12. αντίδραση
Eu conseguia sentir a tensão no meu corpo todas as vezes que ouvia sua voz, era a melhor parte da aula ou a pior. Destinar tantos pensamentos a somente uma aluna pode ser impróprio, principalmente considerando que tenho mais de cem alunos para dedicar atenção e tempo.
Metade das aulas me certificava de ser extremamente profissional, sem olhares furtivos ou uma quantidade demasiada e suspeita de atenção, o que por si só parece um grande esforço quando todos os seus movimentos interrompem minha concentração. Ravine, no entanto, não disfarçava nada, não que realmente fosse necessário, pois raramente ela olhava para mim.
Na outra metade do tempo quando ela conversava com outros alunos ou mesmo quando participava ativamente dos debates era mais complicado, tudo em mim reagia imediatamente. A maneira que seus olhos acendem quando expressa suas opiniões e a segurança sobre suas próprias perspectivas das histórias, ainda que não fossem populares ou bem aceitas.
Ela dificilmente mudava seu ponto de vista, não importava quantos comentários faziam para tentar persuadi-la.
É um traço cativante em sua personalidade.
Sua maneira confiante de ser fiel a si mesma, aos pensamentos que tinha ou suas visões de um livro, sobre a personalidade de um personagem, sobre o quanto de sentimento existe em uma linha ou o quanto falta em três parágrafos, sobre a vida em si e tudo que com ela vem. Não importa, ela sempre exibia o mesmo nível de obstinação que demonstrava em sua dança.
Mas não tenho certeza de quem ela é quando a música acaba.
Posso enxergar diversos nuances na mulher dançando no palco, vejo desejo e sensualidade com uma dose hipnotizante de encanto, existe força, delicadeza e mistério em seus olhos focados, mas quando eles se fecham acontece a verdadeira magia.
Ravine se transforma, uma parte dela permanece enquanto não tenho ideia de para onde a outra foi, é exatamente isso que me deixa instigado em si.
Pode ter começado com um desejo puramente carnal, no entanto consigo perto eu soube que somente isso não seria suficiente para mim. Existe alguma forma de querer pouco dessa mulher?
Como um homem consegue deixá-la escapar com somente uma parte de si?
Eu tive uma parte dela, uma fascinante e divertida embora ela não tenha a mesma opinião sobre sua capacidade de humor, o que torna tudo melhor ainda. Ela é uma mulher que sabe o poder que pode exercer sobre os homens, embora pareça totalmente alheia às outras partes que os conquistam.
Deus me perdoe, mas minha necessidade de vê-la é intangível.
A decisão pode facilmente destruir minha ética sobre os olhos de diversas pessoas, obviamente correto não é a palavra chave para minhas ações, mas sei que não vou me negar aos pequenos prazeres e quando atravesso as portas do Partenon, não tenho arrependimentos.
— Não acredito que estou me deixando ser arrastado para seu precipício — Minha companhia, entretanto, tem outros pensamentos. — Você disse que era uma saída para beber, Jungkook.
— Nós vamos beber, hyung.
— Embora eu seja seu hyung, não vejo nenhum respeito às minhas habilidades intelectuais — Ele bufa. — Você veio ver sua aluna.
— Não, essa é uma saída inocente e para todos os efeitos nenhuma aluna minha dança aqui.
— A saída pode até ser inocente, mas as intenções não.
— Nam, por favor — Ele me olha, deixo transparecer na minha expressão o quanto estou ciente das consequências e depois de considerar todas, ainda estava ali.
Não tomo decisões imprudentes, não desde os tempos da faculdade, quando beber todas parecia uma alternativa maravilhosa mesmo com uma prova no dia seguinte esperando para chutar minha bunda. Bem, eu tenho meu diploma, o que significa que apesar da ressaca, fiz dar certo.
Avisto o barman, para minha surpresa seus olhos estão em mim com uma centelha de surpresa e um movimento estranho onde não parece saber o que fazer com suas mãos. Quando me aproximo pigarreando ele decide que elas ficarão bem apoiadas no balcão, ainda que esteja inquieto.
A visão causa interesse.
— Uh, Taeyang, certo?
— Taehyung.
— Certo — Ele me observa, arqueando a sobrancelha levemente e de alguma forma posso sentir que ele quer revirar seus olhos. — Queremos duas cervejas, por favor.
— Sem whisky hoje?
