Capítulo 89: Festa De Aniversario
Quando o dia da festa finalmente chegou, eu acordei cedo e arrastei o Bruno comigo. Felizmente, não demoramos na decoração porque eu já tinha planejado como seria tudo dias atrás. Os convidados chegaram 4 horas da tarde e Ângela me ajudou a recepcionar todo mundo. Bruno ficou do outro lado da sala com as meninas.
- Você convidou quantas pessoas? - minha amiga perguntou, ao meu lado na porta.
- Poucas. - respondi, e vi quando algumas pessoas começaram a interagir com as gêmeas.
O que deixou elas bem animadas.
Elas amam uma bagunça.
- Aniversário de 1 ano. - Ângela comentou, também observando as meninas. - Como o tempo passa rápido.
- Nem fala. As vezes tenho medo disso. - exclamei, e sorri quando Bruno me olhou.
Meu marido sorriu de volta e piscou fazendo graça.
- Medo do tempo? - ela quis saber.
- Sim. - falei, voltando minha atenção para ele. - Medo de passar rápido e eu acabar não aproveitando o suficiente meu tempo com elas. - confessei. - Sei que é loucura.
- Com certeza, elas ainda são bebês.
- Meu pai vivia falando que eu sempre seria a garotinha dele, que ele estaria sempre ao meu lado. Eu odiava pensar que ele ia ficar me perseguindo. - sorri, com a lembrança. - Mas agora entendo o que ele estava querendo dizer.
Era a forma dele falar que sempre estaria comigo. Não importa onde.
Sentindo um desconforto na mão, olhei meus dedos e vi que um deles estava sangrando. Era um corte pequeno, mas que queimava.
- Eu nem sei onde machuquei. - falei, tentando lembrar.
Talvez tenha sido quando estava ajudando a Ellie na cozinha.
- Sua mãe acabou de chegar. - Ângela falou, e vi que ela estava olhando pela janela.
- Segura ela enquanto vou cuidar disso. - me referi a minha mão.
- Como é? Você sabe que sua mãe me assusta.
- É só não olhar diretamente nos olhos. - brinquei, e ela fez uma careta.
Me afastei e fui em direção a cozinha.
No caminho até a cozinha, ninguém tentou me parar. O que me deixou muito feliz.
Parei em frente a pia e liguei a torneira colocando minha mão na água.
Uma música agitada começou a tocar na sala e eu sabia que era obra da Ângela. Pensando no barulho, eu coloquei o cachorro no segundo andar e Alfredo... bom, estava sendo paparicado por alguma criança.
- O que faz escondida aqui? - Bruno perguntou, assim que entrou na cozinha.
Olhei para trás e vi que ele segurava a Sophia.
- Não estou me escondendo. Cortei o dedo e tô limpando. - respondi. - A última vez que te vi você estava segurando as duas.
- Pois é. - ele sorriu, e deixou um beijo na bochecha da nossa filha. - Estávamos nós três planejando te seguir até aqui, mas Alexia foi sequestrada no caminho.
Peguei um pano de prato e sequei minha mão.
- Aposto que o sequestrador é seu pai. - falei.
- Apostou certo. Ele até tentou pegar essa outra princesa aqui... - ele afundou o rosto no pescoço da Sophie fazendo a mesma rir. - Mas ela preferiu ficar comigo.
- O que não me surpreende. - ela é um grude com ele. - Minha mãe está com o Damon?
Bruno assentiu.
- Eles vieram juntos.
Me aproximei deles e ajeitei o penteado que fiz na Sophie mais cedo. Ela se mexeu inquieta não gostando de me ver tocando seu cabelo.
- E sua mãe? - perguntei, novamente.
- Ela me mandou mensagem, já está chegando.
- Nossas mães vão estar muito perto uma da outra essa noite. Já penso no que pode acontecer.
- Eu acho que nada. Não é como se elas tivessem algum problema. - ele disse.
- Ainda sim é estranho, sinto que minha mãe tem um pé atrás com ela. - falei. - A relação entre seus pais não acabou por falta de amor. Acho que ela pensa nisso.
Bruno ajeitou Sophie em seu colo quando nossa filha começou a se mexer.
- Você pode amar uma pessoa e entender que ela está melhor sem você. - exclamou. - O que não é nosso caso já que você é minha e sempre vai ser.
Sorri com suas palavras.
- Antes de continuar bancando o macho alfa, por que não vai trocar sua camisa? - falei, e peguei Sophie de seu colo. - Está suja de chocolate.
- Foi a Alexia. - contou, e passou a mão na mancha piorando a situação.
