Cap. 5: Seleção para babá: Será que vai dar certo?
"Péssima ideia a minha...", Gintoki pensou ao ver os "candidatos" diante de sua escrivaninha. Não tinha ninguém "normal" concorrendo ao cargo de babá na sua sala.
― Muito bem – ele disse enquanto segurava o bebê. – Eu tenho um trabalho pra fazer amanhã e não posso faltar. E preciso de alguém pra cuidar desta criança, porque o Shinpachi está doente. Por isso estou fazendo uma seleção para babá.
Pegou uma folha de papel e examinou. Qual seria a primeira prova? Não foi difícil escolher, porque Ginmaru começou a chorar.
― Ok – ele falou enquanto limpava o salão com o dedo mindinho. – Passa pra próxima fase quem souber como resolver sobre o choro do bebê. O primeiro candidato!
― Chefe Yorozuya – o primeiro candidato era Okita Sougo. – Já sei como fazer isso.
O rapaz empunhou a bazuca e apontou para Hijikata, que logo berrou:
― APONTA ISSO AÍ PRA OUTRO LADO, SOUGO!
Gintoki logo disse:
― Próximo!
Nisso, Sacchan apareceu e colocou um chicote na mão do bebê que ainda chorava. E pra completar a cena bizarra, ainda ficou de quatro e disse:
― Alegre-se me torturando com essa energia juvenil, Ginmaru! E peça pro seu pai fazer a mesma coisa!
Como Ginmaru ainda era um recém-nascido de poucos dias, sua minúscula mãozinha deixou o chicote cair por sobre a mesa. O bebê até parou de chorar, mas pelo susto que acabara de tomar. Quem berrou foi o pai da criança:
― NÃO VOU DEIXAR MEU FILHO SER UM SADOMASOQUISTA COMO VOCÊ! CAI FORA DAQUI!
E assim ele literalmente chutou Sacchan pra fora. E ela queria que ele repetisse a dose.
― Próximo! – chamou.
Nisso, apareceu um ser fantasmagórico diante da escrivaninha do Yorozuya, que, claro, deu um pulo, pegou o garoto e se refugiou atrás da sua cadeira. Tremendo de medo, mais do que uma vara verde, olhou por cima da cadeira e reconheceu o fantasma.
― K-K-K-Kagura...?!
O bebê nos braços de Gintoki ficou mais calmo e até arriscou um sorriso ao ver a garota Yato fantasmagórica. Ela sorriu de volta, como o fazia em vida. Ainda meio trêmulo, o albino percebeu que Ginmaru não tinha herdado o mesmo medo do pai.
― Ele é tão fofinho, Gin-chan...!
Mas Kagura não pôde continuar, pois uma bruxa bem velhinha sentada numa bola de cristal puxava a garota pela gola da sua blusa vermelha e a arrastava embora de volta ao Outro Mundo, sem se importar com o choro e os esperneios dela.
― Seu tempo acabou, pirralha! – a velhinha disse.
― Não...! Não quero ir embora... Quero ver o bebê do Gin-chan...!
― Próximo...! – o albino disse ao se recuperar do susto.
Tae se aproximou do bebê com seu melhor sorriso, que Gintoki não sabia se era por simpatia mesmo ou pra tentar matar alguém.
― Oi, Ginmaru-chan! – ela falou. – Por que um menino tão bonito assim tá chorando? Tá com fome?
O pequeno Ginmaru olhou para Tae e sorriu. Foi o suficiente para Gintoki dar seu veredicto:
― Passa pra próxima fase. Próximo!
Hasegawa estava ali pra tentar mais uma oportunidade de deixar de ser um Madao. No entanto, foi só se aproximar de Ginmaru que o bebê abriu o maior berreiro. O bebê parecia não ir com a cara do parceiro de farras e jogatinas de Gintoki. O Yorozuya fez um teste simples: tapou os olhos do bebê, que parou de chorar. Quando destapou, ele disparou a chorar. Fez mais duas vezes o "tapa e destapa" e deu o veredicto:
― Próximo!
E mais uma vez Hasegawa saía desolado de mais uma tentativa malsucedida de conseguir um emprego. Como sempre.
― Ei, nem pense em pegar a guia da coleira do Sadaharu pra tentar se enforcar! Próximo! – Gintoki chamou novamente.
