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"Não é crime amar o que não pode explicar"

POR FAVOR, NÃO PASSEM DIRETO!

Eu gostaria de agradecer @universequill por me ajudar com essa one-shot maravilhosa, cujo fora ideia dela. Obrigada Amiga ❤️

*Para quem não leu os livros, eu vou dar uma breve explicação: Amatis Herondale, nascida Graymark, é uma caçadora de sombras, que tem aparição apenas nos livros de Cassandra Clare, sendo então, ausente na série.*

E é claro, que eu não posso esquecer de agradecer a @AliLightwood, a incrível autora de fanfics encantadoras de shadowhunters, e dos casais impossíveis dessa série. Muito obrigada por toda a sua ajuda, essa capa é tão linda, e a pessoa que a fez é muito especial para mim, saiba disto, com muito amor e gratidão,

LMyLife.

Obs.: Música Sorry de Halsey, quando forem ler a última cena da one, leiam escutando a música para melhor aproveito na leitura, claro se quiserem. Eu achei que combinou bem com esses dois essa música.

....................................

Quando abriu os olhos lentamente, sentindo os raios quentes do sol, filtrados pela janela, tocarem seu rosto, Jace percebeu, aonde estava, e com quem estava. A garota dormindo tranquilamente ao seu lado, indicava mais uma das noites que estava tendo, todos os dias desde que os problemas em sua vida começaram. Ele se questionava em que momento havia virado aquela pessoa, então concluiu amargamente, que foi quando o Anjo Raziel mandou Clary para outra dimensão, conseguindo deixá-los separados. Como se não bastasse tirar a memória de sua garota, juntamente de suas runas, o anjo zangado ao descobrir que Jace acompanhava Clary, mesmo depois do esquecimento da garota sobre o mundo das sombras, decidiu que a garota, dona do coração de Jace, deveria deixar o mundo em que todos conheciam, mandando-a para uma outra dimensão. A sorte de Jace fora a intervenção repentina dos Lightwood, caso ao contrário, o rapaz não sairia impune.

Sair com várias garotas pelos dois longos anos, era a melhor solução que havia encontrado para esquecer Clary de vez, e ignorar o pior de seus problemas: um novo sentimento que havia surgido por Alec. Quer dizer, ele é seu Parabatai, qualquer sentimento que não fosse o de irmandade, parecia improcedente. Por esse motivo, ele parecia estar vivendo em um looping infinito, do qual não enxergasse escapatória. Ou até tivesse uma pequena brecha, após a entrada de divórcio de Alec e Magnus. Era quase como um crime pensar que poderia tomar vantagem da separação de seus amigos.

- Bom dia! - Jace encarou serenamente, a mulher ao seu lado acordando aos poucos, abrindo um sorriso. Sua mente projetou Clary, e de repente, Jace não estava mais deitado ao lado da mulher.

- Bom dia! - Ele desejou sem qualquer resquício de animação. - Espero que tenha dormido bem. - ele acrescentou rapidamente, colocando suas roupas. - Você precisa ir embora, tenho muitas tarefas a fazer.

O olhar decepcionado no rosto daquela garota, era óbvio, mas Jace não podia fazer nada além de ser honesto com ela: foi apenas uma noite, nada mais aconteceria. Todas que saiam com ele sabiam os rumores de seus hábitos novos, desde que Clary fora banida do mundo das sombras.

- Tudo bem. - Ela se levantou, cabisbaixa, sem encarar Jace, e colocou seus vestes. Ela caminhou até a porta do guarda-roupa de Jace, e limpou a maquiagem borrada, em frente ao espelho quebrado. - Precisa jogar isso fora, ou vai ter azar.

Jace não acreditava em superstições populares, mas por um curto momento, achou que aquilo era um dos fatores de sua falta de sorte.

- Eu já tenho azar. - ele murmurou para si, quando ela atravessou o quarto para ir embora.

A batida estridente da porta sendo fechada, ecoou na cabeça de Jace, e ele fechou os olhos por alguns segundos, tentando evitar a irritante e repentina dor de cabeça. As coisas que ele faria para poder ficar trancado no quarto, e esquecer de suas obrigações, poderiam ser facilmente listadas. Mas naquele momento, ele precisava ir até a sala de treinamento e praticar luta com Simon.

Ele andou torto, até o banheiro. O resquício de álcool da noite passada, em sua boca, o deixava enojado. 

Quando terminou de fazer suas necessidades matinais, Jace encarou o próprio reflexo no espelho. Sua pele clara, estava pálida, e seus olhos dourados, quase não tinham cor.

- Não consegue me esquecer, não é mesmo, Jace!? - era Clary. Jace arregalou os olhos, quando viu através do reflexo, Clary; ela estava seminua, apenas de calcinha e sutiã. Um sorriso sedutor, brotava de seus lábios. Era só o que lhe faltava, ele pensou, como se não bastasse pensar em Clary o tempo inteiro, ele agora, estava sobretudo, sonhando eroticamente com a garota ruiva. Parecia imprudente de sua parte, projetar um sonho erótico com a garota ruiva. Quer dizer, Clary sempre fora o típico de garota inocente, e imaginá-la sexualmente, fazia Jace praguejar a si próprio.

