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Capítulo 17: O Eclipse da Verdade - No Limite do Impossível

Data de publicação: 26/04/2024
Palavras: 10.559

Depois da imponente reunião no grande salão, o imperador Re, imbuído de pensamentos profundos, dirigiu-se ao sereno jardim imperial. Sob a suave luz do entardecer, ele selecionou cuidadosamente algumas maçãs maduras para saciar sua fome.

Enquanto um dos guardas, vigilante, patrulhava os arredores, o imperador Re chamou-o para uma conversa. Fitando-o com olhos que pareciam sondar os mistérios do universo, o monarca indagou:

-Qual é o verdadeiro propósito da existência?

O guarda, aturdido pela magnitude da pergunta, sentiu-se momentaneamente sem chão. Percebendo a perplexidade do guarda, Re, com uma calma majestosa, aceitou a resposta educadamente, mesmo que vaga.

-Não tenho a resposta definitiva - disse o guarda.

Uma sombra de decepção cruzou o semblante do imperador, mas logo se dissipou quando ele refletiu sobre a complexidade da questão.

-O sentido da vida - ponderou Re - é simplesmente viver. Até minha irmã, que é exímia em sabedoria, não soube responder. É uma questão que desafia até os mais eruditos. Mesmo ela, tão inteligente, não conseguiu.

Com a decisão firme em mente, Re instruiu o guarda:

-Vá buscar Magnus e sua companheira Marina. E avise a Elara que desejo que ela vá ao meu escritório buscar o livro que está sobre minha mesa. Se ela questionar o motivo, diga-lhe que necessito de uma conversa particular.

O guarda, compreendendo as ordens, inclinou-se respeitosamente perante o imperador e partiu para executá-las. No entanto, em seu caminho, ele se deparou com Luna e Mi Ryate em uma conversa acalorada sobre o soberano.

As duas estavam envolvidas em uma discussão acalorada sobre a abordagem do imperador Re diante das questões do reino. Uma delas expressou preocupação com a crescente crueldade de suas decisões, mencionando como ele agora ameaçava guerras entre impérios como se fosse um desdobramento cotidiano. A outra, concordando com um aceno de cabeça sombrio, ecoou as dúvidas sobre a sanidade do imperador Re, questionando se ele ainda mantinha a lucidez necessária para liderar com justiça e compaixão.

O guarda passou rapidamente por elas, mas capturou um fragmento da conversa em meio ao murmúrio do vento.

Ao encontrar Elara, ele comunicou-lhe o pedido do Imperador, antecipando sua natural curiosidade. Como esperado, Elara questionou os motivos por trás da convocação. Com uma polidez inabalável, o guarda explicou os detalhes da solicitação. Após compreender o propósito, Elara partiu em direção ao escritório do Imperador, enquanto o guarda, ainda intrigado com a menção a Magnus, recorreu a um dos reis em busca de esclarecimentos. O rei, com um gesto educado, indicou quem era Magnus, dissipando assim a dúvida do guarda, que expressou sua gratidão.

Com as informações em mãos, o guarda dirigiu-se a Magnus e comunicou-lhe a convocação do Imperador para o jardim imperial. Magnus, demonstrando desconhecimento sobre a localização do jardim, foi prontamente informado pelo guarda de que seria acompanhado até lá.

Quando Magnus e Marina chegaram ao majestoso jardim imperial, foram envolvidos pela exuberância do local. Flores raras desabrochavam em cores vibrantes, árvores imponentes erguiam-se em toda a sua magnificência, criando um cenário que parecia saído de um sonho. No centro do jardim, destacava-se uma árvore única, repleta de maçãs douradas que cintilavam sob os raios do sol, emanando um brilho celestial.

Marina, impressionada, dirigiu-se ao imperador com uma pergunta que ecoava sua perplexidade diante daquela visão deslumbrante:

- Estas maçãs, elas não são daqui. Onde as encontrou?

O imperador, confuso com a inesperada questão de Marina, franziu levemente as sobrancelhas antes de responder:

- Como assim? Elas não têm "origem definida". Eu mesmo as criei.

- Isso não pode ser verdade. Essas maçãs douradas são exclusivas dos continentes proibidos.

- Você está correta. Porém, estas em particular foram resultado de experimentos que conduzi quando criança. Foram muitos testes ousados com magia... até surgirem essas maravilhas. Aliás, são deliciosas.

Marina ficou surpresa com a resposta. Ela sabia que as maçãs douradas não podiam ser encontradas em nenhum outro lugar; eram originais dos continentes proibidos.

- Por que você não pega uma maçã? Pegue, é delicioso.

Marina hesitou antes de pegar uma maçã para comer, ponderando sobre os possíveis efeitos dessa fruta. Seria apenas uma maçã dourada, ou teria efeitos realmente extraordinários? Com as mãos estendidas, ela selecionou uma maçã da árvore. Seu olhar estava repleto de indagações enquanto contemplava a fruta dourada. Com um misto de curiosidade e determinação, Marina mordeu a maçã. No instante em que seus dentes perfuraram a casca dourada, uma explosão de sabor único invadiu sua boca, inundando-a com uma sensação de felicidade e paz. A maçã alimentou-a por completo, restaurando sua energia vital e mágica, deixando-a extasiada e admirada.

O imperador Re iniciou a conversa com um pedido de desculpas por sua falta de entusiasmo com a presença de seu amigo.

- Magnus, peço as mais sinceras desculpas. Embora minha expressão possa não demonstrar, estou verdadeiramente feliz em vê-lo. No entanto, não estava preparado para sua chegada tão rapidamente. Fui eu quem o chamou aqui, mas a velocidade da sua resposta me pegou de surpresa.

- Reuel Ashford-Valet, você foi meu primeiro amigo, o único a não zombar de mim quando declarei ser um grande paladino. As pessoas sempre rejeitaram minhas tentativas de amizade, mas você as aceitou sem hesitação.

- Agradeço suas palavras sinceras, mas... temo que uma guerra esteja se aproximando, e eu sou o culpado e o alvo.

- Como assim?

- Alguns dias atrás, anunciei ao mundo meu poder no trono deste império. No entanto, isso é o de menos. O imperador de Elderir é conhecido...

Ele foi interrompido por Magnus.

- ... Por sua natureza rancorosa, por guardar ressentimentos e por não aceitar um "não" como resposta. Conhecemos bem seu perfil. Se uma guerra for inevitável, estarei ao seu lado, meu amigo.

O imperador Re ficou surpreso com a determinação de Magnus.

- Muito obrigado por estar ao meu lado, não pedirei nada que você não queira. Para expressar minha gratidão e alegria por seu retorno, você e sua companheira terão acesso ao andar dourado. É lá que os melhores quartos do palácio estão localizados, inclusive o meu. Vocês terão tudo o que precisam lá: banheiro particular, sauna, jardim, sala de café em grupo, biblioteca, um amplo pátio e serviçais dedicadas, sempre pontuais e discretas. É meu pequeno paraíso. Além disso, vocês têm minha permissão para visitar o jardim imperial quando desejarem e colher quantas maçãs quiserem. Elas crescem de um dia para o outro.

- Muito obrigado, mas não está exagerando um pouco? Quero dizer, não precisamos de tudo isso.

- Como não? Você derrotou o Rei Demônio, lutamos juntos naquela batalha. Sua experiência de combate deve ser vasta. A forma como você enfrentou o Rei Demônio me surpreendeu. Aliás, para onde você foi depois daquela batalha?

- Sobre isso... antes do último golpe no Rei Demônio, ele me atingiu com força. Fui arremessado para fora do continente. Se não fosse pela Marina, a feiticeira escarlate, me proteger com seus feitiços, eu teria morrido.

Magnus não estava mentindo. Ele realmente foi arremessado para fora do continente de Red Star. O Rei Demônio usou toda sua força para tentar matá-lo. Magnus conseguiu se defender no último segundo, mas como resultado foi arremessado para longe. Quando recuperou a consciência, já se passaram 10 dias e ele estava gravemente ferido. Foi graças a Marina, sua companheira, que ele foi salvo. Mas o que é uma feiticeira escarlate? Para os curiosos, uma feiticeira escarlate é a feiticeira mais poderosa entre os feiticeiros. Mas qual é a diferença entre um feiticeiro e um usuário de magia? É complicado. Um usuário de magia tem sua própria magia, única para cada indivíduo. Eles ainda podem usar outras magias, mas não serão tão eficientes quanto as suas próprias. Os feiticeiros, por outro lado, podem usar qualquer tipo de feitiço ou magia com o mesmo nível de eficiência, dependendo de suas habilidades e quantidade de mana. Feiticeiros e usuários de magia também usam tipos diferentes de mana.

