35. prender
— Você sabe, Srta. Clark, sou fascinado pelo século XVIII — Holt decretou, girando o colar contra a luz. Hopkins fervilhou de ódio ao perceber que todos os capangas, inclusive Charlie, miravam as armas diretamente para eles. — Há certa decadência envolvente na aristocracia acuada, com medo de perder os tronos. Não concorda?
Ela não respondeu, e ele sorriu cordialmente para o colar.
— Agora o Cofre dos Romanov está cada dia mais próximo.
— Você perdeu o juízo?— Clark retrucou após um breve silêncio. — Isso é pura lenda. Apenas outra invenção acerca dos Romanov.
Hopkins, os capangas e Charlie, que não entendiam nada de História, trocaram um olhar. Pois é, rapazes. Estamos no mesmo barco. Clark balançou a cabeça e Holt sorriu como um professor indulgente para uma aluna incapaz.
— Napoleão não encontrou um só rastro do Cofre, Lênin procurou durante anos por uma simples correspondência de Catarina e eu, para desgosto de todos eles, vou encontrar o tesouro. As joias serão, enfim, minhas. Mas não falemos disso — ele disse alegremente quando três homens entraram no quarto, cada um carregando um galão vermelho. — Sou fascinado pelo século XVIII, Srta. Clark, mas também gosto de... renovar.
Os homens despejaram o conteúdo dos galões no chão, formando uma linha imaginária entre os dois grupos. Hopkins não precisou se esforçar muito para sentir o cheiro forte de gasolina preencher cada palmo do quarto. Holt sacou um isqueiro do bolso interno do terno bem cortado e sorriu, brincando com a chama azulada.
— Fazer como a Fênix e renascer das cinzas da própria desgraça. É uma pena que os seres humanos não possam fazer o mesmo. — Holt atirou o isqueiro contra a gasolina, que ergueu labaredas entre os dois grupos. Ele ajeitou a grava e com um gesto cortês, sorriu. — Sr. Hopkins, Srta. Clark.
Ele se retirou com os homens. Charlie sorriu para eles antes de sair e piscou um olho.
— Foi um prazer trabalhar com vocês, amigos.
Quando a porta se fechou, eles estavam presos entre a parede e as chamas. Clark riu, descansando as mãos na cintura.
— Pelo menos não podemos dizer que o trabalho está sendo entendiante, bonitão.
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