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oi, eu comecei a escrever essa fic e deu vontade de postar
vai ser short fic, ainda não sei quantos capítulos terá
tomara que gostem
parabéns ao Taetae 💜

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"Taetae!", Jeongguk berrou, fincando fundo a lança no peixe, que se debateu na água cristalina. O sangue envolveu aos poucos as canelas nuas de Jeongguk e ele sorriu, extasiado. "Taetae, eu consegui! Eu consegui!"

Taehyung, que estivera a manhã toda trepando nos coqueiros para pegar cocos, afastou as folhas para enxergar o pontinho que era Jeongguk em pé na beira da imensidão azul turquesa do mar. Ele ergueu a lança torta recém improvisada como um guerreiro brandindo a espada e Taehyung gargalhou, escorregando com destreza pelo tronco do coqueiro e correndo pela praia. Ele gritaram roucos debaixo do sol escaldante, pulando na água rasa e agitando os punhos.

"Temos que comemorar, Gukie", Taehyung disse, ajudando Jeongguk a retirar o pobre peixe atravessado na ponta enferrujada da lança. "Teremos um banquete essa noite."

Para duas crianças de dez anos que tinham acabado de sofrer um trauma, a perspectiva de não morrer de fome e sede superava expectativas. Pouco menos de uma semana atrás, a pequena embarcação de luxo que transportava a mãe de Taehyung e a babá, mãe de Jeongguk, para o Japão, perdeu a rota numa tempestade e naufragou nas proximidades de uma ilha deserta perdida no Mar da China Oriental. Foi um caos, água entrando pelas instalações e, como um tigre faminto, devorando tudo que havia pela frente, gritos desesperados, e em meio ao pandemônio, a babá conseguiu enfiar coletes salva-vidas em Taehyung e Jeongguk e nadar com eles o mais próximo que podia da praia. Foram dias de insolação e sede, as gargantas dos três queimando e as peles enchendo de bolhas nos pés e nos braços. Taehyung e Jeongguk choravam até que as lágrimas secassem, ressentidos e confusos, olhando o estado moribundo da babá, que ficara gravemente ferida no acidente.

Sem as mães, sem nenhum adulto para lhes dizer que ficaria tudo bem, eles dormiam e acordavam assustados e chorando, os bracinhos magros de Taehyung agarrando com força Jeongguk, temendo que se o soltasse, algum monstro viria para comê-lo vivo como fizera com sua mãe e então só restaria a mais completa solidão. Tudo era terrivelmente novo e desconhecido. Ambos tinham crescido com muita fartura e luxo, Taehyung sendo filho de uma das famílias mais ricas de Seoul e Jeongguk usufruindo de uma pequena parte da abastança por ser filho da babá. Não sabiam como lidar com situações de perigo e fome. Nem ao menos sabiam como digerir a morte, sobretudo uma tão violenta e repentina. Do dia para a noite, eles não tinham nada, nem casa, nem comida, nem família alguma.

Só tinham um ao outro.

As noites vinham, desertas e povoadas de barulhos estranhos e horripilantes, estalos, rastejar, sensações pavorosas de coisas bizarras subindo pelas pernas. Os mosquitos comiam pouco a pouco suas coxas e barrigas, pintando-as de bolinhas vermelho vivo. O dia vinha sem trazer muito alívio, porque era apenas mais um dia em que teriam que sentir as barrigas doendo de fome e as gargantas secas de sede.

Cavaram uma cova do outro lado da ilha para enterrar dignamente a mãe de Jeongguk, que finalmente faleceu, mas não conseguiram arrastar o corpo até lá e acabaram cavando uma segunda cova ali mesmo. Rezaram como tinham sido ensinados a rezar na escola, e cobriram o túmulo com papoulas e flores estranhas que encontraram no mato. Jeongguk chorava silenciosamente, não era tão emotivo quanto Taehyung, embora por dentro sua dor o sufocasse.

Nos primeiros dias, viraram-se comendo a carne do coco que caía dos coqueiros; mas a maioria que caia já caia se partindo, a água doce de dentro desperdiçada, isso quando insetos e bichos não roíam toda a carne da polpa. Praticamente o dia inteiro era gasto procurando alimento.

