09 - Uma descoberta vinda obviedade
Que lástima ser descoberta pela Madre numa tão embaraçosa situação, pensou a noviça enquanto tratava de se sentar com as pernas postas em lugares decentes e tirar o excesso de grama de seu hábito. Nunca passou pela sua mente que a Madre iria estar sassaricando pelo colégio em pleno horário comercial.
Agora estava claramente em uma confusão, e, ao julgar pelo olhar estarrecido da Madre, era uma confusão grande. Entretanto, algo lhe dizia que não iria ter de ouvir a versão completa da repressão que a Madre preparou, já que Thed entrava pelo jardim logo atrás dela. Com certeza aquela presença abençoada moderaria a fúria da Madre.
- Que cena vergonhosa! – disse a Madre em um tom de reprovação.
- Não foi culpa minha! – se apressou Mary em se defender. – Charlotte me derrubou no chão!
E a menina soltou uma risadinha sapeca, só para confirmar que ela realmente tinha tido alguma parcela culpa, ainda que não se sentisse tão culpada assim.
- Charlotte! – exclamou Mary com sua voz melodiosa soando bem mais sério agora. – Não é certo rir em meio a uma conversa séria.
A firmeza com que ela falou teve um efeito imediato na menininha que assentiu e se desculpou logo no instante seguinte, confirmando o que a Madre tinha dito minutos atrás sobre Mary agir de vez em quando como uma mãe para essas crianças.
E uma ótima mãe, por sinal, tendo em vista a rapidez com que as meninas entravam na linha, se levantando do gramado e limpando qualquer eventual sujeira do uniforme.
Enquanto isso, a Madre engatou em um longo discurso sobre disciplina e responsabilidade, sendo a única reação de Mary assentir de cabeça baixa. Não se parecia em nada com a noviça que se contorcia de rir há poucos minutos.
Thed sentiu uma pontada de compaixão pela noviça, e estendeu a mão apara ajudá-la a se levantar. Assim pelo menos poderia ter a dignidade de ouvir todo o resto do sermão a mesma altura que a Madre.
Porém, além de um olhar assustado da noviça, nada aconteceu, e não houve nenhum sinal de que ela aceitaria sua mão estendida até que a Madre falou:
- A senhorita pretende ficar sentada aí o dia todo? O Senhor Hopkins não tem todo o tempo do mundo para gastar vendo esse vexame lamentável.
Mas valia esclarecer que Thed não se sentia tão incomodado assim em passar algum tempo do observando aquela cena e tentando entender os seus mistérios.
Só que então Mary aceitou sua mão, não por livre espontânea vontade, é verdade, mas o que importava era a ação.
Com seus botões, Mary pensava que se ela pudesse fazer algo por livre e espontânea vontade agora, seria simplesmente desaparecer da vista de Thed. E da Madre.
Meu Deus, que papelão.
Mas pelo menos, assim que se levantou com a ajuda desnecessária dele, o discurso da Madre cessou. Ou deu uma trégua, ou talvez Mary simplesmente deixou escutá-lo já que o barulho do seu coração descontrolado batendo contra suas costelas estava alto demais para que ela ouvisse alguma coisa em volta.
- Que tal voltarmos à nossa pilha de papel? – perguntou ele e isso sim ela pode escutar com clareza, possivelmente porque era a voz dele, porque era por causa dele, ou das lembranças que ele evocava que o seu coração se descompassava involuntariamente daquele jeito.
A Madre estava claramente alheia a tudo que acontecia com Mary ali, o que era conscientemente uma coisa boa. Porém, Mary não se encontrava em sua cabeça agora, por hora, ainda não conseguia distinguir onde exatamente estava, calculava um local entre se entre seu queixo e seu joelho. Mas sem conseguir chegar a uma conclusão de fato.
- Então, quer dizer que pelo menos na contabilidade vocês estão tendo algum progresso. – concluiu a Madre.
- É claro! – exclamou Mary rapidamente entrando no bonde andando – De fato, estamos caminhando para o fim.
Thed quase teve um engasgo fulminante. E quando viu que todos os olhares de voltaram para ele, e se viu obrigado a tomar uma atitude antes que a noviça delirasse algo ainda mais longe da realidade que aquilo.
- Agora é melhor irmos de uma vez – ele disse enquanto a puxava pela mão que por um acaso ele ainda segurava entre a sua. – Temos quase uma maratona de São Silvestre para percorrer antes de chegar ao fim.