— Hoje, não.
Ele se vira para pegar nossas bebidas, enquanto de lado consigo sentir o olhar de Namjoon. Somente espero que ele abra a boca para comentar, ele não me decepciona quando solta um sonoro suspiro, alto suficiente para ouvir sobre a música baixa que toca.
— Você sabe o nome do barman?!
— É uma pergunta ou…
— Sinceramente Jungkook quantas vezes você já esteve aqui?
— Duas.
Namjoon aperta os olhos em desconfiança mas quando a cerveja chega ele esquece dos meus aparentes problemas e segue para uma mesa, deixando-me sozinho.
— Uh, Taehyung? — Chamo um tanto hesitante. — Ela já se apresentou?
— Não — A expressão dele demonstra alguma reserva, ele morde os lábios e quando estou saindo ele desaparece.
Quando me sento olhando para o palco ainda vazio, estou repentinamente ansioso, uma sensação nova percorrendo meu corpo e minhas mãos suando. Mas não sei qual será sua reação quando me ver e estou ansioso por ela.
Na sala tenho pouco de suas reações, ela raramente conversa com seus colegas mantendo sempre uma expressão neutra no rosto. Sem grandes sorrisos e muitos movimentos, mas em alguns momentos quando ela sorri é como observar uma onda se formar.
Começa lentamente, quase tímida e você sabe o que esperar quando sob seus olhos os lábios dela se separam, quando o sorriso chega é caloroso assim como ela consegue ser. Algumas vezes tenho o pensamento egoísta de ter sua atenção somente para mim, mas quando a observo de longe consigo enxergar mais do que demonstra normalmente.
Então tenho vontade de fazê-la sorrir, desejo conversas de madrugada e embora algumas noites pense no seu número salvo no celular, mantenho somente como pensamento.
Ela não gostaria disso.
— O que diabos, mantenha suas mãos quietas.
— Acho que trazer você foi uma péssima ideia — Digo enfim. — Sem ressentimentos Nam.
— Eu estou sendo a voz da razão.
— Eu sei e é exatamente esse o problema. Tenho plena consciência que minha presença aqui pode ser ruim considerando quem vim ver, mas não é como se não tivesse pensado nisso. Eu apenas preciso que você fique aqui comigo, apoio moral, parceiro de crime, apenas não julgue.
— Bom… você não é o primeiro professor a cruzar a linha.
— Eu não sabia que havia uma linha lá quando nos beijamos.
Como eu gostaria que essa maldita linha ainda estivesse fora de nossas vistas ou que ela não tenha colocado um limite maior para nós.
As luzes se apagam, minha concentração se volta para o palco e meu interesse brilhando nos olhos. Existem outros homens ao redor das mesas mas sei tanto quanto ela, que somente com meu olhar seu corpo reage.
E talvez eu esteja esperando por isso.
Reação.
— Por essa noite, aproveite, não existe limite nenhum.
Absorvo vagamente as palavras dele, porque assim que a música começa a tocar lembro o porquê de me sentir tão perdido por essa mulher, não apenas a que vejo no palco e sim aquela que pretendo conhecer.
As mãos dela descansam no apoio da cadeira a qual está sentada, os primeiros sons continuam enquanto sua postura continua impecável, então ela joga a cabeça para trás com os olhos completamente fechados. Quando volta as mãos traçam um caminho pelas curvas de seu corpo, descendo e subindo até estarem em seu pescoço envolvendo lentamente os dedos ali.
O movimento é insinuante e me faz sentir ciúmes, ainda parada sobre a cadeira um sorriso sexual aparece em seu rosto. Os braços caindo para a lateral de seu corpo quando ela levanta, arrastando a cadeira no ritmo sensual de seus passos.
Entendo como os homens enxergam apenas um corpo, uma imagem de sedução e pecado porque é o que ela oferece para eles; uma visão.
Quando eu olho para seu corpo se movendo, vejo a expressão de uma parte de si que não a abrange completamente. Eu me sinto sortudo por ter ganhado mais, um sorriso, uma conversa, seus beijos. Os olhos dela continuam desviando de onde estou, e mesmo que nossos olhos não tenham se encontrado ela sabe.
Ravine sabe que estou aqui.
Posso não conseguir decifrar quem ela é, porém existe uma comunicação estranha que transita sobre nós que me faz ter ciência disso. Já conheci outras mulheres, outros desejos, outras conversas mas a essência do interesse se mantinha igual.
