas desencadearia uma cascata de problemas ainda maiores.

Com o coração acelerado pelo perigo iminente, Elara correu através das ruínas da entrada e adentrou as profundezas sombrias da prisão. Seu olhar penetrante vasculhou cada canto, buscando por seu amigo Gustavo e qualquer sinal de perigo iminente.

No centro da sala, encontrou Penélope, ofegante e tensa, seu corpo tenso em preparação para o que estava por vir. Do outro lado da sala, um homem imponente e poderoso erguia-se diante delas, sua presença intimidadora como uma sombra sobre o ambiente claustrofóbico. Ele empunhava uma espada espiritual de luz, mas não era uma luz comum; era uma luz roxa, vibrante e sinistra, emitindo uma energia perturbadora que arrepiava a espinha de Elara. A visão desafiava as leis conhecidas da magia, uma anomalia que pressagiava perigos desconhecidos.

Com um choque de surpresa e angústia, Elara percebeu que o homem imponente diante delas era Gustavo, o amigo tão procurado do imperador Re. No entanto, a visão dele a deixou horrorizada. Ele estava irreconhecível, um espectro de seu antigo eu. As marcas de tortura e sofrimento adornavam seu corpo, testemunhos dolorosos de seus dias de cativeiro. Os olhos de Gustavo, antes brilhantes e vivazes, agora estavam opacos, refletindo uma escuridão interna que consumia sua sanidade.

Gustavo estava descontrolado, enlouquecido pelas torturas que havia suportado nas profundezas sombrias da prisão. As cicatrizes, tanto físicas quanto emocionais, o transformaram em uma sombra do homem que um dia fora. O peso do sofrimento havia corroído sua mente, levando-o a um estado de desespero e fúria que ameaçava consumi-lo completamente.

Quando Penélope o encontrou, acorrentado e à beira da loucura, não hesitou em libertá-lo, ignorando os perigos que aquilo poderia acarretar. No entanto, o que se seguiu foi além de suas expectativas mais sombrias. Gustavo, tomado por uma fúria descontrolada, atacou Penélope com a espada de luz sinistra, ferindo-a gravemente.

Uma batalha épica se desenrolou naquele espaço confinado, cada golpe ecoando como um trovão no ar carregado de tensão. Penélope lutou com todas as suas forças, mas o poder distorcido da espada roxa era formidável, testando os limites de sua resistência e habilidade.

Ao final da luta exaustiva, Penélope emergiu vitoriosa, mas exausta e ferida. O preço da libertação de Gustavo era alto, marcando não apenas seus corpos, mas também suas almas, com as cicatrizes indeléveis do conflito.

Elara sentiu a urgência pressionando seu coração enquanto enfrentava a figura desfigurada de Gustavo. Com determinação inabalável, ela chamou sua atenção, suas palavras carregadas de esperança e promessas de redenção.

- Gustavo, você se lembra de quem é? Seu amigo de infância, Reuel Ashford-Valet, está vivo e precisa desesperadamente da sua ajuda.

A voz de Elara ecoou na mente conturbada de Gustavo, suas palavras atingindo-o como um raio de luz em meio à escuridão de sua confusão e desespero.

- Vivo? - a incredulidade tremia em sua voz fraca e trêmula. - Eles disseram que estavam todos mortos... todos mortos.

Elara não vacilou, sua determinação inabalável guiando suas palavras.

- Eles mentiram para você, Gustavo. Seu amigo está vivo, e eu vou provar isso para você. Venha comigo.

A hesitação se misturava ao medo nos olhos de Gustavo enquanto ele ponderava a proposta de Elara.

- Você... você promete que não vai me machucar? - seu pedido era uma súplica frágil e desesperada.

Com sinceridade e compaixão, Elara prometeu protegê-lo, e um leve sorriso de alívio brilhou nos olhos de Gustavo antes que ele sucumbisse à exaustão, desmaiando nos braços de Elara.

Instantaneamente, os ferimentos de Penélope desapareceram, uma aura de renovação envolvendo-a enquanto ela recuperava todo o seu fôlego e força. A surpresa brilhou em seus olhos enquanto ela testemunhava o poder latente de Gustavo. Ele fora capaz de ferir uma divindade, um feito extraordinário que ecoava através dos corredores sombrios da prisão.