- Clary!? - murmurou Jace, atordoado com a presença inusitada de Clary.

As mãos de Clary, pousou suavemente nos ombros de Jace, e ele pode sentir o quanto estava tenso, desejando por este toque. Talvez, ele ansiava mais de seu toque.

- Eu posso ver tudo do outro mundo, Jacezinho. - ela sussurrou em seu ouvido, sensualmente. Jace tremeu com o voz de Clary, sussurrando em seu ouvido. Ela estava muito sexy, e Jace tampouco sabia se controlar.

- Eu sinto muito sua falta, Clary. - disse Jace, os olhos ardendo em lágrimas que se formavam. O toque de Clary, sob os ombros tensos de Jace, tornou-se lento, até que ela parou de fazê-lo.

- Eu também sinto a sua falta, Jace! Mais do que você pode imaginar. - Jace podia sentir, que havia um motivo específico para a presença inusitada de Clary. - Eu fui invocada do mundo ao contrário, por Raziel. - confessou a menina ruiva, e Jace não parecia chocado.

- Parece que Raziel nunca está realmente satisfeito com a ruína dos outros. - Jace disse, inexpressivo. No entanto, Clary enxergou a raiva presente no seu rosto sem expressão.

- O anjo me invocou, com base no seu comportamento imprudente. - as mãos delicadas de Clary, pararam de trabalhar suavemente nos ombros de Jace. - Jace,  como sua parceira no passado, eu me sinto na obrigação de lhe dizer, que agir do jeito que você está agindo, não vai mudar em nada.

De repente, Jace se recordou de uma vez em que Izzy dissera o mesmo que Clary o estava dizendo, para ele. Como esperado, ele não a deu ouvidos. Mas essas palavras, ditas por Clary, parecia entrar na cabeça de Jace, e ter um aprendizado pelo rapaz.

- Jace, eu te amo. - disse Clary, em um sussurro. Choque passou pela face de Jace, e uma bendita tremedeira percorreu seu corpo musculoso. - E independente do que aconteça, eu sempre vou amar você. - ele também, sempre iria amar ela. Infinitamente. Incondicionalmente...

- Você está dizendo isso, porque se lembra do nosso amor, Clary. Mas, nós dois sabemos que quando você for embora, não vai se lembrar de nada. - E sobretudo, Jace a iria amar, sem exigir recíproca. Ele era capaz de amar por Clary também.

Mas também havia uma parte de seu coração partido, que desejava apaixonadamente e sexualmente, Alec. Sempre haveria uma parte de seu coração - cujo Clary tomou posse - incapaz de amar novamente. E outra parte de seu coração, que sempre pertencera Alec, cujo Jace nunca foi capaz de enxergar, cego pela garota desmemoriada. Quem lhe dera, fosse capaz de conscientizar esse amor de aspecto tão doentio, por Alec.

- Exatamente! - a menina concordou, mesmo que soubesse o quanto aquilo o doía por dentro. - É exatamente esse o ponto, Jace. Você realmente prefere amar alguém que não se lembra de você, do que amar outra que se recorda perfeitamente? - ela o questionou, e ele sabia exatamente de quem ela falava.

- Eu não sei do que você está falando. - disse Jace, fechando lentamente os olhos. Ele tentou se virar, para encará-la além de seu reflexo no espelho. Ela o impediu, quase desesperada.

- Não! - ela agarrou fortemente o braço bem malhado de Jace. - Se você virar, o encantamento angelical vai embora.

Clary o viu assentir freneticamente, e depositou um leve beijo no ombro de Jace.

- Alec te ama! E não é apenas como um Parabatai. - naquele momento, Jace levantou uma das sobrancelhas, confuso com o que Clary dissera.

- O que você quer dizer? - Jace quis saber.

- Oh, você sabe o que eu quero dizer. - declarou Clary, suas mãos varrendo pelo pescoço de Jace. Jace notou quando o olhar dela, pairou em seu pescoço, marcado com mordidas eróticas. Ele tentou esconder, porém Clary o impediu.

- Não esconde, Jace! - não havia decepção em sua voz, mas Jace notou uma certa amargura.

- Clary, eu não...

- Eu sei, Jace. Desde que eu fui embora você tem feito sexo com outras. - ela o interrompeu, com um sorriso compreensivo. - Mas, só quem você deseja em sua cama é Alec. E só quem você deseja na sua vida daqui em diante, é Alec.

Ele tentou protestar, mas desistiu. Ele percebeu que Clary tinha razão.

- Pare de perder seu tempo, com essas vadias. Só quem você quer, é Alec. - Clary percebeu a surpresa presente no rosto angelical de Jace, provavelmente chocado, com o vocabulário de baixo calão, que dissera a ruiva.

- Isso é errado! - repetiu, mais para si mesmo do que para a garota que tanto nutria amor a cada dia. A última coisa que quereria com todas as suas forças, era conviver com a culpa de magoar Alec, e até mesmo se envolver com o rapaz, sem que soubesse se realmente o amava.

- Não é, não! - Clary aumentou sua voz, nervosa. - Amor é amor. - ela acrescentou, antes de Jace sentir as unhas grandes de Clary, percorrer seu peitoral descoberto, onde ele respirava calmamente.