Ravine, é a minha exceção.
O interesse é diferente, mais quente, mais profundo e ainda que eu queira saber exatamente porque me sinto tão interessado nela, não tenho resposta.
— Jungkook — Sou puxado dos meus pensamentos, olho para o lado encontrando o barman, parado ao meu lado. — Vem comigo.
Ele parece notar o questionamento em meus olhos.
— Ela quer falar com você, mas precisa sair agora enquanto ela ainda está se apresentando.
Movo meus olhos para meu amigo que acena em confirmação, então estou seguindo para longe de todos, a música diminuindo à medida que entramos em um corredor perto ao palco, a iluminação é baixa e meu nervosismo se transforma em expectativa. Chegando ao final, ele abre uma porta, por dentro é como um camarim.
Roupas diferentes presas nos cabides, outras deixadas em frente a longa superfície branca conectada ao espelho junto com maquiagens e outros acessórios, do outro lado um sofá em tom bege que parece confortável. Meus olhos observam tudo minuciosamente sem tocar em nada, apenas absorvendo os detalhes.
— Vou te deixar sozinho — Taehyung, o barman, diz. — Professor.
Ele comenta antes de me deixar completamente sozinho, exceto por meus pensamentos.
Ravine contou para ele, não estou tão preocupado quanto provavelmente deveria estar, acredito que se ela decidiu contar é porque tem confiança e mesmo não gostando tanto das provocações dele, mantenho minha calma.
Daqui a música é como um sussurro longínquo, abafando os sons de fora e dando-me a oportunidade de analisar suas coisas, apesar de que nada presente nesse quarto se assemelha a ela. Não é costume meu analisar pessoas minuciosamente, mas algumas vezes acredito que o ambiente ao seu redor diz muito sobre quem a pessoa é.
Uma certeza estranha feita da mesma composição que a conexão que tenho com ela faz-me crer que o ambiente aqui é somente um lugar para estar, que nenhuma influência dela ou a decoração em particular tenha sido feita por si. Principalmente pelo excesso de cores e brilhos, o que é colorido demais para ser dela.
Deslizo meus dedos pela superfície evitando esbarrar em qualquer coisa, vejo a bolsa dela a mesma que usava na noite que nos conhecemos, posicionada no canto perto da parede e ao lado dela uma foto.
Um homem de cabelos negros alguns centímetros mais alto que ela envolve o braço em seus ombros, uma versão mais jovem e sorridente de Ravine parece se encolher embora a postura não demonstre desconforto. Eles estão sorrindo na foto, confortáveis. O cabelo dela está mais curto, quase chegando aos ombros, em seus olhos um brilho diferente que não costuma exibir tanto, na realidade me pergunto se alguma vez a vi sorrindo daquela maneira tão espontânea.
Ele seria um ex-namorado que partiu seu coração? Isso com toda certeza explicaria o fato dela ser tão contra sentimentos e propriamente contra o amor.
— Por que você sempre toma a decisão contrária do que deve fazer? — Sua voz me surpreende, quando me viro ela está parada na porta.
O reconhecimento do que seguro nas mãos brilha nos olhos dela, logo depois que seu semblante se torna mais reservado, é quando sei que ela está prestes a entrar no modo defensivo.
— Por que você continua fazendo coisas que não deve? — Pergunta suspirando.
— Você decorou esse lugar?
— Não — Franzindo o cenho ela responde. — Eu deveria me acostumar com o fato de que suas perguntas nunca são o que eu espero ouvir. É estranho que sua forma de pensar esteja sempre no caminho mais improvável.
— Sabe como é, gosto de sempre surpreender.
— Você faz, de uma forma meio previsível.
— A minha presença aqui é previsível?
— Por que veio aqui, Jungkook?
Gosto da forma que ela diz meu nome. Como a entonação dela é mais íntima do que qualquer outra frase trocada entre nós dois desde que a encontrei na sala de aula.
A intimidade quando usa meu nome equivale ao que sinto quando posso finalmente dizer o dela, me faz imaginar como seriam seus gemidos, os sussurros com meu nome em sua boca.
Solto um grunhido.
— Beber, eventualmente.
— Para alguém que deveria ser um exemplo de professor, você toma muitas decisões erradas.