Os guardas do reino, com suas armaduras brilhantes e olhares decididos, cerravam os dentes ao se aproximarem, determinados a capturar Penélope e seus companheiros. Percebendo o perigo iminente, Penélope agiu com uma destreza impressionante, invocando seus poderes e teleportando os três para o navio do temido capitão Victor, que balançava nas águas turbulentas do mar noturno. Enquanto a brisa salgada acariciava seus rostos, eles já estavam longe do alcance dos guardas, navegando rumo ao horizonte distante, em direção ao majestoso palácio do império de Elderir.

Elara, com sua mente afiada e perspicácia aguçada, percebeu a oportunidade única que se apresentava diante deles. O reino de Blatws havia transgredido inúmeras leis, e essa violação poderia ser a chave para forjar uma aliança poderosa com o império de Elderir. Com determinação firme, ela planejava expor os crimes do reino perante os olhos do imperador de Elderir, abrindo caminho para uma colaboração estratégica que poderia mudar o curso da história.

Enquanto o navio cortava as águas serenas em direção ao majestoso palácio de Elderir, o ambiente a bordo era permeado por uma calma reconfortante. Sob o céu estrelado, Penélope mantinha uma firmeza serena no leme, guiando-os com habilidade enquanto o capitão Victor e sua tripulação executavam suas tarefas com uma eficiência tranquila.

No convés, Elara e Helena cuidavam de Gustavo com dedicação e cuidado meticuloso. O ar salgado e revigorante parecia acariciar gentilmente seu rosto pálido e contorcido pela dor, enquanto as mãos habilidosas das duas mulheres aplicavam curativos e ofereciam palavras de conforto.

Gustavo, com sua expressão abatida e olhos cansados, lutava para se manter consciente. Seu corpo estava marcado por ferimentos profundos e uma aura de debilitação o envolvia. No entanto, apesar da dor que o consumia, uma determinação resiliente brilhava em seus olhos, alimentada pelo desejo de concluir sua missão e alcançar a redenção.

Enquanto o navio seguia seu curso, rumo ao palácio imponente que se erguia no horizonte distante, a esperança de um futuro melhor pulsava no coração dos viajantes, impulsionando-os a enfrentar os desafios que ainda estavam por vir.

Após os dois primeiros dias de intensos cuidados com Gustavo, durante os quais Elara e Helena permaneceram ao lado dele, velando seu sono inquieto e tratando de suas feridas, uma calma gradualmente se instalou a bordo do navio. O ritmo das ondas batendo contra o casco se tornou quase hipnótico, enquanto o sol brilhava alto no céu azul, pintando o mar com tons dourados e reluzentes.

No terceiro dia, Elara e Helena decidiram compartilhar suas preocupações com o capitão Victor e Penélope. Reunidos em torno de uma mesa de madeira polida no convés, eles discutiram o estado de Gustavo e os próximos passos de sua jornada. O capitão, com sua experiência marítima e olhar perspicaz, questionou a identidade de Penélope, curioso sobre sua origem e propósito.

Foi então que Elara, com uma expressão séria e voz firme, apresentou Penélope ao grupo. Com dignidade e autoridade, Penélope se ergueu, seus olhos brilhando com uma luz celestial enquanto ela se apresentava:

- Sou Penélope, a filha do sangue do primeiro imperador do poder, uma Celestial da era ancestral dos Locus. Guardiã da vida e da morte, ou como sou chamada, Lamento da existência. É uma prazer conhecê-lo!

Durante os dois dias seguintes, a atmosfera a bordo permaneceu tranquila, com Elara, Helena e Penélope continuando a cuidar de Gustavo, que ainda dormia profundamente. Enquanto isso, o navio avançava sem intercorrências, deslizando suavemente pelas águas serenas em direção ao seu destino final, o palácio imponente do império de Elderir.

Após a apresentação impactante de Penélope como filha do primeiro imperador do poder e uma Celestial da era ancestral dos Locus, o capitão Victor não pôde conter sua curiosidade crescente. Seus olhos brilhavam com fascínio enquanto ele absorvia cada palavra pronunciada pela misteriosa visitante.

- Penélope - murmurou ele, seu tom carregado de interesse e admiração. - Sua história é verdadeiramente extraordinária. Como uma Guardiã da vida e da morte, imagino que tenha testemunhado e vivenciado coisas além da compreensão humana.

Sua voz ecoou sobre o convés, ecoando a curiosidade que todos compartilhavam. Penélope, com sua postura graciosa e serena, inclinou a cabeça em reconhecimento ao questionamento do capitão.

- De fato, capitão Victor - respondeu ela, com uma suavidade melódica em sua voz. - Minha jornada tem sido longa e repleta de desafios. Mas cada experiência moldou quem eu sou e o propósito que carrego.

- Você acreditou em mim muito rápido, nem se quer questionou! - murmurava Penélope.

