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Final: Reaching the exit

— Jimin, se você sentir um cheiro suspeito, saiba que foi eu que me borrei inteirinho. — Jungkook sussurrou, apoiando suas mãos na cintura de Jimin, protegendo-se atrás do mesmo.

— Espera, deve ter um um interruptor por aqui. — Jimin disse, enquanto tateava a parede em busca do interruptor, o qual felizmente encontrou segundos depois. — Pronto!

A luz que Jimin acendeu não era forte, tinha um tom azulado e fosco, o que não os permitia ver muitos detalhes do cômodo em que estavam, mas não precisavam de muito para identificar que se tratava de um quarto de criança, com móveis brancos, paredes coloridas e brinquedos espalhados pelo chão, porém de aconchegante e fofo aquele lugar não tinha nada, era uma vibe fúnebre e tensa o suficiente para os fazer estremecer.

— Misericórdia, isso aqui é mais assustador do que uma cabana no meio do mato. — Jungkook expressou amedrontado, olhando para todos os cantos daquele quarto que lhe dava calafrios.

Pela janela do quarto eles podiam ver que era noite lá fora, não mais dia como quando estávamos na floresta, e também, quando Jimin se aproximou da janela pode ver que pela vista estavam numa casa no subúrbio de uma cidade, e provavelmente no segundo andar, pela distância do parapeito para o jardim lá em baixo, tinham novamente entrado numa realidade diferente.

— A gente saiu de dentro do armário. — Jeon reparou rindo soprado ao pensar numa piada pronta, percebendo também que a outra porta do quarto ficava na parede oposta a que eles estavam.

— Plot twist, nós que fomos os fantasmas que vieram assombrar esse quarto saindo de dentro do guarda-roupa. — Jimin brincou, porém percebeu que Jungkook não soltou nenhuma risadinha com isso, o que o fez olhar com dúvida, percebendo a expressão séria do moreno.

— Acho que não é o caso. — Jungkook disse, num tom baixo. — Não olha agora, mas estamos sendo observados.

— O quê? — Jimin indagou arqueando as sobrancelhas, e Jungkook lentamente apontou o dedo para o lugar onde olhava anteriormente, o motivo pelo qual ele estava com aquela expressão tensa.

O loiro até ficou receoso em olhar também, mas não tinha outra opção, então virou seu rosto, vendo que perto da porta de saída do quarto havia uma cadeira, com uma boneca de feições assustadoras sentada em cima. E na opinião de Jungkook, com certeza não era o tipo de brinquedo que pais de mentes saudáveis comprariam para uma criança

— Só tem algo que me dá mais medo que crianças em filmes de terror, são brinquedos em filmes de terror. — O Jeon comentou sussurrando para o loiro.

E Jimin não podia concordar menos, mas se aquela boneca que seria o monstro que teriam que enfrentar naquela fase, então tentou engolir seu medo e andou em passos lentos até a cadeira onde ela estava, entretanto não tinha chegado nem a dois passos de distância quando os olhos de vidro da boneca brilharam num azul forte e depois se fecharam, fazendo os dois rapazes soltarem um grito de susto em conjunto.

— Puta merda! — Jeon exclamou, dando um pulinho pelo susto.

— Já sei o que fazer. — Jimin disse confiante.

Jungkook até ia perguntar o que o loiro pretendia, porém teve sua resposta vindo bem antes, quando assistiu Jimin pegar a boneca e a jogar no chão com toda a sua força, quebrando-a por completo, já que era feita de porcelana. Jeon arregalou os olhos com a ação inesperado do Park, ainda mais quando em seguida ele pegou os pedaços da porcelana e simplesmente arremessou pela janela.

— Pronto, vamos embora. — Jimin falou, sorrindo de lado como se não tivesse feito nada.

— Você simplesmente quebrou? — Jungkook questionou alarmado.

— É. — O loiro assentiu, ainda sorrindo adoravelmente.

— Ok... Vamos embora então. — Jeon respondeu, já que não tinha mais nada para fazer ali de qualquer forma.

Preferiram não esperar aquela boneca sinistra criar vida novamente ou reaparecer em outro canto do quarto completamente inteira, apenas foram em direção a saída do cômodo, pensando que talvez saíram no meio de um corredor ou algo assim, mas se surpreenderam mais uma vez ao adentraram um lugar que já tinham visitado antes, era a biblioteca onde tinham conhecido Taehyung.

— Ai caramba! — Taehyung exclamou, levando a mão até o peito ao se assustar com a entrada dos rapazes na sala. — Agora foram vocês que me assustaram.

— Ué, a gente voltou para o início? — Jimin perguntou confuso.

— Não, é que essa dimensão está o tempo todo se modificando, as salas sempre mudam de lugar, então o começo para vocês na verdade é onde eu parei quando estava jogando. — Taehyung explicou em seguida.

— Como você tentou trapacear nisso tudo? — Jungkook questionou, já que até aquele momento não conseguia entender de que forma alguém poderia trapacear.

— Numa das salas eu conheci um cara que não parecia exatamente um personagem como os outros, mas ele também não era um jogador, até hoje não sei o que ou quem ele era. — O Kim disse, dando de ombros. — Mas ele me contou várias coisas sobre esse mundo, inclusive que existia uma forma de sair sem precisar chegar ao final.

— E que maneira é essa? — O Park indagou mais uma vez.

— Oh não, não vou contar a vocês. — Taehyung falou alarmado. — Vão acabar ficando tentados como eu fiquei.

— Não se preocupa, eu sou o responsável da dupla aqui, não vou deixar ele fazer besteira. — Jimin assegurou, mas Taehyung não pareceu acreditar muito.

— Me desculpem, mas não acho que seja uma boa ideia eu contar sobre isso, é perigoso. — Disse firmemente, e pela expressão temerosa dele, Jimin entendeu que era melhor não insistir.

— Tudo bem, acho que é melhor a gente não saber mesmo. — O loiro afirmou, logo mudando de assunto: — Você ficou nos assistindo esse tempo todo?

— Não, não, aqui não tem muito o que fazer, além de ler livros claro, eu só fico nessa poltrona esperando o próximo que vai ser atraído por essa dimensão catastrófica. — Proferiu, se jogando contra o estofado da poltrona, suspirando frustrado.

— Me responde uma coisa... — Jungkook começou. — Se você é uma pessoa que assim como nós acabou sendo sugada para dentro dessa dimensão, quem são todas essas outras pessoas que surgem atrás da gente?

— É, eles são completamente conscientes, até mesmo falavam a nossa língua. — Jimin completou, também ficando curioso sobre aquilo.

— São apenas pó de alma. — Taehyung respondeu, mas vendo as expressões desentendidas que os dois rapazes mostraram, teve que explicar em seguida: — Bem, essa dimensão fica num quase limbo, muito perto de por onde as almas passam para encontrar o além, sempre que algum ser vivo das demais dimensões morre e suas almas fazem a passagem, pequenas partículas de seus espíritos podem acabar vindo parar aqui. É apenas poeira e as almas nem percebem que soltam isso, mas é o bastante para o ser que governa aqui conseguir criar as criaturas que viram por aí.