— O que fazer? — Dou de ombros desinteressado. — Você é a melhor das minhas decisões ruins até agora.
Ela não responde.
Continuo parado evitando que nossos corpos se toquem quando ela entra fechando a porta atrás de si, somente o pensamento de tocá-la me deixa em pura expectativa. Eu queria um vislumbre ao longe, vê-la dançar e lembrar-lhe que ainda penso em seus beijos depois de um mês.
Um mês com as memórias ainda frescas em minha mente, com seu perfume me perseguindo e almejando um pouco de sua presença, mas que ela agisse como se me quisesse tanto quanto a quero, como na noite que saímos. Ainda tínhamos longos três meses pela frente para trocar de semestre, embora somente eu parecesse disposto a estar lá quando o tempo chegasse.
Aquele quebra cabeça esperando resposta continuava intacto, poucas peças encaixadas e diversas perguntas diferentes pairando sobre minha mente, é como uma guerra interna para decidir se pretendo ou não desvendá-la.
— Eu disse que não arriscaria.
— Sim, você disse.
— Então o que Jungkook?
— Você não me pediu para te deixar ir.
— Eu juro que não entendo porque você complica tudo, é como se estivesse satisfazendo uma vontade ferrada em si mesmo para tornar tudo ruim. Como se essa atração que sinto quando está perto não fosse o suficiente.
— A questão é que você nunca me impede realmente, você atendeu minha ligação quando sabia que era eu e mesmo quando tem a oportunidade de me ignorar completamente, não o faz.
Mesmo que ela esteja sempre na defensiva é como se eu nunca estivesse sendo mantido fora, obviamente existiam paredes ao redor dela, ainda que não soubesse a razão delas uma parte de mim se mantinha perto.
É diferente como ela parece sempre despreocupada com a questão sexo e ignore todas as tentativas de algo mais profundo quando se vê de frente ao interesse real, e é extamente por isso que ela me afasta, penso.
Porque ela não sabe o que fazer comigo.
Talvez, nem eu sabia o que esperar do meu interesse, no entanto continuar parados esperando isso explodir sobre nós não vai trazer nenhuma resposta, para nenhum de nós; e decididamente não vai me manter longe.
— Você gosta, porque lembra tanto quanto eu e deve ser por isso que evita tanto me olhar quando estamos em sala de aula, porque você não quer disfarçar.
Eu me aproximo, ela não se afasta.
É um desafio.
— Meu bem — Digo perto, sentindo sua respiração. Os olhos dela desviando para a minha boca instintivamente, sem desviar eu sorrio. — Você quer isso?
— Eu gostaria de não te querer tanto quanto eu quero.
Ravine me olha, um sorriso malicioso extremamente atraente surgindo, como se ela esperasse por mim. Ela não quer ser a pessoa a ceder, embora sua linguagem corporal aceite minhas tentativas.
Pressiono meu quadril contra seu corpo na mesma intensidade que as mãos dele exercem quando apertam minha cintura, nossos corpos mais próximos que antes. O movimento das minhas mãos não param como se eu estivesse reconhecendo seu corpo, me familiarizando com ela, porém não sou mais o único a fazê-los.
— Posso beijar você? — Nos encaramos, respirando forte. — Cada mínima curva do seu corpo?
A breve pausa acelera meu pulso, correntes de ansiedade corroendo meu corpo. No entanto, continuo esperando permissão, o gesto lhe entrega confiança, pois ela carrega o poder da escolha.
Sempre deixo transparente meu interesse, quero que ela saiba minhas intenções que não se limitam ao carnal, quero que ela veja todas as possibilidades e consequências que nossas ações podem acarretar. Mas, principalmente, quero que ela saiba que estou aqui, ainda que o resultado seja ruim e as probabilidades estejam contra nós.
Eu a quero como nunca quis alguém antes.
— Foda-se — Ela exprime em um suspiro de desistência quando finalmente une nossas bocas.
Tudo que sinto é o calor em minhas entranhas, o borbulhar incessante no interior. Sua língua passa por meus lábios e cedo facilmente querendo tudo, agilmente nossas línguas se encontram em uma batalha saborosa que tira o ar dos pulmões. A saudade realmente nos deixa com mais vontade, mas o sabor dela continua igual e quanto mais a beijo, melhor ela se torna para mim.