O imperador olhou para Magnus com uma expressão de incredulidade e perguntou com um toque de humor:

- E você não morreu? Estou curioso para ouvir essa história.

Magnus respondeu com uma pitada de sarcasmo:

- Oh, sim, morri e fui dar uma olhada no céu. É bem tranquilo por lá, só achei um pouco vazio.

O imperador soltou uma risada surpresa.

- Uau, agora que você mencionou, lembro-me de ter visto algo também quando "morri".

Marina, sem entender a situação, interrompeu a conversa confusa:

- Como assim "morreu"? Ele está vivo! Bem na sua frente! Qual o problema com vocês dois? Magnus, você me disse que seu amigo era meio maluco, mas e você?

Marina estava perplexa, mas ao mesmo tempo achava divertida a forma como os dois interagiam. Os amigos trocaram olhares por um momento e, após uma breve pausa, não conseguiram conter o riso.

- Senti muita falta disso - comentou o imperador, expressando nostalgia.

- Eu também - concordou Magnus, tentando conter o riso.

Marina balançou a cabeça, sorrindo.

- Vocês dois parecem duas crianças. É bom ver que essa amizade continua tão forte.

O imperador Re ficou radiante por reviver esses momentos, uma nostálgica lembrança dos dias mais luminosos de sua existência. Contemplando o firmamento já tingido de escuro, ele se deixou envolver pelo brilho das estrelas. Por um instante, sua mente retornou ao passado e encontrou sua mãe, Elizabeth. Uma figura que ele venerava profundamente: forte, sábia, inteligente; a mais extraordinária rainha que Partum já testemunhara. As palavras dela ecoaram em sua memória:

- Se você brandir uma espada, que seja para proteger sua família. Nunca entre em combate sem colocar seu coração em jogo. - ecoavam as palavras de Elizabeth, ressoando como uma melodia na mente de Reuel Ashford-Valet.

Ao recordar essas sábias palavras maternas, o imperador percebeu a tradição quebrada em seu próprio caminho, ao guerrear impulsionado por raiva e ódio, em busca de vingança para sua família.

- Magnus, gostaria de te fazer um pedido. Quando este mês terminar, poderia treinar comigo. Não há mais esgrimistas à altura neste império.

- Posso sim, mas por que precisa ser depois deste mês?

Nos recessos de seus pensamentos, Magnus refletia:
- Como pode haver alguém capaz de rivalizar com ele em um duelo de espadas? Apenas aquele confronto no grande salão foi o bastante para me deixar impressionado. - ponderava Magnus.

O imperador Re inspirou profundamente antes de responder, ponderando cuidadosamente suas palavras.

- Sou o imperador, não é? Tenho uma carga de responsabilidades considerável para administrar. Até o final do mês, consigo organizar minha agenda e deixá-la livre. Além disso, as obras das novas muralhas que estamos construindo estão progredindo lentamente. Preciso encontrar uma maneira de acelerar o processo.

- Entendo. - respondeu Magnus, compreendendo as responsabilidades que recaem sobre os ombros de um imperador.

O imperador Re despediu-se de Magnus e Marina com um "boa noite", enquanto Luna se aproximava dele. Aproveitando a oportunidade, ele pediu a Luna que acompanhasse Magnus e Marina até os aposentos do andar dourado. Luna prontamente acedeu ao pedido e conduziu os dois para seus aposentos.

Enquanto isso, o imperador Re aguardava a rainha Elara para uma conversa particular. Após seis minutos de contemplação do céu estrelado, ainda saboreando as maçãs douradas, ele viu a chegada da rainha, que se desculpou:

- Perdoe-me, majestade. Agi sem seu consentimento, causando agitação no império de Elderir. Aceitei novos servos e mantive oculto meu verdadeiro poder de ti.

- Poder? Do que estás falando? - questionou o imperador.

- Como já sabe, sou a rainha de Valoria, mas também sou a antiga heroína de Valoria, a primeira guerreira espadachim.

- Mas por que me contas isso agora? - indagou Re.

A rainha nutria sentimentos pelo imperador, mas hesitava em expressá-los. Na verdade, Elara era a pioneira da ascensão do reino de Valoria. Foi ela quem lutou e protegeu o reino, tornando-o uma grande potência militar independente. Sua ação inspirou o reino a aprimorar suas habilidades de combate e fortalecer seu exército. No entanto, Elara estava amaldiçoada: renasceria continuamente com suas memórias, aparência e o fardo de amar alguém que nunca corresponderia aos seus sentimentos, perpetuando assim o ciclo da maldição. E para complicar ainda mais, se ela morresse pelo objeto de seu amor não correspondido, a maldição se fortaleceria na próxima reencarnação.

- Majestade, eu... eu... estou apaixonada por você - respondeu Elara com muita vergonha.

Essa revelação pegou o imperador Re de surpresa. Ele já tinha lidado com a paixão da vampira Crystalis por ele, mas não esperava ouvir tais palavras diretamente da monarca traidora de seu império.

- Por que me dizes isso agora? Espero que estejas ciente da tradição do Império de Partum. Como sabes, nossa tradição principal dita que os nobres só devem se casar após os 19 anos. Além disso, sou mais novo que tu, Rainha Elara! Isso pra mim, é inesperado de alguém que traiu o império.

- Traidora? Como ousas me chamar assim, Majestade? - indagou Elara, com os olhos cheios de lágrimas.

O imperador Re hesitou por um momento, percebendo o impacto de suas palavras. Ele sabia que Elara sempre fora leal ao império, mas a revelação de seus sentimentos complicava as coisas.

- Perdoe-me, Elara. Não foi minha intenção ofender. Apenas fiquei surpreso com sua confissão e não sabia como reagir.

Elara baixou o olhar, sentindo-se magoada, mas também compreendendo a posição difícil do imperador. Respirando fundo, ela decidiu esclarecer suas intenções.

- Entendo, Majestade. Mas meus sentimentos são verdadeiros. Sei das tradições do império, mas não posso controlar o que meu coração sente. Peço apenas que considere minhas palavras com cuidado.

O imperador Re assentiu, refletindo sobre a situação delicada. Ele sabia que precisava lidar com essa questão com sabedoria, considerando não apenas os sentimentos de Elara, mas também as tradições e a estabilidade do império.

O imperador Re respirou fundo, ponderando as palavras de Elara. Ele compreendia a sinceridade de seus sentimentos, mas também entendia a complexidade da situação.

- Compreendo, Elara. Tuas palavras não passaram despercebidas. Prometo considerar tudo isso com cuidado. No entanto, precisamos manter a estabilidade do império e respeitar suas tradições.

Elara assentiu, aceitando a resposta do imperador com resignação. Ela sabia que não seria fácil, mas também não poderia ignorar seus próprios sentimentos.

- Entendo, Majestade. Agradeço por ouvires o que tenho a dizer.

Com um aceno de despedida, Elara deixou o imperador Re sozinho. No entanto, ao sair, ela deixou para trás o livro que estava carregando, como um gesto silencioso de confiança e vulnerabilidade. No entanto, ao fazer isso, lembrou-se de repente que havia esquecido de discutir assuntos importantes com a rainha. Uma sensação de urgência o invadiu enquanto ele se preparava para resolver esse descuido e enfrentar as decisões difíceis que o aguardavam.

Ao entardecer, enquanto todos já se recolhiam para suas camas, a rainha Elara encontrava-se chorando em seu quarto. O imperador Re sentia a urgência de entregar um livro para ela, pois continha tudo o que havia anotado e preparado especialmente para a rainha.

Trocar de traje foi a primeira providência do imperador Re. Vestindo algo mais flexível, ele ascendeu pela parte externa do palácio e dirigiu-se à janela do quarto de Elara. Ao alcançá-la, moveu-se silenciosamente ao longo da fachada, observando através da janela enquanto Elara soluçava em sua cama. À medida que se aproximava, uma aura misteriosa o envolvia, relembrando-lhe a estranha presença que havia sentido no grande salão momentos antes. Decidido a ocultar sua presença, permaneceu observando enquanto uma figura feminina emergia das sombras para conversar com Elara. A mulher vestida de preto, com cabelos mesclados entre preto e branco, era Penélope, embora o monarca ainda não estivesse ciente disso. Curioso e cauteloso, o imperador observou em silêncio enquanto as duas mulheres conversavam.

Penélope aproximou-se da cama onde Elara estava, suas feições serenas contrastavam com a sombria atmosfera que a envolvia. Com voz suave e reconfortante, ela começou a falar:

- Querida Elara, por que choras assim? Sei que a dor pode parecer insuportável, mas sempre há uma luz no fim do túnel. Conte-me o que aflige teu coração.