O capitão Victor era uma pessoa que conseguia sentir se a pessoa estava mentindo ou não. afinal, essa era a magia pessoal dele.

As palavras de Penélope despertaram uma aura de mistério e admiração ao redor dela, enquanto o capitão Victor e os outros a bordo do navio ansiavam por mais detalhes sobre sua extraordinária existência. O mar, testemunha silenciosa de inúmeras histórias, parecia aguardar com expectativa os relatos que seriam compartilhados durante essa jornada épica em direção ao palácio de Elderir.

O capitão Victor, com sua mente ávida por conhecimento e sua determinação inabalável, não pôde resistir à tentação de explorar mais profundamente os mistérios que envolviam Penélope.

- Incrível - murmurou ele, com um brilho de admiração em seus olhos. - Mas devo admitir que estou intrigado. Como uma Guardiã da vida e da morte, quais são os desafios que enfrenta em sua jornada? E como você veio parar em nosso humilde navio, navegando pelas águas deste mundo mortal?

A pergunta do capitão ecoou pelo convés, carregada de curiosidade genuína e respeito pela extraordinária visitante que havia entrado em suas vidas de maneira tão inesperada. Os olhares de todos a bordo se voltaram para Penélope, aguardando suas palavras com expectativa palpável.

Com um sorriso enigmático brincando em seus lábios, Penélope preparou-se para compartilhar um vislumbre de sua jornada singular, revelando segredos ancestrais e mistérios que ecoavam através das eras. Enquanto o navio continuava sua jornada através do vasto oceano, a conversa entre eles se desdobrava como as ondas que os rodeavam, carregando-os em direção ao destino desconhecido que os aguardava no palácio de Elderir.

- Capitão Victor, eu sei que está curioso para saber mais sobre mim. Porém algumas coisas eu não poderei falar. - Disse Penélope, com uma expressão séria, enquanto o vento marítimo brincava com seus cabelos.

- Tudo bem, Penélope. Se você está dizendo, eu acredito. - Respondeu o capitão Victor, com respeito evidente em sua voz, seus olhos buscando compreender a profundidade dos segredos que ela guardava.

- Como eu disse antes, eu sou uma celestial. Para você entender melhor, existem várias espécies e classes. Os Deuses são governantes de mundos ou galáxias. Acima deles estão os titãs, que são filhos dos celestiais. E os celestiais, que são criadores de universos. Também existem os celestiais reis, que são equivalentes a 100 mil celestiais. Um celestial rei governa um locus, que são um espaço para bilhões de universos. Ainda existem mais classes acima, mas falar sobre elas é muito arriscado. - Explicou Penélope, enquanto olhava para o horizonte com um ar pensativo.

O capitão Victor escutava atentamente, absorvendo cada palavra com fascinação e respeito pela vastidão do conhecimento que ela compartilhava.

- O motivo por eu não contar tudo sobre quem eu sou, é por causa da guerra que aconteceu há muito tempo atrás. O celestial rei que governa esse locus é inimigo da minha família, isso me inclui. Se eu falar alguma coisa que possa chamar atenção dele, isso poderia ser catastrófico. - Revelou Penélope, com um tom sombrio, sua expressão refletindo o peso do perigo que pairava sobre eles.

- Sou considerada o lamento da existência, por conta do meu pai. Quando ele me criou, ele lamentou ter existido. Estava em um estado de grande angústia interna naquele momento. Ele me criou para ser a guardiã da vida e da morte, incumbida de proteger meus irmãos, MORS, a própria morte. Por mais que MORS seja infinitamente mais forte do que eu, ainda assim, é minha responsabilidade protegê-la de ameaças que só eu posso enfrentar. Quanto à minha outra irmã, a essência da vida, ela é muito frágil. Incapaz de se proteger por si só, meu pai a ocultou tão bem que não precisei me preocupar em guardá-la. Mas voltando ao assunto, o lamento da existência acabou se tornando meu título. Quando eu lamento a existência de algo, posso controlar seu destino, determinando se será a morte ou a vida. E isso é apenas uma pequena parte do que sou capaz de fazer.

O capitão Victor ouvia as palavras de Penélope com uma mistura de surpresa e fascínio estampada em seu rosto. Após absorver toda a revelação, ele não pôde conter sua curiosidade crescente.

- Incrível! - exclamou ele, com os olhos brilhando de admiração. - Mas isso tudo é tão... extraordinário! Como você aprendeu a dominar esses poderes? E seu pai, o que levou a ele a criar seres tão poderosos como você e seus irmãos? E, se me permite perguntar, por que ele lamentou tanto a própria existência a ponto de lhe dar esse título tão singular?

