Capítulo 44: Provocando
Assim que descemos do táxi, Ângela e eu entramos no shopping. Só que como faltava mais alguns minutos para encontar minha mãe e a Sophie, resolvi entrar em uma loja que chamou minha atenção.
- O que estamos fazendo aqui? - Ângela perguntou depois de ter me seguido. - Vai comprar algo para o Alfredo?
Só respondi ela depois de ter me aproximado de uma prateleira onde tinha camas para cachorros. Eram tão bonitas que fiquei com vontade de levar todas.
- Não, ele não merece nenhum presente.
- Por que não? Ele é um amor.
- Com você, né? - falei, e me aproximei de algumas coleiras. - Vou adotar um cachorrinho.
Falei com a irmã do Rodrigo ontem de tarde e já estava marcado nosso encontro para eu pegar o animal.
- Curiosa para saber qual foi a reação do Bruno com essa notícia.
- Por que você acha que ele é contra?
- Porque é o Bruno. - exclamou, como se fosse óbvio. - Ele só é a favor de você.
Segurei uma risada porque ela tinha razão.
- Mesmo que ele fosse contra eu ainda ia pegar o cachorrinho. As meninas vão adorar ele. - falei, e senti meu celular apitar no meu bolso.
Pegando o aparelho, vi que era uma mensagem da minha mãe.
"Já estou aqui na loja, cadê você?"
Respondi ela um segundo depois.
"Não se preocupa, já estou indo"
Guardei meu celular e encarei minha amiga.
- Minha mãe já chegou, vamos encontrar ela.
Ela assentiu e saímos da loja, só que quando eu estava indo até minha mãe, meu celular apitou novamente. E dessa vez era a Sophie.
- Sophie também chegou. - falei, lendo a mensagem dela. - Acho que não foi uma boa ideia.
- Claro que não é, Helena. - Ângela, afirmou. - Acho que nenhuma das duas está pronta para esse encontro.
Suspirei, me sentindo perdida.
- Vou falar com a Sophie, ela mandou que estava procurando um lugar para estacionar o carro. - contei, me decidindo. - Encontra minha mãe na loja de noivas e avisa que precisei resolver uma coisa... sei lá, inventa.
- Tudo bem, mas não demora. Sabe que sua mãe me causa um certo tipo de medo. - disse.
- Isso é ridículo.
- Porque você está acostumada. Ela me olha como se tivesse julgando todos os fios da minha cabeça.
Deixando Ângela para trás, fui até o estacionamento do shopping e encontrei Sophie ainda dentro do seu carro.
Bati na janela e quando minha sogra abaixou o vidro, sorri de forma nervosa.
- Tava querendo falar com você. - avisei.
- Pode falar. Entra ai. - disse, depois de destravar a porta.
Entrei no carro e respirei fundo antes de começar a falar. Eu tinha convidado ela, então é difícil desconvidar.
- Eu pensei muito e...
- Sei o que quer falar e concordo. - falou, me olhando sem julgamentos.
Franzi o cenho e encarei seus olhos azuis.
- Sabe?
- Claro. Também acho que é muito cedo para encontrar sua mãe, e que ela está no shopping para te acompanhar na prova do vestido.
- Desculpa, achei que seria uma boa ideia. Não pensei muito na hora.
- Tudo bem, Helena. Sei que não foi na maldade. - falou. - Vou daqui para sua casa visitar minhas netas.
- Pode ir, vou até avisar o Simon para abrir o portão para você.
Nesse momento, Adam passou na frente do caro e ao seu lado estava aquela mesma moça que vi no parque com ele. Sem notar nossa presença, Adam seguiu em frente saindo do estacionamento.
- Ela cresceu tanto. - Sophie comentou, chamando minha atenção. - Tá bonito também.
Ela dizia aquilo com carinho na voz, como uma mãe orgulhosa.
- Ele não gosta muito do Bruno. - contei, observando sua reação.
Ela deu de ombros.
- Isso eu já esperava. A mãe dele colocou tanta coisa na cabeça dele... não fico surpresa pelo mesmo ter crescido com tanto ódio no coração.
