Capítulo 5
Richard Grayson / Asa Noturna
Comido ontem porra nenhuma.
Ninguém apagava daquele jeito se alimentando bem. Ela estava a dias sem comer. Tinha certeza que sim. Agora, se era por vaidade, religião ou por passar necessidade não tinha ideia.
Esperando que Rae saísse, Richard Grayson quase cai para trás ao vê-la de short, chinelos, cabelos devidamente arrumados, numa confusão gostosa de ver, dando um ar mais quente para ela com suas ondulações livres, além dos seus piercings dos seios em evidência pela falta de sutiã, que Rachel disfarça com uma jaqueta preta.
Completando o visual para encerrar seu dia, mantinha seu batom agora na cor transparente, maquiagem nenhuma e seu headfone apoiados no seu pescoço.
Algo o dizia que não importava se ela fosse vestir algo casual, fino, despojado, puritano ou qualquer coisa do tipo. Independentemente de tudo isso, algo nela ainda soaria como: me foda.
Aos olhos dele e de qualquer homem com visão naquele mundo.
— Relaxa, maninho. Tô indo já — diz ao telefone ainda com seus óculos escuros embora fosse de noite.
Sendo seguida pelas câmeras, além dos olhares de toda delegacia, Rachel também exibia seu piercing no nariz, já que não estava mais em horário de serviço.
Uma oportunidade ótima para ele, que passou pela parceira colocando um localizador e escuta no bolsos aberto da mochila dela, a fim de saber o que estava acontecendo com aquela mulher.
— Eu me pergunto de onde essa garota tira tanto calor num frio desses — a senhora Jonh, mais antiga policial feminina, pensando alto o faz rir.
— Ela se veste como uma vagabunda. Não gosto dela — Jessie falou o deixando irritado.
Rachel era bonita, sexy e não devia contas a ninguém. Tinha era que mostrar tudo que possuía de mais bonito mesmo.
Só não sentia mais ciúme daqueles caras babando, porque ele havia sido o único que a fez gritar e ficar com algumas boas marcas. Richard Grayson havia a feito ver estrelas, já os outros?
Bem, continuariam a vendo só em seus sonhos.
— Vou obrigar ela a engolir alguma coisa. Comeu ontem porra nenhuma — Richard fala sem pensar muito no que dizia.
Rindo baixo, Rachel dispensou a produção, já que só os seguiam para casa quando havia casos a resolver, não sendo o que acontecia naquele dia, logo saindo apressada para o elevador. Fazendo Dick usar as escadas de emergência para pegá-la de surpresa.
Porém quem foi pego de surpresa foi ele, que viu um carro preto, blindado com uma placa trazendo um lobo desenhado no lugar dos dados, se aproximando de Rachel.
— Eu não acho que seja nece... — Rachel Roth tenta dizer antes de Richard ver uma arma sair da janela do carona.
— O que está acontecendo? — resmunga baixo antes de Rae se virar para ele e fazer um sinal de até depois, entrando no carro sem manter mais contato visual com o detetive.
A oficial estava apavorada.
Com esse pensamento, Dick correu até seu carro, pegou sua maleta para emergências e foi até o beco mais próximo, agradecendo a Deus por ter a instalado uma escuta.
Já de roupa trocada, colocou sua máscara e xingou a si mesmo por ter sido tão ríspido com Rachel no começo.
Como seu parceiro, detetive Richard Grayson, ela jamais o contaria o que estava acontecendo.
— Ativar escuta e o localizador — usando a inteligência artificial do computador em sua casa, o acessa pela voz de maneira remota.
Já que sua máscara não tinha a parte dos olhos brancas a toa. Aquilo na verdade era uma mini tela que o exibia uma visão privilegiada de tudo ao seu redor, também repassando dados pegos pelo seu computador central.
— ... Eu disse que o daria no final da semana o dinheiro — escuta Rachel dizer com seu tom de voz calmo.
Provavelmente havia crescido em meio àquilo, mas a quem estava devendo dinheiro?
— Você tem até depois de amanhã para me arrumar o dinheiro. Se não fizer a vagabunda da tua mãe vai pra vala, está me ouvindo? — a voz que ele reconheceu como sendo de Reese, um traficante barra pesada da cidade, dá o ultimato a Rachel que tenta falar algo.