- Para você entender melhor vou explicar para você. Antes de começar vou proteger esse navio para ninguém fora dele escutar. - o navio foi coberto po um tomo transparente, impedindo de qualquer som saísse. - Penélope Começou a narrativa...

A dominação dos poderes de Penélope era algo inato; desde o momento de sua criação, ela possuía um conhecimento básico sobre todo o seu potencial. No entanto, para aprimorar suas habilidades, ela embarcou em uma jornada de exploração mais profunda de seus dons. Essa busca incessante por domínio a transformou em uma verdadeira mestra de seus próprios poderes, capaz de manipular as energias cósmicas com uma destreza e precisão impressionantes. Cada passo desse caminho de autodescoberta fortaleceu sua conexão com o universo e a tornou uma força a ser reconhecida em qualquer cenário.

Há mais de vigintilhão (10⁶³) de anos atrás, uma guerra assolou a Terra Eterna, desencadeada por ideais divergentes entre os seres imortais que a habitavam. O pai de Penélope, um celestial de mente inquisitiva e questionadora, recusou-se a aceitar a noção de que todos os seres vivos deveriam ser imortais. Ele estava ciente de segredos sombrios que envolviam alguns de seus semelhantes, e decidiu expô-los à comunidade celestial.

Porém, ao revelar essas verdades perturbadoras, encontrou apenas hostilidade e rejeição por parte de seus pares. Determinado a buscar mais poder para concretizar sua visão, ele se lançou em uma jornada de ascensão, tornando-se o pioneiro e o primeiro imperador do poder. Seu poder tornou-se incomparável, e com isso, ele criou MORS, a Senhora da Morte.

A mera existência de MORS alterou o equilíbrio cósmico, pois até mesmo os celestiais passaram a ser vulneráveis diante dela. MORS, por sua vez, criou suas próprias personificações e os ceifeiros para executar sua vontade, coletando as almas imortais e transformando a natureza da existência nos universos conhecidos, deixando apenas os mortais.

A reação dos celestiais à afronta do pai de Penélope desencadeou a guerra conhecida como a Guerra de Sangue. O pai de Penélope, em sua determinação feroz, enfrentou e matou mais de 20 mil celestiais sozinho. No entanto, sua vitória foi breve, pois celestial reis emergiram das sombras para desafiá-lo, deixando-o ferido e debilitado.

Diante dessa ameaça, MORS foi forçada a intervir, enfrentando sozinha e triunfando sobre 13 celestial reis. O feito foi tão impressionante que deixou todos os celestiais atônitos, dominados pelo nervosismo e pelo medo diante do poder imensurável de MORS.

O pai de Penélope iniciou um empreendimento audacioso: a criação de seres de poder inigualável, tão formidáveis quanto MORS. Esses seres, concebidos para transcender as limitações dos celestiais, representavam uma ruptura nos planos estabelecidos pelos governantes do universo. Determinado a remodelar a ordem cósmica de acordo com sua própria visão, o pai de Penélope estava alinhando as peças do quebra-cabeça universal conforme considerava adequado.

No entanto, os celestiais não compartilhavam de sua perspectiva. Vendo suas criações como uma ameaça à estabilidade e à autoridade cósmica, os celestiais lançaram ataques implacáveis contra ele. Cada golpe era uma manifestação da resistência dos celestiais à mudança, uma tentativa desesperada de preservar o status quo e manter o controle sobre os destinos do universo.

Quando o pai de Penélope, Jhon, a criou, ele estava mergulhado em uma tristeza profunda. A descoberta de artefatos tão antigos quanto os celestiais trouxe consigo informações cruciais para seus planos, mas ele não estava satisfeito com o que encontrara. Jhon tinha encontrado a "chave" para a liberdade de todos os seres e universos, mas os sacrifícios exigidos eram imensuráveis. Ele lamentou ter dado início a essa guerra interminável, arrependendo-se profundamente de suas ações e desejando fervorosamente nunca ter existido.

A peculiaridade dos celestiais reside no fato de que não podem lamentar sua própria existência, pois isso resultaria em seu desaparecimento imediato. No entanto, Jhon não desapareceu. Ele ficou incrédulo diante desse fenômeno incomum, pois havia lamentado sua existência do fundo do coração, mas ainda permanecia presente. Esse enigma tornou-se uma fonte de curiosidade e objetivo em seus planos, impulsionando-o a desvendar os mistérios mais profundos do universo e de sua própria natureza.

