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Estava certa sobre Nicole, ela realmente era seu tipo. Vocês começaram a sair dois meses depois, quando você já tinha virado o quarterback principal do time e conquistado cada professor com sua gentileza, você era um cara gentil, um cara gentil que estava namorando Nicole.
Quando vocês chegaram de mãos dadas foi um perfeito alvoroço, todos comentavam e pareciam elétricos, alguns decepcionados como a metade das meninas da escola, outros surpresos como os garotos, Nicole não era do tipo namoradeira. Durante os quatro anos que estudamos juntas, nunca a tinha visto com alguém, o que a eliminava dos dois tipos de pessoas com problemas emocionais. Ela era perfeita.
Acho que isso foi o que mais me entristeceu, ela era perfeita para você, eu era apenas uma abelha operária enquanto ela era a abelha rainha. Eu não tinha cabelos de comerciais de shampoo, nem corpo estrutural de Victória Secrets, era apenas uma garota normal que observava você com admiração.
— Chega! – Desvio os olhos da folha para encarar os belos olhos azuis. Ele me olhava com indignação, as narinas dilatadas e a boca em uma linha dura, ele negava diversas vezes com a cabeça. — Como pode pensar assim? Não quero ouvir isso.
Suspiro frustrada revirando os olhos.
— A minha única condição era que você não iria me interromper em nenhum momento! – Cruzo os braços soltando o papel em cima da cama.
— É que... – Ele bufa enquanto esfrega o rosto, quando tira as mãos dá pra ver a face corada demonstrando sua frustração. — Me entristece ouvir que você pensava essas coisas, quando para mim é o contrário, completamente.
Suas grandes mãos envolve as minhas, quentes o suficiente para aquecer minha pele fria. Meu coração acelerar com o contato e quase cedo á sua vontade. Mas inspiro fundo e o afasto tomando minha pose mais séria.
— Ou você para de me interromper, ou continua sozinho. – Ele revira os olhos irritado enquanto volta a encostar na poltrona.
— Tudo bem, continue.
Corro os olhos pela folha até encontrar a parte em que tinha parado.
... Naquele momento, preferi ser indiferente. Não poderia desejar algo que era de outra, era errado e eu entraria em uma bolha de sentimentos ruins para mim, então decidi que naquele mesmo dia eu pediria a Deus que retirasse esse sentimento de mim, seja ela qual for.
Eu tentei, Scott, tentei mesmo. Me ajoelhei naquela noite, em frente a minha cama e esperei que as palavras saíssem, fiquei lá por minutos até horas esperando que alguma palavra saísse de mim, mas nada veio, e quando finalmente eu entendi que eu não queria parar de gostar de você, eu chorei. Chorei como uma criança arrependida, chorei de pavor e chorei de arrependimento. Eu não queria parar de gostar de um cara comprometido, isso era pecado, um dos grandes.
No dia seguinte corri para o colo de Gina, ela junto com seu esposo Carlos eram líderes de jovens da minha igreja, embora fossem muito jovens com seus vinte e cinco anos, tinham um dom esplêndido para tratar outros jovens. Chorei para Gina e Carlos e contei tudo o que estava acontecendo desde o dia que você chegou. Contei de como me atraiu, de como nutri sentimentos platônicos por você e contei do meu pecado de não conseguir deixar de gostar de você.
— Amy, não é errado se apaixonar. Ele não é seu? Sim, não é. Mas Deus tem um propósito para tudo, faz o seguinte, ao invés de orar para que Deus tire esses sentimentos de você, ore entregando esses sentimentos nas mãos dEle, e Ele resolverá. – Ela passava as mãos gentilmente pelos meus cabelos enquanto eu encaro seus olhos dourados.
— Por favor, não me iluda com uma possibilidade. – Sussurro sentindo lágrimas saírem pesadas dos meus olhos.
— Não estamos, – Carlos fala pela primeira vez. Ele estava com um braço cruzando seu corpo e o outro mexendo nos fios alaranjados dos seu cabelo, um tique nervoso. — Mas você precisa estar preparada, tanto para o sim como para o não, e o aceitar sem questionar.
A conversa com eles me fez pensar, pensar que talvez eu esteja emocional demais e cega para a realidade. Eu precisava espantar o ar da paixão e relaxar, mas eu não podia fazer isso sozinha, era algo acima do meu comando, poxa Scott! Estamos falando de sentimentos!
Depois do jantar, me retirei para o quarto mais cedo com a péssima desculpa de precisar estudar. Fechei a porta e me ajoelhei de novo aos pés da minha cama. Mas dessa vez, as palavras saíram com naturalidade, despejando todos os meus pensamentos e vontades, contando para Deus minhas emoções e meus desejos, segredando minha opinião e chorando com a conclusão dos fatos. No final, entreguei tudo em suas mãos e como de imediato, um alívio repentino tomou meu coração.
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