Tudo pode acontecer.
Achou melhor dizer a verdade.
— Está lá presa. — Suspira.
— Então... — Engole em seco.
— Ela não conseguiu fugir. Me ajudou a sair e assim que foi sua vez de passar pelo portal, não pôde. — Passou a mão na cabeça. — Não havia como ela escapar, sem sermos pegos novamente. — Falou cabisbaixo.
— Tudo bem. — Segurou em seu rosto, o fazendo encará-la. — A gente vai dar um jeito. — Afirmou e ele assentiu com a cabeça. — Agora você precisa descansar. Vem. — O puxou. Foram até seu quarto e ela lhe entregou um cobertor e um travesseiro. — Vou dormir ali. — Apontou para o sofá. — E você pode dormir aqui na cama.
— De forma alguma. — Rebateu. — Eu durmo no sofá e você na cama. — Foi em direção a ele.
— Mas... — O seguiu.
— Não adianta tentar. Vou dormir aqui. Ele me parece bem confortável. — O fitou. O sofá realmente era bem confortável e seu tecido era macio. — E você dorme na cama.
— Está bem. — Ergueu os braços em sinal de redenção. — Vou dormir na cama e você dorme no sofá. — Revirou os olhos, se dando por vencida. Ele se aproximou e a beijou novamente.
— Boa noite. — Sussurrou e depositou um beijo em sua testa.
— Boa noite Felipe. — Sorriu de lado e foi para sua cama. O observou se deitar, para ver se não precisava de algo. Assim que notou que ele estava confortável, se jogou na cama. Se embrulhou e rapidamente o sono chegou. Estava exausta. O dia fora muito cansativo e dormir, era tudo o que precisava naquele momento.
Dia seguinte.
O pai de Bella entra no quarto para ver se sua filha está bem e se assusta ao notar que havia alguém dormindo no sofá. Assim que se aproxima, percebe que é Felipe e sorrir, parecendo tirar um peso das costas ao vê-lo ali. Observa sua filha, que parecia dormir profundamente. Decide não acordá-los. A semana havia sido muito cheia e eles precisavam descansar. Mereciam isso e além do mais, ainda estava muito cedo. Desce para tomar café.
Bella acorda e fita Felipe, que continua dormindo. Sorrir ao vê-lo ali, bem e perto dela. Não tinha dúvidas do quanto a presença dele lhe alegrava. Fez sua higiene matinal e desceu. Encontrou seu pai e Victor sentados, tomando café.
— Bom dia. — Fala um pouco sonolenta ainda.
— Bom dia. — Ambos respondem em uníssono. Ela se senta no meio da mesa, ao lado de seu pai.
Victor estava sentado em uma ponta da mesa e seu pai a sua frente. A mesa era de apenas quatro lugares, já que apenas Bella e seu pai moravam ali.
— Dormiu bem minha filha? — Toma um golpe de seu café.
— Nenhum pesadelo ou coisa do tipo? — Pergunta Victor. Seu tom de voz é de preocupação.
— Nada. Dessa vez consegui ter um boa noite de sono. — Pega uma panqueca e coloca em seu prato. — Finalmente. — Suspira.
— Bom dia gente. — Felipe sorrir. Victor arregala os olhos e Thomas finge estar surpreso. — Olá senhor Thomas. — O cumprimenta. — Victor. — Se abraçam rapidamente.
— Mas... como? — Pergunta Victor, confuso. — Quando voltou?
— Uma longa história. — Afirma. — Voltei ontem à noite.
— Espera. — Parece um pouco confuso. — Então você dormiu...
— No sofá. — Ela responde antes de Felipe e revira os olhos.
— Ah. — Parece um pouco envergonhado. Estava com ciúmes? Ela ficou um pouco incomodada com o pensamento. É bom, sim claro que é, significa que ele realmente gosta dela, mas também é ruim, já que ela também gosta de Felipe. Tudo se torna ainda mais confuso para sua mente.
— Precisamos pensar em um plano. — Felipe come um pedaço de torrada.
— Para quê? — Victor o encara.
— Libertar Hannah. — Bella toma a frente. — Ela não conseguiu fugir e precisamos ajudá-la. — Toma um gole de suco. De repente é tomada por uma sensação estranha e sem querer deixa o copo cair, assustando todos a mesa.
— Você está bem? — Felipe pergunta ao seu lado.
— Eu estou... — Fecha os olhos e algumas imagens começam a passar em sua mente.
— Bella, o que você está sentindo? — Pergunta Victor, pondo-se ao seu lado, o oposto ao de Felipe.
Ela nem sequer o escutava.
As imagens que outrora estavam escuras, agora ficaram mais claras. Viu Hannah sentada em uma cadeira e havia uma mulher emcapuzada de frente para ela.
— Agora você vai aprender a não dar uma de espertinha. — A mulher esbravejou, fazendo uma espécie de sinal. Rapidamente um homem com aparência cadavérica e pele extremamente pálida se aproximou.