Os cinco dias transcorreram rapidamente, imersos nas histórias cativantes que Penélope compartilhava sobre seu passado. Cada conto era como um fio tecido habilmente no tecido do tempo, mantendo os ouvintes envolvidos e ansiosos por mais.

Ao chegarem a Elderir, a majestosa capital do império homônimo, o navio atracou com graciosidade no cais. O capitão Victor prontamente notificou Elara sobre sua chegada iminente.

Preparada para o encontro que moldaria o destino de muitos, Elara se aprontou para sua audiência com o imperador de Elderir. Com determinação regente, ela instruiu um de seus soldados a anunciar sua chegada ao palácio e a solicitar urgentemente uma reunião com o imperador em nome da rainha Elara do império de Partum. A mensagem carregava consigo uma aura de autoridade e expectativa, ecoando através dos corredores do poder imperial.

Enquanto Elara dava suas ordens com firmeza, o soldado escolhido para entregar a mensagem sentiu uma onda de entusiasmo percorrer seu ser. Finalmente, uma oportunidade de servir diretamente a sua rainha havia surgido, e ele estava determinado a cumprir sua missão com excelência.

- Sim, minha rainha! Eu irei imediatamente entregar sua mensagem ao imperador de Elderir. Não irei decepcioná-la! - exclamou o soldado, com os olhos brilhando de determinação.

Elara assentiu com um leve sorriso de gratidão pelo zelo de seu soldado.

- Vá rapidamente e faça com que minha presença seja conhecida no palácio. Nossa aliança com Elderir é crucial para o futuro de ambos os impérios - ordenou ela, com uma voz cheia de confiança.

O soldado assentiu, saudando com respeito antes de se afastar rapidamente para cumprir sua missão. O coração dele batia com a emoção de estar envolvido em um momento histórico, ansioso para desempenhar seu papel no grande jogo político que se desenrolava diante deles.

O soldado correu pelas ruas movimentadas da capital, seu coração pulsando com a urgência da missão atribuída pela rainha Elara. Ao chegar aos portões majestosos do palácio de Elderir, ele foi recebido por guardas vigilantes, cujos olhares se estreitaram com surpresa ao ouvir a natureza de sua missão.

- O que é isso? Uma mensagem da rainha de Partum? - exclamou um dos guardas, com os olhos arregalados em choque.

- Sim, exatamente. A rainha Elara exige uma reunião com o imperador imediatamente. É uma questão de extrema importância - respondeu o soldado, mantendo-se firme em sua postura.

Os guardas trocaram olhares nervosos, conscientes do significado por trás da presença da rainha de Partum em Elderir. Era um sinal claro de que algo importante estava prestes a acontecer, e o palácio estava prestes a ser sacudido por forças além de sua compreensão.

Com uma mistura de temor e determinação, os guardas conduziram o soldado através dos corredores adornados do palácio, preparando o terreno para a reunião que moldaria os rumos dos dois impérios. O eco de seus passos reverberava como um presságio, sinalizando a iminência de uma aliança que mudaria o curso da história.

O soldado de Elara foi conduzido através dos corredores suntuosos do palácio, sendo levado até uma sala onde alguns coronéis se reuniam para discutir assuntos militares. Assim que ele entrou, o clima tenso da sala ficou ainda mais palpável.

- O que é isso? Quem é você e o que faz aqui? - questionou um dos coronéis, sua voz carregada de desconfiança enquanto analisava o soldado com um olhar perspicaz.

O soldado permaneceu firme, mantendo-se respeitoso diante dos superiores, enquanto entregava a mensagem da rainha com uma expressão séria.

- Sou enviado pela rainha Elara de Partum. Ela exige uma audiência urgente com o imperador de Elderir - anunciou ele, mantendo-se imóvel diante da intensa atmosfera da sala.

Um dos coronéis, percebendo a oportunidade de provocação, começou a zombar da rainha Elara e de sua pretensão em se encontrar com o imperador.

- Uma rainha querendo se intrometer nos assuntos do império de Elderir? Que piada! - debochou ele, lançando um olhar desdenhoso ao soldado.

O soldado de Elara sentiu o calor da raiva subindo pelo seu rosto, mas manteve-se controlado, sabendo que era melhor não iniciar um conflito ali. No entanto, a insolência dos coronéis não passaria despercebida, e ele se preparava para relatar sua conduta à rainha assim que possível.

Os coronéis, embalados pela própria arrogância, continuaram a zombar da rainha Elara e de suas ambições de se envolver nos assuntos do império de Elderir. Suas palavras mordazes ecoavam pela sala, criando uma atmosfera de hostilidade e desdém.