- Você não entende! Alec é...

- Alec sempre será o que você quiser que ele seja seu. - interrompeu Clary. - Seja um amigo, um irmão... ou um namorado.

- Eu preciso de você. - disse Jace, antes de agarrar o pulso de Clary e fazê-la caminhar de frente ao espelho do banheiro. Ele a encostou na pia gelada, e a beijou pacificamente. Ithuriel sabia o quanto ele esperava por aquele beijo, já que na situação atual, ele parecia ser o único anjo, de agrado incondicional de Jace, e até mesmo de Clary.

Jace procurou saborear os lábios de Clary, que o deixava necessitado por mais. As mãos musculosas de Jace, pairou sobre os quadris da garota que ele amava. Ele puxou as alças do sutiã de Clary, mas ela o afastou, delicadamente.

- Não, eu não posso! - disse Clary, enquanto buscava por um pouco de ar.

- Porque não? - disse Jace, e Clary sentiu uma pontada de decepção em sua voz.

- Porque isso seria como te dar esperanças de que algum dia, eu vou voltar. E eu não vou! - uma forte luz clara, como a luz do dia, surgiu no meio de Jace e Clary. Clary ainda estava encostada na pia, em que Jace a pressionara. Jace deixou lágrimas de desespero, deslizar de seus olhos, e caírem dolorosamente. Ele sabia exatamente o que a claridade repentina, significava. Mais uma vez, ele teria Clary arrancada de sua vida.

- Clary. Clary, não, por favor. Fica comigo. - Jace chamou por Clary, desesperado. As lágrimas derramadas, tornaram-se mais constantes, e ele não tinha controle sobre elas.

- Eu te amo, Jace. - foi a última coisa que Clary dissera, antes de sumir com a claridade.

Jace suspirou, quando as lágrimas derramadas, secaram e ele raciocinou que mais uma vez, tivera que dar adeus a sua amada e querida, Clary Fray. A sua querida e amada Clarissa Fairchild. A mulher que fora tão altruísta em se sacrificar pelo bem de todos ao redor, menos o bem dela.

Colocando sua jaqueta preta, ele seguiu pelo Instituto em passos largos na tentativa de evitar Isabelle e seus sermões diários.

- Parado aí! - a voz dela soou pela sala movimentada.

Ele soltou um longo suspiro e se virou para encarar Isabelle, e sua frustração, visível em sua face.

- O que foi? — ele questionou, sua voz soando entediada com a situação de ser parado por Isabelle.

- Você sabe, Jace - ela se aproximou, e disse com voz baixa, para evitar chamar atenção. - Você está meia hora atrasado.

- Ah, para Izzy. - ele disse, em seu tom brincalhão, porém não havia qualquer resquício de animação na expressão de Isabelle. - O que são trinta minutos? Não vai acontecer novamente.

- Você diz isso todos os dias, e acontece o mesmo sempre. - disse a morena, zangada. - Pelo anjo, Jace! Não consegue enxergar que está caindo no fundo do poço?

Jace sabia que Izzy sabia disso, mais do que ninguém, porque ela chegou ao fundo do poço, quando se viciou em sangue de vampiro e, de certa forma, aquilo era um vício também. Ela só queria o bem dele. E se fosse ao contrário, ele também só iria querer o bem dela.

- Eu sei. - ele concordou, fitando o chão. - Não vai mais acontecer, Izzy. Eu prometo!

Isabelle suspirou pesadamente, antes de assentir hesitante em acreditar nas palavras de Jace.

- Tudo bem. - ela sorriu, balançando a cabeça, positivamente. - Simon já está te esperando.

Ele acenou e saiu novamente, em direção a sala, aonde Simon estava sentado no chão, alisando a lamina Serafim com a ponta dos dedos.

Jace pigarreou, mostrando a Simon que acabara de chegar.

- Achei que não viria mais. - ele disse, assim que viu Jace caminhar até o pavilhão de armas e espadas, penduradas na parede da sala de treinamento.

- Desculpe o atraso. - disse Jace, friamente. - Vamos começar. - Jace disse, pegando sua característica espada.

Não importava o quanto ele tentasse se concentrar, sua mente estava em outro lugar, e a cada golpe que Simon desferia contra ele, Jace era atingido em cheio, e tentava reprimir a dor e a frustração, mordendo o lábio inferior com força. Por que ele não poderia ser o Jace de antes? Por que as coisas não podiam ser como antes?

- Parece que alguém está meio enferrujado. - a voz de Alec o trouxe de volta para a realidade.

Jace nem percebeu que estava no chão, e Simon encima dele, então empurrou o outro, e se levantou rapidamente, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

- Está aí há muito tempo? — Ele perguntou com um sorriso fraco.

Alec sorriu, desaforado.

- O suficiente, para ver Simon te derrubar. - ele debochou de Jace, esperando uma desculpa esfarrapada do rapaz loiro.

- Ele teve sorte — disse Jace, antes de acrescentar. - ,eu só estava distraído.

Simon soltou um ruído, que soou como uma risada aguda.

- Se você prefere acreditar que foi isso... - Simon disse, sorrindo, exibindo suas pressas. - Eu vou falar com a Izzy.