— O que... vai fazer comigo? — Engole em seco. Tentava não demonstrar medo, mas seu olhar entregava o pavor que sentia.
— Eu nada. — Deu uma risada maléfica. — Já ele... — Apontou para o homem. — Bom, não posso dizer o mesmo. — Se afastou e logo o homem se aproximou da garota e segurou seu rosto.
— O que... Que vai fazer? Me solta. — Tentou inutilmente se soltar.
— Dessa vez eu estou um passo a frente, garota estúpida. — Esbravejou. — Drenei seu sangue e como você não se alimentou... Bom, não tem forças para nada. Quer dizer tem, para ficar em pé. — Ironizou.
— Me solta. — Se debateu na cadeira. — Sai de perto de mim. — Gritou.
— Pronta para viver seus priores pesadelos? — Ela se afastou mais. O homem fechou os olhos.
— Não. não, sai de perto de mim! — Continuou se debatendo. — Nãaaao. — Gritou apavorada, com os olhos fechados. A mulher sorria, claramente se divertindo com aquele show de horrores.
— Não. Não. Soltem ela. Hannah! — Bella gritou, abrindo os olhos. Estava ofegante e suava frio.
— Calma Bella. Está tudo bem. — Felipe segura em sua mão, lhe passando segurança. Victor lhe entrega um copo de água. Ela se senta na cama e bebe um pouco.
— O que aconteceu? — Pergunta, mais calma.
— Você deixou o copo cair e depois, simplesmente desmaiou. — Victor começa.
— Em seguida parecia estar em sono profundo. Ficou inquite e falava algumas coisas difíceis de entender. — Se senta na cama, ao lado dela. Felipe parece um pouco incomodado. Ela precisava resolver logo aquela situação. — Então seu pai lhe trouxe pra cá.
— Achei melhor não te acordar. — Thomas se aproxima. — Você estava em uma espécie de transe. — Explicou. O que viu? — Franziu a testa.
— Hannah. Estavam torturando ela. — Seus olhos ficaram marejados. — Ela estava sofrendo e a culpa é minha. É tudo culpa minha. — Cobriu o rosto com as mãos.
— Não é culpa sua, o fato das pessoas se importarem com você. — Felipe aperta sua mão de leve.
— E gostarem de você. — Victor completa, passando a mão em seu cabelo. O clima estava um pouco tenso. Victor e Felipe se entre olharam, como se fossem dois inimigos.
— Eu vou cuidar de você e te proteger, Bella. — Felipe a encara.
— Eu também. Você sempre pode contar comigo. — Victor suspirou.
— Eu posso cuidar dela. — Felipe lhe lança um olhar ameaçador.
— Eu posso muito bem fazer isso. Ela não precisa de você. — Victor rebate.
— Ela se sente nelhor comigo. Ver se entende isso. — O rapaz revida.
— Parem vocês dois. — Ela quase grita. — Eu estou aqui. Então parem de discutir como se eu não estivesse. — Bufa.
— Desculpa. — Falam em uníssono.
— Bom rapazes, acho melhor vocês irem embora. Eu cuidarei dela. — Thomas cruza os braços. Ambos encaram a garota.
— Melhor vocês irem. — Olha de relance para os dois, em seguida fita as mãos.
— Fica bem. Qualquer coisa me chama. — Felipe beija seu rosto carinhosamente, enquanto Victor o fuzila com os olhos. Ela lhe dar um sorriso fraco e ele se retira.
— Se cuida. Sabe que pode contar comigo, para o que precisar. — Victor deposita um beijo em sua testa e sai.
— Você está...
— É eu sei. — Interrompe seu pai. — Confusa, perdida...
— Dividida. — Completa. Se senta de frente para ela e segura em seua mão. — Filha esses dois rapazes estão apaixonados por você. Embora eles sejam ótimas pessoas e se importem muito com você. Acho que isso não está certo. Agora você tem dezoito anos e precisa se decidir. — Aconselha.
— Eu sei pai. Mas... — Engole em seco. — É tão difícil. Eu os amo e não sei o que poderia acontecer caso um deles saísse da minha vida. — Começa a chorar.
— Um coração não consegue amar duas pessoas. — Aperta os lábios. — Não da mesma forma. Ou você ama uma pessoa e a quer bem. Ou você ama alguém e o quer com você, porque não consegue ficar longe dessa pessoa. Entende? — Franze a sombrancelha. Ela limpa as lágrimas com as costas das mãos.
— Ou você ama uma pessoa e quer vê-la bem com quem quer que seja. — Respira fundo. — Ou você a ama e quer tê-la para sempre em sua vida. — Afirma.
— Exatamente. Não tem como gostar de duas pessoas do mesmo jeito e você precisa distinguir seus sentimentos. — Explica. — Espera. — Parece lembrar de algo. — Hoje a meia noite, você não sentiu nada?
