Hopkins escancarou a janela do laboratório de alquimia e foi recebido por uma agradável lufada de ar fresco. A fumaça do pequeno incêndio de Holt perseguiu-os durante todo o tempo que levaram para voltar ao laboratório, mas foram rápidos o suficiente para driblarem as chamas e seguirem pelo caminho de pedra. Na sala, Hopkins debruçou-se no parapeito, enfiando o corpo para fora e olhando para cima.

Voltou-se para Clark. Sua cabeça girava.

— Ok — disse ele. — Podemos sair pela janela, escalar o telhado, saltar pelo prédio e procurar um ponto mais baixo para descer. Agora que esse desgraçado do Holt já conseguiu o que queria, ele vai incendiar to... Clark?

Ela estava petrificada no centro da sala, os olhos verdes arregalados e a testa salpicada de suor. O peito de Clark subia e descia, e sua respiração era tão audível que abafava os gritos dos homens lá embaixo.

— Eu não vou conseguir.

Ah, merda. Hopkins havia se esquecido do medo de Clark, o único adversário que conseguia vencê-la. Ela tinha os punhos cerrados e olhava para a janela com olhos mortificados. Ele se aproximou, sentindo as gotas de suor escorrerem pela própria testa. Uma pequena fumaça cinzenta invadia o laboratório por debaixo da porta. Hopkins segurou o ombro de Clark.

— Nós vamos morrer se ficarmos. — Ela não respondeu. Hopkins sacudiu-a, forçando-a a olhá-lo nos olhos. — Escuta. Eu vou sair pela janela e te puxo para fora. Você só precisa se sentar no parapeito, e...

— Liam — retrucou ela. — Não.Dá.

— Eu não vou sair sem você, Liz — arrematou ele. A fumaça entrou por debaixo da porta aos borbotões. Hopkins olhou no fundo dos olhos verdes dela. — Você é Elizabeth Clark, caralho. Você quase perdeu um olho essa semana. Isso vai ser... barbada.

— Você me segura? — Ela perguntou depois de um silêncio tenso.

— Confia em mim. — Ele sorriu. — Vamos dar o fora desse lugar.