Capitulo 95: Meu Juízo
Eu nunca fui boa em fazer combinações de roupas. Pegar a primeira peça no guarda-roupa sempre pareceu mais fácil, mas hoje, acordei com um leve bom humor e gostaria que minha roupa transmitisse isso.
Acordar pronta para enfrentar o mundo é uma coisa, agora, acordar de bom humor é outra.
- Essa saia não está muito apertada? - Ângela perguntou de onde estava sentada na minha cama.
Ela apareceu bem cedo aqui em casa e estava me ajudando a me arrumar. O que não era seu programa favorito.
Eu estava de frente para o enorme espelho que ficava ao lado do closet enquanto tentava fechar minha saia, mas o zíper não colaborava.
- É que eu engordei um pouco. - resmunguei, ainda fazendo força. Senti vontade de pular de alegria quando finalmente consegui fechar o zíper.
A saia era preta e justa. Eu comprei ela com o meu primeiro salário quando ainda morava no Brasil. Foi uma grande conquista na época, por isso odiei ter esquecido tão rápido.
- Tá um calor insuportável lá fora, você vai morrer com algo tão colado no corpo. - minha amiga disse novamente.
- Mas... estou perfeita. - falei, animada.
Para finalizar, vesti uma blusa branca e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo. Não era o melhor penteado do mundo, mas deixar os fios soltos estava fora de questão. Realmente estava muito quente lá fora.
- Eu estou indo encontrar o Bruno na empresa. Por que não vem pra almoçar com a gente? - perguntei.
Ela levantou da cama e balançou a cabeça de forma negativa.
- Eu vou deixar vocês terem um programa em família. E nem estou com fome também. - respondeu.
Saímos do quarto e fomos até as meninas. Com as duas já arrumadas, peguei Alexia enquanto Sophia continuava entretida com um brinquedo.
- Você quer uma carona até a cidade? - ofereceu.
- Eu não vou negar não, essas duas estão me deixando doida. - confessei. - No sábado, deixei as duas brincando no quintal e Alexia conseguiu agarrar uma minhoca. Impedi ela de colocar o bicho na boca, mas ela apertou tanto a minhoca que esmagou a coitada.
Isso porque não falei que agora a Sophia está com a mania de ficar puxando o rabo do Alfredo. Sempre que acontece, aquele gato vem me morder como se tivesse me punindo. Ontem, ele simplesmente mordeu minha canela porque nos encontramos no mesmo corredor.
Alfredo escolheu aquele momento para entrar no cômodo. Ele se aproximou para se esfregar nas pernas da minha amiga enquanto miava de forma dengosa.
- Ei, eu também senti sua falta. - Ângela se agachou para acariciar meu animal. - Sua mãe não anda dando atenção pra você não, amigo?
- Você fala como se ele não me odiasse. - falei, e levei minha filha para fora do quarto. - Pega a Sophia, por favor. Quero sair cedo pra aproveitar o sol.
Ângela me seguiu deixando Alfredo sozinho. Depois de avisar a Ellie que não ficaríamos para o almoço, colocamos as gêmeas no carro.
O caminho até a empresa do meu marido foi feito a base de musica e conversas aleatórias. Quando chegamos, convidei novamamte minha amiga para almoçar, mas ela negou novamente. Agradeci ela e levei o carrinho das minhas filhas até a entrada do prédio.
Quando entrei no elevador, senti vontade de abrir a saia porque estava começando a me deixar sem ar. Talvez... não tenha sido uma boa ideia mesmo ter vindo com ela.
Sai do elevador já notando que o Damon estava de frente para o balcão que ficava sua mais nova secretária. A mulher sorriu na minha direção me fazendo notar seu nervosismo.
Sim, meu sogro assustava algumas pessoas. A maioria das pessoas. Incluindo eu.
- Você pode deixar a papelada na minha mesa depois do almoço. - Damon parou de falar assim que nos viu.
Ou melhor, viu minhas filhas. Ele se aproximou para se abaixar na frente do carrinho.
- Finalmente resolveu dar o ar da graça, Helena. - ele disse, tocando levemente no rosto da Alexia fazendo minha bebê segurar um de seus dedos.
- Não é como se eu morasse aqui na frente. - exclamei, quando ele voltou a ficar de pé.
- Mas aparecer de vez em quando não deve ser tão difícil. - disse, como se tivesse me repreendendo.
Ótimo.
