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18. με έχει

A casa de Ravine é... estéril.

Suas cores não representam vida, uma quietude mórbida permeia o lugar, mesmo a mulher que me convidou a entrar permanece alheia, e apesar da minha presença inesperada acredito que não seja somente a mim. Os olhos dela, tão semelhantes aos da filha presentes e igualmente longes e tristes, como se o fardo que carrega roubasse a chance de mais. 

Ela não me pergunta quem sou, sequer dedica atenção para o conhecido de sua filha e de certo, não pretende o fazer; somente segue sua rotina ou a grande falta dela. Ignora a curiosidade desconfortável em meu olhar e se depreende do incômodo de ser observada atentamente. Ela simplesmente não liga ou não parece suficientemente ciente do que acontece ao seu redor.

O ambiente em si não demonstra tanto, as paredes carregam tons constantes de cinza tornando a casa mais escura do que realmente é, o sofá em um tom mais escuro quase intocado como se fosse recém comprado, mas a sutileza de uma mancha me faz crer no contrário. Sua cozinha é aberta, uma mesa logo à frente tão esquecida quanto o resto do lugar. 

Ao primeiro olhar tudo é proporcional e organizado apesar da luminosidade branca fraca que mantém uma áurea mais frígida, uma bela casa, entretanto tudo que consigo sentir é vazio. Falta a alegria de um sorriso, falta os sons e a imensidão do silêncio agoniza a mim, falta principalmente calor. Aquele calor que diferencia um ambiente qualquer do que podemos chamar de lar. 

Ainda casa, mas não um lar. 

Minha observação se prende a mulher na casa, a aparência dela não é desleixada ou descuidada embora a tristeza seja sentida ao longe, é algo nos olhos em um tom mais opaco. Possivelmente, a falta preocupante de perguntas, a falta de importância que dedica a presença de um desconhecido que sabe o nome de sua filha; eu poderia ser qualquer um, entretanto, não importa tanto para fazê-la questionar.

Então é isso que ela precisa aguentar? O estado indiferente de sua mãe? 

Ela vagueia pelo ambiente, some em um cômodo que presumo ser seu quarto, e volta minutos depois na mesma constante silenciosa, mas agora veste um uniforme de enfermeira os passos suaves demais para causar ruídos de atrito. Lembra-me um fantasma, que ainda não aceitou que morreu, logo que o pensamento surge me arrependo. Não sei qual o tamanho da dor que ela carrega, e seja qual for, paralisou uma parte de si.

Você quer esperar? — Ela chama minha atenção, pegando uma bolsa e colocando-a sobre o ombro esquerdo. — Ravine... você pretende esperar por ela?

— Não acredito que ela gostaria de me ver aqui — Pigarreio ainda mais desconfortável sobre seu olhar. — Seria... uma invasão de privacidade, acho.

— Não seja bobo, ela não se incomodaria de você estar aqui. 

Uma risada frágil se prende na minha garganta, porque neste momento eu tenho certeza de que ela não conhece sua filha. Ainda que eu saiba que não deveria ficar, deixo que o impulso domine a razão e pergunto-lhe se posso esperar e sem grandes ressalvas ela confirma deixando-me sozinho na casa.

Os instantes seguintes se dividem na incerteza que a retração causa e na vontade que aflora minha curiosidade. Recuso-me a vasculhar seus pertences, assim como o pensamento de continuar parado como tudo aqui desagrada e na minha inquietude a segunda opção vence.

As fotos são a primeira coisa que noto, três delas, bem posicionadas na estante da sala, elas são o toque diferenciado na casa. Uma centelha de calor, a abundância de sorrisos na foto e o brilho de vida nos olhos de ambas, mãe e filha dividindo um abraço amistoso me faz questionar, como a alegria da mãe se foi e como Ravine se tornou defensiva?

A outra com dois homens, um jovem que reconheço da foto que Ravine carrega na bolsa, aqui ele esbanja o mesmo riso caloroso, ao seu lado esquerdo um homem mais velho sentado em uma mesa com ambos os cotovelos apoiados. Parece um momento casual, carregado de felicidade e amor, todas as fotos na mesma constante, um misto de cores que nesta casa não consigo ver. 

Suficientemente curioso para ignorar a pontada de culpa que sinto, adentro ao cômodo mais distante, a porta semi-aberta range levemente quando a abro por completo. 

O quarto de Ravine.

Eu vejo seus livros, arrumados por tamanho em uma estante mediana que se encontra completamente preenchida. As cores, não muito diferentes do restante da casa, neutras, em dois tons diferentes de bege que se completam em harmonia. 