Elara ergueu os olhos vermelhos e inchados para Penélope, seu rosto expressando uma mistura de tristeza e surpresa ao vê-la ali.

- Penélope, como você...? - Elara começou, mas foi interrompida pela mulher de preto.

- Não importa como eu cheguei aqui, minha querida. O que importa é que estou aqui para te ajudar. Desabafe, deixe suas lágrimas lavarem a alma. Estou aqui para ouvir e te oferecer conforto.

As palavras de Penélope acalmaram Elara de alguma forma, como se sua presença trouxesse um alívio instantâneo para sua angústia. Elara desabafou sobre seus medos e preocupações, enquanto Penélope ouvia com compaixão e empatia.

Enquanto isso, o imperador Re observava em silêncio, surpreso com a habilidade de Penélope em acalmar Elara e aliviar sua dor. Intrigado, ele permaneceu ali, escondido nas sombras, observando a cena se desenrolar diante de seus olhos.

O imperador Re deixou o livro com um suspiro, deixando-o pousar delicadamente próximo à janela, enquanto se afastava, deixando Elara e Penélope sozinhas no quarto. No entanto, à medida que se afastava, uma percepção pesada pesava em seus ombros. Ele compreendeu o equívoco que havia cometido: Elara não era como Crystalis. Elara era uma mulher humana, com emoções delicadas e sensíveis, cujos sentimentos não deveriam ser manipulados. As escolhas precipitadas do imperador Re tinham inadvertidamente ferido os sentimentos de Elara, lançando uma sombra sobre o ambiente já tenso.

O imperador retornou ao seu quarto, escuridão envolvendo-o enquanto seus olhos brilhavam com lágrimas contidas. Um turbilhão de emoções desconhecidas o assaltava, cada lágrima carregada de uma angústia que ele mal compreendia. Sentia o peso da confusão e da dor sobre seus ombros, uma dor que não conseguia explicar. A torrente salgada escorria por suas bochechas, uma trilha de desconforto em seu semblante impassível.

Embora admirasse Elara como uma rainha dedicada, agora percebia que algo mais profundo estava florescendo dentro dele. Um amor que transbordava dos confins de sua natureza imperial, um sentimento tão estranho quanto avassalador. O imperador lutava para entender essas emoções que pareciam desconhecidas e confusas, perdendo-se em um labirinto de incertezas.

Desesperado por clareza, ele tentou banir as lágrimas, como se pudesse afastar a confusão com um simples gesto. Mas as lágrimas continuavam a fluir, uma prova indelével de sua própria vulnerabilidade. Sua mente inquieta ansiava por paz, mas encontrou apenas o vazio angustiante da noite.

Até que, consumido pela frustração e pela exaustão emocional, o imperador finalmente sucumbiu, caindo em um sono perturbado. O conforto do descanso fugiu dele, enquanto seus sonhos se tornavam uma paisagem tumultuada de emoções não resolvidas e um coração inquieto em busca de respostas.

Todas essas emoções que ele sentia, era como se não fossem dele, e sim de outro ser.

Em seus sonhos, o imperador Re escutou uma voz ecoando.

- Ela voltou - sussurrava a voz misteriosa com um tom de felicidade.

O imperador se perguntava de quem era essa voz. O som reverberava em sua mente como um eco distante, despertando uma curiosidade intensa dentro dele. Cada palavra pronunciada pela voz misteriosa parecia carregar consigo um segredo profundo, algo que ele mal conseguia compreender.

- Quem é você? - indagou o imperador Re para a escuridão que o envolvia, sua voz tremendo com uma mistura de ansiedade e perplexidade.

Mas o silêncio era sua única resposta, deixando-o sozinho com seus pensamentos turbulentos e uma sensação de desconcerto crescente.

Ao acordar pela manhã, o imperador Re sentiu uma estranha dormência em seu braço, como se estivesse envolto em algodão. As cobertas pesadas estavam sobre ele, obscurecendo a causa da sensação desconfortável. Ele tentou mover o outro braço para se libertar do desconforto, mas descobriu que ambos estavam imobilizados, mergulhados em um adormecimento incômodo.

Com um suspiro de frustração, o imperador recorreu à sua magia, concentrando-se para erguer as cobertas e descobrir a fonte de sua aflição. O que seus olhos encontraram fez seu coração acelerar e suas bochechas inflamarem em um tom escarlate.

A rainha Elara estava deitada sobre seu braço esquerdo, seu corpo delicado repousando com serenidade enquanto ela sonhava. Por outro lado, no braço direito, estava Crystalis, sua figura esguia e quase desprovida de vestimenta, uma visão que causou um rubor ainda mais intenso nas bochechas do imperador.

A constatação deixou-o atônito, perplexo diante da situação em que se encontrava. Ele compreendia a presença de Crystalis ao seu lado, mas a presença da rainha Elara era uma surpresa completamente inesperada, uma reviravolta que o deixou mais do que envergonhado - deixou-o perplexo e sem saber como agir.

Voltando um pouco no tempo, logo após o imperador Re adormecer, a rainha Elara encontrava-se imersa em um oceano de lágrimas recém-derramadas. Com o coração pesado, ela desceu até a cozinha do palácio em busca de um consolo na forma de comida, apenas para se deparar com Crystalis, envolvida em uma festa gastronômica solitária.

Enquanto Elara selecionava alguns pãezinhos doces para saciar sua fome, Crystalis não pôde deixar de notar os olhos vermelhos e inchados da rainha. Com uma delicadeza disfarçada pela curiosidade, Crystalis abordou Elara, oferecendo-se para compartilhar sua dor.

Elara, contudo, cerrava os lábios com determinação, recusando-se a abrir seu coração partido para a outra mulher. Ainda assim, Crystalis, conhecedora dos segredos que permeavam os corredores do palácio, persistiu com sua gentileza, perguntando suavemente o que havia acontecido.

Sem olhar para trás, Elara partiu, deixando Crystalis para trás na cozinha, perdida em seus próprios pensamentos. Contudo, uma faísca de loucura brilhou nos olhos de Crystalis, dando origem a uma ideia ousada e impulsiva.

Determinada a desafiar as convenções e mexer com as estruturas do poder, Crystalis perseguiu Elara, alcançando-a nos corredores do palácio. Com uma proposta tentadora e um sorriso travesso, ela sugeriu uma travessura dirigida ao próprio imperador Re.

A princípio, Elara ficou chocada com a audácia da proposta, recusando-se a se envolver em algo tão imprudente. No entanto, as palavras persuasivas de Crystalis, embaladas pela revelação surpreendente de que o imperador a observara à distância, minaram sua resistência.

A intervenção sussurrante de Penélope, a conselheira leal de Elara, adicionou um toque de encorajamento à mistura, instando-a a aceitar a proposta de Crystalis e a embarcar nessa jornada de ousadia e vingança.

Assim, com um misto de excitação e nervosismo, Elara concordou em participar da brincadeira proposta por Crystalis, lançando-se em uma teia de intrigas que poderiam mudar o curso do destino no palácio real.

Elara lançou um olhar inquisitivo para
Crystalis, seus olhos brilhando com uma
mistura de curiosidade e ansiedade. - E o que
exatamente planejamos fazer? - perguntou ela,
Sua voz tingida de nervosismo.

Crystalis sorriu maliciosamente, seus lábios
curvando-se em um arco travesso.

- Primeiro, vamos levar muitas bebidas alcoólicas para o quarto do Imperador - começou ela, sua voz
Sibilante com excitação. - Em seguida, vamos
derramar um pouco da bebida pelo chão e
espalhar algumas roupas femininas
estrategicamente pelo quarto. Depois, com
cuidado, vamos tirar as roupas do imperador
para não acordá-lo.

Com o plano delineado, Crystalis e Elara se
dirigiram para seus preparativos. Crystalis
sugeriu que Elara tomasse um banho antes e
escolhesse uma roupa sensual para a ocasião.
Enquanto isso, ela mesma subiu até o andar
onde ficava o quarto do Imperador, invadindo o espaço com uma determinação calculada.

Ativando uma magia para ocultar a aura
mágica do Imperador e garantir que Elara não
ficasse assustada, Crystalis começou a
bagunçar o quarto, deixando sua marca de
caos planejado. Com mãos habilidosas e um
toque de magia, ela derramou a bebida
alcoólica sobre o corpo do Imperador
adormecido, impregnando-o com o aroma
penetrante.

Usando sua habilidade mágica, Crystalis
despiu o Imperador com destreza, deixando-o
quase nu e vulnerável em sua própria cama.
Quando Elara finalmente entrou no quarto, seu
rosto estava ruborizado de vergonha e
apreensão, consciente das possíveis
consequências de sua travessura.