O soldado de Elara sentiu sua paciência sendo testada até o limite. Cada insulto lançado à sua soberana era como um golpe direto ao seu orgulho e lealdade. A raiva borbulhava dentro dele, fervendo como um vulcão prestes a entrar em erupção.

No entanto, ele sabia que não podia se dar ao luxo de perder a compostura naquele momento crítico. Controlando a fúria que ameaçava consumi-lo, o soldado respirou fundo, sua mandíbula cerrada em determinação.

- Com todo o respeito, senhores, a rainha Elara não é alguém para ser zombada. Ela é uma líder corajosa e sábia, e suas intenções são guiadas pelo bem-estar de nosso império e de nossos aliados. Seus desejos devem ser levados a sério - declarou ele, sua voz ressoando com autoridade, apesar do tom contido de sua raiva.

Os coronéis, surpresos pela firmeza inesperada do soldado, trocaram olhares desconcertados. Embora continuassem a expressar sua descrença e desdém, havia um traço de cautela em seus gestos, uma hesitação em continuar provocando aquele soldado determinado e leal. A presença imponente da rainha Elara estava claramente ressoando através de seu mensageiro, mesmo naquele momento de desafio.

Com a provocação atingindo um novo nível de hostilidade, um dos coronéis decidiu ir além e se aproximou do soldado de Elara com um sorriso sarcástico nos lábios. Ele lançou insultos diretos à rainha Elara e ao soldado, desafiando abertamente sua autoridade e lealdade.

O soldado de Elara, incapaz de conter sua ira diante da descarada afronta à sua rainha, perdeu a paciência. Com um movimento rápido e preciso, ele lançou um soco poderoso diretamente no rosto do coronel, fazendo-o recuar com o impacto.

Entretanto, o coronel não recuou por muito tempo. Com um rugido furioso, ele retaliou com um golpe próprio, desencadeando um confronto físico frenético entre os dois.

Apesar da tenaz resistência do coronel, o soldado de Elara mostrou-se superior, imobilizando-o rapidamente em um movimento impressionante de habilidade e destreza.

Enquanto isso, os outros coronéis, enfurecidos pela audácia do soldado de Elara, desembainharam suas espadas e partiram para o ataque. O soldado, agora enfrentando múltiplos oponentes, mostrou-se incrivelmente ágil e habilidoso, desviando-se dos golpes afiados com graça e precisão.

Apesar de ser ferido pelos cortes das espadas, o soldado de Elara não se deixou abalar, canalizando sua raiva em uma fúria controlada. Com uma exibição impressionante de força e habilidade, ele conseguiu subjugar todos os oito coronéis, deixando-os atônitos diante da demonstração de poder e determinação.

Os coronéis, agora humilhados pela derrota diante de um único soldado do império de Partum, perceberam a verdade dolorosa de que subestimaram gravemente seu adversário. A reputação e a força do império de Partum foram reafirmadas com cada golpe desferido pelo soldado de Elara, deixando uma marca indelével na memória dos presentes.

Enquanto o soldado de Elara terminava de derrotar os coronéis de Elderir, a rainha Elara chegou ao local. Seu olhar severo recaiu sobre o soldado, uma mistura de desaprovação e irritação refletida em seus olhos.

- O que é isso? - ela exclamou, sua voz cortante ecoando pela sala. - Eu enviei você aqui para entregar uma mensagem, não para espancar esses... fracotes!

Elara enfatizou suas palavras com um gesto de desdém em direção aos coronéis, deixando claro seu desprezo por sua fraqueza e incapacidade de resistir ao soldado de Elara.

Antes que algum dos coronéis pudesse responder, o imperador de Elderir fez sua entrada majestosa na sala. Sua presença imponente silenciou instantaneamente qualquer tentativa de protesto, e todos se curvaram respeitosamente diante dele.

- O que está acontecendo aqui? - perguntou o imperador, seu olhar sério percorrendo a cena diante dele.

Elara explicou sucintamente a situação, deixando claro que o soldado agiu por conta própria e que sua conduta não refletia os princípios do império de Partum. O imperador ouviu atentamente, sua expressão impassível revelando pouco sobre seus pensamentos.

Após absorver todas as informações, o imperador tomou uma decisão, sua voz ressoando com autoridade e determinação.

- Este assunto será discutido em detalhes posteriormente. Por enquanto, deixem-nos prosseguir com a audiência marcada - ordenou ele, indicando que a reunião deveria prosseguir conforme planejado.