Jace observou, ansioso, enquanto Simon deixava a sala de treinamento. Ele desejou empurrar o vampiro, para ficar sozinho com Alec, rapidamente.

- Então, já cansou das suas obrigações como Inquisidor? - disse Jace, enquanto jogava seus incríveis cabelos dourados, para trás, enxugando a testa suada, com um pano em suas mãos.

- Eu me pergunto como sobreviveram os inquisidores antes de mim. Como faziam isso tão bem. - ele respondeu, cruzando os braços. - É uma loucura.

- Eu imagino. E como estão as coisas com Magnus? - perguntou Jace, se aproximando de Alec, depois de pousar sua respectiva espada, no pavilhão de armas.

- Estranhas. Só Deus sabe como eu agradeço por ter você comigo. Ninguém me entende como você e isso me ajudou muito com o Magnus. - disse Alec, grato por toda participação de Jace, naquele momento difícil demasiado, que estava passando com todo o processo do divórcio com Magnus.

- Você é meu melhor amigo, meu Parabatai. - Alec te ama. E não é apenas como um Parabatai, Jace lembrou da conversa com Clary, mais cedo naquele dia. Talvez eu deva, pensou Jace, lutar por Alec.- Eu faria qualquer coisa por você.

Alec sorriu em alegria contagiante, ele sabia daquilo:

- E eu faria por você.

Um clima agradável, plantou entre Jace e Alec, e de repente, Alec pareceu brilhar como o sol, ao amanhecer.

- Então, estamos planejando uma visita à Idris hoje a tarde - Alec continuou, seguindo com Jace para fora da sala de treinamento. - Simon quer fazer uma surpresa pra Izzy, mas ela ainda não tem certeza de como vai fazer.

- Ah, tenho muitas coisas para fazer aqui e...

- Você é nosso irmão, Jace. - interrompeu Alec, com um tom de repreensão.

Jace suspirou, e deu um de seus sorrisos torto.

- Tá bom. - ele concordou, com um sorriso escancarando os lábios.

- Arrume suas coisas, e nos encontre na sala da Izzy, em meia hora. - Alec sorriu, batendo levemente a mão no ombro dele, e então saiu.

Jace andou em passos largos até seu quarto, para pegar algumas coisas. Provavelmente, eles não ficariam mais que três dias, e não seria necessário tanta coisa, então só pegou sua espada, sua estela e mais uma jaqueta. Ídris era um país extremamente frio, no entanto, Jace não estava sendo precatório, a ponto de temer o frio.

Depois de se arrumar, foi até a sala da diretoria, e encontrou Alec, Izzy e Simon prontos, apenas o esperando.

- Estou tão animada! — Isabelle comentou, cruzando as mãos em frente ao corpo. Ela trajava um vestido vermelho, que não escondia muita coisa. - Amatis disse que preparou uma surpresa para nós.

- Amatis? - Jace questionou, feliz em ouvir esse nome.

- Sim. - Alec respondeu, dando aquele olhar de que era para ele entrar na onda. - Ela está com saudades.

Amatis era a ex-esposa do pai de Jace - cujo o verdadeiro, é claro - Stephen Herondale. Jace a conheceu, em uma missão, que seria realizada em Ídris.

- E o que estamos esperando? - Jace indagou, mal poderia esperar para estar com a mulher. Com o tempo, Jace nutrira um afeto por Amatis, e aquilo era perceptível para todos.

Quando Alec ia responder, uma figura coberta de purpurina, invadiu a porta entreaberta, com alegria contagiante. Era Magnus. Jace arregalou os olhos, e desviou o olhar para Alec, checando o estado emocional do Parabatai.

- Cheguei! - Magnus anunciou, entrando na sala da diretoria, com animação. - Olá Isabelle, Simon... - ele olhou hesitante para Alec, antes de brotar seu sorriso de antes. - Olá Alexander.

- Oi Magnus. - Alec sorriu, desviando o olhar. - Que bom que chegou. Obrigado, por toda a ajuda.

- Não precisa agradecer. - Magnus retribuiu o sorriso.

Jace observou em silêncio os dois. Ele lembrou de Clary dizer que ele não deveria perder tempo com aquelas mulheres insignificantes, que não passavam de um passatempo sexual, quando quem ele realmente desejava, era Alec. Magnus se concentrou em abrir um portal em direção a Alicante.

Todos passaram pelo portal que dava em direção à Praça do Anjo, e assim que colocou os pés no concreto da calçada e respirou o ar leve de Alicante, Jace foi tomado por emoções. Todos eles estavam ali novamente, a diferença era que Clary não estava junto. Ele tentou abandonar esses pensamentos, porém as emoções que o domavam, era mais forte.

- Nós vamos ajudar Amatis! - Simon disse, dando um rápido selinho em Isabelle. Jace desviou o olhar do casal demonstrando amor demasiado, para encarar Alec. - Jace, Alec?

- O quê!? - disse Jace, saindo de seu breve transe, admirando o par de olhos azuis de Alexander, penetrantes em o olhar.