- O que eu faço agora? - Elara sussurrou, seus
lábios trêmulos com incerteza.

Crystalis percebeu a hesitação de Elara e,
observando que ela já estava bem bêbada com
as garrafas de vinho e rum, pediu-lhe para
simplesmente seguir o fluxo. "Vamos apenas
aproveitar o momento", respondeu ela, sua voz
carregada de diversão maliciosa.
Após uma breve explicação do plano, as duas
mulheres se acomodaram na cama do
Imperador, envolvidas em uma atmosfera de
excitação e expectativa, prontas para vero
desenrolar da brincadeira travessa que haviam
preparado.

De volta ao momento em que o imperador despertou, uma confusão desorientadora o envolveu enquanto seus sentidos lutavam para se ajustar à realidade distorcida diante dele. A vergonha o envolveu como um manto pesado, incitando-o a permanecer imóvel, temendo o que poderia se desdobrar se ele se atrevesse a acordar as duas mulheres que repousavam ao seu lado.

Enquanto sua mente girava em busca de respostas, o aroma pungente do álcool invadiu suas narinas, anunciando a presença das numerosas garrafas de bebida espalhadas pelo quarto. Seus olhos varreram o cenário caótico, encontrando roupas femininas espalhadas pelo chão em uma miríade de cores e texturas. O coração do imperador martelava em seu peito, uma batida descompassada que ecoava sua perplexidade e desconforto crescente.

Foi então que as duas mulheres despertaram, interrompendo o silêncio tenso que pairava sobre o quarto. Crystalis, com seu toque leve e provocante, segurava o braço do imperador, sua voz carregada de malícia e curiosidade.

- O que está acontecendo, querido? - perguntou ela, seus olhos brilhando com uma intensidade travessa.

Logo em seguida, Elara também se ergueu, seus olhos encontrando os do imperador em um momento de silêncio tenso. Ela se debateu com a falta de palavras diante da situação constrangedora, sua mente em turbilhão em busca de uma saída graciosa.

Antes que ela pudesse articular qualquer resposta, no entanto, as serviçais entraram no quarto para realizar a limpeza matinal, interrompendo a cena embaraçosa com sua presença inesperada. Estupefatas diante do caos incomum que se desenrolava diante delas, as serviçais permaneceram imóveis, incapazes de processar a situação diante delas.

Elara, reunindo todas as suas forças, ergueu-se da cama do imperador com uma aura de dignidade, mesmo que por dentro estivesse completamente tomada pela vergonha. Com um olhar que tentava ser sedutor, ela proferiu as palavras que ecoaram no ar tenso do quarto.

- Acabamos por aqui! - declarou ela, embora sua voz vacilasse levemente.

Crystalis, ao lado do imperador, observou a cena com um misto de diversão e admiração pela coragem fingida de Elara, enquanto as serviçais permaneciam estáticas, suas mentes girando em confusão diante do caos repentino que invadiu o sagrado espaço do imperador.

O imperador olhou para Crystalis, seus olhos implorando por respostas que ela relutava em dar. Persistente, ele insistiu na pergunta, sua voz carregada de urgência e confusão.

- O que aconteceu? - perguntou ele novamente, esperando desesperadamente por uma explicação.

Um sorriso enigmático curvou os lábios de Crystalis, sua expressão radiante e sensual enquanto ela se deleitava com o mistério que havia criado.

- Aconteceu muitas coisas! - respondeu ela, sua voz carregada de sugestão, enquanto depositava um beijo leve no rosto do imperador.

Com um movimento gracioso, Crystalis levantou-se da cama, recolhendo suas roupas espalhadas pelo chão e vestindo-se com uma elegância casual. Ela lançou um tchauzinho fofo para o imperador antes de sair apressadamente do quarto, em busca de Elara.

Enquanto isso, o imperador sentia seu coração bater descontroladamente no peito, uma mistura de confusão e excitação borbulhando dentro dele. As serviçais, paralisadas pela cena incomum, permaneceram imóveis até que o imperador quebrou o silêncio com sua pergunta sobre o tempo.

- Que horas são? E que dia é hoje? - indagou ele, sua voz revelando a urgência de compreender a passagem do tempo em meio ao caos que se desenrolava ao seu redor.

A serviçal chefe, rapidamente recuperando sua compostura, respondeu com prontidão:

- Dia 6, mês 22 de Solarium, e agora são 7:20.

O imperador, ponderando sobre a situação enquanto observava o quarto em desordem, tomou uma decisão impulsiva para restaurar a ordem. Ele olhou para as serviçais com determinação.

- Se vocês limparem esse quarto em menos de 10 minutos, eu dobro o salário de vocês até o final do ano.

Um murmúrio de surpresa ecoou entre as serviçais, cada uma delas calculando mentalmente o impacto financeiro dessa promessa. A promessa de dobrar seus salários era um incentivo tentador, especialmente considerando que cada uma delas ganhava apenas 10 moedas de ouro, enquanto a serviçal chefe recebia 25 moedas de ouro.

Com o ânimo renovado, as serviçais se lançaram ao trabalho, movendo-se com uma velocidade impressionante para limpar o quarto antes do prazo estabelecido pelo imperador. Enquanto isso, o próprio imperador se retirou para um banho revigorante, determinado a se livrar do cheiro de álcool impregnado em sua pele e nas memórias da noite anterior.

Enquanto Crystalis se deleitava com risadas, Elara não compartilhava do mesmo entusiasmo, sua expressão mais envergonhada do que alegre diante da situação constrangedora.

- Um homem nunca deve fazer uma mulher chorar. Essa foi a nossa vingança - comentou Crystalis, entre risos.

Elara lançou um olhar de preocupação para Crystalis, sua voz carregada de apreensão.

- Vingança? Ele é o imperador, sua doida! E se ele decidir se vingar ou pior, banir meu reino - respondeu ela, seu olhar refletindo o medo que permeava seus pensamentos.

- Você aceitou minha proposta. Agora é só deixá-lo tirar suas próprias conclusões. Eu assumo toda a responsabilidade. Se algo der errado, direi que usei magia de ilusão para fazê-lo acreditar que foi você que estava lá - explicou Crystalis, sua voz carregada de confiança.

Embora Crystalis estivesse preparada para qualquer eventualidade, Elara ainda estava mergulhada na vergonha da situação. Ela se afastou, decidida a se preparar para retornar ao seu reino. Elara dirigiu-se ao seu quarto e começou a se arrumar, mas algo na janela chamou sua atenção: um livro, o mesmo que ela deveria entregar ao imperador. Curiosa, ela o pegou e descobriu uma carta endereçada a ela, revelando que o livro era, na verdade, um Manual de Instruções e Projetos destinado à rainha Elara para orientá-la em seu reino.

Subcapítulo 1: No limite do impossível

Durante o banho, o imperador mergulhou em pensamentos tumultuados, envolto em um véu de mistério que pairava sobre os eventos do dia anterior. Surpreendentemente, havia desaparecido em um sono profundo, algo incomum para alguém cuja percepção normalmente transcendia os limites do sono. A perplexidade o envolveu, enquanto tentava desvendar o enigma daquela noite peculiar.

Entre lembranças desvanecidas, emergiu a imagem enigmática de uma mulher acompanhada de uma aura misteriosa. Embora desconhecida, sua presença evocava uma sensação de familiaridade profunda, como se fosse alguém de seu passado distante. O imperador, inundado por um turbilhão de interrogações, ansiava por respostas que escapavam de seu alcance.

Foi então que a lembrança de Virtus, seu guardião, surgiu em sua mente. Confiante de que Virtus poderia lançar luz sobre os acontecimentos enigmáticos, o imperador chamou seu nome repetidamente, mas apenas o eco silencioso das paredes do banheiro preenchia o espaço. A ausência de resposta deixou o imperador em um estado de inquietação crescente, enquanto questionava o paradeiro de virtus.

O imperador mergulhou em uma tempestade de pensamentos, seu palácio mental ecoando com os sons estridentes das decisões iminentes. Cada movimento meticulosamente calculado, cada palavra escolhida com precisão, enquanto ele se debatia com os eventos recentes e suas consequências.

Em meio à turbulência de sua mente, uma faísca de inspiração surgiu, uma ideia que poderia ser a chave para acalmar as águas agitadas entre sua amada rainha, Elara, e a sedutora e travessa vampira, Crystalis. Uma solução que não só traria alegria à rainha, mas também amenizaria a insatisfação de Crystalis, cujos desejos ardentes e brincadeiras perversas desafiavam a moralidade do imperador.