"Não!", Taehyung deu um tapa na mão de Jeongguk quando este apareceu com um punhado de frutinhas vermelhas como amoras, mas que cheiravam a azedo. O garotinho ofereceu-as a Taehyung com um sorriso bobo, esperando um elogio pela oferta, mas o que recebeu em troca foi uma carranca horrorizada de Taehyung e um tabefe no braço. As frutinhas caíram dos dedinhos de Jeongguk e rolaram pela areia; como se não bastasse, Taehyung as pisoteou com raiva, o suco grudando entre seus dedos como sangue. "Não sabemos que fruta é essa, você nunca viu esses filmes de sobreviventes de naufrágios, Gukie? Muitos morrem envenenados com essas coisinhas enganosas. Procure por bananas e cocos, só bananas e cocos!"

Taehyung esfolou os joelhos e as canelas aprendendo a subir nos coqueiros e apanhar os cocos antes que eles caíssem. No entanto, apesar da pele em carne viva, pelo menos tinham água doce para beber, e eles se fartaram, tomando tanta água de coco quanto seus estômagos vazios conseguiram. Depois, passaram a noite vomitando e cagando mole.

"Não podemos sobreviver só com água de coco", Jeongguk constatou, zonzo pela diarréia e os vômitos, "E não vou mais competir com os macacos pelas bananas. Um deles quase arrancou meu dedo da última vez que tentei roubar uma do cacho."

"Sinto falta do Yeontan" Taehyung confessou. Estavam deitados na areia da praia debaixo do céu estrelado, olhos ardendo pelo sal da brisa, lábios ressecados e cortados. "E da mamãe e do papai. Eu sinto falta da Tia Jeon também."

Ele soluçou e Jeongguk o olhou. Era tudo tão assustador, mas nada o assustava mais que ver Taehyung chorando. Seu coraçãozinho doía de uma forma que ele nem compreendia.

"TaeTae", Jeongguk sentou e esperou enquanto o outro garoto limpava as lágrimas com a barra agora puída da camisa, "vamos ficar bem."

Jeongguk acreditava realmente nisso, não por ser otimista, mas por ser ingênuo. Nenhuma criança de dez anos pode saber de verdade as consequências de estar sozinho numa ilha deserta e perdida de tudo. Taehyung ofegou e encarou jeongguk através dos ciclos úmidos e brilhantes.

"Gukie, eu sinto tanto medo."

"Eu também", Jeongguk assentiu.

"Você acha que... vamos morrer aqui? Eu não quero morrer."

Jeongguk não soube o que responder. Ele lembrou da própria mãe, a pele branca como a barriga de um peixe, a boca azul e os olhos vidrados sendo pouco a pouco comidos pelos vermes até que tudo tornou-se tão assustador que eles foram obrigados a enterrá-la para que o sofrimento não fosse ainda mais insuportável. Ele não queria morrer assim.

"O que de pior pode acontecer, Tae?" Jeongguk encolheu os ombros, os olhos grandes fitando a expressão aflita do amiguinho. "Passarmos um pouco de fome? Ficarmos sujos e nus? Uma formiga de fogo morder nossa bunda?"

Taehyung riu disso, fungando. As lágrimas iam lentamente parando de rolar pelo rostinho redondo.

"Você lembra daquele filme que assistimos com os seus pais no Natal, Náufrago? Lembra de como o protagonista sobreviveu tendo apenas o Wilson? Só uma bola de vôlei. Foi uma história real, Taetae, mas nós temos mais, porque temos um ao outro. A gente vai fazer uma cabana super legal, vamos aprender a caçar e seremos donos dessa ilha!"

"Jeongguk!", Taehyung sentou de repente, olhos arregalando e um sorriso de assombro movendo seus lábios cortados. "Você acha que tem um tesouro enterrado aqui? Você acha que tem piratas?"

O queixo de Jeongguk caiu. Ele nem tinha pensado sobre isso! Caramba!

"Toda ilha tem um tesouro enterrado!", Jeongguk agarrou os ombros de Taehyung como que para sacudi-lo de emoção. "Com certeza tem um tesouro nessa aqui também!"

"Igual em O Conde de Monte Cristo!", Taehyung quase gritou.

"É! Nós temos que dormir agora, Tae, para acordarmos cedo e procurar o tesouro!"

"Deve haver um mapa escondido também", Taehyung e Jeongguk tornaram a deitar e encararam as estrelas, os corações saltando no peito com a perspectiva de uma aventura real que até então eles só liam em livros e viam em filmes. "Uau, isso é tão legal, como em Piratas do Caribe!"