- Você e Alec vem comigo ajudar Amatis? - Indagou Simon, antes que Jace pudesse dizer que preferia ir sozinho, o vampiro o lançou um olhar suplicante. Jace entendeu, astuto, que era uma tentativa para distrair Isabelle. Ao menos, ainda poderia ter a mesma astúcia perspicaz de antes, pensou. Talvez, ele deu início a um pensamento indesejado, ainda posso voltar a ser o mesmo Jace de antes.

- Ah, sim. Claro. - concordou Jace, meio perdido aos seu turbilhão infinito de pensamentos turbulentos. Percebeu o olhar de Alec sob ele, preocupação liderando a íris de seus olhos.

- E nós vamos fazer uma visita ao Luke e Maryse. - Magnus disse, puxando Isabelle para mais perto do ti.

Izzy concordou e foi com ele, enquanto Simon e Alec mudaram o rumo, e decidiram seguir para Gard.

- Tem alguma coisa que vocês esqueceram de me contar? - Jace perguntou, caminhando com eles sem entender. Tudo o que ele mais ansiava era reencontrar a mulher, Amatis, por quem nutria tamanho afeto.

Simon olhou para Alec, e assentiu antes de dizer.

- Eu vou pedir Izzy em casamento, hoje a noite. - Simon respondeu rapidamente, balançando as mãos. - Acho que eu nunca fiquei tão nervoso.

- Vai dar tudo certo. - Alec o confortou, com um sorriso, e Jace se perguntou, um pouco incomodado, em que momento Alec e Simon, ficaram tão amiguinhos.

- Vocês se importam se antes, eu der uma passadinha na casa de Amatis? - perguntou Jace, parando os dois.

- Claro que não, pode ir. - Simon concordou. - Mas volte logo, por favor. Eu realmente preciso de sua ajuda, antes de zzy voltar.

- Vou voltar, não se preocupe. - disse Jace, e antes de Simon concordar, ele correu em rumo a casa de Amatis.

(...)

Assim que bateu na porta, Jace esperou ansiosamente, e quando a porta abriu, ele abraçou Amatis, assim que ela estendeu os braços.

- Eu sabia que ia vir. - ela disse, puxando ele para dentro de sua casa.

- Isso me surpreende um pouco! - disse Jace, sorridente. - Como?

- Quando Alec me contou que ia vir com Izzy e Simon, pensei logo em você. - ela disse, o olhando com carinho. Um carinho que Jace, concluiu ser carinho de mãe.

Ele suspirou, tenso, antes de começar a contar de suas desgraças, para Amatis. Talvez ela já esteja cansada de tanto me ouvir falar.

- Tem tanta coisa que eu preciso te contar... - ele suspirou, pesadamente.

- Você está cansado, não é? - perguntou Amatis, com um olhar carregado de afeto, o que fez Jace questionar-se, sobre quem havia se tornado. Era fato, que o Jace de antes, nunca ia ter o carinho dos outros. Para Jace, que sempre gostou de ser superior aos outros, era algo novo, receber olhares carinhosos. A única que o fazia se sentir amado e fazia isso com muito carinho, era Clarissa Fairchild.

- Estou. - ele respondeu, em meio a um suspiro. — Acho que estou ficando louco, e acho que vai ser difícil colocar a cabeça no lugar. — ele desabafou, sentando-se no pequeno sofá bege, na pequena casa de Amatis.

- É a Clary? - ela se sentou no sofá ao lado dele, e o encarou compreensiva.

- É, tem isso também - Jace respondeu, pousando os cotovelos nas pernas e as mãos, sobre o rosto, escondendo-o. — Ela meio que anda aparecendo pra mim, a mando de Raziel. Mas é por outra coisa. Algo que eu nunca senti, e talvez por isso seja tão estranho.

Amatis ficou em silêncio, pensativa, então entendeu o que tais palavras ditas por Jace, significava, e sorriu sem mostrar os dentes.

- Jace, não é crime amar o que não pode explicar. - Como ela sabia?, era o que Jace queria perguntar. A verdade era que Amatis entendia ele, igual a como entendia seu pai. O biológico, Stephen Herondale.

- É errado! - Jace olhou para Amatis, desejando que ela não fosse capaz de ler seus pensamentos. Ele se lembrou dos momentos em que Alec sempre esteve presente em sua vida, e em suas memórias, estava até a ruiva que o roubou de seu subconsciente. - Alec é como um irmão!

— Mesmo assim, não é errado pra você ama-ló. Por experiência própria, não deixe quem você ama ir. Dói demais, lhe garanto que dói mais do que você pode imaginar. — Jace viu uma pontada de tristeza no olhar dela. Ele sabia que ela só estava tendo aquela conversa agora, por causa de Céline Montclaire, mas no fundo, torcia para que seu pai e Amatis, tivessem dado certo. Ela daria uma ótima mãe, ele pensou, enquanto sorria feito bobo com o pensamento repentino.

Amatis percebeu o desconforto de Jace, quando ela tocou no assunto que envolvia Céline e Stephen. Ela não culpava Céline por causa de seu casamento com Stephen, não ter dado certo.

- Simon vai pedir Isabelle em casamento. - ele mudou de assunto, e podia jurar que Amatis sentia uma espécie de alívio contido. - E como um verdadeiro cavalheiro, lhe darei a honra de a acompanhar. - ele brincou, um sorriso galanteador plantando em seus lábios.