— Caramba, existe um pós vida. — Jungkook expressou maravilhado com a nova informação, fazendo Taehyung sorrir.

— É uma pena que a gente não vai lembrar de nada disso quando sair daqui. — Jimin comentou. — Mas espera, como todos aqui falam a mesma língua que a gente?

— Pois é, mas se tem algo que eu aprendi aqui, é que se trata de um lugar completamente sobrenatural, Jimin. — Taehyung disse em seguida. — Então, acho existe algum tipo de feitiço no ar que faz com que todo mundo se compreenda, um tradutor mágico talvez.

— Isso é muito legal... — O loirinho murmurou. — Quero dizer, o lugar é aterrorizante, mas a magia envolvida é fantástica.

— Queria entender mais, mesmo sabendo que vamos esquecer. — Jungkook expressou, afinal estava começando a levantar várias teorias para explicar a existência daquela dimensão esquisita.

— Tem uma maneira. — Taehyung afirmou, se colocando de pé. — Dá pra saber mais sobre esse lugar chegando ao menu.

— Um menu? — Jimin questionou, pelo visto aquele lugar realmente era um como um jogo.

— Sim. — O Kim assentiu. — Na fase cinco do jogo, vocês podem buscar por uma passagem secreta, e nela encontram o "menu", tem informações sobre esse lugar lá.

— Se é um "menu", então também tem uma aba de sair? — Jungkook levantou um ponto.

— Ah... — Taehyung paralisou, talvez tivesse falado demais. — É, bem... Sim... — Gaguejou, vendo que agora teria que explicar o que já tinha começado a falar impulsivamente. — Aquele homem do qual falei para vocês me contou sobre essa passagem secreta, que fica em uma das fases naquela que tem um porão, e não é proibido ir lá, mas é contra as regras tentar usar a saída antes de finalizar o jogo, já que o prêmio final é exatamente ganhar a porta de saída.

— Não vamos fazer isso, é melhor não correr esse risco. — Jimin disse firmemente.

— Realmente não recomendo que façam. — Taehyung respondeu, parecendo aliviado de saber que eles não tentariam se arriscar dessa forma.

— Obrigado pelas informações, Taehyung, mas agora temos que voltar seja lá de onde viemos. — Jungkook avisou, e o Kim assentiu.

— Tudo bem, talvez a gente se reveja antes de vocês irem embora, boa sorte para vocês. — O rapaz disse simpático.

— Obrigado. — A dupla agradeceu em uníssono antes de dar meia volta até a porta.

Quando saíram pela mesma porta que tinham entrado, tiveram mais uma vez a confirmação do que Taehyung tinha os contado, aquele lugar era instável e vivia mudando de lugar, pois sairam diretamente num corredor estreito e sem portas, com paredes brancas e um piso claro, por onde seguiram sem rumo, já que não avistavam nenhuma porta ou outro tipo de saída mais a frente.

— Será que não tem uma forma de fazermos o Taehyung sair daqui junto com a gente? — Jungkook indagou quando já estavam longe o suficiente da sala onde Taehyung ficava.

— Kookie, eu não acho que o Taehyung seja real. — Jimin expressou, ganhando os olhos arregalados de Jeon como resposta imediata.

— Como? — Jeon questionou surpreso.

— Acho que ele é apenas mais um das tais poeiras de alma. — Jimin contou sua teoria. — Talvez ele saiba disso e apenas esteja fazendo seu personagem, ou talvez até ele mesmo acredite na história que conta.

— Mas ele parece tão real. — O moreno alegou, não querendo acreditar na suposição do mais velho.

— Os outros também pareciam. — Jimin retrucou. — Bem, eu espero que não seja o contrário também, imagina se na verdade todo mundo que vem pra cá fica preso, e na verdade todos são jogadores como a gente que se tornaram personagens eternamente.

— Cruzes, Jiminie, não me deixa com medo. — Jungkook proferiu, e Jimin riu soprado, mas não aquele pensamento continuou rodando dentro de sua cabeça.

O corredor por onde caminhavam aparentava não ter um fim, mas quando pararam de pensar tanto em quando que chegariam a algum lugar, perceberam uma porta surgir em uma das paredes, e foi para onde seguiram, felizmente não era mais um lugar trancado, pois facilmente puderam girar a maçaneta e abrir a porta.

O cômodo em que entraram era diferente dos demais em que já tinham estado, esse era espaçoso e bem iluminado, mas era exatamente esse o fato que mais o deixava intimidador, parecia uma sala de aulas de balé, porém sem os espelhos e as barras, somente um gigantesco salão vazio... Ou melhor, não tão vazio assim, pois havia uma coisa no centro, algo coberto por um lençol branco.

— O que é aquilo? — Jungkook perguntou, apontando para a estranha forma que estava sendo coberta pelo lençol.

— Temos que descobrir. — Jimin afirmou, porém antes de adentrar mais a sala, Jeon o segurou pela mão.

— Ai, mas por quê? — O moreno questionou temeroso.

— Temos que agir conforme o jogo, lembra? — O loiro expressou. — Acha mesmo que os personagens de um filme iriam ignorar algo assim?

— Talvez, se fossem espertos o bastante para perceber os sinais vermelhos. — Jeon proferiu com razão.

— Está dando pra trás, Kookie? — Jimin perguntou arqueando uma das sobrancelhas, com um ar desafiador.

— Jamais. — Disse Jungkook, não querendo que o mais velho achasse que ele estava se acovardando perante a um novo mistério.

— Então vamos. — Jimin falou, e Jungkook tomou a frente, andando em direção ao centro da sala.

Lá se foi o Jeon tentando se mostrar corajoso, mas sentia seus joelhos trêmulos, porém era orgulhoso demais para admitir isso, somente andou a passos largos até o misterioso objeto que estava no chão, coberto por aquele pano branco, e se ajoelhou ao lado dele, com Jimin vindo ao seu encalço o tempo todo.

E Jungkook não hesitou ou pensou duas vezes, apenas fechou os olhos com força e puxou o lençol de cima do objeto, esperando que a reação que Jimin tivesse pudesse o fazer entender o que se tratava sem que precisasse olhar diretamente, mas houve apenas silêncio.

— Jimin? — Jeon chamou alarmado, ainda sem abrir os olhos, esperando que o loiro lhe dissesse o que era aquilo sem que ele precisasse olhar diretamente.

— É só um manequim, seu bobão. — Jimin afirmou, dando um tapinha na nuca do moreno enquanto ria. 

— Oh... — Jungkook murmurou assim que abriu suas pálpebras, verificando por si mesmo que realmente se tratava de um manequim inofensivo. — Ainda bem que eu nem estava com medo.

— Sei... — Jimin disse sarcasticamente, rindo soprado. — Ok, o que a gente faz agora? Isso não estava aqui por nada.

