- ̗̀ 🧱 Capítulo 1: Paredes finas.
⚠️ Aviso: Pitadas de humor e um capítulo só de lemon ( ͡° ͜ʖ ͡°)
Boa leitura e feliz véspera de natal! 💕
Chanyeol suspirou pesado quando a última caixa havia sido esvaziada e ele estava arrumando as coisas que faltavam nas prateleiras de madeira cor clara, essas que eram seus livros e algumas miniaturas. O Park havia acabado de se mudar para seu novo apartamento, onde viveria a vida adulta sozinho pela primeira vez e estava muito animado com isso.
— Sim, pai, já acertei tudo com o síndico e estou terminando de arrumar minhas coisas. — Yeol repete pela milésima vez as respostas com paciência às perguntas repetitivas de seu pai, esse bem preocupado como sempre foi.
— Tudo bem, você sabe que a gente só fica muito preocupado, você era nosso bebê até ontem… — Park ChanHyuk justifica com seu tom dramático.
— Não sou mais o bebê de vocês há doze anos. — riu — Eu vou ficar bem.
— Qualquer coisa que acontecer você pode voltar para casa a qualquer momento, sim?
— Sim, eu sei, obrigado. — sorriu leve. — Preciso ir, mando notícias depois.
Com a confirmação e despedida de seu pai, Chanyeol desliga a chamada e joga o aparelho no sofá, para dar toda atenção a sua arrumação.
Ainda era engraçado como ChanHyuk não entendia que agora a nova casa do filho era no apartamento 115 na Rua das Flores com a decoração que estava a sua cara, porque qualquer um que entrasse ali veria que era a casa de um escritor.
As paredes pintadas com algumas cores da paleta de outono, escrivaninha antiga de madeira cheia de papéis, caixas com mais papéis e pastas no chão ao seu lado, computador com abas abertas em capítulos não finalizados e sites de edições de capas, em seu quarto os suéteres em tons de branco, marrom, nude, cinza e preto, plantas em sua varanda se movendo ao leve vento e tomando banho de sol o dia inteiro. Esse lar era o sonho de consumo de Park, e ele finalmente podia desfrutar à vontade e fazer suas estranhices sem ter seus pais vigiando-o vinte e quatro horas por dia.
Ele amava seus pais, mesmo que fossem protetores até demais, mas queria ter seu espaço pois já era um adulto e queria conquistar suas próprias coisas sozinho, ser um homem independente que vende independente seus livros por enquanto e quer cuidar de um cachorrinho vira lata para se desafiar. Desde criança sonhava em ter um cachorrinho de estimação, mas nunca pôde por seus pais terem alergia e por eles saberem que Chanyeol não teria responsabilidade o suficiente, porque com cinco anos o pequeno Yeol só queria brincar no parquinho da vizinhança.
Hoje ele entende, e vai adotar um quando estiver mais estável no novo apê.
— Okay. — suspirou satisfeito e olhou para a bela estante cheia e arrumada. — Perfeito, Chanyeol, bom trabalho! — se elogiou e riu de si mesmo. — Vida nova, ares novos e caminhos brilhantes! O que poderia dar errado?
Com sua pergunta sem uma resposta ainda, o moreno separou as caixas vazias em um canto, jogaria na reciclagem depois, e migrou para sua querida escrivaninha para continuar a escrever. Park Chanyeol é um escritor iniciante mas muito querido por seus leitores que gostavam de seus romances gays fofos, depois de ter se formado em Letras ele arriscou entrar na carreira de escritor e até o momento estava dando certo, seu ebook mais famoso estava em quarto no top livros mais lidos da Coreia na hashtag LGBTQIA+, era um avanço e tanto para quem começou agora e um grande sinal para que ele devesse continuar.
E com certeza ele continuaria, amava escrever romances que nunca viveu e imaginava, depois de se descobrir gay ele deixava florescer seus desejos e coisas que agradariam seu público.
