Reencontro
Victor Narrando.
Eu a chamei pelo seu nome e não pelo apelido, para ver se ela parava e me reconhecia, pois eu não tinha ideia do que estava acontecendo com ela.
Ela parecia estar bem, mas ao me ver perdeu o controle novamente. Eu sabia o que tinha que fazer. Eu era sua âncora, então só eu poderia pará-la. Aproveitei o momento que ela estava distraída e aproximei-me por trás. Seus olhos estavam mudando de cor e eu sabia onde aquilo iria chegar. Ela iria perder o controle por completo e talvez ela estivesse mais forte, o que não seria nada bom, pelo menos não no momento.
— Olha é sério. Sou da paz e contra a violência. — Argumenta. — Não vai parar? Olha, você vai me obrigar a tomar uma atitude drástica. Mas dois passos e eu tomo uma atitude, que no caso seria começar a correr. Acho que é agora que eu devo fazer isso. — Afirma. Ela começa a correr.
— Isabella! — A chamo, antes mesmo que ela faça qualquer coisa.
Assim que ela me encara, com seus olhos ficando ainda mais claros eu selo nossos lábios. Seguro firme em sua cintura e ela vai se acalmando as poucos. A princípio tenta se desvencilhar mas logo corresponde ao beijo que outrora era desesperado, mas que agora era mais calmo e intenso. Ela passou os braços ao redor de meu pescoço e em um impulso eu a segurei em meus braços. Assim que se afastou um pouco, repousou a cabeça em meu peito enquanto eu a carregava nos braços. Ela parecia exausta. E como não estaria? Era muita coisa para uma garota. Não entendo como ela conseguia ficar de pé, apesar de tudo que estava acontecendo. Cheguei até sua casa e seu pai nos esperava na porta. Vou até a seu quarto e a coloco na cama. Seu pai a embrulhou e ficou ali em pé, próximo a sua cama com os braços cruzados, observando-a dormir.
— E pensar que a um tempo atrás você era uma garota normal e agora... — Respira fundo. — Você está tão mudada. Eu sabia que um dia esses tipos de coisas aconteceriam, fazem parte do seu destino, mas não imaginava o quão difíceis e impactantes elas seriam. — Faz uma pausa. — Você é tão esperta e forte, que tenho orgulho de você. — Sorrir e vira-se para mim. — O que acha que aconteceu com ela?
— Não sei, talevz fosse algum pesadelo. — Falo, também tentando digerir o que acabara de acontecer.
— Acho que sei o que há de errado. — Fica pensativo.
— E o que é? — Fico curioso.
— Alguém deve ter entrado em seus sonhos e os transformado em pesadelos e talvez... — Engoliu em seco. — Tenham causado um impacto tão grande, a ponto dela ficar confusa. — Continua observando-a.
— Mas como assim, confusa? — Preocupo-me.
— Ela está misturando tudo e não sabe mais o que é real e o que não é. — Explica.
— Isso não é nada bom. — Ele assente com a cabeça.
Eu queria poder ajudá-la, mas como? Eu amo essa garota e vê-la sofrendo, só me faz sofrer também. O que eu posso fazer, se eu mesmo luto a cada dia para não perder o controle. Não é fácil ser filho de pessoas completamente opostas e herdar isso delas.
— Bom, vou dormir. Com licença. — Faquepois estou muito cansado. Foi um dia e tanto. Ele apenas assente com a cabeça.
Autora narrando
— Eu tenho um plano. — Felipe começa.
— E qual seria? — Hannah o encara, enfadada. Já perdeu as esperanças de fugir dali.
— Ao meu sinal. — Aponta para a corrente em seus pulsos. — Você vai para cima da mulher encapuzada. Ainda tem forças?
— Acho quem sim. E quanto a outra? — Franze a testa.
— Você verá. — Afirma. — Ei, alguém aí! — Começa a gritar. — Apareçam!
— Para de escândalo garoto! — Grace logo aparece, impaciente.
— Preciso ir ao banheiro. — Informa. Ela revira os olhos. — Estou sem meus poderes, o que eu poderia fazee? — Ergue os braços em sinal de redenção.
— Leve-o logo. — A mulher encapuzada ordena, impaciente. Assim que ele está começando a se aproximar. Hannah com sua velocidade sobrenatural aparece ao lado da mulher e começa a enforcá-la com as correntes presas a seus punhos. Ela tinha poupado forças, o máximo que conseguiu para quebrar as correntes. Não havia feito aquilo antes, para não se arriscar, caso algo desse errado. Grace dar um passo a frente.
— Não se aproxime ou eu quebro o pescoço dela. — Ameaça. — Agora entregue as chaves a ele. Anda! — Começa a apertar seu pescoço com a corrente e Grace rapidamente entrega as chaves a Felipe. Ele abre os cadeados, que antes faz um esforço para procurar, mas assim que eles entram em contato com as chaves, tornam-se visíveis, assim como as correntes. Em seguida abre os cadeados das correntes nos tornozelos de Hannah. Eles vão até a saída.
— Abra o portal! — Grace hesita. — Eu disse abra o portal! — Aperta um pouco mais forte a corrente no pescoço da mulher. Ela hesita, mas acaba abrindo o portal. Felipe é o primeiro a passar.
— Sua vez Hannah! — Grita, já do outro lado.
— Não dar. Não posso soltá-la. — Avisa.