— Em muitos filmes de suspense tem itens que não tem utilidade, é apenas para criar tensão. — Respondeu enquanto se levantava e olhava em volta, naquela gigantesca sala. — Estamos num plano aberto, percebe? É um cenário grande demais pra ficar fazendo apenas planos fechados, dá pra aproveitar bem toda a atmosfera desse lugar.

— E o que isso quer dizer? — Indagou em seguida.

— Que se fosse eu dirigindo uma cena assim, provavelmente seria aquele momento em que os personagens começariam a andar para trás para se afastar do manequim e seriam atacados por algo. — Jungkook explicou, já que estudava produção audiovisual.

— Regra número um dos filmes de terror: não olhe para trás e nem ande de costas. — Jimin alegou, fazendo Jeon soltar um riso nasalado.

— Achei que a regra número um fosse sobre não perguntar "quem está aí". — O moreno expressou logo após.

— Essa também. — Jimin afirmou, olhando para frente, vendo que no fundo da longa sala havia mais uma porta. — Vamos apenas seguir em frente então.

— Beleza, vamos até aquela porta. — Jeon respondeu, pois também já tinha percebido a existência daquela outra saída.

Porém a determinação deles se foi assim que começaram a andar, Jungkook mesmo sentia a tensão correndo por suas veias enquanto andava em linha reta até aquela porta, Jimin tentava se manter frio, mas não podia negar que sentia alguns arrepios atravessando sua pele sempre que dava mais um passo, tanto que no final da sala, deram uma corridinha para alcançar a porta mais rápido, abrindo-a e entrando rapidamente.

— Eu não esperava por isso. — Jimin disse assim que abriram a porta, vendo que se tratava de um banheiro grande, com banheira e tudo.

— Será que a gente tem que olhar no espelho e esperar algo surgir atrás da gente? — Foi a primeira ideia de Jungkook, que correu até a pia do banheiro para se olhar no espelho, mas não viu nada além de seu próprio reflexo. — É, acho que não.

— Talvez a gente tenha que estar juntos. — Jimin falou, também indo até em frente ao espelho.

Mas antes que alguma coisa surgisse no espelho para os assustar como era de praxe em filmes de terror, o que veio a assustar os dois rapazes foi a porta do banheiro, que bateu com força assim que Jimin saiu de perto da mesma.

— A porta trancou. — O loiro conferiu assim que tentou girar a maçaneta e não consegui mais abrir.

— Então vamos esperar um pouco. — O Jeon disse, ainda confiante de que seria algo referente ao espelho, já que ele parecia estar em destaque na decoração daquele banheiro.

E eles esperaram, talvez cinco minutos ou mais, porém estavam impacientes demais para continuar aguardando que alguma coisa acontecesse, Jungkook continuava convencido de que alguma coisa iria surgir no reflexo do espelho, mas Jimin já não acreditava nessa teoria, porque se fosse isso, estava demorando demais, ou talvez a demora fosse proposital.

— E se for uma cena de banho? — Jimin expressou, e Jeon o olhou confuso. — Você sabe, como a cena famosa do filme Psicose, a personagem vai tomar banho e de repente uma trilha de suspense começa, ou no estilo mais conhecida dos dias de hoje, quando coisas estranhas surgem de dentro da água ou do ralo.

— Isso é uma desculpa pra gente tirar as roupas, Jiminie? — Jungkook brincou, sorrindo ladino. — Porque eu topo.

— Deixa de ser bobo, estou falando sério. — O loiro riu, dando um empurrãozinho no ombro do amigo antes de ir em direção ao box do banheiro. — Vamos ligar o chuveiro e ver o que acontece.

— Tudo bem. — Jungkook respondeu, já se locomovendo em direção ao box também.

— Não sai daí não, talvez seja algo referente ao espelho embaçado pelo vapor do chuveiro também. — Jimin avisou, fazendo o moreno retornar ao lugar em que estava antes.

— Ok. — Jungkook concordou. — Se não for isso, não tenho mais nenhuma ideia do que poderia ser.

Jimin então girou o registro do chuveiro para fazer o teste, porém não saiu água, o aparelho apenas fez um barulho esquisito e um tanto assustador, mas nenhuma gota pingou. O Park ficou impaciente, e sem delicadeza alguma, esticou seu braço para balançar o chuveiro, o que novamente o faz fazer aqueles ruídos esquisitos, dessa vez vindo da tubulação também, mas a água não veio.

— Jimin? — O loiro escutou o mais novo lhe chamar, porém não virou-se para dar atenção, se concentrando em tentar fazer o chuveiro funcionar.

— Espera, acho que nem tem água nesse cano. — Jimin alegou, ainda sem se virar.

— Hyung... — Jungkook murmurou mais uma vez.

— Espera, Jungkook, estou tentando fazer isso aqui funcionar. — Jimin retrucou, quando começou a ouvir alguns sons muito semelhantes a água corrente vindo do cano.

— Mas Jimin... — Jeon tentou chamar atenção do seu hyung pela terceira vez.

— Não seja impaciente, Jungkook. — O Park pediu, ouvindo Jungkook bufar em resposta.

— Ok, mas eu só queria te avisar que tem uma peruca saindo do ralo. — Jungkook disse, fazendo Jimin dar um pulo no lugar ao olhar para baixo, e ver que realmente estava saindo fios de cabelo de dentro do ralo.

— Mas que porra! — Jimin exclamou, correndo dali e indo para perto de Jungkook.

— Seja lá quem toma banho nesse banheiro, dá pra perceber que ela está com um grande problema de queda de cabelo. — Jeon brincou, enquanto assistia aquele vulcão de cabelos saindo pelo buraco do ralo.

— Não é hora para piadinhas, Jungkook! — Jimin reclamou, mas sua atenção foi tirada novamente, agora para um som de chaves que parecia estar vindo tranca da porta. — Você também ouviu esse ruído vindo da porta?

— Sim. — Jungkook assentiu, indo cuidadosamente até a porta e girando a maçaneta, que para sua surpresa, abriu-se. — Destrancaram a gente.

— Então vamos dar o fora daqui logo. — Jimin apressou-se para sair.

A dupla correu para fora do banheiro sem olhar para trás, e assim que saíram, a porta atrás deles se fechou com força, os deixando agora no corredor de uma nova casa, que não tinha uma aparência tão intimidante como as demais em que tinham estado, nessa podiam ver o sol entrando pelas janelas e flores decorando os espaços, sem contar o cheiro gostoso de bolo recém saído do forno que vinha de algum lugar.

Os rapazes resolveram explorar um pouco o lugar, que remetia muito a uma casa de vó, cheio de tapeçaria colorida e móveis que lembravam tempos mais antigos, o ambiente parecia aconchegante de qualquer modo, porém essa falta de coisas que pudessem o assustar era que estava os deixando aflitos, tinham certeza que iriam ser pegos de surpresa a qualquer instante.

— Ok, o que é para nos assustar aqui? A decoração brega? — Jungkook questionou de forma irônica.

— Aqui é muito iluminado. — Jimin disse, se referindo ao tanto de luz natural entrando pelas vidraças. — O lugar parece inofensivo, acho que é para nos fazer abaixar a guarda.