A cama intocada permanece arrumada, algumas luzes amareladas posicionadas displicentemente pela parede detrás da cama acrescenta um pouco mais de conforto ao lugar, apesar de parecer impessoal me lembra com êxito a dona. Seja a organização, o minimalismo ou a fragrância única preenchendo o ambiente.

Não é como teria imaginado, mas se encaixa.

— Mãe? — A entonação é hesitante, um pouco receosa. — Tem alguém em casa?

Movimento-me para sair do quarto esbarrando com uma caixa deixada no caminho e resmungando logo em seguida pela dor fraca irradiando ali. 

— Olha, eu não sei quem você é, mas quero que saia da minha casa — Sorrio com sua maneira de falar idêntica à de quando nos conhecemos.

Levemente culpado ao ser pego coloco um riso no rosto para sair do quarto, este entretanto morre e o espanto ocupa lugar nas minhas feições.

— Droga, mulher — Digo desesperado abaixando rápido e no processo batendo o olho na maçaneta da porta, o que me faz cair sentado.

Ela tem uma arma.

Uma arma.

De verdade. 

— Jungkook? — Pergunta, soltando a coisa em cima da mesa e correndo para mim. — Você está bem?

— Você tem uma arma — Grito, ignorando sua preocupação. — Ah, meu pai, você tem uma arma.

— Deixa eu ver seu olho.

— Naquela noite no Partenon, quase levei um tiro.

Ela somente bufa, puxando meu braço e analisando meu olho que por sinal enxerga tudo embaçado, as mãos dela delicadas movendo as pálpebras para cima e soprando levemente, massageando a área com tamanha dedicação.

— Em teoria... — começa ainda com sua atenção no meu olho. — A possibilidade de você levar um tiro seria proporcional ao quanto de perigo eu sentisse, e você não era um perseguidor, então tudo certo.

— Ah. Meu. Deus — Falo. — Você poderia ter me matado, mais de uma vez... Ravine... aquela conversa sobre eu te observar dormindo, você teria atirado em mim? Pelo amor, você dorme com essa coisa? 

A sonoridade de sua risada me faz esquecer a dor, some um pouco com a minha preocupação embora esteja realmente surpreso. Ela tem uma arma, de verdade, e eu certamente poderia ter levado um ou dois tiros durante todo tempo que estivemos juntos.

Eu poderia facilmente ser um homem morto.

— Isso é ilegal? 

— Não, Jungkook — Fala sentando-se à minha frente. — Eu tenho licença, fiz exames psicológicos e físicos para garantir que podia carregar uma arma, além das aulas de tiro.

— Quem foi o louco que treinou você? 

Meu pai.

A menção me surpreende, a maneira que as palavras saem facilmente de sua boca, tão fáceis que soam sem nenhuma emoção realmente forte ou digna de nota. É como um fato que não causa nada, nenhuma apreensão ou sentimento nostálgico como costuma acontecer e somente isso, me faz crer que seja qual for a distância entre eles, talvez não possa ser remediada.

— Corajoso.

— Sim. Ele era policial... um dos melhores.

Pigarreio incomodado com o desconforto em suas falas, é sempre uma mistura de sentimentos em sua voz ou a ausência significativa deles. As duas medidas nunca soam receptivas. Ravine sempre deixa explícito que seja qual forem minhas perguntas sobre, não terão respostas, tem que vir naturalmente dela.

— Ele se aposentou?

— Não sei, presumo que sim.

Ela faz aquela coisa com o olhar, foge para seu mundo particular encontra algo que quebra a leveza em seu olhar e retorna para mim, triste e quebrada, mas ainda estou parado aqui distante do lugar que chama de seu, e não sei como estancar suas feridas. Não é como se ela precisasse falar, a transparência em seus olhos é sufocante, na realidade tudo nesse ambiente; como se ele pegasse tudo que pode haver de bom em nós.

— Você viu minha mãe? — Ela hesita e fica incomodada.

— Sim.

— Ela deixou você entrar e te deixou ficar mesmo ela não estando aqui? — Aceno, confirmando. — Ela sequer perguntou quem era você ou o que queria comigo?

— Não. 

Como a constante de sempre, ela se torna defensiva, mas diferentemente das outras vezes ainda reconheço a brecha, aquela pequena que a torna adorável demais para resistir, o que me faz sorrir mesmo sem motivos. 

— O que está fazendo aqui? — Pergunta, em seus olhos, a tentativa de fugir. 