E ao perceber que não receberia resposta alguma com sua primeira provocação. Resolveu fazer uma segunda. O que não poderia classificado como prudente, dada a situação constrangedora já instituída entre a noviça e a Mary, mas, ainda assim, mais forte que ele evitar.
- Espero que se lembre que mentir é pecado. – falou ele em voz baixa, de um modo que só a noviça podia escutar, impedindo-a de achar que iria escapar com essa invenção de "caminhando para o fim" nem por um passo a mais.
E apesar do mundo de sensações que Mary experimentou ao sentir o hálito dele passando perto do seu rosto, tratou de se concentrar em rebater o comentário dele com algo igualmente intimidador.
- Espero que não se esqueça que o falso julgamento, também é.
- Ainda não chegamos nem na metade da metade do trabalho – ele pontua o óbvio. Tem certeza que ela sabe disso tão bem quanto ele.
- Que bom que temos o dia todo pela frente – disse Mary com um sorriso triunfante.
E assim foi, disso ele não poderia discordar dela. Horas e mais horas de trabalho intermináveis. Anotações, contas, canetas e muitas cores. Mary parecia ainda mais eficiente que nos dias anteriores e Thed teve que fazer um esforço imenso para acompanhá-la. Sem obter muito sucesso, como já era de se esperar por ele mesmo.
E como para ele tudo demais e tudo de menos era motivo para reclamação... Resolveu expor seus sentimentos.
- Será que não dá pra você ir um pouco mais devagar? – ele quis saber num determinado momento, mas na verdade era um pedido por clemência.
-Foi você quem quis assim! – falou a noviça com um sorriso de triunfo no rosto.
No final das contas, Thed tinha que dar razão a Madre, talvez ela não tivesse nascido para ser freira. Ela tinha um espírito vingativo e tanto, aí estava um bom exemplo disso. Ficava difícil de defender.
- Azar o meu, não é mesmo? – disse Thed quase infeliz ao olhar de novo para a imensa pilha de livros e documentos.
Era muito fácil bancar a brava quando Thed estava sendo impertinente. Porém, aquela tarefa se tornava quase impossível de se exercer quando os olhos dele se apagavam daquela maneira como tinham apagado agora. Até porque, ela no papel de religiosa que era, tinha por obrigação se preocupar com os sentimentos alheios. Correto?
- Se quiser, paramos por aqui – disse da maneira mais gentil que a boa educação permitia.
Por um instante, pensou em ter visto um sorriso no rosto dele, mas no instante seguinte ele já não estava mais lá.
- Não se preocupe – disse ele no mesmo tom de gentileza. – A culpa não é sua.
Mas bem, se a culpa não era dela, de quem era?! Ninguém apaga o brilho dos olhos assim de uma hora pra outra sem que a culpa recaia sobre alguém. Em especial se tratando de olhos como os dele. E como não tinha ninguém mais além dela na sala....
- Deveria ter sido mais cuidadosa – falou Mary toda ofendida. – Seu pessimismo é sensível demais às mudanças do meu humor.
E rezava que com essa impertinência conseguisse alguma reação da parte dele, nem que fosse provocada pela contrariedade por mencionar o pessimismo mal assumido.
Ele parecia estar realmente muito cansado. Mary se sentiu um tantinho culpada por fazê-lo trabalhar feito um escravo medieval. Mas em sua própria defesa, deveria acrescentar que nunca, jamais, viu alguém morrer por excesso de trabalho e muito menos por cinco míseras horas, como eles haviam estado trabalhando.
Mas além de cansado, ele parecia estar pensando em alguma coisa. Alguma coisa nada boa. Entretanto, Mary sabia que a grande maioria dos pensamentos dele deveriam ser ruins mesmo. Devido à dificuldade dele de ver como a vida é bela.
Pobre Thed.
Estava ali com a cabeça apoiada na mão, numa postura lastimável, se a Madre o visse assim, com certeza o mandaria se recompor e voltar a ter uma postura digna. Entretanto Mary estava mais preocupada com sua própria postura, já que tinha que se sentar em cima da própria mão para não tocá-lo. Para não tirar o cabelo de sua testa ou lhe dar um sacolejo.
Mas se portando como a noviça que era, preferiu evitar esse tipo de contato mais físico, não seria apropriado. Assim como não era apropriado ter vontade disso.
- Isso não tem nada a ver com meu pessimismo – disse Thed finalmente voltando a interagir. – Tem a ver com minha mulher.
- Mulher?!? – exclamou Mary um pouco alto demais, um pouco esganiçado demais, mas se sentindo totalmente no direito!
Pois como que alguém que no dia anterior havia contado toda sua à vida a ela, havia omitido um pequeno detalhe desses?
