48. perder
O corredor tornou-se extenso, escuro e completamente sufocante quando a porta de pedra voltou a se fechar. Hopkins ia na frente, ciente da arma de Charlie atrás de si. Apesar de tudo, não pôde evitar um sorrisinho.
— Com medo de perder a arma para mim, Charlie?
— Muito engraçado, Hopkins — retrucou Charlie antes de acender uma lanterna e dardejar a luz pelas paredes de pedra. — Mas se bem me recordo, foi você quem sempre teve medo de perder para mim.
— O que você quer dizer com isso?
— Clark.
— Clark? — Hopkins soltou uma gargalhada gostosa. Aquele cara era inacreditável. — Se você acha que Clark foi sua, minha ou de qualquer outro cara, meu amigo, você é o filho da puta mais imbecil que já conheci.
— O que você quer dizer com isso? — perguntou ele. Hopkins ouviu os passos de Charlie cessarem atrás de si e sorriu vitorioso antes de dar meia volta.
— Se você não entendeu, não sou eu quem vai...
Ele se calou ao ouvir o barulho ensurdecedor de engrenagens. Charlie olhou para cima, e Hopkins percebeu que o teto de pedra descia, ameaçando esmagá-los.
— Só pode ser brincadeira!
— Corra! — Charlie o empurrou, pulando por cima de seu corpo e voando para a saída.
— O que você fez, seu idiota?! — Hopkins levantou-se desajeitadamente e correu.
— Sei lá, acho que pisei em alguma merda. Corra!
Com o teto cada vez mais próximo e a saída do maldito túnel cada vez mais distante, Hopkins arfou. Ouvia os passos apressados e via a silhueta disforme de Charlie se mesclar à escuridão quando tropeçou, sentindo o doce abraço da morte envolvê-lo logo antes de perder os sentidos.
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