🐚

Eles não acharam nenhum mapa ou tesouro escondido nos dias seguintes, mas Jeongguk machucou o tornozelo numa pedra tentando entrar numa gruta apertada e eles decidiram que precisavam de armas para caçar. Se quisessem sobreviver para encontrar o tesouro, tinham que ser inteligentes. Tiveram a ideia de procurar pedras afiadas e galhos compridos e, após uma coleção de farpas nos dedos e uma unha sangrando, enfim conseguiram improvisar uma lança. Eles dançaram na praia, comemorando a arma nova, e embora ela fosse torta e sem graça, eles olhavam para ela e viam o próprio martelo de Thor.

"Você tem que fazer uma arma para você também", Jeongguk avisou Taehyung, "Como vai enfrentar os piratas quando eles aparecerem?"

"Com o poder da minha mente", Taehyung deu de ombros. "Aposto que são burros."

"Piratas não são burros, eles são sagazes."

"Eu não tenho medo deles, vou encontrar o tesouro antes que apareçam e eles não vão poder fazer nada quanto a isso."

Jeongguk riu. Taehyung era adorável.

Mas, apesar de toda sua inteligência, Taehyung resolveu fazer uma arma para si também. Ele fez disso um mistério, tentando impressionar Jeongguk quando a arma secreta estivesse pronta. Jeongguk se sentia triste e traído, porque Taehyung sumia pela floresta dia inteiro e só voltava de noite, meio frustrado e mal humorado, deitava na areia quente da praia, sobre as folhas de bananeira que eles improvisavam como cama, cobria o rosto com um braço e não queria conversa.

"Taetae, você não está sendo um bom Wilson para mim", Jeongguk reclamou. "Você tem que conversar comigo."

"Me deixa em paz", Taehyung virou de lado. Jeongguk olhou para ele. Estavam perdendo peso a olhos vistos. A camisa de Taehyung estava cada dia mais folgada em seu dorso magro, a linha da espinha dorsal marcando o tecido e as espáduas das costas despontando como asas. Jeongguk suspirou; ele tinha que fazer alguma coisa, ou morreriam de inanição. Olhou para a lança descansando ao seu lado e pediu mentalmente perdão a Deus, mas ia tentar matar um peixe no dia seguinte.

Quando amanheceu, Jeongguk rasgou a barra das calças até transformá-la em uma bermuda. Separou as tiras e as guardou, talvez viessem a precisar um dia. Foi para a beira da praia e caminhou pela margem. Ele já tinha reparado que havia um lugar em que os peixes maiores vinham procurar plânctons e algas, no entremeado de corais. Se ele ficasse muito quieto, esperando o momento certo, só precisava ser mais rápido que o peixe. Foram muitas tentativas, porque quando errava, a água agitava e levava algum tempo até que outro peixe desavisado se aproximasse. A nuca de Jeongguk já estava assada de sol quando finalmente ele conseguiu cravar a lança na água e sentir a resistência da carne do peixe, e em seguida o sangue espalhando pela água translúcida. Mal acreditou.

Iam comer carne.

Carne.

Mas a alegria dos dois garotos durou pouco. Assim que pararam de dançar e pular, olharam para o peixe na areia e piscaram.

"Como vamos cortá-lo?", Taehyung perguntou primeiro, a barriga doendo de fome. Estava tão desesperado para sentir a textura da carne na boca que não se importaria de comer o peixe cru, mas ao menos tinham que limpá-lo, certo?

"Com a ponta da lança?"

Eles tentaram cortar o peixe com a lança, mas as escamas eram duras e perceberam que estavam eviscerando o peixe de forma nojenta. Então, Taehyung teve um vislumbre.

"Gukie, o cinto."

"Que cinto?"

"O cinto da sua mãe. A fivela."

Jeongguk encarou Taehyung.

"Não, Tae. Isso não, por favor."

"Eu faço. Você não precisa vir, eu faço."

"Tae...", Jeongguk começou a chorar, lembrando da situação horrível em que sua mãe estava quando foi enterrada, sendo comida por vermes. Ele tinha pesadelos todas as noites com isso. Sentiu os bracinhos magrelos de Taehyung o envolvendo e o aperto gentil do garoto o consolando. A essa altura, eles já cheiravam a sal e maresia e sol.

Jeongguk ficou esperando na praia, com o peixe estripado, enquanto Taehyung voltava até a túmulo da babá. Por mais que tivesse se feito de forte para Jeongguk, estava morrendo de medo e náusea. Taehyung chorou e soluçou todo o tempo em que cavou a cova até seus dedos tocarem algo sólido. Ele deu graças a Deus por seus olhos estarem embaçados de lágrimas, assim praticamente não pode ver nada, apenas agiu no automático, tateou o corpo até achar a dureza fria do metal da fivela, então, tremendo e engolindo o vômito por causa do cheiro pestilento, tirou o cinto e, sentando de bunda na beira da cova, começou a chutar depressa a areia pra cima do cadáver.