— Vamos tentar investigar o local de novo? — Jeon sugeriu, mas Jimin logo negou num aceno de cabeça.

— Não, dessa vez a gente vai sentar e esperar. — Jimin respondeu a ponto de se sentar sobre o sofá da sala, entretanto antes que conseguisse fazer isso, o som de alguma coisa batendo contra uma madeira foi ouvido, os assustando pelo repentino barulho. — Falei cedo demais.

— Dá onde está vindo isso? — Jungkook perguntou, mas não estava realmente com vontade de saber a resposta.

— Parece que está vindo... — Jimin murmurou baixinho, tentando focar sua audição para encontrar a direção pelo qual o som vinha, e não demorou nada para perceber: — Vem debaixo? — Questionou olhando para o piso de madeira, se agachando para ter certeza. — Sim, do subsolo.

— Talvez haja um porão aqui. — Jungkook proferiu, batendo com o solado do sapato no chão algumas vezes.

— Vamos procurar pela entrada então. — Jimin respondeu, dando de ombros.

Andar por aquela casa não poderia ser comparado com a experiência de entrar num labirinto sem possuir um mapa, afinal não chegava a ser uma grande construção, porém algo nela os deixava tão claustrofóbicos e inseguros quando estar dentro de um labirinto.

A organização impecável e as decorações que aquela casa possuía a fazia parecer ter acabado de sair de um catálogo de revista, sentiam como se aquele lugar quisesse os dizer: "você está seguro aqui, não tem com o que se preocupar", mas tanto Jimin quanto Jungkook sabiam que isso não era verdade.

E eles andaram por um bom tempo ali dentro até finalmente conseguirem encontrar a entrada para o porão, já que a escada que dava acesso ao lugar estava atrás de uma porta, e essa porta ficou escondida por uma estante de livros, o que dificultou bastante para que os rapazes conseguissem perceber que tinha algo escondido atrás daquelas prateleiras, se não fosse por Jimin esbarrando na mesma e acabando por derrubar algumas coisas, nunca teriam visto que havia uma porta ali atrás.

Novamente os dois deram as mãos enquanto desciam pela escada, o barulho que antes vinha do porão já tinha parado há tempos, mas eles sabiam que estavam indo por um caminho muito arriscado, tomando a decisão tola que os personagens dos filmes costumam tomar, que é ir verificar o barulho do porão. Porém eles tinham que agir dessa forma, cabia a eles tomar as decisões como personagens agora se quisessem sair daquele lugar.

Entretanto quando chegaram no porão, não viram nenhuma assombração surgindo para os assustar, apenas descobriram o que era aquele barulho suspeito que haviam escutado anteriormente, e não era nada mais e nada menos do que um dos vidros das pequenas janelas basculantes que existiam no porão, o mesmo estava completamente solto, o que o fazia bater cada vez que o vento vinha sobre ele.

— Não tem mais nada aqui. — Jungkook afirmou, já que o lugar estava praticamente vazio, não tinha nada além de algumas caixas de papelão sem nada dentro e alguns colchonetes velhos.

— Vamos voltar então. — Jimin disse, pronto para dar meia volta e ir para as escadas, mas não conseguiu fazer o que prendia, já que a porta se fechou sozinha mais uma vez e os trancou lá dentro. — Eu tenho que parar de anunciar o que vamos fazer em voz alta, quem sabe isso nos dê mais sorte.

— Vamos achar outra saída. — Jeon expressou, começando a ficar acostumado por causa do tanto de vezes que tiveram que investigar o lugar para conseguir sair. 

Mas eles não conseguiram encontrar outra porta ou janela onde conseguiram passar, os vitrais eram muito pequenos para que um deles conseguisse passar por ali, e existia apenas uma porta naquele porão, ou seja, eles não tinham saídas visíveis por enquanto, o que os fez começar a procurar por algo que ainda não estavam conseguindo visualizar.

Entretanto essa busca não se mostrou muito fácil, Jimin e Jungkook procuraram por longos minutos, mas não havia nada por ali, felizmente ainda tinha luz solar entrando pelos vitros, porém já entendiam que aquele lugar não parecia respeitar um ciclo de dia e noite, então poderia ficar escuro muito em breve, o que os deixava apreensivos, pois seria ainda mais complicado achar uma saída na escuridão.

— Realmente não tem nada aqui além desses colchonetes velhos e caixas de papelão vazias. — Jungkook disse depois de tantos minutos de buscas em vão.

— O que faremos? — Jimin questionou sem ideias.

— Eu não faço ideia. — Jeon respondeu, enquanto se sentava sobre um dos colchonetes e dava dois tapinhas no lugar vazio ao seu lado, num pedido gestual para que Jimin também se sentasse. — Vem, senta aqui, hyung.

— Ok, vamos descansar um pouco. — O loiro falou, se dando por vencido, afinal não tinham nenhum plano naquele momento.

— Hm, sabe, estive pensando aqui... Lembro de uma coisa que sempre atrai o vilão dos filmes de terror. — Jungkook disse assim que o Park sentou-se ao seu lado.

— Do que está falando? — O loiro questionou, olhando curioso para o moreno.

— Você sabe... — Jungkook expressou, batendo seu ombro contra o de Jimin, sorrindo malicioso.

— Não é hora para dar em cima de mim, Jeon. — Jimin retrucou, rindo, assim que entendeu ao que o moreno se referia.

— Ué, mas eu levantei um fato, sempre que um casal se pega num momento errado nesses filmes, alguma coisa acontece. — Jungkook argumentou, enquanto Jimin apenas arqueava umas das sobrancelhas em sua direção.

— Aham, vou fingir que acredito na sua desculpa. — Disse o Park, ainda achando graça.

— Poxa, só estou tentando ajudar. — Expressou fazendo um biquinho, na maior cara de pau.

— Claro, claro. — Jimin murmurou, sorrindo de lado, antes de se inclinar mais na direção do moreno. — Então vem cá...

O corpo de Jungkook vibrou assim que as mãos de Jimin repousaram sobre seus ombros e o rosto do loirinho ficou rente ao seu, e sorrindo brevemente ele quebrou a pequena distância que antes existia entre eles, juntando sua boca aos lábios rechonchudos do Park, não conseguindo conter o suspiro de deleite que saiu de si assim que o primeiro movimento foi feito por Jimin.

E seus lábios se moveram em sincronia, já velhos conhecidos do sabor alheio, não perderam tempo antes de juntar suas línguas a aquele beijo também, explorando a cavidade bucal alheia com fervor enquanto suas mãos inquietas buscavam pelo toque um do outro, com Jimin contornando a cintura fina de Jungkook com seus dígitos, e o Jeon por sua vez, deixando seus dedos se perderem pelas curvas do mais velho.

Alguns suspiros escapavam de ambos, principalmente quando Jimin resolvia mordiscar ou chupar o lábio inferior de Jeon, causando arrepios gostosos por toda a pele do moreno, que se via quase sem fôlego pelo beijo intenso que trocavam, mas a necessidade de sentir mais dos lábios alheios eram mais forte, e sem pausas eles iam em frente.