Determinado a encontrar um equilíbrio delicado entre os desejos de suas duas companheiras, o imperador mergulhou ainda mais fundo em seus planos, ciente dos perigos e das recompensas que aguardavam aqueles que ousavam navegar pelas águas turbulentas do amor e da intriga no reino.

O imperador emergiu das águas tépidas da vasta piscina que adornava seu luxuoso banheiro, envolvendo-se em uma toalha felpuda antes de retornar ao seu quarto. Com determinação militar, ele selecionou um traje austero, sinalizando sua prontidão para os desafios que aguardavam nos campos de treinamento. Após vestir-se com precisão, ele recorreu à telepatia, convocando Crystalis para o pátio de exercícios militares do palácio.

Ao encontrar Crystalis, o imperador abordou-a com firmeza, seus olhos irradiando autoridade enquanto ele se dirigia a ela.

- Bom dia, Crystalis. - Cumprimentou-o, sua voz ecoando com uma mistura de calma e determinação. - Refleti longamente sobre os eventos da última noite e recorri à magia da visão e do tempo para desvendar os mistérios ocultos. No entanto, os custos foram altos, com dores de cabeça excruciantes exigindo uma poção de cura de gosto repugnante para aliviar. Elara será poupada de punições, mas você, pelo contrário, enfrentará as consequências de suas ações.

O imperador mergulhava cada vez mais fundo em um mar de pensamentos turbados, sua mente uma tempestade de indecisões e dúvidas. A utilização da magia para sondar o passado tinha se tornado um fardo, pois a claridade do conhecimento era obscurecida pela confusão que se instalava em sua mente.

Observando o soldado imperial patrulhando nas proximidades, o imperador convocou-o com um gesto firme, ordenando-lhe que fosse à cozinha do palácio e solicitasse urgentemente a preparação de uma poção para aliviar sua dor de cabeça. Confiante de que as mulheres da cozinha compreenderiam suas necessidades, o soldado partiu em busca da tão necessária poção.

Enquanto aguardava, o imperador se voltou para Crystalis, cujos olhos refletiam uma mistura de expectativa e apreensão.

- Você sabe por que parei de treinar com a espada, Crystalis? - Sua voz era firme, mas carregava uma ponderação profunda. - Minha força e velocidade excediam em muito as habilidades comuns, tornando-me um mestre inigualável na arte da espada.

Crystalis ouvia atentamente, preparando-se para o treino que se aproximava. Quando o imperador lhe entregou uma espada, ela sentiu o peso da responsabilidade sobre seus ombros.

- Permita-me compartilhar um pouco de minha história contigo, Crystalis. - Ele continuou, seus olhos fixos em um ponto distante, como se revivesse memórias antigas. - Aos cinco anos de idade, iniciei meus estudos em esgrima, e meus golpes já eram tão poderosos que até o mais resistente dos escudos se partia ao meio sob meu ímpeto. Profissionais de todo o reino logo demonstraram interesse em meus talentos, vindo de longe para me treinar. Aos dez anos, havia absorvido todos os estilos de esgrima que Partum tinha a oferecer, e como presente de aniversário, meu pai me presenteou com uma espada antiga, uma relíquia que me encheu de orgulho.

- No entanto, aquela espada abrigava um poder incrível. - O imperador prosseguiu, seu tom carregado de reverência e mistério. - Ela respondia aos pensamentos e intenções do usuário, moldando-se de acordo com sua vontade. Se desejassem cortar a própria magia, a espada o faria. Apesar de sua aparência oxidada, bastava o desejo de testemunhar sua beleza e poder plenos para que a espada despertasse instantaneamente. Parecia destinada a mim, como se tivesse sido forjada sob medida para minha mão.

Após meu aniversário, decidi treinar com ela novamente. Descobri que ainda podia dominá-la. Porém, sua natureza era extremamente perigosa. Meu pai ocultou essa verdade do reino, mas, infelizmente, descobri da maneira mais terrível. - Ele suspirou pesadamente, lembrando-se do acontecido. - Durante um treinamento, um golpe mal calculado resultou na morte acidental de meu instrutor. Eu nunca tive a intenção de matá-lo, apenas de aprimorar minhas habilidades. Ele era o melhor treinador que já tive, habilidoso o suficiente para esquivar-se de todos os meus ataques.

- Desde aquele fatídico dia, ansiava por alguém imortal que pudesse treinar comigo, permitindo-me liberar todo o meu potencial sem temer causar-lhe mal. - O imperador Re revelou, sua voz carregada de um desejo há muito contido. - Alguém cuja vida não fosse ameaçada por minha habilidade descontrolada.

Crystalis captou a seriedade da situação. No dia anterior, testemunhou o embate épico entre o imperador Re e o governante de Elderir. Com mais de cinco mil anos de experiência, ela nunca encontrou um espadachim tão habilidoso quanto ele.

Quando o imperador Re admitiu que estava contendo sua força até então, Crystalis percebeu que ele era muito mais perigoso do que aparentava. Não era apenas um mestre excepcional da magia, mas também um guerreiro formidável, cujo verdadeiro potencial se mantinha oculto aos olhos de todos.

- Crystalis, hoje farei uso da espada da qual mencionei. Peço-lhe gentilmente que fortaleça-a com sua magia, para que não se quebre facilmente. - O imperador dirigiu-se a ela com seriedade, transmitindo a importância da tarefa.

Crystalis reconheceu a gravidade na expressão do imperador e prontamente preparou a espada com sua magia protetora. Observou o imperador mexendo em suas luvas e decidiu indagar.

- Para que servem essas luvas? - Perguntou, curiosa.

O imperador respondeu com um sorriso enigmático.

- São bloqueadores de magia, impedindo-me de canalizá-la inconscientemente na espada. Embora não tenham mais efeito sobre mim, ajudam-me a perceber quando estou utilizando magia involuntariamente.

Após essas palavras, o imperador avançou sobre Crystalis com uma velocidade assustadora. Ela conseguiu esquivar-se, mas percebeu que suas roupas foram levemente cortadas pelo rápido movimento da espada. O imperador continuou seus ataques, agora com o dobro da velocidade anterior. Por sorte, Crystalis era uma vampira, dotada de reflexos aguçados, mas questionava se seria o suficiente diante da intensidade do combate.

O imperador avançava ferozmente, cada golpe desferido com uma ferocidade impressionante. O som estridente das espadas se chocando ecoava pelo pátio de treinamento, acompanhado pelo estalar das faíscas que voavam quando o metal se encontrava. A intensidade do embate aumentava a cada momento, refletida no brilho rápido e intenso das faíscas que iluminavam a cena.

A cada novo golpe, o imperador parecia dobrar sua força e velocidade, seu ímpeto implacável exigindo o máximo de habilidade de Crystalis. Ela logo percebeu a seriedade da situação, compreendendo que estava em perigo real. Determinada a não sucumbir sob a fúria do imperador, ela concentrou-se ao máximo, desviando-se dos ataques com destreza e agilidade. Seu objetivo era não apenas evitar ser atingida, mas também proporcionar ao imperador um duelo que pudesse extravasar sua energia e sua determinação.

- Majestade, por que está me punindo? Eu compreendo o motivo, mas sinto que há algo mais por trás disso. - Questionou Crystalis, com uma expressão de perplexidade.

- Elara, você envolveu Elara em suas brincadeiras pervertidas. Eu permiti que você as fizesse comigo, mas fui negligente ao ponto de não imaginar que você poderia envolver outra pessoa. A rainha Elara é uma pessoa justa, nunca faria algo assim. Você a manipulou. Esta é sua verdadeira punição. - Respondeu o imperador, sua voz carregada de decepção e determinação.

O ritmo do duelo alcançou uma intensidade avassaladora, fazendo com que o pátio do palácio parecesse pequeno demais para conter a ferocidade dos combatentes. Os dois adversários começaram a utilizar os telhados do palácio em sua luta, transformando cada estrutura em parte da arena improvisada. Os sons estridentes das espadas ressoavam pelos corredores, alarmando os guardas, serviçais e cozinheiras, que temiam um ataque ao palácio.

Diante do caos iminente, Mi Ryate, percebendo a situação, interveio com sua magia. Com um gesto poderoso, ele lançou o imperador e Crystalis para fora do palácio, evitando que o confronto perturbasse ainda mais os ocupantes do local.

Enquanto eram impulsionados para fora do palácio pela magia de Mi Ryate, o duelo entre o imperador e Crystalis continuava com uma ferocidade implacável. Caíram no gramado do jardim real, levantando uma nuvem de poeira enquanto se recuperavam do impacto.

Sem perder tempo, ambos se levantaram prontamente, os olhos ardendo com determinação e fúria. Com um rugido desafiador, o imperador avançou novamente para cima de Crystalis, sua espada brilhando à luz do sol.