A minha lembrança não faz jus ao toque dela na minha pele, um mês revivendo um único encontro e agora é como se eu estivesse descobrindo-a de novo. O jeito que os suspiros dela soam ao interromper um beijo, a maneira como mesmo inconscientemente ela se entrega ao momento, principalmente como ela reage.
Suas mãos adentrando meu cabelo e puxando-o quando não consegue lidar com suas próprias emoções, gosto da força que ela usa, gosto ainda mais quando ela empurra meus passos e me faz sentar no sofá se juntando a mim com rapidez.
Mas não é a forma como ela exige o que quer que me impressiona, nem mesmo a pressão agradável sobre meu membro desperto, é a forma como ela me olha.
A sonoridade de sua respiração forte e errante enquanto seus olhos escrevem diversas palavras soltas, é diferente de um desejo, é diferente de tudo que antes ela estava disposta a me dar. É somente um olhar, seguido de uma carícia na minha bochecha e quando ela desce para meu pescoço permito-me olhar para si de volta.
É como se estivéssemos nos conhecendo agora.
Um reconhecimento, para mim soa como uma verdadeira consideração do que quero com ela, e quando sua conclusão finaliza a respiração já se acalmou, mas o nervosismo continua permanente entre nós.
Ela me beija, suavemente. Os lábios encostando nos meus com calma calculada, é mais íntimo que qualquer contato que ela já me ofereceu, sinto o leve tremor de suas mãos descansando em meu ombro, então eu a abraço trazendo-a para mais perto de mim.
Ravine arfa sobre minha boca, ela me faz sonhar.
Ela me faz ser mais ganancioso quando deposito um braço em sua cintura em um aperto constante enquanto o outro sobe por suas costas, deslizando lentamente os dedos, lentamente subindo e descendo e os suspiros me incentivam a continuar. Desvencilho seus lábios dos meus abaixando a blusa para depositar um beijo no ombro exposto, os beijos se arrastam pela pele quente e cheirosa.
Sob seus olhos atentos eu aplico mais força deixando marcas vermelhas por onde minha boca passou, mordendo a clavícula e lambendo o caminho até seu queixo demorando-me para chupar a pele e apreciando o aperto ao chegar seu corpo mais perto do meu; quase como se pudéssemos nos fundir.
O gemido dela enche meus ouvidos enviando uma pontada ao meu membro, agarro sua cintura com mais força encaixando-a perfeitamente sobre meu colo. Os beijos continuam intensos como antes, uma urgência subentendida que se demora nos toques porque quero me lembrar desse momento, quero que ela sinta meu toque mesmo depois que estiver longe e que ela pense na minha boca em outros lugares.
Quero que ela sinta o desejo surgindo dentro de si ao lembrar da forma como eu a beijo e que nas longas madrugadas em que penso nela, seja recíproco.
— Quer que eu rebole em você? — Pergunta sôfrega, a visão de sua boca inchada e vermelha faz algo comigo, um sentimento que vagueia entre satisfação e ganância.
— Quero.
— Peça, Jungkook.
— Eu devo?
Ela puxa meu cabelo com força e minha cabeça se inclina para trás no movimento.
É uma dor boa.
É uma dor bem-vinda.
— Você pode pedir gentilmente ou eu posso fazer você implorar, não tão gentilmente.
O sorriso que borda minha boca a provoca, ela morde meu lábio inferior chupando-o e puxando ao final. O movimento seguinte acontece rapidamente aos mãos dela estão sobre meu sexo massageando, solto uma exclamação suspresa que soa mais como um xingamenteo desconexo que a faz sorrir como se não estivesse brincando comigo.
O aperto muda de rumo e ela aperta minhas coxas descendo até ficar agachada na minha frente, a visão é tentadora e Ravine não me deixa tocá-la quando tento acariciar seu rosto. Este que se abaixa o suficiente para estar perto da minha virilha, quase dando-me esperança. Mas a risada dela ressoa pelo lugar quando se levanta e caminha para longe de mim.
Ante o olhar que vagueia por todo seu corpo, começando nas pernas desnudas me fazendo imaginar estas envolvidas na minha cintura, as coxas cheias, os quadris largos, ela se despe da blusa deixando-a cair lentamente para o chão, mal registro o movimento pois estou hipnotizado por sua beleza.