Uma das mãos de Jimin resolveu se aventurar um pouco mais, subindo pela parte interna do moletom que Jungkook usava, tocando em sua derme quente com as pontinhas geladas de seus dedos, novamente deixando Jeon arrepiado e excitado, acelerando o ritmo do ósculo que ainda trocavam, aumentando os sons molhados e estados que aquele beijo enérgico causava.

Um gemido abafado acabou escapando de Jimin assim que sentiu as mão de Jeon apertando com intensidade a carne farta de sua coxa, e por sua vez, resolveu ousar um pouco mais também, descendo suas mãos até as nádegas do moreno, apertando ambas com força por entre seus dígitos, causando arfares de Jungkook, que adorava a forma como o Park fazia isso.

Mas aquele amasso quente não pode continuar acontecendo por muito tempo, o estrondo de um trovão se fez presente de repente, fazendo os dois rapazes se assustarem e quebrarem o beijo afoito que trocavam.

— Acha que funcionou? — Jimin perguntou, olhando na direção das janelas.

— Foi um trovão aleatório no meio de um dia ensolarado, creio que sim, funcionou. — Jungkook respondeu confiante.

— Quase achei que nossos personagens teriam que apelar para nudez como quase todo filme de terror trash genérico. — O Park brincou enquanto se levantava.

— Essa é sua forma de dizer que te deixei com tanto calor que deu vontade de arrancar a roupa, hyung? — O moreno provocou, sorrindo de lado.

— Bem... — Jimin disse, soltando uma risadinha em seguida ao olhar para baixo antes de continuar. — Quem aqui já ficou de barraca armada só com um beijinho não sou eu.

— Mas eu nunca neguei todo o meu fogo por você, hyung. — Jungkook retrucou sem pestanejar.

— O que é aquilo na parede? — A pergunta de Jimin cortou completamente o clima, e deixou Jungkook confuso ao mesmo tempo.

— O quê? — O moreno indagou, e Jimin apontou para a parede a qual se referia, uma do outro lado do porão, onde claramente alguma coisa estranha acontecia, pois uma das madeiras que compunham a parede parecia estar saltando para fora, e não estava assim da última vez que eles tinham verificado aquele canto. — Não sei, mas não estava assim antes.

Eles não tinham nada a perder, então foram até lá rapidamente, mas Jimin foi o primeiro a chegar perto, verificando aquela peça para ver se conseguia descobrir se ela estava mesmo se descolando da parede ou se era apenas impressão dos dois, e constataram que a única coisa estranha ali não era somente a tábua que começou a se soltando da parede do nada, mas também uma estranha fonte de luz que vinha de trás dela.

Jungkook foi mais a fundo, não se contentando apenas em olhar, mas também quis tocar, e bastou ele fazer um pouquinho de força para puxar a madeira que a mesma saiu completamente, os dando a visão do que estava escondido do outro lado daquela tábua: um cômodo inteiro, na cor branca e em formato oval, com várias portas adjacentes uma à outra percorrendo o contorno.

— Jungkook, você acha que esse é o próximo nível ou a gente achou a tal passagem secreta que o Taehyung tinha mencionado? — Jimin relembrou rapidamente.

— Só tem um jeito da gente descobrir essa resposta. — Jungkook disse arqueando as sobrancelhas, e Jimin suspirou, entendendo o que eles fariam em seguida.

— Vamos. — O loiro expressou pronto para dar um passo à frente e entrar naquela sala oval.

Assim que atravessaram a estreita passagem atrás da tábua, perceberam que aquele lugar de paredes brancas e num formato incomum possuía uma temperatura diferente dos demais locais em que tinham estado, era mais frio, porém igualmente silencioso como o porão em que estavam antes, entretanto ainda não tinham certeza se aquilo fazia parte das fases do jogo ou se era um lugar extra, mas iriam descobrir.

— Tem nomes nas portas. — Jungkook verificou, porém não conseguia ler o que estava escrito em todas as placas pregadas nas portas, já que cada uma parecia estar numa língua diferente.

— É verdade. — Jimin afirmou, buscando por alguma placa que estivesse em sua língua, infelizmente não encontrou, mas conseguiu compreender a que dizia "arquivos" em inglês, então já poderia ser um lugar para começar, pois sabia que Jeon manjava daquele idioma estrangeiro mais do que ele. — Vamos começar com essa.

— Ok! — Jungkook assentiu, indo até o loiro.

A porta que escolheram para começar estava destrancada felizmente, e assim que a abriram viram que havia uma verdadeira sala de arquivos ali atrás, com uma mesa de escritório ao centro, com muitos papéis jogados em cima.

Jimin foi o primeiro a entrar, sendo seguido por Jungkook, que olhava para todos os lados, completamente curioso com o que poderiam encontrar ali, porém o primeiro a localizar uma coisa foi o Park, ao ver que na parede atrás da mesa havia algo peculiar pendurado na mesma.

— O que será que esse número aqui significa? — Jimin questionou, se referindo a uma placa digital colada na parede, onde o número "360" aparecia brilhando em vermelho.

— Será que é a quantidade de gente que já foi trazida para essa dimensão? — Jeon comentou a primeira coisa que veio a sua cabeça.

— Não sei, talvez. — O Park murmurou, começando a olhar o que tinha em cima da mesa, pois havia muitos papéis ali, mas o que lhe chamou mesmo a atenção foram duas pastas em específico: — Ei, olha isso, tem nossos nomes aqui.

— O que é isso? — Jungkook perguntou enquanto pegava a pasta que tinha o seu nome e abria, assim como Jimin já estava fazendo.

— É uma ficha, com informações sobre como estamos indo desde que chegamos aqui. — Jimin afirmou, lendo com certa dificuldade o que estava escrito nos papéis dentro da pasta, afinal seu inglês era bem básico, e aquele era o único idioma presente nos textos.

— A fase do porão está como "não finalizada". — Jeon proferiu, um tanto assustado em perceber que todo o seu desempenho em cada lugar daquela dimensão estava resumido naquela ficha. — Então isso daqui realmente é a tal passagem secreta para o menu, como o Taehyung falou.

— Significa que a gente poderia achar informações sobre esse lugar macabro por aqui... — Jimin disse, porém não estava muito seguro em fazer isso.

— Sim. — O moreno afirmou, parecendo animado com essa ideia. — Será que podemos encontrar a ficha do Taehyung também? Talvez tenha alguma informação extra, que nos mostre uma forma de tirá-lo daqui também.

— Não sei, mas deve ter muita coisa aqui, vamos levar muito tempo procurando. — O Park respondeu, se referindo a quantidade de armários de arquivos que havia naquela sala.

— Vou apenas dar uma olhadinha rápida. — Jungkook falou, enquanto ia abrir o primeiro armário que tinha a letra "T" na porta, já que eles estavam em ordem alfabética.

