42. disfarce
Hopkins cumprimentou um dos guardas da cidadela com um gesto de cabeça e apertou com força a mão de Clark.
O bigode falso que Spankin' arranjara na cidade fazia seu nariz coçar enquanto se encaminhavam para a grande fortaleza no centro da cidadela. Clark usava um chapéu branco de verão, um vestido florido e óculos escuros redondos. Spankin', por outro lado, andava ao lado dele usando fones de ouvido, carregando a mochila surrada nos ombros e olhando o mapa ilustrado nos folders enquanto desviava dos inúmeros turistas.
— Relaxe, Clark Gable — sussurrou Clark. — E pare de apertar minha mão com tanta força. Alguém pode desconfiar que talvez você não esteja curtindo o feriado em família, querido.
— Eu estou amando, docinho. — Hopkins sorriu de volta, querendo arrancar o maldito bigode. — Para quem odeia compromissos, até que você foi bem rápida para me pedir em casamento de mentirinha, hein?
— Não comece.
Hopkins sorriu com o canto dos lábios, sentindo a perna doer um pouquinho. Tão logo desembarcaram em São Petersburgo e rumaram para o interior num jipe mal-acabado, ele engoliu quantos analgésicos conseguiu para bancar aquele papel de pai amoroso no disfarce idiota que Clark inventara. A família feliz de férias na Rússia. Porque ninguém presta atenção em famílias agindo como turistas, Hopkins. Grande desculpa esfarrada.
— Não tenho culpa. Foi você quem não quis ser minha esposinha.
— O pacote incluía cães, uma casa no subúrbio e o que mais? — Clark riu. — Filhos?
— Já temos a nossa menina, caso você tenha se esquecido.
Ela ficou em silêncio, olhando para Spankin', que lia o folder com a atenção de um monge budista. Hopkins ajeitava o bigode falso quando a garota tocou seu braço, tirando o fone de ouvido.
— A entrada do museu é logo ali. Vamos lá.
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