- Não havia dito que era casado.
- Não vou ficar assim por muito tempo.
- Pessimista – reclamou Mary baixinho somente para extravasar de alguma maneira a frustração infundada que sentia.
- Eu ouvi!
Ela parecia transtornada por ter sido descoberta quando estava resmungando com tanta descrição. Mas mesmo em meio a sua confusão mental, conseguiu dizer algo de útil para Thed.
- Não se deixe abater diante das dificuldades, o amor supera tudo. – falou ela sorrindo e o incentivando a sorrir também.
A principio, Thed não conseguia explicar muito bem qual era a razão para que começasse a expor sua vida e seus problemas para a pobre noviça, pessoas não saem por ai contando suas intimidades para desconhecidos, mas tão logo quando começava a contar, não conseguia parar. E não era porque sua língua solta continuava por aí falando a torto e a direito. Era simplesmente porque não queria. E ele dificilmente queria coisas. Porém, a atenção que ela prestava fazia com que ele não quisesse parar.
Não havia muito objetivo nisso, muito menos lógica, mas era o que acontecia.
- Senhorita Noviça, é chato ser a pessoa que tem que te falar... Mas eis uma realidade: nem todos os casamentos são por amor.
Ele criou grandes expectativas para a reação dela, um grito apavorado ou uma queda de mandíbula talvez. Mas ela o respondeu com uma voz muito calma e melodiosa:
- Pode me chamar de Mary, temos intimidade o suficiente para isso – disse ela com um sorriso travesso, fazendo uma pequena alusão à conversa do dia anterior.
E apesar de Thed estar discursando sobre um assunto bastante desagradável, sentiu vontade de rir também.
- Muito bem, Mary – e acabou por descobrir que a palavra tinha um peso completamente diferente sem estar precedido pelo usual "noviça". – O que acontece é que o meu casamento com Christine, esse é o nome da minha mulher, aconteceu por ordens expressas de meu avô. E agora que ele morreu, as coisas mudaram, melhor dizendo, pioraram, e isso vem gerando infinitas discussões. E que ontem desencadeou em uma desagradável briga.
O olhar de Mary nem por um segundo se desviou do seu, e ele fez questão de notar cada uma das mudanças que ocorriam nele, era incrível como uma pessoa podia ser paciente até mesmo com as mais tolas lamentações. Era difícil para alguém como Theodore acreditar numa coisa dessas, e ele só acreditou naquilo porque estava acontecendo diante dos seus próprios olhos.
- E o que precisamente piorou? – perguntou a noviça com evidente interesse.
- Meus modos – disse Thed sem-graça. – E consequentemente os convites para eventos da sociedade.
- Não acredito que você está todo choroso por causa de meros convites para festa!
- Eu não me importo com as festas! Mas Christine sim, essa é a razão de viver dela.
- Então... Ela é como seu avô.
Thed se limitou em concordar com a cabeça, não tinha porque discordar.
- Acabou de se livrar de um e já tem que lidar com outro alpinista social, que falta de sorte a sua – disse Mary com um pouco de indelicadeza ao finado Richard Hopkins e bastante perplexidade no diz que respeito à situação atual.
Thed não podia deixar de concordar que fora um tremendo azar ter uma vida assim, mas ainda assim, não podia deixar de sorrir feito um bobo alegre ao ver que Mary deu o braço a torcer e classificou sua vida tal como ela era.
Uma falta de sorte.
Otimismos e pessimismos à parte.
- Há muito mais da natureza humana atual, principalmente da natureza humana de Christine, que te assustariam muito mais do que isso – disse Thed. – Mas você, enquanto noviça, não merece saber de coisas tão desagradáveis.
- Thed, eu não nasci freira – disse Mary com um olhar divertido. – Eu já vi coisas ruins, ouvi coisas ruins, vivi coisas ruins.
Mas naquele momento, a diversão de Thed acabou. Fizera uma descoberta, uma bastante óbvia e tola, mas de suma importância para ele, e que fazia toda a diferença.
- Realmente, você não parece freira.
A dois segundos atrás esse pensamento nem sequer sonhava em passar pela sua cabeça, ele tomou consciência daquilo de uma hora para outra, sem saber explicar de onde aquilo tinha vindo, mas agora que a ideia estava na sua cabeça, era difícil pensar em outra coisa. E de não pensar como ele não tinha pensado nisso antes.
Mary, antes de tudo, antes de ser noviça ou futura freira, era mulher. Aquilo era tão evidente que Thed sentia quase vontade de bater em si mesmo por não ter percebido isso antes.