Já sentindo vontade de desmaiar por conta da saia, resolvi não iniciar uma mini discussão no meio do corredor. Damon era chato e querendo ou não, eu já estava me acostumando.
- Veio almoçar com meu filho? - voltou a falar.
- Sim, mas se ele estiver ocupado eu espero aqui fora.
Eu tinha aparecido mais cedo que o combinado mesmo.
- Ele não está ocupado. - meu sogro disse e parou ao meu lado para pegar o carrinho. - Elas vão estar na minha sala até vocês terminarem.
E, simples assim, ele começou a levar o carrinho em direção a sua sala. Como não era a primeira vez que ele fazia isso, não fiquei surpresa.
- Elas não vão te atrapalhar? - perguntei.
- Bom, não é como se elas estivessem aqui todos os dias para essa possibilidade ser cogitada. - disse, e olhou novamente a secretaria. - Não esquece os papéis que pedi, Marta. Eu realmente preciso resolver isso até amanhã.
A secretária assentiu tão rápido que eu senti que ela que ia desmaiar no meu lugar.
Sentindo compaixão pela moça, sorri na direção dela e fui até a sala do Bruno. Abri a porta para encontrar meu marido sentado no enorme sofá que tinha ao lado do mini bar.
- Seu pai quase fez a nova secretaria dele ter um ataque de pânico. - falei, e fechei a porta. - Ela estava até suando.
- A Marta? Ela se sente intimidada na frente dele.
- E na sua frente? - quis saber.
Ele deu de ombros.
- Não temos muito contato diretamente. Quando quer falar comigo ela fala pelo interfone. - contou, e me olhou como se tivesse me analisando. - Você está pálida. Está tudo bem?
- Eu acho que vou morrer. - respondi, e tentei abrir o zíper da saia. - Juro, não achei que tivesse engordado tanto. Acho que emperrou.
- Vem aqui. - pediu.
Obedecendo, parei na frente dele enquanto o mesmo permanecia sentado. Uma mão sua segurou minha cintura enquanto a outra tentava abrir a saia. Quando não conseguiu, ele me segurou com mais força me fazendo apoiar minhas mãos em seus ombros.
- Por que você vestiu uma roupa que não é seu tamanho? - quis saber.
- Quando eu comprei era. - falei, chateada.
O pior aconteceu quando meu marido quebrou o zíper.
- Que droga...
- Eu te compro outra. - falou, deixando o zíper no sofá.
A questão não era a roupa, mas a forma que eu lembrei de como me senti quando comprei ela. Se era fútil ou não, eu não ligava.
- Não precisa se preocupar. - eu disse, sendo sincera.
Não era como se ele tivesse quebrado de propósito.
Ainda sem conseguir respirar direito, me afastei para me encostar na mesa que ele usava para trabalhar. Desci a saia pelas minhas pernas fazendo o ar voltar aos meus pulmões. Depois de pegar a peça no chão, coloquei a saia na mesa. Notando como o Bruno ficou totalmente em silêncio, olhei em sua direção para ver ele encarando minha cinta liga. Eu vesti ela achando que fosse combinar com a saia porque era tão bonita quanto.
- Olha... - falei, chamando sua atenção para o meu rosto. - Te juro que não estou tentando te seduzir. O zíper tava ruim mesmo.
E, lentamente, ele me olhou da cabeça aos pés enquanto se encostava no sofá de forma relaxada.
- Volta aqui para eu te ver mais de perto. - pediu. - Quem sabe os botões da sua blusa estejam ruins também.
Sorri.
- Eu vim aqui almoçar, não ser o almoço. - falei, sentando de vez na mesa.
- Não, você veio perturbar meu juízo. - ele se levantou para andar na minha direção.
Parando na minha frente, Bruno se inclinou para me beijar, mas eu fui para trás até deitar completamente em cima da mesa.
- Ah... então só quem beija hoje sou eu. - ele levantou minha blusa para deixar minha barriga exposta.
Dobrei os dedos dos pés quando sua boca tocou minha pele. Ele rodeou a língua em volta do meu umbigo me fazendo apertar minhas pernas em volta da sua cintura. Então, ele foi descendo um pouco mais fazendo meu coração acelerar.
- Espera... - pedi, sabendo que sempre que ele me beijava lá em baixo, eu não conseguia me segurar por muito tempo.
E ele fazia de um jeito que deixava meu corpo todo mole. Por isso tinha que ter uma preparação.