- Seu convencido. - ela rebateu, mas estava muito feliz pelo garoto. Esse era o Jace que ela conheceu. Convencido ao extremo. - Eu é quem vou lhe dar a ilustre honra de me acompanhar. Mas só se me prometer não parar de lutar, até alcançar a felicidade. - ela estendeu o dedinho, um sorriso maroto encancarado em seus lábios. Jace riu, divertido, com a situação descontraída com a mulher que era como uma mãe.

- Eu prometo. - Jace sorriu, os olhos brilhando de esperança. Ele entrelaçou o dedo no de Amatis. Lembrou de Clary, quando ele entrelaçava as mãos na dela. As mãos dela tão pequenas, as minhas enormes, pensou. E agora as minhas tão pequenas, e de Amatis tão grandes.

Amatis sorriu e abraçou ele, então, ela foi correndo para seu quarto, se aprontar. Jace soltou um longo e sôfrego suspiro, antes de se enterrar em tristeza profunda.

(...)

Seguindo pela rua com a grama perfeitamente aparada, Jace contou a Amatis, todas as coisas que haviam acontecido em sua vida, desde que se viram, e como descobriu seu recente e ainda tão frágil, sentimento por Alec.

- Amatis! - Simon falou com animação, assim que viu os dois atravessarem o salão de Gard. - Fico feliz que tenha vindo.

- Eu não perderia essa celebração linda, por nada! - ela respondeu, abraçando ele.

- Você precisa de ajuda com alguma coisa, sanguessuga? - perguntou Jace, animação presente na sua voz. Simon fez uma careta engraçada, quando Jace o chamou de sanguessuga.

- Não precisa, Alec e eu demos um jeito, você demorou! - disse Simon, mas ele não queria fazer Jace se sentir culpado.

- Desculpe, eu demorei para me aprontar, e Jace ficou me esperando. - justificou Amatis, com um sorriso sem graça.

Antes que a resposta de Simon, dizendo provavelmente que estava tudo bem, fosse dirigida para Amatis e Jace, uma voz ecoou o salão.

- Izzy está chegando com Maryse e Magnus! -  Luke anunciou, adentrando o lugar. - Se preparem.

Todos ficaram juntos, animados para o que aconteceria, então Simon subiu no palanque e esperou ansioso, a chegada ilustre de Isabelle.

Tudo estava tão lindo. As decorações em prata, deixavam o lugar destacado, e em contaste com as flores brancas em vasos escuros. A baixa música em sons instrumentais, deixavam o ambiente com um ar romântico e calmo.

Izzy merecia tudo aquilo, e seria muito feliz ao lado de Simon, pensou Jace, com um sorriso vago.

Assim que ela entrou, seu queixo caiu em surpresa, e entendeu o que tudo aquilo significava, então colocou as mãos em frente a boca e conteu as lágrimas que se formavam no canto dos olhos castanhos.

- Isabelle Lightwood - Simon se ajoelhou na frente dela, e disse com voz alta e clara, tirando uma caixinha vermelha de veludo do bolso - , eu não sou muito bom em palavras bonitas, igual os caras de filmes românticos, mas... bem, eu vou tentar. Eu te conheci em um dia tão especial para a minha melhor amiga, e quando eu te vi, aquele dia se tornou especial para mim também, porque foi o dia que você entrou na minha vida. E agora, eu espero que não saia, até os nossos últimos suspiros. Você aceita se casar comigo, e passar o resto da sua vida me fazendo o homem, ou vampiro, mais feliz do mundo?

Izzy não respondeu. Ela estava em choque com tudo aquilo, mas o enorme sorriso no rosto dela, deixava evidente sua resposta.

- Izzy - Simon sussurrou, mantendo o sorriso, embora uma chama de nervosismo, começara a surgir efeito no rapaz, com tamanha demora demasiada da morena em o responder. -, eu agradeceria se respondesse logo, eu já estou começando a criar mil paranoias na minha cabeça e...

- É claro que eu aceito! - Ela deu um pulo de felicidade, se jogando nos braços dele, com uma risada contagiante.

Todos bateram palmas, felizes pela felicidade dos dois, e foi naquele momento, em que Jace caiu na real. Era tão claro quanto cristal, e tinha certeza agora dos seus sentimentos por Alec. Agora, ele havia se tornado muito mais do que seu Parabatai, e irmão de criação, e sabia que precisava lutar por ele. Não poderia passar a vida inteira trancado em uma casa lamentando todos os dias a certeza de que poderia ter feito mais, como Amatis fazia.

Ele pensava em Magnus também, sabia que ele amava Alec tanto quanto ele, mas dessa vez não poderia pensar no feiticeiro, a priorizar seus sentimentos. Quer dizer, ele tinha centenas de anos de vida, e possivelmente, teria mais alguns. Já Jace, tinha apenas essa vida, e ainda era tempo curto demais.

Um sorriso feliz, espalhou pelos lábios de Jace, e ele não poderia estar mais feliz, por finalmente saber o que ele queria;ficar com Alec eternamente.

Como maldição do destino, o sorriso de Jace, se foi, dando lugar a uma expressão magoada, quando o loiro viu de longe, em um canto isolado, Alec e Magnus em um momento quente.

