Capítulo 38: Lado Carinhoso
~ Helena ON ~
Enquanto Bruno se arrumava em frente ao espelho, eu vasculhava nosso quarto em busca do meu celular. A irritação já estava começando a me consumir porque não estava achando o maldito aparelho em lugar nenhum.
- O que está procurando? - meu noivo perguntou, colocando seu paletó.
- Meu celular, não lembro onde coloquei ele. - contei, e sentei na cama me sentindo frustrada. - Quando chegamos em casa ontem você viu se eu tirei o celular do carro?
- Não vi, talvez esteja lá ainda. - deu de ombros.
Resolvendo voltar a procurar o celular depois, comecei a observar o Bruno colocando sua gravata ao redor do pescoço.
Ele amarrou a gravata com tanta rapidez que me deixou surpresa.
- Como amarra ela tão rápido?
- É a prática. - contou, e me olhou pelo espelho. - Vem aqui.
Querendo saber o que ele queria, levantei da cama e caminhei até parar na sua frente.
Meu noivo pegou outra gravata e dessa vez foi uma azul com listras. Ele então colocou ela em volta do meu pescoço e puxou me fazendo chegar mais perto dele. Notei que seus cabelos ainda estavam molhados fazendo com que alguns fios ficassem grudados na sua testa.
- Repara. - então ele começou a amarrar a gravata calmamente em volta do meu pescoço querendo me ensinar. - Não é difícil. Quando eu era pequeno gostava de ver meu pai se arrumando para ir ao escritório.
Ter ele muito perto me fez ignorar a gravata e só focar em seu rosto. Seus olhos azuis brilharam de uma forma que eu sabia que aquela lembrança que ele tinha do Damon era especial.
- Aprendeu? - Bruno perguntou, me olhando.
- Claro... - menti. - É realmente fácil.
Sabendo que eu estava mentindo, ele segurou meu rosto e me beijou enquanto um sorriso repousava em seus lábios.
- Vi na tv que abriu um parque novo aqui perto. Quando eu voltar a gente pode ir. - disse, me soltando.
- Você chega tarde. - reclamei fazendo uma careta.
- A graça de ir aos parques não é quando está de noite? - exclamou.
- Você tem razão. - sorri. - Eu aceito.
Seria bom sair um pouco com ele. E fazia anos que eu não ia a um parque de diversão.
Quando Bruno terminou de se arrumar, saímos do quarto e fomos até às gêmeas. Enquanto ele se despedia delas, desci às escadas e comecei a procurar meu celular pela sala. Ângela ia trazer o Alfredo hoje e eu precisava saber se ela já estava chegando. Não tendo sucesso, acompanhei o Bruno até o carro e quando ele abriu a porta, vi meu aparelho jogado no banco do passageiro.
- Viu, estava aqui o tempo todo. - Bruno disse, me entregando o celular.
Guardando o celular no meu bolso, observei Bruno entrar no carro e colocar o cinto de segurança.
- Até mais tarde então? - ele perguntou.
- Até. - falei, e quando ele fechou a porta me inclinei na sua direção para me despedir com um beijo. - Toma cuidado com a estrada.
Assentindo, ele ligou o carro quando me afastei. Depois que Simon abriu os portões Bruno dirigiu para fora da propriedade.
Quando seu carro sumiu da minha vista, voltei para dentro da casa e liguei meu celular vendo que tinha algumas mensagens da Ângela. Lendo uma que dizia que ela já estava a caminho, eu subi para o segundo andar. Encontrando Crystal já pronta para trabalhar, descemos com as gêmeas para o café da manhã.
- Elas aprontaram muito ontem? - perguntei, indo até o fogão para preparar o leite das duas.
- Não. Eu liguei a tv como você pediu e elas passaram um tempo assistindo até que dormiram. - contou.
Ficando aliviada com sua resposta, preparei o café das minhas filhas e fiquei com elas até que a campainha tocou.
- Eu já volto. - falei, e antes de sair da cozinha dei um beijo na cabeça da Alexia que estava mais perto da porta.
Chegando na sala, abri a porta fazendo Ângela entrar, e em suas mãos estava a casinha onde se encontrava Alfredo.
- Ei, amigo. - falei, pegando a casinha da mão dela. - Desculpa não responder suas mensagens, só consegui pegar meu celular agora.
- Está tudo bem. - Ângela disse. - E essa gravata ai?
Com minha mão livre toquei a gravata.
- Bruno estava me ensinando a colocar ela e acabei esquecendo. - falei, tirando a mesma e a jogando em cima do sofá.
Colocando a casinha no chão, abri a portinha e Alfredo saiu. Ele ignorou minha presença e caminhou até a Ângela para se esfregar nas suas pernas.
- Vocês se tornaram bem amigos, né? - falei, levantando do chão.
Ângela sorriu.
- Ele é um amor, não me contou desse lado carinhoso do seu gato.
- Eu nem sabia que ele tinha. - exclamei. - O que o veterinário falou?
- Não se preocupa que Alfredo está perfeitamente bem de saúde, mas o veterinário aconselhou a não dar muito ração pra ele.
- Pior que eu nem dou. - falei. - Ele passa o dia inteiro fora e só aparece a noite pra comer.
- Talvez ele tenha uma segunda casa.
Franzi o cenho confusa.
- Como assim?
- Gatos gostam de morar em duas casas, tem comida e carinho em dobro. - explicou. - Deve ter um vizinho aqui perto criando seu gato também.
Encarei Alfredo que ainda tentava chamar a atenção da minha amiga.
- É bem a cara dele mesmo. - falei, e apontei em direção a cozinha. - Quer tomar café?
- Obrigado, mas marquei de tomar café na casa da minha mãe. Ela disse que ando sumida. - disse.
- Então valeu por cuidar do Alfredo, me ajudou muito.
Depois de me abraçar, Ângela foi embora me fazendo fechar a porta. Voltando para a cozinha com Alfredo me seguindo, Sophie ficou agitada quando viu o gato.
Pegando ela da cadeirinha, sentei no chão com minha filha no colo para ela tocar o gato. Alfredo gostava das gêmeas, e por isso ele se aproximou deixando Sophie tocar seus pelos.
Sorri quando Sophie riu me deixando maravilhada.
Passei o resto da tarde com minhas filhas enquanto esperava ansiosamente pelo encontro que eu teria com o pai delas.
Aquele bônus para alegrar a noite de vocês. Não esquecem de voltar e boa noite, amados(a).
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