Não deixando eu me afastar, Bruno segurou minhas coxas com tanta força que eu sabia que deixaria marcas. E, sem cerimônia nenhuma, sua boca tocou o meio das minhas perna por cima da calcinha. Minha cabeça levantou da mesa e bateu de volta ao mesmo tempo que eu tentava não gritar. Quando sua língua começou a fazer voltas no meu ponto mais sensível, tentei agarrar seu cabelo, mas meu marido não deixou.
- Sem bagunçar. - ele levantou para me olhar. - Eu ainda tenho duas reuniões hoje.
Sem esperar por uma resposta, Bruno voltou a tocar sua língua entre minhas pernas, mas colocou a calcinha de lado me deixando com a sensação completa. Já com um ritmo acelerado, não demorou muito para o prazer se acumular no meu corpo e então explodir me fazendo fechar os olhos. Com a sensibilidade já grande, tentei me afastar quando ele continuou me tocando sem se importar. O segundo orgasmo bateu com mais força me deixando com vontade de chutar ele.
Ele riu quando tentei fazer exatamente isso.
- Eu te odeio. - exclamei, e ele segurou meu pé impedindo outro chute.
- Odeia muito? - brincou, e mordeu minha panturrilha.
Sentei novamente na mesa e me encostei em seu peito enquanto tentava acalmar minha respiração. Bruno passou os braços em volta do meu corpo me fazendo sorrir com a sensação do seu abraço.
- Eu realmente não vim aqui pra isso. - falei, e me afastei um pouco para olhar seu rosto.
- Só você está reclamando aqui. E... eu ainda não engoli essa história de zíper emperrado.
- Eu posso ser um pouco criativa as vezes, mas isso seria outro nível. - me defendi.
Estragando o momento, o interfone em cima da mesa começou a apitar fazendo Bruno abertar um botão.
- Sr. Renault, desculpa atrapalhar, mas seu pai deseja ver o senhor na sala dele. - Marta disse, me fazendo notar que seu tom de voz estava mais firme.
- Obrigado. Avisa que já estou indo.
- Tudo bem. - disse, encerrando a comunicação.
Passei minhas mãos por seu paletó tentando deixar ele mais apresentável. Depois ajeitei sua gravata pensando na sorte que foi ele não ter me deixado bagunçar seu cabelo.
- Eu aposto que ele não está conseguindo achar alguma coisa no carrinho das meninas. - falei.
- Vou pedir para a secretaria do meu pai arrumar uma roupa do seu tamanho. - avisou. - Outra saia?
- Pode ser.
Quando foi se afastar, Bruno pareceu lembrar de algo e então segurou meu rosto para me beijar. Foi um beijo lento e quando terminou, ele acariciou a ponta do seu nariz na minha bochecha, descendo para meu pescoço. Minha mão foi em direção ao seu rosto tentando manter ele comigo, mas Bruno segurou meu pulso e se afastou.
- Se eu não for meu pai vai me chamar de novo em alguns segundos.
Suspirei, sabendo que ele estava certo.
- Ele deve estar achando que estou te atrapalhando.
- Mon amour, se ele soubesse que você só me inspira. - me dando um último beijo, ele saiu.
Desci da mesa e tentei arrumar os papéis que tinha bagunçado.
Não demorou muito para a secretaria do Damon bater na porta para me entregar uma sacola.
- É do seu tamanho, mas não sei se vai gostar do estilo. - Marta disse.
Escondendo metade do meu corpo atrás da porta, sorri na sua direção.
- Eu agradeço de qualquer forma.
Ela se afastou me fazendo fechar a porta. Vestindo a nova saia que agora era do meu tamanho e azul, passei a mão no tecido sentindo pela textura que era de marca boa.
Assim que meu marido voltou, ele finalmente me levou para almoçar. Damon manteve sua decisão e continuou com as gêmeas.
- Ela vai mimar elas, você sabe. - exclamei, quando entramos no elevador.
- Não é pra tanto.
- Você fala isso porque pensa como ele. Quero ver quando essas duas estiverem crescidas e aprontando por ai. - continuei, quando as portas fecharam. - Se eu virar a mãe chata a culpa vai ser de vocês dois.
Bruno segurou minha mão e me puxou para perto do seu corpo.
- Elas acabaram de fazer 1 ano, meu amor. Vamos com calma.
Definitivamente, eu vou ser a mãe chata.
Tentei não ser muito explícita nesse capítulo porque o wattpad mudou a política do app e tá derrubando algumas histórias. Que as minhas fiquem salvas. Amém.
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