Então ele se ajeitou em sua confortável cadeira, estalou os dedos e abriu no capítulo quinze se sua mais nova obra de romance escolar com temática soft e clichê, Minseok e Jongdae teriam o romance mais bem escrito e a história mais melosa que Chanyeol poderia escrever, bem mais que Junmyeon e Yixing (dois filhos de mafiosos rivais que acabaram se apaixonando) e Jongin e Kyungsoo (príncipes prometidos na época da dinastia).
A mente do Park era fértil o suficiente para as pessoas gostarem, e então ele continuaria até não conseguir ter mais ideias e falarem chega, era engraçado pensar nisso pois demoraria muito para não conseguir mais pensar em nada.
Seus dedos ágeis começaram a dançar pelo teclado, seguindo trechos inacabados e cheios de amor, Jongdae finalmente se declararia para Minseok e o beijo mais perfeito aconteceria, até que gemidos altos de lá se sabe onde começarem a soar alto demais, parecendo que um fantasma estivesse fazendo coisas libidinosas em seu quarto.
Park deu um pulo de sua cadeira, os sons vinham da parede que sua cama estava encostada, seu vizinho descarado não tinha vergonha nenhuma de gemer de forma escandalosa e não bater sua cama na parede ao ter o quarto colado ao da casa ao lado, o semblante chocado, a boca aberta de Chanyeol e sua indignação eram engraçadas de ver, naquele momento ele se sentia um tiozinho conservador achando aquilo um absurdo porque os jovens de hoje não têm mais vergonha na cara.
NA MINHA ÉPOCA…
Ele não poderia dizer isso, provavelmente o sem vergonha teria sua idade, o que o deixava mais boquiaberto ainda. Os barulhos eram tão explícitos que parecia estar assistindo um filme adulto no último volume, não dava para escutar outra pessoa junto então parecia que o homem do outro lado se divertia sozinho, patético, Chanyeol pensou, mas não podia dizer muito por ser da mesma forma.
Tentando ignorar os barulhos, o escritor desviou o olhar de volta para a tela e quase chorou ao ver o que havia escrito em um trecho de seu livro: “Então Jongdae finalmente se declarou para Minseok, que gemeu manh-”
Não era possível!
Definitivamente não conseguiria escrever com aquele incômodo todo, suspirou fundo, colocou seus fones com uma música aleatória e decidiu ir para cozinha comer alguma fruta e tentar se distrair, queria muito julgar o outro, mas sua vida sexual estava mais parada que uma estátua em Gangnam, fazia meses que havia transado e ouvir gemidos manhosos o afetou mais do que devia.
Tentava não imaginar o que o vizinho estivesse fazendo, ele devia estar usando dildos? Vibradores? Ou sua mão? E por que caralhos estava pensando isso?! Sério…
— Porra, Chanyeol. — bateu em sua testa. — Fica quieto e come essa fruta logo!
Com mais uma mordida em seu pêssego, a barulheira se dissipou, seu fone era tão ruim que dava para ouvir tudo fora dele, então, depois de tirá-los, percebeu que tudo voltou a ficar quieto novamente como se nada tivesse acontecido, como se as paredes daquele local não fossem nada finas. Queria saber o que seus simpáticos vizinhos achavam de um descarado gemendo como se não houvesse amanhã, o que a senhora Cha de 80 anos acha?
Com um suspiro derrotado viu que esse era um problema que não podia imaginar nunca que teria, tudo parecia perfeito no apartamento mas não passou por sua cabeça que não tinha mais de uma parede separando as casas, eram ridiculamente finas e isso o incomodou. Só que não poderia desistir agora de seu novo lar, não queria arrumar briga com os vizinhos e nem se mudar de repente em pouquíssimo tempo, agradeceu por não precisar ir pedir silêncio pois não sabia com que cara iria encarar o outro.
Porém, no fundo, o moreno sabia que aquilo não iria parar tão cedo e ele teria que olhar cara a cara para o vizinho gemedor sem vergonha.
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