— Eu queria te ver, pensei que pudéssemos sair.

— Hum… eu tenho apresentação hoje, no Partenon — Enuncia dispensando educadamente minha ideia, é agora que ela lembra de nossa distância, dos limites, mas, não é o que acontece. — Você pode vir, ver minha apresentação e depois, pode voltar para casa comigo. 

— Não quero desrespeitar sua mãe. 

A risada dela é sem graça, estranha e torcida. 

— Ela não se importa o suficiente pra ser desrespeito. Além disso ela tem um plantão no hospital, não volta hoje. Ela é enfermeira. 

— Enfermeira e policial, hein?!

— É. Foi assim que meus pais se reencontraram, ele teve um acidente com os amigos, na época minha mãe era só uma estagiária. Mas, ela lembrou dele, e ele se apaixonou por ela — Um calor frágil nasce em seu tom, como se temesse dar voz às palavras.

— Pensei que não soubesse a história deles. 

Ela me olha, notando o erro em suas falas, se levanta tirando a poeira da roupa e caminha para a cozinha em passos rápidos. A arma continua intacta na mesa lembrando-me de quantas vezes poderia ter sido morto. 

— Ravine… por que você precisaria de uma arma?

Um receio estranho enche minha boca, a mente fertil disparando para diversas possibilidades, todas que explicariam tanto ela ser tão defensiva quanto precisar de arma. 

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Bom, nada realmente preocupante, mas quando se trabalha como policial você vê coisas que deixam uma marca, e meu pai não queria que eu fosse a marca de alguém — Dando de ombros, ela explica. — Então quando fiz dezesseis, ele comprou a arma e me deu aulas de pontaria.

— Sua pontaria é realmente boa? — Assustado, indago. 

O sorriso dela é um pouco sádico. 

— Excelente. 

— Meu Deus — Exclamo perturbado. — Eu poderia estar morto. 

— Jungkook — A risada dela está cada vez mais próxima, até que seus braços se envolvem na minha cintura tranquilizando-me. — A recomendação é atirar nas pernas, para que eu possa fugir.

— Ótimo, eu poderia ter perdido uma perna. 

— Não seja dramático — Aperta-me entre seus braços, beijando meu pescoço antes de dizer em um sussurro: — Tenho uma leve preferência por você assim, inteiro.

O toque na derme amolece meu corpo imediatamente, quando perto dela a parte mais resistente de mim pede para ceder, desmanchando e sendo acolhida pelo calor de seus beijos gentis. 

Como essa mulher pode não querer amar se somente sua mais vaga demonstração de apreço é bela? Como o amor dela pode não ser lindo, altruísta e brilhante assim como ela é? Não existe uma parte de mim que acredite que ela seria outra coisa senão maravilhosa amando alguém, e sendo amada de volta.

Meus pensamentos, que somente podem ser pensamentos, continuam aqui quando ela sorri para mim irresistivelmente e me leva para seu quarto. São duas perspectivas diferentes entrar no quarto de alguém, e a pessoa te convidar para seu local de maior intimidade, dando-lhe liberdade para estar ali consigo.

Ravine permanece confiante, comigo aqui.

— Eu queria muito ficar com você — Começa entre os beijos que deixa sobre meu maxilar. — Mas, eu preciso me arrumar e trabalhar sabe. 

— Você pode ficar comigo.

— E você — Enfatiza. — Pode ir comigo.

Incapaz de rejeitar a oportunidade de vê-la dançando novamente, confirmo enfeitiçado pela maneira que ela se move ao redor de mim e bêbado pelos beijos que não me abandonam. Eu a pego em meus braços, o movimento repentino tirando o ar dela, mas apenas a mantenho aqui, perto em meus braços como a coisa mais certa que hoje sei sobre o mundo.

Ravine logo se desvencilha de mim, e enquanto toda minha atenção é dela, seus olhos vasculham o quarto rapidamente.

Eu acompanho todo o processo, a indecisão que permeia a maioria das decisões femininas sobre vestimenta, aqui, não se aplica. Ravine escolhe seu traje com a mesma obstinação que apresenta para quase tudo, não muda de opinião nem revê suas escolhas. Ela sabe o que deseja, o que pretende usar e qual imagem quer passar.

Eu a observo em todo momento, mesmo quando ela sequer percebe.

Durante todo tempo, todo trajeto, conheço a mulher que vagueia pelos meus pensamentos em grande intimidade, sei como expressa suas opiniões, como a risada dele enche seu semblante com um brilho e também reconheço quando seus pensamentos roubam isso de seu dia. 