- E você deixou?
- Estava fazendo ela feliz. - respondeu, simplesmente.
- Você é muito bobão com elas, sabia? As duas vão fazer o que quiser de você. - exclamei.
- Não é como se você já não fizesse. - disse, e deu um rápido beijo na bochecha da Sophie. - Já volto.
Quando vi que meu dedo não estava mais sangrando, voltei para sala junto com minha filha.
Sam, mãe da Ângela, se aproximou assim que nos viu.
- Eu não canso de dizer o quão lindas elas estão. - falou, parecendo sincera. - E sua casa é bonita também.
- Obrigada. - falei, e quando olhei em volta, vi minha mãe perto do sofá. - Gostaria de ter te convidado antes.
- Você poderia fazer o chá da tarde aqui. Eu vi o quintal e ele é perfeito para isso.
A ideia não é tão ruim, mas eu não ia chamar muitas mulheres. Não como a Sam faz.
- É só marcar.
Ficamos conversando mais um pouco, até que minha mãe se aproximou. Ela não perdeu tempo e pegou Sophie do meu colo. Sam se afastou com o pretexto de ir comer doces.
- Cadê o Bruno? - minha mãe perguntou.
- Foi trocar de camisa, mas já vai descer. - respondi.
Minha mãe me analisou por alguns segundos antes de falar.
- Sei que temos nossas diferenças, mas hoje é um dia especial, então deveríamos tentar nos dar bem. - disse, e vi Sophie tentar pegar seu cabelo.
Sorri com a cena o que tornou a situação mais leve.
- Prometo tentar. Na verdade, vou fazer isso em relação ao Damon. Pode avisar para ele não ter medo de se aproximar. - exclamei.
- Não é medo de se aproximar, Helena, ele só respeita seu espaço.
Até pensei em retrucar, mas nesse momento, a mãe do Bruno finalmente chegou.
- Ela andou tão afastada nos últimos meses que pensei que não fosse aparecer. - minha mãe comentou.
- Ou talvez ela só esteja respeitando o espaço do Bruno. - falei, usando o que ela falou em relação ao Damon.
- Ela com certeza vai querer segurar as gêmeas. - minha mãe me devolveu a Sophie e se afastou.
Fiquei sozinha por alguns segundos até que a mãe do Bruno se aproximou. Ela deu um beijo na bochecha da Sophie e desejou feliz aniversário.
- Desculpa a demora. Eu me perdi. - contou.
Por alguns segundos, fiquei presa no tom azul de seus olhos. Chegavam a ser mais fascinantes que os do Bruno.
- O importante é que veio. - falei. - Bruno já vai aparecer.
- Como ele está? A gente não se falou muito nas últimas semanas. Eu também não quis forçar nada.
- Ele está bem. - respondi. - Na verdade, ele sempre foi muito de boa com toda essa situação.
Até antes dela aparecer, ele não demonstrava nenhum sinal de mágoa.
- Isso me deixa um pouco aliviada. Eu posso? - perguntou, querendo segurar minha filha.
- Claro.
Sophie foi de forma muito alegre para o colo de sua avó.
- Cadê Alexia? - quis saber.
- Está com o Damon. - falei, e olhei do outro lado da sala para ver os dois.
Querendo conferir se estava tudo pronto para o parabéns, eu fui até a sala que está a mesa com o bolo. Chegando lá, me aproximei e arrumei os docinhos que estavam em volta do bolo.
- Por que eu sempre sei onde você está? - meu marido falou, ao entrar no cômodo.
- É sua forma carinhosa de dizer que está me perseguindo? - perguntei, sorrindo.
Virei na sua direção e vi que agora ele usava uma camisa azul.
- Cadê Sophie? - perguntou.
- Está com a sua mãe, e Alexia continua com o Damon.
- Então minha mãe já chegou. Perdi alguma briga? - disse, se referindo a nossa conversa na cozinha. - Aposto que minha mãe ganhou da sua.
- Não teve briga. - respondi, achando graça. - E você tem razão. Não tem porque nossas mães brigarem. Eu só estava sendo pessimista achando que alguma coisa ia estragar a festa.
- Eu sempre tenho razão.
- Não exagera. - exclamei. - Vamos voltar pra sala.
Bruno assentiu e me seguiu até o corredor.
- Mas eu ainda acho que minha mãe ganha da sua.
Ignorando sua provocação, continuei meu caminho até a sala. Afinal, temos uma festa para comandar.
Chegou o dia da festa. Tá vindo ai o final. Se preparem.
Até.
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