Eles se beijavam loucamente.

Aquilo cortou o coração de Jace, e o rapaz não soube explicar a sensação inexplicável de colocar pra fora, que o rondava.

(•••)

E pela terceira noite consecutiva, Jace voltava para casa, agarrado a uma garota que mal sabia o nome, e que só veria por aquela noite. Era uma rotina tão normal quanto acordar e tomar café da manhã. Ele nem tinha percebido quantos copos de vodka havia tomado e agora estava tropeçando sob os próprios pés, tentando chegar até o quarto em que estava instalado, quando se deparou com Alec apoiado na parede com braços cruzados. Instantaneamente, Jace empurrou a menina para longe.

- É muito bom que você tenha finalmente chegado. Eu estava esperando por você - ele disse para Jace, então se virou para a garota ao lado dele -, você vá embora, por favor.

- Mas, eu...

A garota pensou por alguns segundos, antes de sair rapidamente, sem querer contrariar o irmão da nova diretora do instituto, cujo também o inquisidor do local sagrado e exclusivo para shadowhunters.

Assim que ouviu a porta ser fechada pela garota, Jace encarou Alec enfurecido.

- Qual é o seu problema? - ele gritou, rosnando. - Por que fez isso? - Jace questionou, passando a mão pelo rosto. Seu tom de voz diminuiu, quando percebeu o olhar desaprovado de Alec.

- Porque você não percebe que está tomando todas as decisões erradas desde que a Clary foi embora! Eu sou seu amigo, te ajudei a passar por isso, e até o aturei com essa fase patética, mas agora chega. - rebateu, antes de acrescentar. - Eu não vou passar a mão na sua cabeça! Não mais! Você é bem grandinho para saber o que é certo e errado, Jace! - Alec não falava baixo, e nem auto. Sua voz era neutra.

- Não fale da Clary... - Jace podia as batidas cardíacas do coração, dentro do peito, acelerado. Não sabia dizer se era por fúria em ouvir o nome da antiga amada, ser recitado pelo homem que seu coração escolheu para curar o vazio que Clary deixara. Ou por causa de seu novo sentimento por Alec, ele tinha que admitir, o parabatai ficava pra lá de sexy, com aquela carranca que usava para esconder os sentimentos. Isso até Magnus aparecer em sua vida e jogar por terra tudo o que ele acreditava ser realidade. Mas se Magnus conseguiu despertar sentimentos em Alec, que o rapaz nunca experimentara, Jace também é capaz, ele se convenceu, em meio a tantos pensamentos confusos.

- Por quê? - Alec interrompeu ele. - Por que você não consegue seguir em frente após tanto tempo? Por que você age como uma criança mimada?

- Porque você não tem o direito! Você não sabe pelo o que eu estou passando! - gritou Jace.

- Ah, eu sei, sim! Você é meu parabatai e querendo ou não eu sei o que se passa com você. Você acha que é o único com problemas, Jace? Por que nem aqui você consegue se comportar? - Alec levantou um dedo, e o apontou, acusador, para Jace. - Vai amadurecer.

- Quem é você para falar de amadurecimento, quando eu peguei você aos beijos com Magnus, igual um adolescente. - Jace disse, com amargura. O tom amargurado do rapaz loiro, pareceu chocar Alec. Em toda sua vida ele jurava nunca ter escutado Jace falando tão amargo com ele. E saber que Jace estava disposto o magoar, doeu, doeu no fundo de sua alma, e ele quis chorar para Jace saber o quão magoado estava com as atitudes imaturas do rapaz.

- Por que você se importa tanto com a minha relação com Magnus? - Alec quis saber, enquanto tomava sua postura séria e determinado a contestar, de minutos antes. - Afinal, eu e Magnus, ainda estamos em meio a um processo de divórcio, podemos mudar de idéia sobre a separação.

Quando Alexander insinuou que talvez sua relação com Magnus ainda tivesse volta, a face de Jace caiu, e só então ele percebeu que precisava tirar aquele peso de guardar seus sentimentos pra Alec, de dentro do seu peito. Ele precisava falar, precisava colocar aquela sensação incômoda de oprimir seus sentimentos, para fora. 

- Você e Magnus... - Jace não conseguiu terminar, as palavras deixaram sua boca, e Alec enxergou tristeza na voz de Jace. Alec o estava achando egoísta demais, para perceber o quão afetado Jace estava.

- Você não percebeu, e nem tinha como perceber, já que estava olhando apenas para seu próprio nariz, mas eu fiquei chateado com isso. - ele protestou, nem sabendo ao certo sobre o quê. Ele precisava afetar Jace de alguma maneira para assim, tirar o peso de ama-ló e não ser correspondido, desde a infância.

Jace ficou em silêncio, analisando aquela frase. Pensou, se Alec ficou chateado, então talvez sinta algo mais do que está falando.

Quando se preparou para rebater, dessa vez sem que existisse amargura ou comoção em sua voz, Jace fora surpreendido com a presença de Isabelle, brotando com uma expressão sonolenta encancarada no rosto.

- O que está havendo? — Isabelle questionou, parando ao ver Jace e Alec. - Por que estão gritando a essa hora?