Conheço alguns dos seus diversos nuances, a filha que não comenta sobre os pais, a neta que carrega o amor nos olhos quando observa a avó, uma amiga que compartilha de momentos de alegria e a amante apaixonada beijando-me como se pudesse fazer isso por horas e nunca perder o calor que reside ali. 

Mas, quando entramos no Partenon, não a reconheço completamente.

Uma desconhecida adentra por aquelas portas comigo, pronta para seduzir até o mais frio dos homens com sua confiança, e somente pela postura que lhe cabe quando caminha sei quem ganha essa batalha. Mesmo os olhos se tornam mais intensos, profundos o bastante para oferecer mistério, paixão e uma amostra escassa de quem ela realmente é. 

Permaneço no bar, ignorando o olhar de seu amigo, pela primeira vez observo a ansiedade nos olhares dos homens aqui presentes, a espera da vaga esperança, dos desejos ou dos pensamentos, esperando pelo pequeno vislumbre de beleza que brilha neste palco.

E aqui, eu me faço ciumento. 

Incomodado com o que vejo nos olhos deles e internamente satisfeito comigo mesmo, por desde a primeira vez ter olhado para essa mulher não como um objeto de prazer, mas como a beleza que é. Sinto orgulho de ter visto diferente da constante que ela recebe deles aqui. Mas, o olhar dela quando dança, não muda para ninguém, seja conhecido ou desconhecido. 

Uma deusa aqui ela se torna, e uma deusa ela se mantém.

— É sempre assim? — Pergunto a Taehyung. — Ela sempre parece inalcançável quando chega aqui?

— Sempre. 

— E eles sempre a olham assim?

E mesmo na brevidade da palavra consigo sentir o leve traço de desgosto, pelos clientes ou alguns deles quando diz:

— Sim.

Quando as luzes apagam, deixando somente a iluminação focada no palco e na mulher vestida de marsala em todas as roupas, seja o short pouco curta com correntes adornando seu quadril, a cinta liga presa as meias transparentes ou a blusa básica que veste. Os cabelos caem, os cachos escondendo brevemente seu rosto, até que a primeira batida da música chegue e seu corpo se transforme em arte.

O movimento do quadril acompanha sua cabeça, três vezes consecutivas em sincronia enquanto ela permanece de costas, o tronco descendo e as mãos passeando pelas pernas como uma provocação não dita. Então seu corpo se recolhe, encolhido quando um riso malicioso transborda em sua boca e é quando ela se vira, a boca em um vermelho manchado que cativa meus olhos.

Ravine caminha, um desfile sincronizado com a música escolhida, os passos parecem inocentes, mas as intenções nos olhos dela não. As expressões mudam constantemente, uma mistura de bondade e pecado que a torna irresistível demais, é quando perco o foco porque seus olhos me encontram, fixos em mim.

Ela cantarola a música, nenhum som saindo se seus lábios, entretanto as palavras gravadas neles, todas cantadas em minha direção e o restante irrelevante, perdendo para a beleza nos olhos dela. 

Segundos se passam, perco a vontade de encarar o movimento de seu corpo imerso demais no brilho dos olhos dela, a beleza deles e como permanecem em mim, não importa o quanto se mova, ela me encontra no mesmo lugar onde deixou. Perplexo demais para resistir, apaixonado demais para não admirar sua forma de arte ou como a música torna-se parte dela, não deixando saber quando uma acaba e outra começa. 

Como da primeira vez que estive aqui, ela me tem. 

Sem nem querer, ela me tem.

Continua...

A

tualização!!! Como vocês estão?

Spoiler capítulo 19Uma pegação básica ou não tão básica, envolve uma certa dança.

Spoiler capítulo 20Puro choro, mas importante pra esclarecer muitas coisas sobre o que aconteceu na família da Ravine.

Spoiler capítulo 21 – Um choro básico, mas termina com o coração quentinho pelo casal.

Amúsica que a Ravine dança é Wallflower da Kimberly August

Sim, a nossa amada Ravine tem uma arma e não é imaginária como pensávamos. Temos aqui o primeiro encontro do Jungkook com a sogra, mas não será o último, o próximo é melhor juro!

Esse é o look da apresentação, sem a jaqueta e no caso a parte de cima éum cropped liso, aliás imagine tudo em tom marsala.

Próxima atualização pode vir dia 22 ou no dia 29, portanto fique ligados, ok?

O que acharam do capítulo?

Beijinhos ❤

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