Seu sutiã adornado em rendas com pequenas tiras que seguem o desenho de arco dos seios com as laterais transparentes, e um short curto totalmente preto mas não é o que realmente me chama atenção em si, é a tatuagem. Flores desenhadas em sua costela, três em tamanhos maiores, as outras envolta quase tímidas e terminam perto o caminho para as costas, um encaixe perfeito de proporções e embaixo delas uma frase.
Vou continuar aguentando firme.
Ravine não percebe como meu olhar se prende naquele lugar, voltando a estar perto parada na minha frente, provavelmente esperando uma reação, uma atitude minha como tenho constantemente esperado dela. Erguendo minha mão para seguir o desenho, a retração dela com o toque é quase imperceptível, mas noto seguido de uma lufada receptiva de ar.
— Quando você fez?
— Algum tempo, cinco ou quatro anos talvez.
— É linda! O que significa? — Minha voz soa como um sussurro.
— Não pergunte demais.
— Você me oferece seu corpo, mas não me deixa conhecê-la.
Um sentimento enche seus olhos, transparentes como água. Eles estão frustrados, até a expressão do corpo reagindo com lamento, embora haja desejo. Uma fagulha pequena enquanto acaricia minha bochecha. Mas tudo que consigo pensar é como seríamos juntos, se ela me permitisse.
— Por que você não aceita o que estou disposta a te dar?
— É tão complicado entender que eu quero mais de você que apenas uma noite ou o seu corpo? — Pergunto juntando-me a frustração. — Eu não sei com que homens você tem saído, mas para mim uma noite não é suficiente. Eu quero lembrar de você.
— E eu poderia fazer com que fosse uma noite inesquecível. Nós poderíamos.
— Não funciona assim.
— Jungkook — Ela abaixa a testa tocando a minha e o suspiro sobre a minha boca, sua respiração aquecendo-me. — Seja egoísta, pegue o que puder pegar. Aceite o que estou dando porque pode ser a única coisa que vai ter de mim.
— Ravine...
— Apenas pegue. Me beije como se fosse a última vez, me segure perto de você, me faça gemer, esteja comigo e dentro de mim — Sua fala é calma, porém demonstra ânsia. — Mas, não me peça mais.
A verdade nos olhos dela é como a sentença de um julgamento, onde ela atua em todos os papéis. Ela apresenta todas as provas e pondera todas as evidências possíveis e finalmente chega ao veredito. Não tenho certeza dos homens que estiveram com ela, e tenho certeza que não desejo ser semelhante a nenhum deles de nenhuma forma, entretanto com tudo que ela me oferece serei exatamente mais um deles.
Não sei se ela reagiu a todos como reage a mim, se minha presença a provoca o bastante para tentar ir além ou se é questão de tempo para sumir de minha vista. Ainda temos três meses de semestre pela frente, e agora sei com toda certeza que eu seria o único a estar esperando.
Mas o meu desejo é tão forte que posso ignorar todas as outras partes e tê-la somente como oferece?
Ela mentiu para mim quando disse que cobiçava corações, não é cobiça, é apenas desejo.
Um desejo que se supre com um corpo passageiro, não uma vontade para conquistar e ser conquistada, embora eu pense que no fim de tudo, ela sempre ganhe algo que não está disposta a manter. Ravine conquistou meu interesse com sua dança, minha vontade com suas falas provocativas e meu corpo naquele primeiro beijo que tivemos, talvez antes mesmo quando me ameaçou.
Os olhos dela são lindos, penso. Marcantes e podem ser transparentes, mas as vezes são semelhantes a um segredo que precisa ser desvendado, e ainda assim, irresistivelmente atraente e quando ela me olha esperando, com os lábios inchados e a expectativa aflorada sei que tenho minha resposta.
— Eu não posso te pedir para ficar.
— Não, você não pode.
Continua...
A
tualização!!! Gostaram do capítulo de hoje?
Mais de 4k de palavras e o maior capítulo até o momento, eu sinceramente espero que vocês gostem dele tanto quanto eu gosto.
Qual decisão vocês acham que o Jungkook tomou? Comenta aqui!
Próxima atualização pode vir dia 08 ou dia 15, depende de como vai correr a escrita. Vou me esforçar bastante pra conseguir trazer na primeira data, certinho?
A tatuagem da Ravine é parecida com essas, embora na minha mente seja um pouquinho menor. É mais pra vocês visualizaram sabe? Principalmente a parte que ela segue pra costas.
Enfim é isto.
Beijinhos ❤
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