- Não precisava ser tão sincero... – disse ela com um sorriso que dizia claramente que ela não sabia o que fazer com essa informação.
Mas Thed nem sequer prestou muita atenção no que ela disse, muito menos em seu embaraço. Sua atenção estava toda posta em observar tudo o que não observou nos dias anteriores, isto é, tudo o que aquele horroroso hábito não permitia ver.
Quando Christine o dizia que não era homem suficiente, talvez ela tivesse razão. Como um homem com pleno uso de sua visão não pode perceber antes um rosto tão bonito como o de Mary?
Como em sã consciência, deixou escapar aquelas bochechas rosadas e o narizinho empinado? Não iria nem estender os comentários a boca dela, visto que aquilo era um verdadeiro pecado. Se algum dia, a considerou como uma reprimida noviça, a partir daquele momento não aconteceria mais.
Então, em suma, Thed se viu em meio a um grande problema, porque ela realmente era uma noviça reprimida. E ele deveria se portar o mais casto possível já que deveria honrar a confiança que a Madre depositou nele.
Mas enquanto ele pensava nisso, sua boca, que, naquela sala sempre era mais rápida que seus pensamentos, disparou um comentário do mais impróprio.
- Estou imaginando qual deve ser a cor o seu cabelo... Preto cairia bem com o tom de sua pele, mas talvez o loiro caísse ainda melhor, e realçaria seus olhos – ele estava bem consciente dos sinais de embaraço da noviça, seus olhos muito aberto e seu rosto ruborizado, mas simplesmente não conseguia evitar que sua boca falasse ainda mais coisas que não deveria. – Qual é a cor do seu cabelo, afinal?
A pobre noviça começou a retorcer as mãos sobre a mesa, e ele notou que suas mãos também não ficavam atrás no quesito beleza.
- Essa n-não é uma pergunta muito apropriada – ela conseguiu dizer quase num sussurro.
- Pois é, acho que acho que não estou com sorte hoje – disse Thed descontraidamente como se todos os outros dias ele se considerasse um cara sortudo.
E ai Mary viu finalmente uma oportunidade para escapar do constrangedor assunto sobre a verdadeira cor e seus cabelos.
E Mary não hesitou em sair de vez daquele assunto tenebroso.
- De verdade Thed, sua concepção pessimista não permite que você tenha nenhum dia de sorte?
- Isso mesmo. Fora a Madre ter me disponibilizado você para me ajudar nesse trabalho, não tive nenhuma sorte em muito tempo, muito tempo – disse Thed sendo bem sincero
- Cético.
- Não venha me chamar de cético porqu... – então ele parou, e algo mudou, Mary pode perceber pelo brilho de seus olhos, um brilho novo, estranho e bem bonito. – Na verdade, teve sim um dia, ou melhor, cinco minutos em que eu me achei de verdade bem sortudo.
Thed nem sequer deu tempo de Mary pedir para que ele a contasse esse milagre, pois ele por si só começou a falar entusiasmo nunca antes visto.
- Engraçado, o que vou lhe contar aconteceu aqui neste colégio. Talvez esse seja meu lugar da sorte – continuou Thed com um atípico bom humor. – Isso foi há muitos anos, quando um belo dia, vim aqui com meu avô para uma visita, ele pretendia começar a me ensinar o ofício de contador. Só que antes que eu encostasse qualquer livro de contas, uma menina muito bonita me chamou para conversar.
Naquele momento Mary se deu conta do que ele estava falando. Ele estava falando dela há nove anos, ela era a menina muito bonita. E apesar da curiosidade clamar por saber como era a versão dele sobre aquele dia, sabia que seus sentimentos ficariam fortemente abalados com tal relato. Contudo, mesmo que ela gritasse para que ele parasse de falar, o que seria uma reação muito estranha, ele não a escutaria, o brilho dos olhos dele se intensificava cada vez mais, até mesmo um sorriso surgiu no seu rosto e ele parecia estar em um lugar distante enquanto falava.
Mais precisamente na sala de ferramentas do colégio.
- Ela era espontânea, divertida e tinha uns cabelos da cor do fogo que nunca vi igual. Ela era tudo que eu queria ser. Mas lógico, como nada é fácil na minha vida. Ela não queria nada comigo, só estava sendo simpática comigo porque queria que eu beijasse a amiga dela.
Como se percebeesse que Mary estava prestes a gritar por socorro, Thed deixou seus olhos estacionados na boca dela, o que naquele momento tinha exatamente a mesma serventia de um esparadrapo colado à boca da noviça, a impedindo-a de falar.