Quando voltou para encontrar Jeongguk, olhos inchados e expressão nauseada, nenhum dos dois disse nada. Taehyung caiu de joelho ao lado do peixe e, com uma força resoluta e fria, enfiou a fivela na barriga do peixe e o abriu rudemente. Depois, diante do olhar admirado de Jeongguk, lavou o peixe na água salgada do mar.

"Você deve comer primeiro", Taehyung disse, a voz estranhamente calma.

"Por quê?"

"Porque sim."

Jeongguk engoliu em seco, salivando. Levou o peixe até a boca e, numa mistura de fome e nojo, cravou os dentes na carne branca e puxou. Era esquisito e a primeira reação de seu estômago foi recusar, mas era o que tinham no momento, então ele mastigou a carne fibrosa e fria e a engoliu, passando o peixe para Taehyung, que fez o mesmo. Eles comeram em silêncio, não como se degustassem uma refeição arduamente conquistada, mas como se cumprissem um ritual de sobrevivência.

🐚

Foi mais ou menos uma semana depois que Taehyung tomou um susto enquanto caminhava ao redor da ilha. De longe, ele ficou curioso em ver aquele amontoado escuro de coisas na areia, porque ele já tinha traçado a ilha inteira de um lado e do outro e não lembrava de ter aquelas pedras ali. Depois, veio o gosto ruim na boca do estômago porque, não, por favor, que não fossem corpos, não isso, por favor...

Mas então ele se aproximou e viu que não podiam ser corpos, eram muito quadrados. As malas. As malas deles!

Ele se abaixou perto delas, eufórico, e as destrancou. Ele sabia o segredo, sua mão lhe contara, era a data de seu aniversário, trinta doze. Taehyung quase berrou de alegria. Na verdade, ele o fez, saltando e gritando o nome de Jeongguk, que claramente não o viria estando do outro lado da ilha. Então, Taehyung arrastou uma mala pela praia até a base deles. Jeongguk estava polindo a ponta da lança e levou um susto quando Taehyung apareceu gritando rouco.

"Veja, veja, Jeongguk! As malas, estão todas na praia! Me ajuda logo, vamos!"

Eles conseguiram trazer todas as malas, e eram de fato todas, as deles e as de suas mães. Agitados, abriram as malas. Taehyung e Jeongguk riam olhando para as mudas limpas de roupas e realizando que enfim teriam roupas decentes para vestir que não fossem aqueles trapos sujos de sangue, urina, vômito, fezes e areia.

"Taehyung!", Jeongguk exclamou, encantado. "Olha isso!"

Ele estava com a nécessaire da mãe de Taehyung na mão e, quando abriu o zíper, ambos arregalaram os olhos, maravilhados. Havia pasta e escova de dente ali, e não só isso, mas, além da maquiagem, o que evidentemente não os interessou, tinha shampoo, condicionador e sabonete líquido, além de cremes hidratantes.

"Cuecas limpas", Taehyung festejou, acenando uma cueca azul na cara de Jeongguk, que riu. "Venha, vamos tomar banho na lagoa!"

Eles levaram a nécessaire e mudas limpas de roupa para o lago no interior da ilha e se jogaram risonhos na água doce azul turquesa. Jeongguk podia dar cambalhotas de alegria por poder tirar aquelas roupas e se limpar. E eles de fato tomaram um banho, Taehyung até mesmo gastou o esfoliante da mãe, lavando toda a sujeira grudada nas dobras do pescoço, braços e virilha. Rindo sem parar, eles se revezaram esfregando os cabelos um do outro e brincando com a espuma que formava ao redor deles.

"Passe o condicionador também", Jeongguk instruiu Taehyung, que obedeceu.

Quando terminaram o banho, as bochechas doendo de tanto rir e o corpo um quilo mais leve livre da imundície, secaram-se ao ar livre, deitados na pedra quente.

"Vamos fazer uma cabana", Taehyung decidiu.