Assim que Hasegawa saiu e o candidato seguinte apareceu, Ginmaru se acalmou. Era uma mulher de longos cabelos negros, seguros por um lenço. Vestia roupas simples, como uma perfeita secretária do lar... Não, pera...!
― Mas que diabos você tá fazendo aqui, Zura? – Gintoki perguntou assim que descobriu quem era o "candidato".
― Não é Zura, é Ezurako. Eu estou me escondendo do Shinsengumi.
― O que você aprontou desta vez?
― Substituí papel higiênico por lixa nos banheiros do QG.
Gintoki não respondeu nada ao amigo, apenas conseguiu se limitar a fazer um facepalm. Era cada uma que ele aprontava para tentar derrubar o shogunato...! Zura, definitivamente, não batia bem das ideias.
Nessa conversa, o bebê começou a sorrir, parecendo achar engraçado o que via. Diante disso, Gintoki apenas disse:
― Ok, passa pra próxima fase.
*
― Atenção, competidores! – Gintoki anunciou em pé, de braços cruzados e aparentando imponência. – Como eu não tenho muito tempo pra fazer um monte de provas pra escolher o melhor para ser babá do Ginmaru, a prova a seguir é decisiva!
Na sala, o Yorozuya improvisou duas bancadas, cada uma com uma mamadeira, leite e frutas, além de um liquidificador. Atrás de uma das bancadas, estava Tae e, atrás da outra, Zur... Ezurako.
― Quem fizer a melhor mamadeira vai ficar com a vaga de babá! Que vença o melhor!
A um sinal, Gintoki deu início à competição, na qual os dois candidatos misturaram leite, frutas e capricharam na produção de uma deliciosa vitamina para o bebê. Assim que terminaram, o ex-samurai passou pelas duas bancadas.
Inspecionou primeiro a mamadeira feita por Ezurako, sentindo o cheiro, pingando na mão e provando o gosto, que estava bem agradável. Depois, foi à bancada de Tae, mas nem chegou a pegar a mamadeira, que tinha uma espécie de gosma preta, parecendo leite encarvoado, além de estar envolta por uma maligna e medonha aura roxa, como normalmente eram os tamagoyaki feitos pela Shimura, e que prejudicaram a visão do irmão caçula.
Gintoki não pensou duas vezes e enfiou na boca do bebê a mamadeira feita por Ezurako, para ira de Tae, que, com cara de psicopata, partiu pra cima do Yorozuya:
― POR QUE NÃO INSPECIONOU A MAMADEIRA QUE EU FIZ, IDIOTA?
Gintoki, por puro instinto de defesa, acabou botando o próprio filho como "escudo".
― Eu não quero que o meu filho vire um par de óculos ambulante como seu irmão! Por isso eu declaro que Zura irá cuidar do Ginmaru!
― Não é Zura, é Ezurako. – Katsura disse, procurando manter seu disfarce.
Impossibilitada de atacar o pai daquele bebê justamente pela criança estar "protegendo" o pai, Tae simplesmente saiu pisando duro. Permaneceram Gintoki, Ginmaru e Ezurako.
O Yorozuya respirou aliviado e disse:
― É, Zura... Você conseguiu.
― Não é Zura, é Katsura.
Nisso, Gintoki ouviu o barulho de uma espada sendo desembainhada. Sacou quem poderia ser.
― Zura, fica quieto! – cochichou. – Senão vão te ouvir!
― Não é Zura, é Katsura!
― Fecha a matraca, Zura! Não quero que esse bando de doidos entre na minha casa e faça o moleque chorar!
― NÃO É ZURA, É KATSURA!!
Nisso, a porta corrediça foi derrubada com um chute e a Yorozuya foi invadida por ninguém mais, ninguém menos que o Shinsengumi.
― KATSURA, APAREÇA! – ecoou a agressiva voz de Hijikata. – EU DEVIA SABER QUE VOCÊ TAVA O TEMPO TODO AQUI!
Ginmaru, completamente assustado, abriu o maior berreiro diante do caos da invasão, com direito a bazuca de Okita e tudo. Gintoki, completamente desorientado, procurou por Katsura, mas foi inútil.
Katsura, mesmo disfarçado, simplesmente evaporara...
... E, no fim das contas, Ginmaru ficou sem nenhuma babá.
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