Decidi que já estava na hora de saber a história do Bruno com o Adam, e Sophie parecia saber dela muito bem.
- O que aconteceu entre eles? - quis saber. - Bruno nunca chegou a me contar.
- É uma história longa, mas não complicada. - começou. - Quando conheci o Damon ele já estava prometido a outra mulher. Mas ele acabou desistindo de ficar com ela e se casou comigo. Essa mulher era a mãe do Adam. Ela não aceitou muito bem nossa relação e pra tentar se reaproximar do Damon, ela casou com o irmão dele, e teve o Adam. Quando Adam cresceu ela ficava enchendo a cabeça dele que eu tinha roubado a família dela.
"Sempre que a gente se encontrava era uma tensão, eu nunca quis aquilo. Mas um dia ela ficou doente e um tempo depois faleceu. Adam era um garotinho na época, mas entendia bem a dor de perder uma mãe. Maycon mandou ele para fora do país. Só que pelo jeito nem o tempo conseguiu apagar o ódio que ele foi ensinado a ter."
Fiquei alguns minutos calada absorvendo a história.
Então por isso aquele ódio pelo Bruno, Adam acha que a vida que o Bruno tem, tinha que ser dele.
Meu celular apitou três vezes seguidas e eu sabia que eram todas mensagens da minha mãe.
- É melhor você ir, depois conversamos mais. - Sophie disse.
Depois de me despedir dela, caminhei até o lado de fora do estacionamento, voltando para dentro do shopping.
Tinha chegado a hora de provar o vestido que eu usaria no dia do meu casamento.
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Horas depois, eu já estava em casa e sentia cada parte do meu corpo dolorida.
Minha mãe me fez experimentar tantos vestidos, mas no final eu escolhi meu favorito. E ele é tão lindo que toda hora eu olhava em direção ao closet me segurando para não pegá-lo.
- Papai, vai me ligar daqui a pouco. - falei, para as meninas que estavam no cercadinho brincando. - Eu acho que essa viagem está cansando ele.
Alfredo escolheu aquele momento para entrar no quarto. Ele caminhou até o cercadinho e ficou observando as meninas também.
O gato se comportava como se fosse dono do local.
Peguei meu celular quando ele começou a tocar deixando meu coração acelerado.
- Está no hotel? - foi a primeira coisa que perguntei, assim que atendi.
- Sim, estou deitado. - ele contou, em um tom de voz baixo. - Como as coisas estão ai?
Levantei do chão e caminhei até uma das janelas.
- Bem. Já escolhi o vestido.
- Como ele é? Pode me mandar uma foto usando?
Sorri com sua pergunta.
- Óbvio que não, né. Dá azar o noivo ver o vestido antes da hora.
- Realmente acredita nisso, meu amor?
- Não muito, mas com tanta coisa que aconteceu... é melhor não abusar. - falei.
- Tudo bem, vou esperar para ver. - disse. - Só me fala se ele tem um zíper atrás.
Franzi o cenho confusa.
- Por que quer saber?
- Porque se tiver fica mais fácil quando eu for tirar ele de você.
Quando não respondi, ouvi sua risada do outro lado da linha.
Fiquei imaginando a cena dele tirando meu vestido e isso fez minha pulsação acelerar.
- Meu deixa ver minhas filhas. - ele pediu, alguns segundos depois.
Afastando o celular do meu rosto, encerrei a ligação e liguei para ele em uma chamada de vídeo. Voltando a me aproximar das meninas, coloquei o celular encostado dentro do cercadinho para o Bruno ver as gêmeas.
- Ei, princesas, como vocês estão? - ele perguntou, chamando a atenção delas. - Pode me contar se mamãe está fazendo alguma coisa.
- Não escutem isso, ele nem está aqui. - retruquei.
Sophie pegou o celular e como a tela estava no modo bloqueio, não saiu da tela da chamada quando ela apertou alguns botões.
E, assim passamos o começo da noite, com Bruno falando com as meninas enquanto tentava me provocar com alguns comentários.
Desculpem pelos erros, tô morrendo de sono e as letras até embaçaram aqui. Até amgs.
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