Capítulo 87: Decoração Da Festa
De manhã, comecei a procurar meu marido pela casa para avisar que vou sair cedo com a Ângela. Tenho poucos dias para preparar a festa de aniversário das nossas filhas, e chamei minha amiga para me ajudar. Acabei não encontrando o Bruno no nosso quarto, mas vi seu celular jogado na cama.
Lembrando das fotos de ontem, peguei o aparelho ficando feliz por estar desbloqueado.
Entrei na galeria e apaguei a única foto comprometedora da pasta. Depois, coloquei o celular de volta na cama e sai do quarto como se nada tivesse acontecido.
Desci as escadas e vi a Ângela na sala ao lado da Crystal. As gêmeas estavam no tapete.
- Não encontrei ele no quarto, deve estar no escritório. - falei. - Se ele perguntar por nós, avisa que fui comprar as coisas da festa.
Crystal assentiu.
Como vou levar minhas filhas comigo, a babá vai ter o resto do dia de folga.
- Então a gente já pode sair? - Ângela, perguntou.
- Sim, só deixa eu pegar minha bolsa na cozinha. - falei, lembrando que tinha deixado lá. - Crystal vai te ajudar a colocar as meninas no carro. Me esperem lá.
Caminhei até a cozinha e vi minha bolsa em cima do balcão. Abri ela e conferi se a carteira estava lá, assim como meus documentos.
Feito isso, voltei a fechar a bolsa. Quando me virei para sair, Bruno entrou na cozinha.
- Que bom que te achei, eu vou sair com as meninas para terminar de preparar a festa. - avisei. - Você quer alguma coisa da cidade?
Ele parou na minha frente de um jeito que acabou invadindo meu espaço pessoal.
- Eu quero uma coisa sim. - disse.
Quando tentei me afastar, acabei me encostando no balcão.
- O que?
- Você me deve uma foto. - respondeu, nem um pouco disposto a se afastar.
- É sério isso? Ângela está me esperando no carro. - pedi, e ele apoiou seus braços no balcão, um de cada lado do meu corpo me prendendo. - Bruno...
- O que você fez foi invasão de privacidade. - disse, de uma forma que me fez rir.
- Eu estava na foto e tinha todo direito de apagar. - afirmei. - Nunca te falaram que não é nada seguro deixar esse tipo de coisa no celular?
Ele afastou meu cabelo do ombro deixando meu pescoço exposto.
- O que você não entende, meu anjo. - exclamou, e seus dedos se arrastaram até a parte de cima dos meus seios. - É que eu nunca vou deixar ninguém te vê, como eu vejo.
Mesmo abalada por sua presença, sorri querendo provoca-lo.
- Que bom que eu garanti isso ainda mais, né? - exclamei.
Estava me preparando para sua resposta, quando Bruno me beijou inesperadamente. Ele pressionou seu corpo ainda mais no meu, me forçando a me inclinar para trás. Sentindo o balcão nas minhas costas, virei o rosto fazendo meu marido descer sua língua para o meu pescoço.
- Vai me deixar tirar outra foto como aquela? - perguntou, quase sussurrando.
Naquele momento, minha amiga entrou na cozinha.
- Desculpa atrapalhar... - tossiu, chamando nossa atenção. - As meninas estão com a Crystal. Só vim saber porque estava demorando tanto.
Achei que com a presença da Ângela, meu marido fosse safastar, mas ele não moveu nenhum músculo.
- Você pode avisar para essa pessoa que nós estamos atrasadas? - falei, e quem sabe Bruno ouvisse ela.
- A gente não específicou um horário então não diria que estamos atrasadas. - ela respondeu.
De que lado ela está?
- Ângela, eu posso conversar com a minha esposa em particular? - Bruno, voltou a falar.
- Depende. Posso ficar na sala de jogos? - perguntou, animada.
- Você deve. - ele disse.
Minha amiga sorriu e saiu nos deixando sozinhos.
- Eu tenho coisas para fazer. - tentei, novamente.
- Vou levar vocês até o shopping. - avisou. - Na verdade, por que não me chamou?
- Quando eu liguei para a Ângela você estava dormindo. E como chegou tarde ontem, não quis te acordar. - contei.
Ele me beijou pela última vez e se afastou.
- Não importa, eu vou com vocês. - disse, decidido - Só preciso trocar a camisa.
Saímos da cozinha e Bruno subiu para o segundo andar. Aproveitei e fui até a Ângela para contar a mudança de planos. Ela não pareceu se importar muito. A sala de jogos estava fazendo um bom trabalho em entreter minha amiga.
Quando meu marido desceu as escadas, saímos de casa e caminhamos até o carro.
- Obrigada. - falei, assim que vi a Crystal. - Até amanhã.
A garota sorriu e voltou para a casa.
Entrei no carro, mas antes de colocar o cinto de segurança, conferi se as gêmeas estavam bem presas nas cadeirinhas.
- O que exatamente estamos indo comprar? - meu marido perguntou, já dentro do carro também.
- Só a decoração mesmo. - respondi. - Minha mãe vai cuidar da comida.
Ela insistiu tanto que acabei aceitando. E vai me ajudar também.
- Falando em mães... - comecei, quando ele começou a dirigir para fora da prioridade. - Você não citou a sua enquanto eu preparava os convites. Devo convida-la?
Sophie também andou um pouco afastada, então estava receosa com a reação dele em relação ao convite.
- É claro. - respondeu, de forma tranquila. - Eu realmente não me importo.
- Ela está distante, por isso estou perguntando. - falei, e olhei para o banco de trás quando Alexia pareceu reclamar de algo.
Mexi no porta luvas e peguei um doce que sempre deixo de reserva. Entreguei para a minha filha e voltei a sentar corretamente no banco.
- Acontece que ainda é tudo recente. Eu só preciso me acostumar com sua presença. Me acostumar de novo.
Assenti, entendendo ele.
Um tempo depois, ainda na estrada, meu marido ligou o rádio. Uma música um pouco agitada começou a tocar, o que fez ele cantar.
- Vai assustar as meninas assim. - falei, lembrando de quando ele disse que canto mal.
Ele me olhou rapidamente.
- Essa música é um clássico, até parece que não conhece. Nós aprendemos a cantar ela ainda no berço.
- Eu não nasci aqui. - exclamei, me referindo ao país.
Notei quando ele sorriu.
- Ah, sim. Você não é como as mulheres daqui. - disse.
- O que me torna diferentes delas? - perguntei, curiosa.
- Você tem algo que elas não tem.
- Que seria? - questionei.
- Eu.
Foi minha vez de sorrir.
- Mas é muito convencido. - falei.
Ele aumentou o volume do rádio e voltou a cantar.
Olhei as gêmeas e elas não pareciam incomodadas com o barulho.
- Estou pensando seriamente em pular do carro. - falei, em um tom alto para ele escutar.
- Eu paro se você me deixar tirar outra foto. - disse, no mesmo tom que o meu.
- Você não desiste nunca? - perguntei, já sabendo a resposta.
Quando ele foi aumentar ainda mais o rádio, eu afastei a mão dele e desliguei o aparelho.
- Tudo bem, eu faço o que quiser. Só não toca mais nisso. - exclamei.
- Agora sim estou ouvindo o meu som favorito. - deu uma pausa. - Quando você se rende.
Segurando a vontade de xinga-lo, fiquei calada o resto do caminho só prestando atenção nas meninas. Elas eram mais fáceis de lidar do que o Bruno.
Está chegando a festa.
Preparados?
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