Crystalis se preparou para o embate, sua mente ágil calculando cada movimento enquanto ela se esquivava dos golpes poderosos de seu oponente. Cada troca de golpes era como um relâmpago, os movimentos rápidos e precisos cortando o ar com uma ferocidade impressionante.

O duelo se estendeu pelo jardim, os dois combatentes se movendo com uma graça mortal, saltando e girando enquanto trocavam golpes de tirar o fôlego. O som metálico das espadas se chocando ecoava pelos arredores, uma sinfonia de conflito que reverberava pela paisagem.

A determinação do imperador era inabalável, sua sede por justiça impulsionando cada golpe. Enquanto isso, Crystalis lutava não apenas pela sobrevivência, mas também para provar sua própria força e habilidade diante do desafio iminente.

O duelo prosseguiu, cada momento mais intenso do que o anterior, até que finalmente um golpe certeiro mudou o curso do confronto, determinando o destino dos dois combatentes.

Com um movimento ágil, Crystalis conseguiu desviar do golpe fatal do imperador, mas sua esquiva não foi perfeita. A ponta afiada da espada raspou em seu ombro, deixando um corte superficial, que ardia como fogo. Apesar da dor, ela não recuou, mantendo-se firme diante do desafio.

Vendo a determinação nos olhos de Crystalis, o imperador redobrou seus esforços, desferindo uma série de ataques rápidos e precisos. No entanto, Crystalis não era uma oponente fácil. Com agilidade e destreza, ela contra-atacou, buscando uma abertura na guarda do imperador.

O duelo se desenrolava com uma intensidade implacável, cada movimento calculado com precisão mortal. O sol começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu de tons de laranja e vermelho, enquanto os dois combatentes continuavam sua batalha épica no jardim real.

Por um momento, o imperador parecia ter a vantagem, seus golpes penetrantes ameaçando dominar a resistência de Crystalis. No entanto, ela não desistiria tão facilmente. Com um esforço final, ela canalizou toda a sua energia em um ataque desesperado, visando o ponto fraco do imperador.

O golpe foi certeiro, atingindo o ponto vulnerável com precisão mortal. O imperador cambaleou, surpreso com a força e habilidade de sua adversária. Com um último esforço, Crystalis aproveitou a oportunidade para desarmar o imperador. Com um movimento ágil, Crystalis avançou para desarmar o imperador, mas no momento em que sua espada estava prestes a tocar a mão dele, algo extraordinário aconteceu. O imperador desapareceu diante de seus olhos, sua velocidade é tão grande que Crystalis mal conseguiu acompanhá-lo.

Antes que pudesse reagir, o imperador reapareceu atrás dela, segurando a espada de Crystalis com uma expressão de serenidade e determinação. Seus olhos encontraram os dela, transmitindo uma mensagem silenciosa de que o duelo havia chegado ao fim.

- O duelo acabou, Crystalis. - Sua voz era calma, mas carregada de autoridade. - Não há mais necessidade de lutar. Sua punição já foi aplicada. Espero que não cometa o mesmo erro novamente.


subcapítulo 2: O eclipse da verdade

A punição já havia sido aplicada a Crystalis, uma dama envolta em sombras e mistérios. Reconhecendo o erro fatal de ter envolvido outra alma em suas brincadeiras pervertidas, ela se viu confrontada com as consequências de seus atos nefastos.

O duelo entre Crystalis e o imperador, uma batalha épica que ecoaria pelos corredores da história, revelou a verdadeira magnitude da força latente no imperador, oculta dos olhos de todos. Diante da imponência desse soberano, até mesmo a matriarca da escuridão, a primeira entre os vampiros, encontrou-se em desvantagem.

A destreza do imperador, seus ataques precisos e devastadores, lançaram Crystalis em um turbilhão de desespero e incerteza. Apesar de sua imortalidade, ela mal podia acompanhar a velocidade dos golpes desferidos pelo monarca. Cada investida certeira poderia ter sido fatal, se não fosse pela inquebrável natureza imortal da vampira.

Os golpes do imperador ecoavam como trovões, cada um carregado com o potencial de aniquilar até mesmo os seres mais poderosos. Crystalis, contudo, resistia bravamente, regenerando-se instantaneamente a cada ferida infligida sobre seu corpo sombrio. Assim, ela persistia, enfrentando a fúria do imperador com uma determinação que transcendia as eras.

Quando o imperador se retirou do jardim, seus passos pesados ecoavam pelo mármore polido do palácio, reverberando a imponência de sua presença. A majestosa porta se abriu diante dele, revelando os corredores adornados do grandioso palácio.

Um instante de pausa e introspecção tomou conta dele enquanto seus olhos se fixavam em suas próprias mãos. Com gestos deliberados, ele removeu lentamente as luvas, revelando uma mão imponente e firme. Uma única gota de sangue, vermelho intenso, rompeu o silêncio ao cair sobre a alvura da luva branca, um contraste marcante que denotava os desafios ocultos que enfrentava.

Com um suspiro, ele pressionou a mão contra o nariz, sentindo o líquido escarlate escorrer, uma pequena mostra do preço pago pela manipulação dos poderes arcanos que governavam sua existência. A dor de cabeça persistente, uma lembrança constante de sua conexão com a magia, agora manifestava-se em uma pequena hemorragia nasal.

Os guardas à porta, vigilantes sentinelas do palácio, observaram com inquietação o sangue que manchava o semblante do imperador. Com solicitude, ofereceram assistência, prontos para agir em seu nome. No entanto, ele recusou, determinado a enfrentar suas próprias batalhas, mesmo as internas.

Seguindo em frente, rumo à almejada paz, ele cruzou os corredores, sua determinação inabalável guiando-o em direção à solução para sua aflição. Encontrando o soldado designado com a poção para aliviar sua dor, o imperador agradeceu com um gesto solene antes de tomar o elixir reconfortante.

À medida que a dor de cabeça cedia, um sorriso de alívio se espalhou pelo rosto do imperador, dissipando as sombras que o assombravam. Em um momento de breve respiro, ele encontrou consolo na cessação temporária de sua tormenta, renovando sua determinação para os desafios que ainda estavam por vir.

Os dias se desenrolavam sem grandes eventos, mergulhados na monotonia da rotina imperial. Porém, no trigésimo dia do vigésimo segundo mês do ano 28.740, algo extraordinário agitou a tranquila existência do Imperador. Foi nesse dia que ele se encontrou com Penélope e Virtus, dois personagens que iriam deixar uma marca indelével em sua jornada.

Mas para compreender plenamente o impacto desse encontro, é imprescindível voltarmos nossos olhos ao dia anterior.

No dia 29 de Solarium, Virtus retornou ao mundo de Eldarya, trazendo consigo uma mensagem crucial: seus irmãos estavam se reunindo para proteger seu pai, Jhon Frederick, agora renascido como Reuel Ashford-Valet. Essa revelação lançou as bases para uma série de eventos que desafiariam o próprio tecido da realidade.

O despertar do imperador foi marcado por uma sensação inebriante de poder, uma aura imponente que parecia ultrapassar até mesmo a sua própria magnitude. Num gesto rápido e determinado, ele se ergueu da cama e vestiu um traje flexível, preparando-se para o que poderia ser uma invasão iminente. Com passadas firmes e decididas, ele desceu as escadas do palácio, sua mente alerta para qualquer sinal de perigo.

No pátio principal, uma cena digna de um conto épico se desdobrava diante dos seus olhos. Lá estavam os membros da Golden Blood, uma elite formidável, em posição de prontidão. Mas o que capturou sua atenção foram as cinco figuras enigmáticas no centro da agitação. Entre elas, reconheceu Virtus, cuja presença já lhe era familiar. Ao seu lado, uma mulher envolta em mistério, cujo nome ainda desconhecia: Penélope. MORS também estava presente, uma figura cujo heroísmo havia salvado sua família em tempos passados. Ao lado dela, o habilidoso ferreiro Azaryon, cujas mãos talentosas tinham sido fundamentais em muitas ocasiões. Por fim, havia Balthazar, um homem cuja aura de mistério era palpável, seu propósito ainda desconhecido para o imperador.

A atmosfera estava carregada de tensão e expectativa, cada um dos presentes representando uma peça crucial em um tabuleiro de intriga e poder. O coração do imperador acelerou com a emoção da incerteza, enquanto ele se preparava para o que viria a seguir.