Jimin sabia que Jungkook nunca cumpria sua palavra quando dizia essa frase, nunca era apenas uma olhadinha rápida, ele provavelmente passaria o dia inteiro ali buscando por respostas, afinal era um curioso nato, entretanto dessa vez estava com sorte, porque o Park não iria ficar o apressando, Jimin também estava muito curioso para saber mais sobre aquele lugar esquisito e assustador.

— Pela quantidade de fichas, acho que aquele número na parede realmente indica o tanto de pessoas que foram atraídas para esse dimensão. — Jimin comentou, enquanto conferia um dos armários ao lado de Jungkook.

— Sim, e acho que encontrei a ficha do Taehyung. — Jeon afirmou, e até que tinha encontrado rápido, pois não havia muitos nomes coreanos em meio a aquelas fichas.

— E o que temos aí? — O loiro questionou vendo Jungkook abrir a pasta e começar a ler.

— Está datado de 1990. — Jeon proferiu em seguida.

— Como? — Arregalou os olhos, pegando a pasta das mãos do moreno para também poder ler.

— Acho que o Taehyung não está aqui por apenas dois meses como ele pensa que está. — Jungkook falou, mostrando uma expressão preocupada.

— Ele está preso aqui há 30 anos? — Jimin indagou alarmado. — Caramba, esse lugar provavelmente mexe com a nossa dedução de passagem de tempo.

— Isso significa que talvez a gente mesmo esteja aqui há mais tempo do que imaginamos. — Jeon expressou, novamente trazendo uma expressão de surpresa ao rosto de Jimin.

— Não é o caso. — A fala veio de trás dos rapazes, os dando mais uma baita susto.

— Puta que pariu! — Jungkook exclamou, virando para trás e se assustando mais ainda ao dar de cara com o primeiro ser que eles enfrentaram dentro daquele dimensão, o mascarado misterioso.

— Caralho, quase tenho um ataque do coração. — Jimin reclamou levando a mão até o peito. — Que mania que o povo desse lugar tem de surgir do nada atrás da gente.

— Oh, me desculpem, é que eu não tenho muito tempo para falar com vocês, precisei chegar o mais rápido que conseguia. — O homem expressou preocupado.

— Eu disse que iria assustá-los. — A resposta veio de uma voz feminina assim que uma segunda criatura literalmente se materializou na frente dos dois, novamente causando a surpresa dos rapazes.

— Será que ninguém bate na porta aqui não? — O loiro indagou, quase sentindo seu coração sair pela boca.

— O que vocês querem com a gente? — Jeon perguntou, notando agora que a mulher que havia acabado de chegar parecia ser a mesma assombração que os assustou no início de tudo, aquela moça encapuzada que flutuava no final do primeiro corredor em que estiveram, antes de chegarem na biblioteca de Taehyung e entender onde estavam. Porém agora podendo ver o rosto dela, não era nada assustadora, talvez com um ar meio fantasmagórico, mas ainda sim parecia uma mulher comum.

— Precisamos de ajuda. — O mascarado disse primeiro. — Conseguimos distrair o espectro que comanda essa dimensão, mas não vamos ter muito tempo, e ele não pode saber que estamos falando com vocês.

— Não imaginava que fossem tão conscientes assim, Taehyung nos disse que são apenas o sopro de uma alma que já se foi há muito tempo. — Jungkook expressou surpreso.

— Realmente somos, mas nesta dimensão apenas a poeira de uma alma já é o suficiente para dar vida. — A mulher explicou em seguida. — Porém nós estamos presos aqui, e essa não é a ordem natural das coisas, tínhamos que atravessar para o outro lado com o restante da alma a qual nós fazemos parte.

— Mas acabamos nos desprendendo e sendo sugados para essa dimensão, assim como muitos outros como nós. — O mascarado continuou. — E agora a única maneira de podermos sair é com a ajuda de seres vivos, ou seja, vocês.

— Já tentamos nos comunicar com pessoas como vocês antes, mas essa sala é o único lugar em que ficamos imunes aos poderes do espírito que comanda essa dimensão, então podemos falar com liberdade, mas é muito raro que alguém encontre a passagem secreta. — A moça complementou a explicação.

— Essa é a terceira vez que acontece, mas nas outras duas não conseguiram nos ajudar. — O mascarado disse por fim.

— Mas o que podemos fazer por vocês? — Jimin indagou receoso.

— Bem...

[...]

Os rapazes não tivera muito tempo para continuar conversando com os dois fantasmas, apenas puderam ouvir qual era o plano dos mesmos e o que eles poderiam fazer para os ajudar, e mesmo que Jimin e Jungkook não estivessem muito confiantes de que deveriam confiar naqueles seres, não conseguiriam simplesmente seguir em frente depois de dizer "não" ao pedido de ajuda de alguém, mesmo sabendo que havia a possibilidade de estarem sendo enganados.

Os dois apenas seguiram fazendo o que tinha sido combinado com os fantasmas, continuar avançando pelas fases do jogo que aquela dimensão era, até chegar o momento de colocar o plano em prática, e foi o que Jeon e Park fizeram, enfrentando as novas adversidades que vinham, afinal parecia que aquela dimensão realmente estava tentando os matar, porque a cada novo lugar que chegavam, as coisas só pioravam.

Como naquele exato momento, em que Jimin e Jungkook corriam de um estranho monstro mutante de uns vinte metros de altura, em forma de peixe e com longas pernas, que de certos ângulos até que tinha uma aparência engraçada, mas não era isso que estava em discussão no momento, e sim o fato de que os rapazes realmente não sabiam em que momento as coisas tinham começado a ficar tão esquisitas, mas apenas seguiram o baile.

— Acho que ele parou de nos seguir. — Jungkook avisou, ainda correndo mas olhando para trás.

— Não para, vamos chegar até aquela porta. — Jimin respondeu ofegante.

E eles foram até a grande porta que era a única saída que tinham naquele momento, Jungkook foi o primeiro até lá, agradecendo pela mesma estar aberta e puxando Jimin para dentro o mais rápido que conseguia, fechando a porta em seguida, passando a tranca com agilidade, não queria correr o risco de mais alguma coisa os seguir até ali também, mesmo sabendo que não era como se as criaturas daquele lugar precisassem de uma porta aberta para conseguir chegar até eles.

— O que é isso? — Jimin questionou em alto tom, atraindo a atenção de Jungkook, que viu que o loiro se referia ao lugar em que eles se encontravam agora.

Era um gigantesco espaço na cor amarela, chegava a doer os olhos de tão forte que a cor era, e não parecia ter fim, pois não importava para qual lado eles olhassem, viam um infinito em amarelo, a única coisa que se diferenciava era o enorme portal de luz branca que estava aberto mais à frente da porta por onde os rapazes tinham entrado.

— Acho que chegamos ao final. — Jungkook disse. — Talvez aquele monstro tenha sido o nosso boss final.

— Mas foi fácil demais. — Jimin respondeu, não convencido de que já estavam no final.