Para a silenciar ele a dá um tapa no rosto, mandando seu motorista ir para as docas, o que Richard faz, usando atalhos para chegar mais rápido.
— Você é muito mais bonita que ela sabia? Será que é tão selvagem na cama quanto? — o criminoso parece mexer com Rachel que dessa vez o acerta.
— Não encosta em mim! Não sou uma das prostitutas! Eu vou te dar a porra do dinheiro e depois disso, minha mãe nunca mais vai voltar a trabalhar pra você! Seu doente!
Por oficiais não serem permitidos andarem armados fora do horário de serviço, Rachel não tinha nada além da sua mochila para se defender.
O que deixou Richard a ponto de ter um ataque do coração ao lembrar daquele detalhe.
— Eu não ia encostar em você não, mas já que me bateu eu vou te mostrar como é que puta como e você e tua mãe tem que me servir!
Escutando barulho de brigas, um tiro é disparado e ao alcançar o carro, já estacionado nas docas próximo a navios, vê que Rachel havia acertado alguém, porém não conseguiu fugir, sendo segurada por dois homens.
— Quebrem essa filha da puta! Quero meu dinheiro até amanhã, sua vagabunda! Se não trouxer os cinquenta mil dólares, mando o que sobrar da sua mãe pelo correio! — ameaçando Rae a faz se contorcer de ódio.
Entre pegar o criminoso e salvar sua parceira, que descobriu estar até então limpa, devendo a quem não devia, tomou a frente em favor dela, descendo do alto do prédio que estava para derrubar os dois imbecis que a continham.
O que seria de um herói sem as mocinhas indefesas, não é mesmo?
— Eu disse me pra soltar! — Rachel Roth brada com os homens que riam.
— Quando uma mulher diz: me solte. É sempre bom obedecerem, caras... — ele se faz presente antes de acertar um com seus bastões na cabeça.
Rae por sua vez, deu um jeito no outro, olhando surpresa para Dick que fez uma careta ao prender o cara que apagou ao que Rachel havia imobilizado. Ela era tão gente boa com criminosos que se perguntava se era de fato na tira.
— Boa noite, está tudo bem, senhorita? — fala com ela usando seu emulador que era parte do traje de neoprene azul e preto que vestia.
— Veio a mando do meu pai? — ela o perguntando sem rodeios pega Dick de surpresa.
Afinal de contas, quem era o pai de Rachel?
— Não.
— Ah. É o vigilante. Asa Noturno? Noturna? Da noite? — sugerindo pensativa ela liga para polícia.
— Asa Noturna, senhorita. É um prazer conhecê-la. Até algum dia...! — despede-se divertido da moça que apenas o olha de cima a baixo.
Recebendo o mesmo tipo de olhar dele, que ao contrário dela pensava em ótimas formas de agradecimentos da parte da sua parceira.
— Te devo uma Asa Noturna. Me cobre assim que precisar... — Rachel fala em tom solene que ele não entende a princípio.
Até se lembrar do que ela disse mais cedo. Vivia numa rede de favores onde tudo e todos ajudavam e eram ajudados, logo poderia usar o favor para conseguir fazê-la obter informações sobre a tal nova droga.
Algo muito útil. Desde que mantessse seu foco nas informações e não em transar com ela para sarar seu ego ferido pelo que Rachel Roth o disse mais cedo.
— Vamos ver quem não fez nada de mais, Rae... — pensando consigo mesmo começa dali sua ronda como vigilante.
O combate ao crime não parava nunca.
Mudando seu padrão, Richard Grayson começou pelas docas, passando pela área mais perigosa da cidade, indo até o centro, onde viu um homem com cara de mafioso entrar num clube de nome Irmandade.
Aproveitando que os homens armados estavam distraídos, Richard entrou pela saída de ar, onde usou um aparelho para escutar o que acontecia na sala da gerência do clube:
— Quantas vezes tenho que dizer? Não mexam com os amigos da minha menina!
— O garoto não tinha ligação conosco senhor... Era autônomo — explicando baixo faz Dick pensar a respeito.