— Apenas solte e saia correndo. Sabe que ela precisará de mais tempo para abrir um outro portal. Seus poderes estão esgotados. — Explica.
— Se eu soltá-la, ela nos pegará. Corre Felipe. — Pede. — Apenas vá. — Insiste. — Peça ajuda. — Sua voz sai como um eco e logo o portal se fecha.
— Não! — Grita. — Droga! Droga! — Soca uma árvore. — Preciso encontrar Bella. — Se lembra e corre em direção a sua casa. Assim que chega, flutua até a janela de seu quarto, a abre com cuidado e entra. Se aproxima de Bella e a observa dormir. Como sentia falta daquela garota. Acaricia seus cabelos e aos poucos ela vai acordando.
— Felipe. — O encara, ainda sonolenta. — Isso é um mais um daqueles sonhos? — Fica confusa.
— Não Bella. Sou eu. — Sorrir. — Dessa vez é real. Ela arregala os olhos e o agarra. Ele a abraça bem apertado.
— Felipe. — Sussurra. — Que saudade. Eu estava tão preocupada. Você está bem? Fizeram algo com você? — Pergunta preocupada.
— Calma. Agora estou bem. — Beija o topo de sua cabeça.
— An... Você está com fome? — Acaricia seu rosto.
— Sinceramente... Estou com muita fome. — Ambos sorriem.
— Vem, vamos até a cozinha. — O puxa pela mão.
— Onde está seu pai e Victor? — Olha para os lados.
— Estão dormindo. — Sussurra.
— Ah sim. — Vão até a cozinha. Ela abre a geladeira, pega uma torta e uma jarra de suco. Vão até a mesa e sentam-se. Fica o observando, com um sorriso bobo. Naquele momento, olhando para ele, pôde perceber o quanto sentia sua falta.
— Quer? — Ergue a sombrancelha, a tirando de seus devaneios.
— Aceito, um pouquinho. — Sorrir. Ele coloca uma colherada em sua boca. — Talvez só mais um pouco. — Ele suprime o riso e coloca outra colherada em sua boca.
— Está sujo aqui. — Ele aponta para seu rosto
— Onde? — Passa a mão na boca. — Aqui? — Ele nega com a cabeça.
— Aqui. — Passa um pouco do recheio em seu rosto.
— Ei! — Reclama, se divertindo com a situação. — Aqui também está sujo. — Passa um pouco em seu rosto e ambos sorriem.
— Senti sua falta. — Começa a limpar o rosto com o guardanapo.
— Também senti. — O encara, também se limpando.
— E Victor... Vocês... — Engole em seco.
— Eu não sei Fê, está tudo muito confuso. — Suspira. — Eu estava tão preocupada com você. Estava desesperada. — Confessa.
— Mas agora eu estou aqui. — Segura em seu rosto e se aproxima. — Estou aqui, com você. E não quero te perder. — Acaricia sua face. O toque dele lhe causava uma sensação estranha, porém boa. Ele sela seus lábios, carinhosamente. Quando se afastam, olha a hora em seu relógio e sorrir.
— O que foi? — Fica confusa.
— Está na hora. — Afirma
— De quê? — Parece ainda mais perdida.
— Pra você. — Tira uma caixinha do bolso e a entrega. — Feliz aniversário. — Beija o topo de sua cabeça.
— Não precisava. — Ele faz sinal para ela abrir. Quando abre a pequena caixa, se depara com uma linda pulseira. Tinha vários pingentes.
— Cada pingente representa algo. — Aponta para o de coração. — Este representa o amor. — Toca no pequeno punho. — Esse a força. — Aponta para o pequeno escudo. — Coragem. E essa é você. — Encara o pingente no formato da garota.
— Eu amei Felipe. — Seus olhos ficam marejados e ela o abraça.
— Tira esse pequeno papel daí. — Pede. Ela tira o pedaço de papel de dentro da caixinha e no fundo tem um pequeno cordão. Ela o segura e o encara. Havia um círculo, com um coração dentro. Ele se divida no meio. O encaixe da parte de baixo tinha uma ponta que formava uma espécie de chave, que encaixava na parte de cima e completava a outra metade do coração.
Coloca rapidamente no pescoço e o fita por um tempo.
— É lindo. — Olha em seus olhos. - Espera. - Desencaixa e entrega a outra metade para ele. - Quero que fique com a outra metade, assim teremos algo só nosso. - Eplica. Ele pega a outra metade e coloca no bolso. Em seguida fita os olhos da jovem e sorrir.
— Guardarei com muito carinho. - Ele parece distante por um momento, como se lembrasse de algo. - Minha mãe disse que é uma pequena herança de família. — Ela no mesmo instante pensa em devolver. — E que era para eu entregar a garota que amasse. — Completa. Uma lágrima escorre pela face da garota e ele a limpa com o polegar. Em seguida a beija carinhosamente. Assim que eles se afastam ela se lembra de algo ou melhor, de alguém.
— Felipe, onde está Hannah? — Ele aperta os lábios. — Me diga, onde ela está? — Pede. Ele respira fundo. Diria a verdade ou mentiria para não preocupá-la?
(...)
Fiz um pouco meloso eu sei (risos), mas é apenas para acalmar os ânimos. Espero que estejam gostando. Desculpe se houver erros, é porque estava com um pouco de pressa.
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