Eles não tinham a menor ideia de como começar a construir um abrigo. Inicialmente, foram apenas tentativas desastrosas de amarrar folhas de bananeira em galhos de árvore para fazer o teto, mas a chuva facilmente destruía todo o projeto arquitetônico deles e tinham que começar do zero. Se eles odiavam os dias de céu aberto, em que caçar na beira da água significava assar no sol feito brasa, os dias de tempestade eram um pesadelo. O vento forte bagunçava tudo que eles organizavam, transformava areia em lama e eles tinham que deitar por cima das malas e das roupas para não perder nada até que a chuva passasse, e ela podia levar uma noite inteira para ir embora. A parte boa era que a água acumuluva nas folhas de bananeira que eles amarravam nos galhos e então tinham algo além de água de coco para matar a sede.

Certa tarde, Taehyung apareceu com uma bisnaga de protetor solar que encontrara na mala de sua mãe. Jeongguk olhou a bisnaga, olhou para a própria pele dos braços, antes branca, agora vermelha e em carne viva, e atirou a bisnaga longe, com raiva. Depois disso, Taehyung resolveu que ia revezar com Jeongguk sobre pegar peixes na praia.

Uma noite, eles simplesmente tinham uma fogueira, e Taehyung estava realmente orgulhoso e acabou revelando sem querer que fora isso que andara tentando fazer quando se embrenhou na mata o dia todo fazendo sua arma secreta.

"Se temos a sua lança e o meu fogo, somos invencíveis, Jeongguk", Taehyung recitou, queixo erguido em soberba enquanto girava sobre as chamas o peixe enfiado no espeto. Jeongguk estava tão fascinado com o calor e as cores do fogo que apenas assentiu, olhos escuros brilhando feito ouro líquido refletindo o fogo. "Vamos assar o peixe e fritar calangos."

Jeongguk riu.

"Eca."

"Não seja idiota, calangos são nutritivos, eu li num livro."

Eles comeram e foram até o lago escovar os dentes. Para fazer a pasta de dentes render, eles usavam o mínimo possível; depois, rolavam na cama feita de folhas de bananeira - agora acrescida de casacos macios e felpudos - soprando o hálito de menta um na cara do outro até cansarem da brincadeira.

"Quando será que os piratas vão chegar?", Jeongguk quis saber. Fazia algum tempo desde que Taehyung sossegara no seu lado da cama, a respiração regular, mas Jeongguk sabia que ele não estava dormindo ainda.

"Eu não sei. Eles precisam vir para buscar o tesouro."

Ficaram mais um tempo em silêncio, já acostumados com os barulhos da noite, insetos, o vento balançando as folhas, as onda quebrando na praia.

"Não tem ninguém aqui, Tae", Jeongguk sentiu o próprio coração martelando no peito. "Atravessamos a ilha toda, não há mais ninguém além de nós."

Tae se remexeu e, embora Jeongguk estivesse de costas, sentiu o olhar dele em si.

"Por que é que você está falando assim agora?"

"Assim como?"

"Igual o papai. Igual os adultos chatos."

"Eu não sei", Jeongguk deu de ombros, sentindo-se triste como se Taehyung o tivesse xingado. Virou-se também para encarar Taehyung. "Tae, você já pensou que, se ficarmos aqui para sempre, não precisaremos crescer?"

"Como assim?"

"Não precisaremos trabalhar e fazer todas as coisas sem graça que os adultos fazem."

"Tipo beijar?"

"É, eca!"

"Eca!"

Eles riram.

"E casar e falar sobre coisas chatas", Jeongguk emendou. "A gente pode fazer o que quiser. O que você quer fazer?"

Taehyung franziu o cenho, pensando seriamente. Seu rosto iluminou de repente.

"Eu quero ser um caçador de tesouros perdidos!"

"Podemos construir um barco e caçar tesouros nas ilhas próximas, depois que encontrarmos o desta aqui!"

"Isso! E você, o que vai ser, Gukie?"

"Eu vou construir coisas! Cabanas e casas enormes, casas na árvore, eu vou construir várias casas interligadas e nós vamos ter uma mansão, a ilha inteira vai ser nossa casa!"

"Uau, isso seria tão legal!", Taehyung estava assombrado. "Você devia construir uma bússola que marca sempre a direção de onde está o amor da sua vida, igual no filme do Piratas do Caribe!"

"Eca", Jeongguk fez uma careta, "então a minha bússola não apontaria para lugar nenhum!"

Eles riram, e continuaram planejando o que fariam até que o sono os vez adormecer, a cabeça de Jeongguk apoiada no braço de Taehyung, os pés entrelaçados debaixo das roupas que os aqueciam.

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no próximo capítulo eles não serão mais crianças :) mas o amor dos taekook vai ser inocente, eles crescem longe da malícia da civilização e por isso eu amo esse plot

até o próximo!

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