Quem era aquele cara? E que menina era essa que ele queria proteger os amigos dela?
— Quero essas drogas circulando hoje mesmo! E quero que ninguém atrapalhe minha menina... Estamos entendidos? — o homem bradou com seus empregados que pareceram tremer na base.
Achando uma loucura sem tamanho, o que o tal cara estava dizendo Richard acabou deixando cair seu bastão, chamando a atenção dos homens que ficaram num silêncio.
— Preciso sair... — ele começa a falar consigo mesmo antes de darem início aos tiros.
Refazendo seu caminho para ir embora, Dick estava prestes a sair de onde ficava o cômodo quando sentiu algo queimar seu peito.
Seu traje era resistente a tiros, mas não era a prova de balas como a armadura do Batman. O que se provou sendo uma merda já pra começo de conversa.
Com a mente a todo vapor para fugir de lá, Richard Grayson continua a se arrastar pela passagem de ar até a saída onde ganha a rua e se esconde num prédio próximo a boate.
— Vamos lá cara. Pensa! Onde você poderia pedir ajuda pra dar um jeito nessa merda que fez? — falando sozinho, Dick é visto pelos criminosos que o fazem começar a correr.
Sangrando, sem recursos, ansioso e sem muitas alternativas, pois um hospital seria uma sentença de prisão naquele momento.
Até que, sua mente o trouxe algo muito importante à tona. Rachel Roth era formada em enfermagem. Trabalhou na área de emergência em Gotham e devia um favor à Asa Noturna.
— Onde mesmo tinha o número dela? — perguntou a ninguém saltando de um prédio para uma casa.
Lembrando que Harper deveria ter o número de Rae, liga para Luis, melhor amigo do seu ex parceiro ruivo, perguntando se poderia ligar para Rachel a fim de saber se ela estava bem.
— Ela não tem atendido ninguém até agora, mas boa sorte... — o homem fala antes de voltarem a atirar na direção dele.
— Show. Vou só desligar a televisão! — avisando ao colega entra num canteiro de obras, onde tem o silêncio que precisava para escutar a droga do número.
Seria muito mais fácil se não tivesse ficado bancando o Inalcançável, mas seu orgulho gritava e não havia o que ser feito. A mulher basicamente desdenhou da única coisa que Richard fazia com excelência, além de prender criminosos e atuar bem.
Usando seu computador para mascarar seu número, foi atendido no primeiro toque por uma voz rouca, sexy muito calma.
— Oi? Quem é? Jeremias?
— Olá. Lembra do vigilante de mais cedo... É sou eu. Onde você está? — pergunta a ela que parece confusa.
— Em casa. Por que está ofegante? — Rae diz desconfiada o fazendo parar sua fuga para olhar ao seu redor.
Os homens haviam ficado para trás, graças a Deus. E olha que Richard Grayson sempre se considerou meio ateu.
— Pode me passar seu endereço, princesa? — pedindo a mulher é logo atendido.
Usando toda a adrenalina que ainda tinha, Richard Grayson entrou na casa de Rachel Roth pela porta quebrada dos fundos, onde tudo parecia muito limpo e organizado, sem fotos, sem marcas ou chão sujo.
Na sala era possível ver a Netflix pausada em uma série, na mesinha de centro havia barrinhas de cereal e várias contas pendentes.
Separado por um balcão, que também servia de mesa improvisada, havia uma cozinha, muito bem equipada, impessoal que completava um lado da casa.
Do outro do corredor que ficava a entrada principal da casa, havia um escritório, fechado por portas de correr, cheio de anotações e lá nas fotos, jornais e relatórios colados na parede, viu ninguém menos que o criminoso que o fez quase virar uma peneira por conta dos tiros, além de fotos da boate que esteve, de um galpão e um comprimido com um pássaro negro.
Subindo as escadas, com muita dificuldade, Richard desistiu de cobrir seus ferimento, indo até onde escutava uma música baixa.
O quarto era amplo, possuía um banheiro e pela porta aberta dele, pode ver a silhueta de Rae tomando um banho mais a frente.
Sem forças para fazer mais alguma coisa, Richard apenas caminhou até a cama dorsel, onde deitou e não viu mais nada.
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