Capítulo 40: Te Ajudando
Quando já estávamos dentro do carrinho, apoiei minhas mãos na barra de ferro que era a trava de segurança e esperei ansiosa. Bruno estava ao meu lado, e no seu colo repousava o urso de pelúcia que ganhamos para as meninas.
- Ainda podemos voltar atrás. - meu noivo disse.
Soltei a barra e encostei minhas costas no banco gelado.
- Por que? Está começando a ficar com medo?
- Óbvio que não. Você vai ficar. - disse, simplesmente.
- Não vou. - afirmei, odiando a forma convencida que ele disse aquilo. - É só um brinquedo.
- Se está falando.
Ele então colocou o urso no canto do carrinho perto de seus pés. Não querendo mais dar corta para ele me provocar, olhei para a frente e vi que a entrada da casa monstro era a cabeça de um palhaço, e ele estava de boca aberta.
- Por que os carrinhos estão demorando para andar? - perguntei, para uma funcionária que estava por perto.
- Vomitaram no carrinho 8 e estão limpando. - ela contou.
Fiz uma careta.
Dois minutos depois os carrinhos começaram a se mexer e então estávamos entrando na boca do palhaço. Já dentro do brinquedo notei que tudo estava escuro, e isso me fez sentir um frio na barriga.
- Está frio. - reclamei, e quando me virei para ver o Bruno, uma sombra passou na frente do nosso carrinho.
Notando que levei um susto, Bruno riu ao meu lado.
- Eu não estou assustada. - menti. - Só fiquei surpresa.
Senti um arrepio quando seus dedos tocaram meu rosto colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Pode me abraçar se quiser.
- Não será necessário.
No entanto, no momento que essas palavras saíram dos meus lábios, alguém fora do carrinho parou do meu lado e então senti uma respiração bater no meu rosto. Com meu coração batendo rápido no peito, me arrastei para perto do Bruno tocando meu corpo no seu.
- Não foi uma boa ideia. - confessei, quando o carrinho nos levou para longe daquilo que conseguiu me assustar de verdade.
- Olha pra mim. - Bruno pediu, em um tom baixo.
Virando meu corpo na sua direção, fiquei de frente para ele. Meu noivo ergueu uma mão e segurou meu pescoço, e de depende o ar não estava tão gelado.
- O que está fazendo? - perguntei, quando ele inclinou o rosto na minha direção.
- Te ajudando.
Seus lábios tocaram levemente os meus, e quando tentei chegar mais perto, Bruno se afastou.
- Eu comprei aquele perfume pra você. - ele sussurrou, e novamente passou seus lábios sobre os meus, mas me frustrou de novo quando se afastou. - Quer saber o que sinto quando você usa ele?
Assenti rapidamente com a cabeça. Tudo pareceu ter sumido e só o que importava era ele.
- Como se eu tivesse tocando você pela primeira vez. Meu sangue chega a ferver e tudo que consigo pensar é em você. - ele deu uma passou e senti a ponta da sua língua no meu lábio inferior. - Só em você, Helena.
Cansando daquele jogo, segurei sua camisa e quando fui puxar ele para um beijo, Bruno soltou meu pescoço. Isso me fez abrir os olhos, e então notei que tínhamos chegado no final do passeio.
- Viu? Não foi tão difícil. - Bruno disse, com um pequeno sorriso nos lábios. - Vamos comer alguma coisa.
O problema é que eu ainda estava afetada pelas coisas que ele me disse no carrinho, então precisei de um tempo para me recuperar.
Quando já estava bem, saímos do carrinho e caminhamos até uma barraca de cachorro quente.
- Um cachorro quente, por favor. - pedi para a moça atrás do carrinho.
Ela assentiu e olhou meu noivo.
- Não vai querer um? - ela perguntou, pronta para cortar outro pão.
- Não, obrigado. - ele respondeu.
- Ele não gosta. - contei.
A moça me olhou me fazendo sorrir.
- Eu sei, estou pensando em terminar com ele por isso. - brinquei.
Enquanto ela preparava o lanche, olhei as mãos do meu noivo.
- Cadê o urso?
- Esqueci no carrinho. - disse, também dando falta. - Fica aqui, vou lá pegar.
- Tudo bem.
Quando ele se afastou, cruzei os braços e fiquei observando em volta. Estava olhando a fila para a roda gigante quando uma pessoa acabou chamando minha atenção.
Adam.
Ele estava acompanhado de uma moça bem bonita e eu automaticamente senti pena dela. Também me vendo, Adam teve a ousadia de sorrir na minha direção. Não retribuindo o sorriso, virei o rosto voltando minha atenção para a barraca.
- Aqui. - a mulher disse estendendo o cachorro quente coberto com um plástico na minha direção.
- Obrigada. - falei, e tirando o dinheiro do bolso da minha calça, entreguei para ela.
Me afastei da barraca e sentei em um banco ali perto. Estava pensando em comer o lanche quando alguém parou na minha frente tirando minha visão do parque.
- O que faz sozinha aqui? - Adam perguntou, me fazendo erguer a cabeça para encarar seus olhos.
- Não fale comigo como se eu fosse sua amiga, eu não sou.
- Não seja tão rancorosa.
- Bruno já está voltando, e ele não vai gostar de te ver falando comigo.
Percebi como ele ficou tenso em ouvir o nome do seu primo.
- Ele sempre foi estressado mesmo.
- Como se ele não tivesse motivo. - falei. - Vai voltar para sua amiga Adam, não faço questão da sua companhia.
Suspirando de forma dramática, ele deu um passo para trás.
- Até mais então.
- Não se depender de mim.
Ficando aliviada quando ele foi embora, eu resolvi comer meu cachorro quente. Bruno apareceu dois minutos depois.
- Uma funcionária guardou o urso e tive que ir atrás dela. - ele contou, quando sentou do meu lado.
Entregando o cachorro quente para ele segurar, peguei o urso. Era tão macio que decidi que queria um também.
- Quer ir em mais algum brinquedo agora?
- Vamos ficar um pouco aqui e só conversar. - falei, colocando o urso ao meu lado no banco.
E foi o que fizemos. O resto da noite passou rápido e quando deu 11 horas resolvemos ir embora.
Dia sido uma noite legal e nem a presença do Adam conseguiu estragar.
Sim, eu andei sumida, mas precisei de um tempo pra pensar no rumo da história. Decidi que ela não vai ser tão grande quanto o primeiro livro então se preparem. Mas também não vai terminar agora, relaxem.
Bom, foi isso e até a próxima.
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