- Não comece a me chamar de pessimista agora, porque minha sorte começou logo em seguida. De alguma maneira, ainda desconhecida para mim, foi com ela que eu fui trancado na sala de ferramentas que tem ali nos fundos da escola, não sei se você conhece, e bem, você sabe, foi muita sorte eu poder brincar de "Sete minutos no paraíso" com ela, porque realmente pela primeira e ultima vez na minha vida a brincadeira fez jus ao nome.
Thed continuou sorrindo depois que terminou de contar aquela história. Sempre que falava daquela menina terminava sorrindo, era impressionante. Talvez fosse por isso que ele guardava a recordação dela até os dias de hoje, mesmo que tenha se passado muitos anos, era dela que se lembrava quando as coisas não iam bem, ou seja, o tempo todo.
Seu sorriso só se apagou quando finalmente não resistiu à tentação de olhar para o lindo rosto recém descoberto da noviça Mary, e ah como era lindo. Pena que naquele momento estava mudado, como se houvesse algo errado com ela.
- Mary, está tudo bem com você?
- Estou esplendida! – exclamou Mary com um entusiasmo totalmente fora de contexto.
Bem o que uma pessoa dizia quando estava à beira de um ataque cardíaco, não é mesmo? Ou pelo menos uma pessoa como Mary.
Agora Thed a olhava com um olhar intrigado, e sua mão enorme pousava sobre a sua. Ela estava fria, e muito agradecida pela preocupação dele, de verdade, mas gostaria que ele soubesse o que ela sentia quando sentia o calor da mão dele em volta da dela. Se soubesse como eram aquelas correntes elétricas e os repetidos frios na barriga, com certeza não ele faria mais isso.
No entanto, o único que ele pareceu sentir foi o quanto sua mão estava gelada, pois esfregou a mão dela contra a sua na tentativa de esquentá-la e voltou a perguntá-la:
- Tem certeza? – sua testa estava franzida e seus olhos conservavam aquele verde vivo que nasceu quando ele começou a contar a história.
Ela assentiu freneticamente, assentiu tanto que por um momento teve medo que sua cabeça desprendesse de seu pescoço. Precisava ser positiva, porque pelo menos depois dessa demonstração de estranheza, Thed provavelmente se assustou e disse:
- Já trabalhamos o suficiente por hoje e pela semana inteira, não é mesmo? – após mais um assentimento exagerado de Mary, ele finalmente desistiu. – Então nos vemos amanhã.
E saiu da sala em silêncio, sem deixar de olhá-la nem por um segundo até chegar à porta. E Mary não pode deixar de pensar no quão anormal ela deveria estar parecendo para ele agora. Nem um hábito cobrindo todo o seu corpo era tão estranho quanto seu comportamento dos últimos minutos. A culpa era da sensação incomoda que estava sentindo.
Sorte a sua que era uma pessoa muito positiva e conseguia abrigar esperanças de que toda essa turbulência emocional ia passar. Que deveria ser simplesmente um problema hormonal, e que amanhã quando visse Thed, se sentiria muito bem como se nada tivesse acontecido dentro dela.
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QUE PARTO revisar esse capítulo!!!!!!!!!!!!!!!! Foram muitas páginas e pouca concentração, desculpem a demora! Passei DIAS tentando revisar e só consegui chegar ao fim agorinha. Nem sei como. Acho que estou com a cabeça tendo e querendo fazer TANTA COISA AO MESMO TEMPO que no final das contas não consigo fazer nada. Acho que acontece com tudo mundo, não é mesmo?
Dia 14 de dezembro é o dia eu que entrego meu trabalho FINAL na escola e não tenho quase nada pronto, ou seja, desespero a mil. Me desejem sorte! E também desejo sorte a todos que estão participando da promoção lá no site da Editora Garcia pra concorrer um laptop na compra do "Pela Janela Indiscreta", meu livro ~de papel~.
POR FALAR EM LIVRO DE PAPEL!!!!!!!!!! INVISÍVEL... Quero muito transformar em livro de papel e queria saber se alguém tá comigo nessa. Porque eu acho que eu vou fazer por conta própria, então devo pedir pra gráfica uma quantidade pequena de livros, planos para o ANO QUE VEM, porque eu sou muito indecisa e são muitos detalhes pra pensar, mas... Só pra sinalizar que eu não deixei Gwen e Justin de lado <3
Acho que é isso, tô caindo de sono aqui e gostaria de um sonho repleto de estrelas, se vocês forem bem bondosos*****
Beijos mil!
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