— Não. Eu acordei e encontrei Felipe. Conversamos por um tempo, ele me deu esses presentes. — Mostra a pulseira e o medalhão. — E então fomos dormir. Cada um seu lugar, calro.
— Estranho. — Parece perdido em seus devaneios. — Posso ver? — Aponta para o medalhão. Ela assente com o cabeça e o tira.
— É muito bonito. — O elogia e devolve para ela. Ela assente com um sorriso e o coloca de volta. — A pulseira também. Felipe tem bom gosto. — Completa.
— Realmente. — Concorda.
— Então vocês ficaram conversando e foram dormir. — Começou. — E você conseguiu dormir tranquilamente... Sem pesadelos, nem nada. — Deduz.
— Sim. — Começa a ficar desconfiada. Ele parecia estar escondendo algo. — Fala pai. — Pede, sabendo que ele estava pensando em alguma coisa, que provavelmente ela não sabia.
— Começa hoje a transição. Na verdade já era para ter acontecido à meia noite. Provavelmente você não sentiu nada por conta da presença de Felipe, que lhe deixou mais tranquila e de alguma forma atrasou o processo. — Ótimo, ela estava completamente confusa. Do que ele estava falando? — Seu lado vampira vai se repelir ou se unir ao seu lado paranormal. — Explica, vendo a confusão em seu olhar.
— Então está me dizendo que vou passar por uma transformação e que as duas pessoas que podem me acalmar, são as que acabaram de irem embora? — Ele assente, um pouco angustiado. — Droga! — Pega o celular e disca o número de Victor. — Vou ligar para Victor. — Avisa.
— Eu sei que ele é sua âncora, mas acha mesmo que é uma boa ideia? — Franze a testa.
— Tem razão. — O clima estava muito tenso entre Victor e Felipe. Não seria nada bom, se eles começassem a brigar no meio do processo.
— Só tem um problema. — Parece lembrar de algo.
— Ah não pai! — Reclama. Sempre tinha algum problema. — E qual é?
— Provavelmente algumas pessoas sabem do seu processo e vão querer se aproveitar disso. — Se levanta e começa a andar de um lado para o outro, pensativo.
— Se aproveitar disso? — Fica ainda mais confusa.
— Você vai estar vulnerável e pode despertar um lado sombrio. — Ela cruza os braços. Realmente nada parecia fazer sentido. — Não é somente seu lado vampiro e paranormal que vão entrar em uma espécie de disputa por espaço, até se juntarem, mas também seu lado sombrio...
— Espera, eu tenho um lado sombrio? — O interrompe, incrédula.
— Seu lado vampiro. Ele tem sede por sangue Bella. Ele faz você querer machucar pessoas para se saciar. Essa é a parte ruim. Você só não sentiu essas coisas por conta do lado paranormal, que mantém o equilíbrio. — Para e a encara, preocupado.
— Então se o meu lado vampiro permanecer, eu vou querer machucar as pessoas ao invés de protegê-las? — Estremece.
— Infelizmente. Quando o seu lado sombrio despertar e entrar em comfronto com o lado bom... — Balança a cabeça, provavelmente tentando afastar algum pensamento ruim. — Você ficará muito vulnerável e algumas pessoas podem querer se aproveitar disso, para roubar seus poderes.
— E alguém pode fazer isso? — Ele assente com a cabeça e ela fica boquiaberta.
— Tenho que ir trabalhar. Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo... _ Se aproxima. — Quero que me ligue.
— Está bem. — Ele deposita um beijo em sua testa e se retira. Ela ficou um tempo ali, pensativa. O que ela podia fazer? Estava completamente perdida.
Estava mesmo ferrada, pensou.
Seu celular vibra e ela ver uma mensagem de Felipe avisando que já está na porta. Rapidamente desce para ir abrir. Assim que ele entra, ela o abraça e começa a chorar. Ele não pergunta nada, apenas a aperta em seus braços e beija o topo de sua cabeça. Assim que ela se acalma, ele se afasta para encará-la.
— O que aconteceu? — Fica preocupado.
— Eu... Eu... — Balbucia.
— Tudo bem. — A abraça novamente. Pega em sua mão e eles se sentam no sofá. Ela conta tudo o que seu pai lhe disse e ele fica boquiaberto.
— Eu não sei o que fazer, Fê. — Passa a mão na cabeça. — Tenho medo de perder o controle ou de alguém roubar meus poderes. Eu...
— Fique calma. — A interrompe. — Eu estou aqui, ok? — Ela assente com a cabeça. Ele segura em seu rosto e a beija suavemente. — Sempre vou estar aqui por você. — Afirma e a beija novamente, um pouco desesperado. Passa a mão por seu cabelo. Ela sabia onde cada toque iria parar. Toda aquela mistura de sentimentos, sensações que o toque dele despertava. Mas ela queria que ele parasse?
(...)
Quantas emoções! Não? Em breve, novos capítulos.
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