- Ele! - Alec apontou para Jace. - Ele não tem mais jeito, Izzy.

Isabelle revirou os olhos, isso são horas para esse dois discutirem sobre coisas bobas?, ela pensou.

- Vamos parar de discutir e amanhã vocês con...

Jace interrompeu Isabelle.

- A única decisão errada que eu tomei, foi gostar de você. - Jace gritou, olhando para o amigo. — Amar você é a única decisão errada que eu tomei, mas eu não me arrependo. Se me der uma chance, Alec, eu farei tudo certo.

- O quê? - Alec franziu o cenho, confuso, então fez uma pausa de alguns segundos. - Você acha que é fácil assim!? Esse tempo todo você agiu feito um idiota, e tudo o que eu sempre fiz, foi te amar, Jace! Eu até fingi não estar com o coração em pedaços, para você ter a sua felicidade com Clary, e você me diz isso agora, depois de ter tratado os meus sentimentos como nada durante esses dois anos em que eu tentava te ajudar?

- Ah, meu Deus! - a voz de Simon fora ouvida, ele estava surpreso, parando atrás de Isabelle com as mãos na boca. - Eu escutei bem? Izzy, você, Jace e Alec não eram irmãos?

Isabelle não respondeu, focada na discussão de Jace e Alec.

- Você é muito egoísta, Alec! Eu estava sofrendo durante esses dois anos, e só fiquei com aquelas garotas para tentar esquecer Clary, e negar o que eu sentia por você! - Ele se aproximou, evitando que as lágrimas caíssem. - Mas agora não me importa esconder que eu amo você. Amo. Me dê uma chance...

- Não. - Alec se afastou, limpando uma lágrima solitária que caia de seus olhos azuis como o céu. - Sabe, eu sempre fui apaixonado por você, desde criança, quando você me ajudou a acertar uma flecha no alvo, e eu me surpreendi com a sua flexibilidade.

Agora as lágrimas escorriam livremente pelo rosto de Jace. Ele estava tão arrependido por ter negado seus sentimentos antes. Ele só queria que Alec lhe desse uma chance, para provar que poderia ser o cara certo. E Alec odiava ver o amigo chorando, aquilo lhe partia o coração.

- É tarde demais - Alec disse com voz embargada, tentando não chorar. - Eu vou cuidar do meu coração. Porque se eu não cuidar, e deixar você tomar posse dele, vou o ter em pedaços, pisoteados sem um pingo de dó.

A dor causada por tais palavras ditas por Alec, atingiu o coração de Jace. Para ele, se desse uma mera chance a Jace, o coração seria despedaçado, quebrado em pedaços jamais consertar unidos inteiramente como uma âncora, que nunca fora desconcertada.

Ele tinha razão, Jace só pensava em si. A promessa que fizera a Amatis, não o impediu de magoar aquele cujo o amor era tão frágil, quanto um cristal espatifado ao cair uma única vez no chão.

Enntão Alec saiu dali em passos largos.

- Alec, espera!! - Jace gritou, pronto para ir atrás dele.

- Jace, não. - Isabelle segurou o braço dele, o impedindo de ir atrás de seu irmão. - Você sabe que eu amo os dois, mas você já magoou Alec o suficiente.

Ela soltou Jace e saiu, puxando Simon pela mão.

Tudo havia ficado em silêncio e o único ruído ecoando no quarteirão, era dos soluços de Jace. Ele estava arrasado, seu coração partido em mil pedaços, e temia que nem a estela em seu bolso, fosse capaz de curar essa ferida. O pior sentimento de um caçador de sombras, é a perda de seu Parabatai. E para Jace, saber que havia deixado Alec ir, e a certeza de que não tinha feito o suficiente para alcançar a felicidade, o deixava devastado e enojado de si mesmo.

Jace começou a se recordar dos momentos em que ele e Alec compartilhara juntos.

Quando Alec quase morreu, e Jace o curou.

Quando Alec sentiu que Jace havia morrido, e de certa forma, todo medo, dor e angústia que Alec sentira a seu respeito, ele também sentiu.

E até das brigas bobas, que ele e Alec tiveram, por causa do ódio inexplicável dele por Clary.

De repente, um flash de raciocínio, surgiu na mente de Jace.

Era isso.

Ciúmes.

O ciúmes não era coisa de irmão, e sim ciúmes por Clary tomar o coração de Jace, desde o primeiro instante. Era isso.

Era isso o que Clary o estava tentando dizer, e agora ele descobriu sozinho, do pior jeito possível.

O dia em que eles enfrentaram o demônio que estava com as memórias de Clary.

O demônio exigiu uma memória de alguém amado. A memória de Alec fora Jace.

Agora tudo se assimilava perfeitamente na mente de Jace.

Alec sempre o amou, desde sempre. Mas, a sua obsessão por Clary, não o deixou ver isso.

E durante esses dois anos, ele teve a chance de fazer diferente, mas ao invés disso, Jace preferiu lamentar a horrível perda de Clary. E agora, ele lamentaria para sempre, assim como Amatis, a perda de Alec também. A perda de seu Parabatai. A perda de seu querido e amado, Alec Gildeon Lightwood.

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