Balthazar observava o imperador Re de longe, seu olhar perscrutador capturando cada movimento do monarca enquanto este também o observava. Alto e imponente, Balthazar era uma figura impressionante, sua pele pálida e cabelos albinos contrastando vividamente com a sua armadura vermelha pulsante. Os desenhos intricados da armadura pareciam ganhar vida, serpenteando e dançando em um padrão hipnótico que ecoava a presença imponente do próprio Balthazar. Seus olhos, tão claros quanto a luz do luar, mantinham-se fixos nos do imperador, faíscas de intensidade brilhando em sua profundidade.

A aura emanada por essas cinco entidades era avassaladora, um poder que reverberava no ar, preenchendo cada canto do pátio principal do palácio com uma tensão palpável. Enquanto o imperador absorvia a cena diante dele, uma sensação estranha e familiar começou a se insinuar em sua mente, como se já conhecesse aqueles rostos, aqueles olhares penetrantes. Uma nostalgia sutil, mas inegável, envolveu-o, sussurrando segredos do passado que escapavam à sua compreensão.

Por outro lado, Balthazar não escondia sua desconfiança e antipatia em relação ao imperador. Seu semblante estava contorcido em uma expressão de fúria reprimida, seus lábios apertados em uma linha fina que traía suas verdadeiras intenções. O brilho ardente em seus olhos albinos revelava uma determinação implacável, um fogo interior alimentado por motivos ocultos que aguardavam para serem revelados.

O imperador avançou em direção aos cinco reunidos, sua expressão séria denotando uma mistura de curiosidade e autoridade enquanto ele indagava sobre o motivo daquela reunião incomum. Foi Virtus quem tomou a palavra primeiro, num tom de sincera desculpa e explicação.

- Peço desculpas por não informá-lo antes, mas parti em busca dos meus irmãos para uni-los a você - começou Virtus, seu olhar expressando um misto de determinação e pesar. - No entanto, só consegui trazer MORS e Balthazar até aqui. Infelizmente, Violet não pôde vir. Penélope e Azaryon já estavam presentes quando chegamos.

As palavras de Virtus foram recebidas com uma mistura de perplexidade e inquietação por parte do imperador, que exigiu uma explicação mais detalhada para toda aquela situação. Mas antes que pudesse prosseguir, Balthazar irrompeu em um acesso de raiva contida, desafiando abertamente a legitimidade do imperador.

- Sua farsa foi longe demais! - rugiu Balthazar, sua voz ressoando com uma intensidade que ecoava pela vastidão do pátio. - Prove com seu poder que você é realmente nosso pai.

Os ânimos estavam exaltados, e Virtus tentou intervir, ordenando que Balthazar se contivesse. No entanto, suas palavras caíram em ouvidos surdos, pois Balthazar estava determinado a forçar o imperador a demonstrar seu verdadeiro poder. Nesse momento, MORS sugeriu uma alternativa menos agressiva: o despertar da alma. Se o imperador fosse de fato o legítimo Jhon Frederick, seu poder interior se manifestaria durante esse ato. Mas o imperador relutou, consciente dos perigos e da exaustão que tal feito poderia acarretar.

Virtus, então, fez uma proposta ousada: que o imperador confiasse nele para realizar o despertar da alma, com a garantia de que ele e MORS protegeriam o monarca durante seu desmaio induzido. A tensão no ar era palpável, cada palavra carregada de significado enquanto todos aguardavam a resposta do imperador.

O imperador ponderou por um momento, seu olhar sério refletindo a profundidade de sua decisão, antes de se dirigir a Mi Ryate e Crystalis.

- Crystalis, Mi Ryate. Tenho uma tarefa crucial para vocês - começou ele, sua voz carregada de autoridade e confiança. - Se eu desmaiar, confio em Virtus, mas ainda não conheço os demais. Por isso, peço que protejam meu corpo com suas vidas.

Após dar suas instruções, o imperador se preparou para o desafio monumental que se aproximava: o despertar de sua alma. Inspirando profundamente, ele concentrou toda a sua energia mágica em seu coração, sentindo-a pulsar em seu peito como uma chama ardente. Com cada expiração, ele espalhava essa energia por todo o seu ser, infundindo cada célula com a força de sua determinação. Repetindo esse processo por mais três vezes, ele finalmente alcançou o ponto em que pôde sentir a presença de sua alma, pulsando em sintonia com seu ser.

Então, com uma determinação implacável, ele ordenou o despertar de sua própria alma.

A energia que irrompeu dele era tão avassaladora que fez os seus soldados de elite desmaiarem instantaneamente, e os membros da Golden Blood começaram a fraquejar, lutando para manter-se em pé diante da intensidade desse poder ancestral. Um a um, eles sucumbiram ao chão, sobrecarregados pela magnitude avassaladora da energia que emanava do imperador.

A reverberação dessa manifestação de poder não se limitou ao palácio do imperador, mas ecoou por todo o mundo de Eldarya. Até a própria Deusa, em sua morada celestial, sentiu o tremor dessa energia ancestral. Surpresa e, ao mesmo tempo, temerosa, ela lançou uma barreira espacial ao redor do palácio do imperador, num esforço para conter a aura que ameaçava atrair uma atenção indesejada.

Assim, enquanto o imperador Re mergulhava nas profundezas de sua própria alma, o mundo ao seu redor tremia com a intensidade de seu poder, uma força que não só moldava o presente, mas reverberava através dos véus do tempo e espaço.

O momento temido finalmente chegou: o imperador começou a sentir o sangue escorrer de seu nariz, enquanto lágrimas carmesim brotavam de seus olhos, uma manifestação angustiante do poder que aflorava de sua alma. A dor lancinante que se espalhava por todo o seu ser era uma prova dolorosa da magnitude desse despertar.

Balthazar, embora sentisse a intensidade da alma do imperador, ainda nutria dúvidas sobre sua legitimidade. Movido pela desconfiança e pela raiva que fervilhava em seu íntimo, ele avançou impiedosamente em direção ao monarca. Mas o imperador não hesitou em se defender, erguendo-se para enfrentar o ataque com uma determinação feroz. Num golpe de força e habilidade, ele derrubou Balthazar ao chão, sua resposta ágil e precisa ecoando pela vastidão do pátio.

No entanto, Balthazar não estava disposto a se render tão facilmente. Em um novo ímpeto de fúria, ele se preparou para outro ataque, mas antes que pudesse agir, MORS interveio. Com uma força impressionante, ela agarrou a cabeça de Balthazar e a afundou no chão com uma determinação implacável, impedindo qualquer tentativa de fuga. Indignada com a imprudência e a agressão de Balthazar, MORS desferiu golpe após golpe, até que finalmente ele sucumbiu ao desmaio.

Quando a poeira dessa breve, mas intensa batalha finalmente se assentou, o imperador jazia inconsciente no chão, sua aura enfraquecida pela exaustão. O palácio, antes vibrante com o conflito de poderes, mergulhou em um silêncio pesado, enquanto os presentes absorviam o impacto desse confronto épico.

Quando os primeiros raios de sol iluminaram o palácio, o imperador despertou, encontrando-se repousado em sua majestosa cama. Ao seu redor, os membros leais da Golden Blood e as cinco veneráveis entidades aguardavam em expectativa. Entre eles, Balthazar, que permanecera vigilante durante toda a noite, aguardando ansiosamente o momento em que o imperador recobraria a consciência.

Com uma mistura de alívio e pesar, Balthazar se aproximou do soberano, sua voz carregada de sincera humildade. Ele confessou sua confusão diante da inesperada ressurreição do pai, admitindo que a perda o havia mergulhado em um luto profundo, e que a esperança de revê-lo tinha se esvaído. A revelação da verdade, tão inusitada quanto oculta, era a dificuldade de Balthazar em compreender e aceitar os intricados mistérios da magia, especialmente os que envolviam a complexidade da reencarnação.

Nesse momento de vulnerabilidade e revelação, a atmosfera no recinto tornou-se densa, carregada de emoções não ditas e expectativas incertas. A presença do imperador, agora envolta em um véu de mistério e poder ancestral, parecia ecoar através das paredes do palácio, deixando todos presentes em reverente contemplação diante do enigma que se desdobrava diante deles.

Depois de se explicarem e pedirem desculpas, Balthazar e seus irmãos se apresentaram ao imperador com solenidade e determinação.

- Sou Balthazar, filho do sangue do primeiro imperador do poder, um Celestial da era ancestral dos Locus. Sirvo como Protetor do Imperador. É uma honra conhecê-lo.

- Sou MORS, a primeira filha do sangue do primeiro imperador do poder, uma primordial anterior à era ancestral dos Locus. Sou a Própria Morte. É uma honra conhecê-lo.

- Sou Penélope, filha do sangue do primeiro imperador do poder, uma Celestial da era ancestral dos Locus. Guardiã da vida e da morte, ou como sou chamada, Lamento da Existência. É uma honra conhecê-la!

