Com suas palavras me envolvendo em uma névoa de desejo, aproveitei sua proximidade e tentei roubar um beijo seu. Imagina minha decepção quando ele se afastou me negando algo que eu considerava um direito meu.

Cada parte dele é minha, então meus direitos sobre ele são infinitas.

Tirando sua mão do meu pescoço, Bruno segurou a parte de trás do meu joelho e me impulsionou para cima me fazendo enrolar minhas pernas em volta da sua cintura.

Sabendo o que ele estava planejando fazer, sorri.

- Se você for me colocar no chuveiro com você, tenho algumas exigências. - exclamei, me apoiando em seus ombros.

Ele andou comigo em seus braços e abriu a porta do banheiro.

- Estou ouvindo. - falou.

- Você vai ter que esfregar minhas costas... - comecei.

Depois de acender a luz, Bruno me colocar sentada na pia e ficou na minha frente.

- Posso fazer isso. - concordou.

- Vai ter que lavar meu cabelo também. - informei, sabendo que prendi o cabelo depois de ter tomado chuva e com certeza se eu não cuidasse, o cheiro amanhã não seria dos melhores.

Após concordar novamente, ele segurou a parte de baixo da minha blusa e tentou tirar, mas impedi colocando minhas mãos nas suas.

- E será só isso. - avisei.

Ele tentou tirar minha blusa de novo deixando evidente que achava minha última exigência uma besteira.

- É sério.

- Você parece muito convincente para alguém que cederia no primeiro segundo se eu tentasse algo. - falou, e inclinou seu rosto para me dar um beijo na testa. - Eu só quero te abraçar. Será que você me deixar fazer isso?

Deixando ele finalmente tirar minha roupa, Bruno me deu um último beijo no rosto e me tirou da pia. Com meus pés agora no chão, caminhei até o chuveiro e liguei deixando o vapor da água quente invadir o banheiro. Já sem roupa, meu marido me abraçou por trás e juntos começamos nosso banho.

Apesar de ter falado para ele lavar meu cabelo, coloquei um pouco de shampoo na palma e me virei na sua direção. Entendendo o que ia fazer, Bruno se abaixou um pouco me dando mais acesso aos seus cabelos.

Quando comecei a esfregar sua cabeça, percebi que meus seios estavam esfregando em seu rosto. Sem deixar isso passar, ele colocou um seio na boca me fazendo rir.

- Ei... - falei, parando de lavar seu cabelo. - Isso não estava incluído nas condições.

- Eu não concordei com as condições. - disse, e segurou minha cintura me puxando na sua direção. - E que condições são essas que me impedem de tocar minha mulher?

Ergui novamente meus braços voltando a lavar seu cabelo.

- No humor que você chegou eu sei que você não pararia de me tocar caso começasse. - ainda mais se for pra garantir que eu estava viva e bem. - E temos que dispensar a Crystal, já está dando o horário dela.

Sem retrucar minhas palavras, ele fechou os olhos e tirou o shampoo da cabeça.

- E se eu prometer que vai ser rápido? - perguntou, quando peguei o condicionador.

- Fica quieto e deixa eu cuidar de você.

Ele fez exatamente isso.

Me deixou terminar de lavar seu cabelo, me deixou limpar seu corpo. No final, retribuiu cada toque, cada beijo.

Quando seus dedos tocaram a cicatriz na minha barriga, fui para seus braços sem relutância para ele saber que eu estava aqui.

Que nós estávamos aqui.

Juntos.

Bruno me abraçou apertado e deu um beijo no topo da minha cabeça.

- Por que você não me esperou para te levar até o mercado? - falou, um tempo depois.

Desliguei o chuveiro e peguei a toalha pendurada no gancho ao lado do espelho. Depois de me secar, me enrolei nela.

- Por causa da chuva. Queria ir antes de virar uma tempestade. - falei. - E não aconteceu nada demais, só meu celular que descarregou mesmo.

E eu roubei o carrinho de um desconhecido no mercado, mas isso ele não precisa saber.

Voltei para o quarto e fui até o closed. Enquanto me vestia, senti Bruno entrar para fazer a mesma coisa.

- Falando em compras para o Natal, eu ainda acho uma loucura colocar minha mãe e a sua na mesma casa. - digo o que passei o dia inteiro pensando.

- Vai ser o primeiro Natal da minha mãe com a gente, não tem como falar para ela ficar longe.

- Eu não quero isso. Mas estou preocupada.

Eu juro que se minha mãe inventar alguma graça, vou colocar ela para fora da minha casa.

Quando terminamos de nos vestir, saímos do quarto e fomos até as meninas. Desejei boa noite a Crystal e ela sorriu antes de ir embora.

Vi quando Bruno pegou Alexia no colo e deu pequenos beijos em seu rosto fazendo ela sorrir contente. Sophie se pendurou em suas pernas ansiosa para ser a próxima.

- Vamos descer. Podemos comer alguma coisa antes do jantar. - sugeri, e peguei Sophie.

Bruno assentiu e me seguiu até o primeiro andar. Depois que colocamos as meninas em suas cadeirinhas, eu abri a geladeira e peguei uma vasilha de morangos que Ellie comprou.

Lavei eles e comecei a cortar para dar para as gêmeas.

- Eu ganho um? - perguntou Bruno ao parar ao meu lado.

- Pode pegar.

Olhei seu rosto quando ele pegou um morango, mas ao invés de levar até sua boca, ele colocou nos meus lábios. Então, lentamente, se inclinou e com um beijo, me roubou o morango usando sua língua.

E, como se não tivesse me desmontado com aquele gesto, ele sorriu e se afastou mastigando.

- Está docinho. Muito bom. - ouvi ele murmurar.

Realmente... muito bom, isso eu tinha que concordar.

Terminei com os morangos e levei para a mesa. E como sempre acontecia, passamos o resto da noite juntos. Nós, e nossas filhas.