— Fácil? — Jeon indagou exagerando. — Fale por si mesmo, minhas pernas estão latejando de dor de tanto que a gente correu.

— Eu sei que foi muita correria, mas a gente enfrentou tantas coisas, achei que aconteceria algo mais intenso no final. — O Park continuou a falar.

— Jimin, meu querido... — Jeon expressou, ficando na frente do loiro e o segurando pelos ombros enquanto o olhava face a face. — A gente correu de um bicho de uns vinte metros de altura, o que de mais intenso poderia acontecer agora?

— Esse não é o tipo de pergunta que se faz num lugar como esse, Kookie. — O loiro retrucou rindo.

— Meninos! — A exclamação veio de uma voz que Jimin e Jungkook já conheciam bem, e quando se viraram para atender, viram Taehyung entrando pela porta e chegando correndo até eles, parecendo cansado e confuso.

— Taehyung? — Jungkook foi o primeiro a responder. — Como chegou aqui?

— Está uma loucura em todo lugar por aqui, os espíritos estão fazendo a maior bagunça. — O Kim explicou exasperando. — Uma das almas até veio me tirar daquela sala, não sei como ela conseguiu, mas disseram que vocês estão ajudando. — Contou rapidamente, ofegante. — O que está acontecendo?

— Eles conversaram com a gente, pediram ajuda para conseguirem ir embora daqui. — Jimin proferiu logo após.

— Mas é apenas eles? Eu também poderei voltar para a Terra? — Taehyung indagou arregalando os olhos.

— Não, você não. — O Park disse sério.

— Como? — Taehyung questionou franzindo a testa, parecendo bem confuso.

— Achamos a sua ficha quando fomos ao núcleo desse lugar, e lá estava dizendo que você tinha passado por todas as vezes e sido vitorioso nos anos 90, não que você tinha trapaceado há dois meses atrás. — Jungkook revelou os pontos que não tinha lido em voz alta antes, pois não sabia se eles estavam sendo observados quando estiveram na sala dos arquivos, então preferia não mostrar surpresa com nada do que leu ali, se fingindo de desentendido.

— Está me dizendo que eu estou preso aqui há trinta anos? — O Kim perguntou um tanto descrente.

— Não. — Jimin negou, dando um passo em direção ao rapaz. — O verdadeiro Kim Taehyung que passou por aqui já voltou para casa, há trinta anos atrás.

— O que isso significa então? — Taehyung expressou olhando para si mesmo e depois para Jimin. — O que eu sou?

— Você sabe o que isso significa, na verdade você sabe bem mais do que tenta mostrar, já que na segunda vez que falamos com você, você me chamou pelo meu primeiro nome, mas eu nunca me apresentei para você. — O Park disse, indo mais ainda na direção do Kim. — Como pode saber que me chamo Jimin se você é apenas um jogador que ficou preso naquela biblioteca e nem ao menos estava nos assistindo? Algo que você mesmo afirmou.

— Não estou entendendo, o que está tentando insinuar? — Taehyung perguntou alarmado.

— Você é um bom ator. — Jungkook falou, sorrindo sutilmente. — Por que não nos mostra sua verdadeira face?

Taehyung continuou os encarando com aquela mesma expressão assustada e desentendida, porém ao perceber que os dois rapazes mantinham suas feições sérias e confiantes, sorriu ladino, dando alguns passos para trás, afastando-se deles, mas ainda os olhando com um olhar intenso e malandro.

Num segundo ele era um jovem gentil e esbelto, e no outro segundo seu rosto começava a se modificar, mostrando a Jimin e Jungkook a verdadeira face que existia por trás da máscara, uma nada amigável, ele tinha os olhos completamente negros e grandes, sobrancelhas arqueadas e orelhas imensas, um maxilar alongado e cabelos extensos, chegando em sua cintura, sua pele aparentava possuir um tom azulado e em sua boca dentes pontiagudos e compridos se sobressaíram.

— Achei que confiariam mais em alguém com uma aparência mais gentil, com características parecidas com as de vocês, então escolhi esse rapaz que passou aqui há um bom tempo atrás, parecia perfeito para o papel do menino amável que estava disposto a ajudar. — A criatura disse, num tom de voz grave e rouco. — Até que funcionou por um certo tempo.

— Você se entregou dizendo meu nome. — Jimin expressou, estava desconfiado desde que o viu pela primeira vez afinal, e continuou apenas esperando por algum furo para afirmar sua teorias, mas as próprias almas que vieram os pedir ajuda acabaram contando que o tal Taehyung não era o verdadeiro, e sim apenas um disfarce.

— Acha mesmo? — A criatura perguntou sarcasticamente. — Você tem razão, Jimin, a fase final não seria tão fácil, aquele monstro patético não era o boss final de vocês... — Sorriu levemente. — Eu sou.

Seu corpo também se começou a se modificar, dando lugar a um ser de quase dois metros de altura, com braços longos e unhas afiadas, já seus pés pararam de tocar o chão quando o mesmo começou a flutuar em frente aos rapazes, que não mostravam as reações que a criatura esperava, estavam neutros diante de tudo aquilo.

— Conversamos com os espíritos, sabemos os limites dos seus poderes. — Jungkook expressou dando de ombros.

— Você é uma criatura espectral que se alimenta do medo, porém só consegue ter forças contra quem está sentindo medo de você. — Jimin continuou. — É inofensivo contra quem não sente, por isso precisa dessa dimensão, você drena poderes dela para conseguir criar tudo isso e manter essas poeiras de alma aqui, mas ainda existe essa barreira, não consegue fazer nada contra pessoas vivas que não estejam sentindo medo.

— O que é o nosso caso, a gente está suave. — Jeon afirmou, sorrindo amplamente... Talvez ele estivesse sim aterrorizado naquele momento, mas aguentaria firme, se manteria no papel, pois tinha que seguir o plano que os espíritos montaram.

— Então talvez eu tenha que os fazer sentir medo. — A criatura sorriu de uma forma macabra ao dizer.

— Não vai dar tempo... — Jimin falou, lentamente levando sua mão até o bolso da calça para pegar algo que os espíritos tinham lhes entregado para que pudessem se proteger.

— O quê? — O ser indagou, não compreendendo a fala do loirinho.

Jimin ergueu no ar um cristal translúcido que o mascarado tinha lhe dado, e assim como ele tinha lhe ensinado, o Park e o Jeon recitaram as palavras que compunham um feitiço especial, capaz de criar um círculo mágico em volta da criatura espectral que a deixaria incapaz de mover-se do lugar ou usar seus poderes, um tipo de selo que poderia funcionar contra espectros como ele.

Os espíritos descobriram depois de muito tempo vivendo naquela dimensão, que ela não atraia apenas poeiras espirituais, mas também era capaz de materiais místicos e ocultos, normalmente feitos por bruxas e feiticeiros de outras dimensões vizinhas daquela, e entre esses objetos, haviam livros, com feitiços e magias antigas que talvez pudessem os ajudar.

