A Casa
Apenas com um pontapé, Liz arromba a porta podre da casa de Rustin Parr e apressa-se a entrar, seguida de Brian. O interior da casa demonstrava apodrecimento, bolor, mofo negro e musgo, no entanto, na sala, havia uma poltrona vermelha, limpíssima, que se destacava da mobília estragada e os montes de lixo espalhados pelo chão. Era possível identificar uma cabeça ruiva, a aparecer por trás das costas da cadeira. À direita da poltrona estava uma besta e uma espada.
???: Finalmente, Lizzie, estava a ver que nunca mais chegavas! Foda-se!
Elizabeth reconhece o sotaque irlandês quase imediatamente, leva a mão à cara e começa a rir baixo.
Liz: Meu grande cabrão! Como é que chegaste aqui?
???: Isso importa?
O homem levanta-se da poltrona e vira-se para os dois colegas. Ele tinha cerca de 1.80 metros e 75kg e a sua barba ruiva quase lhe chegava ao peito.
???: Agora, vem dar um abraço ao velhote.
A rapariga corre para os braços do homem misterioso e dá-lhe um enorme abraço.
Brian: Alguém pode dizer-me o que é que raio é que se passa aqui?!
???: Desculpa, amigo, esqueci-me que tinha de me apresentar. Derry Gareth, muito prazer.
Os olhos de Brian abrem ao máximo, assim como a sua boca.
Brian: Derry Gareth? O dos dez mil demónios mortos?
Derry: Esse mesmo, companheiro. Também sou o 65º avô do namorado desta linda rapariga.
Liz: Quanto a isso... eu e o Sam achámos que seria melhor deixarmos de namorar.
Derry: O quê? Não, quando é que isso aconteceu? Vocês estavam tão apaixonados durante o teu ritual.
Liz: Há dois anos, infelizmente, estavamos a discutir imenso, e aconteceu acabarmos com a relação.
Brian: Espera aí, faz marcha atrás, qual ritual?
Derry: O ritual de Ahaga, que torna uma pessoa num caçador de demónios, implementado pelo primeiro caçador de sempre, Ahaga Fur, era um sumério que teve a brilhante ideia de começar a matar demónios, quando só tinha um pau para bater neles.
Brian: Uma moca? Não me parece assim tão ineficaz.
Derry: Não, era mesmo um pau, arrancado de uma árvore, matou alguns duzentos demónios com essa merda, é a arma mais venerada pela comunidade de caçadores de demónios, saiba-se lá porquê.
Liz: Ouvi dizer, que o Sindicato, quer acabar com o ritual de Ahaga e passar as autorizações após uma série de testes, em vez de terem de mergulhar em sangue.
Derry: Aquilo não era sangue, era uma piscina cheia de vinho tinto, a iluminação do Inferno é que faz com que aquilo pareça sangue, e nós dizemos que é sangue porque achamos piada. Mas concordo com o Sindicato, aquele ritual é estúpido e antiquado. Quem é que é a cabeça na organização?
Liz: Bom, atualmente, é o Sam, o Gennaro Alighieri, o Michael Tanisis e o Wong Wupei.
Derry: Ou seja, um de cada uma das grandes famílias de caçadores de demónios, os Gareths, os Alighieris, os Tanisis e os Wongs.
Liz: Existe uma empresa maior no ramo, e fazem os rituais da mesma maneira que nós fizemos, mas eles não têm o que é preciso. A Burning Hammer of God é a pior das empresas, mas é a que ganha mais dinheiro.
Brian: A culpa é da publicidade, eles são bem mais agressivos com isso, as empresas de família são bem mais eficientes no que fazem, efetivamente, e não fogem quando vêm um par de cornos e uns cascos de bode.
Derry: Cobardes.
Ouve-se um barulho, no primeiro andar, e todos preparam as suas armas.
Liz: Derry, quando chegaste, estava cá alguém?
Derry: Não, fiz uma varredura à casa inteira, estava vazia, fora a ocasional ratazana, mas afugentei-as todas.
Liz: Ok, eu vou ver o que é, espero que não seja a merda do lich que anda para aí.
Derry: O que anda aí não é um lich, é uma taratona.
Brian: Uma quê?
Derry: Uma taratona, é uma mistura entre um lich, um demónio e uma bruxa, é um dos bichos paranormais mais poderosos de todos.
Liz: Já vi que vamos ter problemas, hoje.
Elizabeth sobe as escadas a correr, aponta a arma e a lanterna e apenas vê uma ratazana do tamanho de um bulldog francês, a correr na sua direção. Ela desvia-se e o animal sai porta fora, assustado.
Liz: Fizeste um belo trabalho a afugentar ratazanas, não fizeste, Derry?
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