- Eu sou Virtus, filho do sangue do primeiro imperador do poder, o Titã primordial da era ancestral dos Locus. Encarno a própria virtude. É um prazer conhecê-lo!

- Sou Azaryon, filho do sangue do primeiro imperador do poder, o ferreiro arcanjo primordial da era ancestral dos Locus. Sou Azaryon das Almas, um ser divergente. É uma honra conhecê-lo!

Depois das cinco entidades se apresentarem, o imperador Re perguntou-lhes o motivo de se reunirem para encontrá-lo.

Virtus se aproximou do imperador Re, sua expressão carregada de seriedade e determinação, pronto para revelar a verdade sobre a identidade do monarca.

Com voz grave e ressonante, Virtus começou a narrar para o imperador, suas palavras carregadas de peso e emoção, como se cada sílaba contasse uma história milenar.

- Há muito tempo, Jhon Frederick, em um ato de sublime sacrifício, usou seu próprio sangue para criar novas formas de vida. Esses seres, os filhos do sangue do imperador do poder, foram concebidos para existir além das regras dos soberanos, cada um com um propósito único. MORS, a portadora da mortalidade, e eu, Virtus, o portador das qualidades e virtudes dos seres existentes. Cada um de nós temos um destino entrelaçado com o tecido do universo.

A atmosfera pesada se intensificou enquanto Virtus prosseguia, sua voz ecoando os horrores do passado.

- No entanto, uma entidade sinistra emergiu das sombras, autodenominando-se Malum, a personificação da crueldade e das trevas. Um ser de poder incomparável, capaz de ferir nosso pai e semear o caos por entre os mundos. Malum, com sua vilania desmedida, ceifou a vida de alguns de nossos irmãos e desencadeou a destruição em múltiplos universos. Jhon lutou bravamente contra Malum em inúmeras batalhas, até que, em um confronto final, sacrificou-se para derrotar o mal supremo.

O ar pareceu congelar enquanto Virtus pintava a cena sombria da última batalha entre o bem e o mal.

- A esperança parecia perdida quando a alma de nosso pai desapareceu, sua essência enfraquecida além da salvação. Até mesmo MORS, com seu poder sobre a morte, não pôde encontrá-lo. Assim, nós, os filhos do sangue, seguimos adiante com os planos de nosso pai, mas sua ausência deixou um vazio insuperável. Nossas esperanças se tornaram frágeis diante da magnitude da perda.

Com as palavras finais de Virtus, o peso da história pairou no ar, enchendo o ambiente com uma aura de tristeza e melancolia. O imperador Re ouviu atentamente, absorvendo cada detalhe da narrativa que revelava segredos há muito ocultados na linha do tempo.

Após um vigintilhão de anos, durante a época primordial do Locus, um evento transcendental sacudiu os alicerces do universo. Jhon, em um renascimento que ecoou através das eras, emergiu com um pico de poder que reverberou além dos limites da compreensão. Era uma manifestação de energia tão vasta que apenas os celestiais poderiam conceber.

No entanto, a alma de Jhon renasceu em um receptáculo humano, frágil e mortal. A sorte sorriu para ele ao encontrar um corpo abençoado por uma linhagem de magia antiga, onde o sangue puro e a herança abençoada transbordavam com uma profusão de mana.

A criança destinada a acolher a essência de Jhon deveria se chamar Elays Ashford-Valet. Contudo, o destino tecia sua trama de forma implacável, lançando uma sombra de tragédia sobre o nascimento iminente. Elays estava destinado a vir ao mundo sem vida, vítima de uma maldição ancestral.

Quando a alma de Jhon fez sua escolha, um milagre se desdobrou. Uma vida tomou forma e os grilhões da maldição se desfizeram como fumaça ao vento. Anos antes, o avô de Elays havia sondado os véus do destino em busca de respostas. Nas palavras antigas das profecias, ele vislumbrou a promessa de um ser divino destinado a brotar de sua própria linhagem.

A revelação chegou prematuramente, lançando sua sombra enquanto ele ainda estava imerso no crepúsculo de sua existência, com os 125 anos acumulados pesando como fardos sobre seus ombros cansados.

Sem o consolo de conhecer seu neto, ele deixou sua marca no destino da criança, concedendo-lhe o nome que ecoaria pelos séculos vindouros.

No entanto, sua reencarnação trouxe consigo um perigo iminente para o mundo que o cercava. Como um celestial que ascendeu para se tornar o primeiro imperador do poder, a magnitude do seu poder era incomensurável. O simples fato da sua existência poderia desencadear uma catástrofe capaz de consumir o mundo de Eldarya em chamas.

Contudo, Virtus aceitou com devoção a missão de proteger Jhon em seu renascimento e resguardar o mundo em cooperação da Deusa Eldarya. Ao longo dos anos, ele permaneceu vigilante, mantendo uma guarda incansável sobre o destino entrelaçado de Jhon e do próprio mundo.

À medida que os anos se passavam, Virtus percebeu que Jhon renasceu sem suas memórias. Talvez tenha sido um sacrifício necessário para alinhar a sincronia da alma de Jhon com o corpo de Elays, uma jogada divina para preservar o equilíbrio frágil entre os reinos celestiais e terrenos. E, de certa forma, essa intervenção celestial obteve sucesso, pois Jhon, agora conhecido como Reuel Ashford-Valet, cresceu e prosperou em sua nova vida.

No entanto, o preço da magia celestial que fluía através das veias de Reuel começou a cobrar seu tributo. Ao usar seu poder divino em excesso, o corpo humano de Reuel entrou em um estado crítico, como se estivesse à beira de ser consumido pelo próprio fogo celestial que o alimentava.

Após ouvir atentamente a história de Virtus, o imperador Re interrompe-o com uma expressão séria, uma mistura de surpresa e ponderação dançando em seus olhos. Seus pensamentos se tornam visíveis em seu rosto enquanto ele processa as informações recém-adquiridas. Cada detalhe parece ecoar em sua mente como uma peça de quebra-cabeça que finalmente encontra seu lugar.

O imperador Re, perdido em seus pensamentos, mergulha em um silêncio profundo, enquanto as revelações se desdobram diante dele. É como se um véu tivesse sido levantado, revelando uma verdade oculta que ele sempre soube estar lá, mas nunca teve coragem de enfrentar. As palavras de Virtus ecoam em sua mente, ecoando como o som distante de um sino anunciando uma nova era.

Ele olha para além das paredes de seu palácio, para o mundo lá fora, e vê não apenas o horizonte distante, mas também o caminho que sua própria jornada tomou. O imperador percebe, com uma clareza repentina, que o desmaio que o assolou no dia anterior foi mais do que apenas uma fraqueza física. Foi um despertar de sua alma, uma revelação de sua verdadeira natureza que ele agora não pode ignorar.

O imperador levanta-se da cama com uma expressão séria, sua postura imponente e digna enquanto ele se dirige aos presentes.

- Peço desculpas por não me apresentar de imediato. - Sua voz ressoa com autoridade, mas também com uma gentileza inegável. Ele então se inclina ligeiramente em respeito antes de continuar. - Permitam-me formalmente apresentar-me a vocês. Sou o imperador de Partum, Reuel Ashford-Valet. É uma grande honra recebê-los em meu palácio.

Cada palavra é proferida com uma intenção clara, carregando o peso da responsabilidade e da reverência pelo papel que desempenha. Seus olhos, cheios de determinação e sabedoria, varrem a sala, capturando a atenção de todos com sua presença magnética.

MORS caminha até a janela do quarto do Imperador Ashford-Valet, seus passos firmes ecoando no chão de mármore enquanto ela se aproxima da vista panorâmica do reino. Ao olhar para o horizonte, uma brisa suave acaricia seu rosto, e é então que ela sente a aura familiar se aproximando. Uma sensação de expectativa elétrica paira no ar, como se o próprio mundo estivesse segurando a respiração em antecipação.

Ela percebe, com uma clareza nítida, que um novo capítulo na história do imperador Ashford-Valet está prestes a ser escrito. É como se os elementos estivessem conspirando, tecendo os fios do destino em uma tapeçaria que iria além do tempo e do espaço conhecidos.

MORS, com seus sentidos aguçados e sua intuição afiada, sabe que o futuro está prestes a se desdobrar diante deles, trazendo consigo desafios e oportunidades que moldarão o curso dos eventos. É um momento de significado profundo, uma encruzilhada onde os destinos se entrelaçam e o curso da história é alterado para sempre.

- Este foi o mês mais maluco que já tive - expressou o imperador enquanto tomava banho.

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