Com isso, a tensão na sala diminuiu ligeiramente, enquanto todos se preparavam para retomar a discussão, cientes de que o incidente havia deixado uma marca indelével na dinâmica entre os impérios de Partum e Elderir.

Durante a reunião, Elara expôs suas intenções de formar uma aliança entre os impérios de Partum e Elderir, visando fortalecer a estabilidade e a segurança de ambos os territórios. No entanto, suas propostas foram prontamente rejeitadas pelo imperador de Elderir, que não hesitou em desacreditar o imperador de Partum, chamando-o de insano e louco.

Não se deixando abalar pelas palavras desdenhosas do imperador, Elara utilizou uma carta na manga para virar o jogo a seu favor. Ela expôs os crimes cometidos pelo reino de Blatws, destacando o caso de tortura de um cidadão da antiga Aeternia, agora sob jurisdição do império de Partum. Ao revelar que esse cidadão era legalmente um súdito de Partum, Elara deixou o imperador atordoado.

Inicialmente cético quanto às alegações de Elara, o imperador exigiu provas concretas. Nesse momento, Elara sacou um orbe mágico que havia registrado secretamente as atividades criminosas do reino de Blatws. Através das imagens capturadas, ficou evidente a extensão dos crimes, incluindo suborno e corrupção.

Diante das evidências irrefutáveis apresentadas por Elara, o imperador de Elderir viu-se confrontado com a realidade sombria da situação. Consciente de que Elara tinha vantagem sobre ele, ele reconsiderou sua posição e começou a ponderar sobre a possibilidade de uma aliança entre os impérios, reconhecendo a necessidade de cooperar diante das ameaças que se aproximavam.

Elara prosseguiu, detalhando os eventos em que os soldados do reino de Blatws, sob as ordens do rei, haviam atacado ela e sua serva, Helena. Essa agressão direta representava uma clara violação da soberania de Partum e poderia ser interpretada como um ato de guerra. Elara enfatizou que, se necessário, Partum não hesitaria em tomar medidas drásticas para proteger seus interesses e seus cidadãos.

A menção à possibilidade de guerra deixou o imperador de Elderir inquieto. A lembrança da habilidade demonstrada pelo soldado de Elara ao derrotar os oito coronéis do império de Elderir ainda ecoava em sua mente, assim como o conhecimento de que o imperador de Partum era considerado um insano por alguns.

Diante do cenário tenso e das consequências potencialmente catastróficas de uma guerra com Partum, o imperador de Elderir sentiu um calafrio de apreensão. Provocar um império liderado por alguém tão imprevisível quanto o imperador de Partum não era uma opção agradável.

Com o peso da responsabilidade sobre seus ombros, o imperador começou a reconsiderar sua posição, percebendo que a cooperação com Partum poderia ser a melhor maneira de evitar um conflito desastroso. A ameaça implícita de guerra e a demonstração do poder de Partum foram suficientes para fazer com que o imperador repensasse sua estratégia e buscasse um acordo favorável para ambas as partes.

O imperador, ciente da delicada situação em que se encontrava, ponderou sobre as palavras de Elara e finalmente admitiu a possibilidade de aceitar a proposta de aliança entre os impérios. No entanto, ele propôs uma condição como forma de desculpa pela imprudência do reino de Blatws: o soldado de Elara não seria penalizado por suas ações e Elara poderia permanecer no palácio enquanto ele conduzia as negociações com a corte imperial.

Essa concessão foi recebida com um suspiro de alívio por parte de Elara, que concordou prontamente com os termos estabelecidos pelo imperador. Reconhecendo a importância de manter o diálogo aberto e a comunicação direta entre os dois impérios, ela aceitou a oferta com gratidão, prometendo cooperar plenamente durante as discussões que se seguiriam.

Com um acordo preliminar estabelecido, o imperador de Elderir se retirou para se reunir com sua corte imperial, deixando Elara para refletir sobre os acontecimentos do dia e planejar os próximos passos em direção a uma aliança que poderia moldar o futuro de ambos os impérios.

No dia seguinte, Elara foi convocada para uma audiência com o imperador. Ao entrar na imponente sala do trono, ela sentiu a gravidade do momento. O imperador, com sua postura majestosa, iniciou a conversa sobre as implicações da possível aliança. Contudo, à medida que as palavras fluíam de seus lábios, Elara percebia algo além da superfície. O nervosismo do imperador se tornava evidente, suas pausas e hesitações entregavam uma fragilidade que ele tentava disfarçar. Aquele encontro, que deveria ser uma discussão diplomática, revelava-se como uma encenação cuidadosamente ensaiada. Elara detectou a sutil manipulação por trás das palavras do imperador, fazendo-a questionar as verdadeiras intenções por trás daquela aliança proposta.