Basicamente os espíritos conseguiram descobrir um feitiço forte o suficiente para selar a criatura naquela dimensão, a impedindo de fazer qualquer coisa, principalmente de trazer novos inocentes para aquele lugar, entretanto na primeira vez que tentaram usar, viram que o efeito não durava mais do que dois segundos quando era feito por um ser como eles, um pó espectral não tinha força o suficiente para evocar aquele tipo de magia, mas levantaram a hipótese de que um humano conseguiria.

Eles não chegaram a contar para Jimin e Jungkook que existia chances do feitiço também não funcionar com eles, mas talvez fosse melhor que não soubessem, pois não teriam coragem de tentar se tivessem sido informados sobre isso.

— O que é isso? — A criatura perguntou, se remexendo no lugar, percebendo que não conseguia sair de dentro daquele círculo.

— Não sabemos ao certo. — Jungkook respondeu dando de ombros. — Mas parece que funcionou.

— Eles conseguiram! — Um grito alegre soou do lado de fora da sala, atraindo a atenção de Jeon e Jimin.

Após isso vários e vários espíritos começaram a se materializar dentro da sala, alguns Jimin e Jungkook tinham visto no decorrer da aventura que tiveram, outros não chegaram a conhecer, mas eram muitos, bem mais do que os rapazes achavam que encontrariam.

— O que fazemos agora? — Jimin indagou, enquanto entregava o cristal mágico ao mascarado.

— Vão embora, é só passar pelo portal, irão sair exatamente no lugar de onde vieram. — O homem respondeu rapidamente, enquanto a criatura presa no círculo mágico ainda berrava coisas incompreensíveis e tentava se soltar do selo.

— Mas e vocês? — Jungkook indagou, olhando para todos ali presentes.

— Iremos depois de vocês, precisamos ter certeza de que todos vão conseguir sair. — Uma das almas respondeu. — Após isso vamos fechar essa fenda dimensional para sempre.

— Podem mesmo conseguir isso? — Jimin questionou preocupado, não parecia algo fácil de ser feito.

— Vamos tentar, não sabemos se o feitiço que vocês usaram vai durar muito tempo também. — O mascarado respondeu ao loiro.

— De qualquer forma, obrigada por nos ajudar. — A alma agradeceu, sorrindo e curvando-se, sendo seguida por várias outras que imitaram o gesto.

— Espero que consigam. — Jungkook falou antes de caminhar junto de Jimin até a frente do portal.

E assim Jimin estendeu sua mão para Jungkook, e juntos eles correram em direção ao portal, sendo engolidos pela forte luz cristalina.

[...]

A primeira coisa que Jungkook sentiu quando despertou foi uma gigantesca dor nas costas e o cheiro apetitoso da manteiga da pipoca do cinema, o que o fez saltar da cadeira em que estava sentado, se vendo novamente no auditório de onde tinha sido sugado para dentro do portal que se abriu no telão, esse inclusive não estava mais apagado, apenas mostrava os créditos do filme que antes assistiam subindo lentamente, ao som da trilha sonora.

— Da próxima vez que você me chamar para o cinema, eu vou negar. — A voz de Jimin cortou o momento de euforia de Jungkook, o fazendo ver que o loiro estava na cadeira ao seu lado, com um grande balde de pipoca e uma expressão nada contente.

— Jimin! — Jungkook exclamou, quase pulando em cima do mais velho, o abraçando com empolgação.

— Jungkook, você está me esmagando. — Jimin murmurou rindo, mais um tanto sem ar pela força dos braços do moreno.

— Desculpa, hyung. — Jeon disse rindo, se afastando do abraço ainda sorrindo. — Caramba, você acha que eles conseguiram?

— Quem? — O loiro questionou, erguendo as sobrancelhas.

— Como assim? — Jungkook perguntou confuso. — Os espíritos que ajudamos.

— Do que você está falando, Jungkook? — O Park perguntou mais uma vez, enquanto catava as pipocas que tinham caído para fora do balde quando Jeon veio lhe abraçar, felizmente conseguiu tirar o balde da frente antes que o mesmo fosse esmagado pelo abraço dos dois, mas isso fez algumas pipocas caírem por ali.

— Você não se lembra? — Jungkook indagou alarmado, sentindo sua respiração começar a descompensar.

— Nossa, você acordou bem agitado. — Jimin comentou soltando um riso nasalado. — Mas pudera, você dormiu todas as três horas desse filme horroroso, deve estar cheio de energia enquanto eu estava aqui caindo de tédio.

— Pra você eu dormi desde que me sentei nessa poltrona? — Jeon questionou, vendo Jimin o olhar ainda desentendido. — Você não lembra da outra dimensão?

— Você estava sonhando que a gente ia para uma outra dimensão? — O loiro proferiu, franzindo a testa.

— Não, não pode ter sido apenas um sonho. — Jungkook murmurou mais para si mesmo, com Jimin o assistindo completamente confuso. — Você disse que o filme teve três horas, certo?

— Sim. — Jimin assentiu, terminando de limpar o banco.

— Como você ainda tem pipoca? — Jeon questionou apontando para o balde.

— O quê? — O loiro expressou, se levantando.

— Como conseguiu manter a pipoca até o final do filme, se ele teve três horas de duração? — Jungkook perguntou novamente. — Disse que estava entediado, então por que não me acordou para que fossemos embora?

— Acho mancada acordar os outros, você sabe. — Jimin deu de ombros, e em seguida deu um passo na direção de Jeon, o encarando preocupado. — Jungkook, você não estava falando coisa com coisa, está tudo bem? Acordou todo inquieto.

— É uma pena que não se lembre. — O moreno suspirou ao dizer. — Por que sou o único que ficou com lembranças?

— Do que você está falando? — Novamente o mais velho indagou.

— Nada não, não se preocupe, acho eu só tive um sonho muito maluco. — Jeon sorriu após responder, não adiantaria nada ficar fazendo perguntas para Jimin sabendo que ele não se recordava de nada... Ou talvez aquilo tudo nem tivesse acontecido de verdade, Jungkook não sabia. — Então, vamos tomar aquele sorvete que eu tinha prometido que compraria pra gente?

— Vamos, mas tem certeza que está tudo bem com você? — Jimin expressou, não muito convencido de que estava tudo bem com o Jeon.

— Sim, hyung. — Assentiu, se curvando para aproximar seu rosto do de Jimin e poder dar um selinho nos seus lábios, fazendo o loiro sorrir. — Vamos embora?

— Claro. — Respondeu antes de se virar para sair do auditório, sendo seguido pelo Jeon.

Jungkook não tinha certeza se tinha acabado de ter o sonho vivido mais louco de sua vida ou se tudo aquilo realmente tinha acontecido, e talvez nunca fosse descobrir, mas instantes antes de deixar aquela sala de cinema, jurou ver uma pequena fenda de luz brilhar no centro do telão depois que o filme já havia parado de rodar. 

~♥~

Hey gente, muito obrigada por lerem até aqui e por todos os votinhos e comentários ❤❤❤ Nos vemos numa próxima \(^u^)/

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