As discussões se estenderam até o entardecer, deixando um ar de tensão pairando no ar. Enquanto os líderes politicamente astutos trocavam palavras afiadas, Elara sentiu o peso do perigo se aproximando. O imperador não tinha apenas intenções diplomáticas; ele tinha outros planos para ela.

Na calada da noite, enquanto a lua espiava por entre as nuvens, os sinistros desejos do imperador começaram a se desdobrar. Ele pretendia selar a aliança com o império de Partum, mas sua ambição não parava por aí. Ele queria manipular a situação a seu favor, mantendo Elara sob seu controle.

Na manhã seguinte, a atmosfera no palácio de Elderir era tensa quando o dragão Klaus fez sua entrada majestosa. O imperador, embora sentisse um arrepio de medo percorrer sua espinha diante da imponência do dragão, mostrou-se respeitoso em sua recepção. A presença imponente de Klaus serviu como um lembrete sombrio do poder que espreitava além dos muros do reino.

Após os cumprimentos formais, Klaus, o imponente dragão, fez um pedido ao imperador de Elderir. No entanto, era um pedido ambíguo, envolvendo o destino do império de Barute. O imperador, percebendo uma oportunidade para eliminar uma possível ameaça, concordou em conceder o que Klaus desejava, sob uma condição: a destruição completa do império de Barute.

Klaus, habilmente, fingiu aceitar o acordo, alimentando as esperanças do imperador. No entanto, em vez de trazer a ruína sobre Barute, o dragão engenhosamente orquestrou uma farsa elaborada, deixando o império intacto enquanto fingia sua destruição. Em meio aos escombros simulados, Klaus conseguiu obter a relíquia preciosa que tanto buscava.

O imperador, envolvido em sua própria ganância e arrogância, foi completamente enganado pelo astuto dragão. A trama se desenrolava, revelando as intricadas teias de manipulação e traição que permeavam os corredores do poder.

Enquanto a intriga política se desenrolava diante de seus olhos, Elara observava com crescente inquietação a chegada do dragão Klaus. O coração dela batia mais rápido ao reconhecer a majestade temível do dragão, uma figura imponente que evocava tanto admiração quanto temor.

O fato de Klaus vir do império de Partum, o mesmo império que Elara servia, deixava-a ainda mais desconcertada. O que um representante de seu próprio império estava fazendo ali, em meio às negociações com Elderir? Elara sentiu uma mistura de medo e confusão enquanto observava o desenrolar dos eventos, consciente de que a presença do dragão trazia consigo um peso significativo para o futuro de ambos os impérios.

Após a saída de Klaus, o imperador voltou à sala do trono, o salão do trono ficou envolto em um silêncio tenso, apenas quebrado pelo sussurro do vento que dançava pelas cortinas. O imperador de Elderir, com uma expressão pensativa, quebrou o silêncio:

- Elara, minha confiável conselheira, creio que chegou o momento de uma reunião mais direta com o imperador de Partum. Seria de grande valor para nossos reinos estreitarmos os laços pessoalmente.

Elara, ponderando sobre as implicações dessa decisão, respondeu com cautela:

- É uma proposta intrigante, Majestade. Contudo, devemos considerar todas as possíveis ramificações antes de tomarmos tal passo.

O imperador, com um brilho de curiosidade nos olhos, acrescentou:

- Eu entendo seus temores, Elara. Mas também vejo essa reunião como uma oportunidade única para compreender melhor nossos aliados e fortalecer nossas relações. O que me diz?

Elara refletiu por um momento, ponderando sobre as palavras do imperador. Finalmente, ela assentiu com determinação:

- Majestade, eu aceito seu pedido. Eu me encarregarei de preparar o caminho para este encontro tão importante.

Com isso, uma série de eventos foi posta em movimento, enquanto Elderir se preparava para encontrar-se com o enigmático imperador de Partum, com Elara liderando o caminho em direção a um destino incerto, onde os segredos e intrigas dos impérios se encontrariam.



Caros viajantes do reino das palavras, que a luz guie vossas jornadas! Não se esqueçam de deixar sua marca neste livro de encantos. Marquem a estrelinha e compartilhem vossas reflexões nos comentários. Mesmo nas sombras do offline, vossas palavras ecoarão através das páginas. Até a próxima página, onde novos mistérios aguardam ser desvendados.

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