Capítulo 29: Proposta Interessante
Na manhã seguinte, acordei com o nome da Sophie martelando na minha cabeça. Mas antes de tomar qualquer decisão, eu precisava confirmar a história. Para isso, eu tinha que encontrar a Sophie.
Andando até a parte da casa que ficava os quarto dos funcionários, bati na porta do quarto da Crystal e esperei. Eu não estava planejando que ela ficasse com minhas filhas hoje, mas eu precisava sair, então seus serviços seriam necessários.
Quando Crystal não abriu a porta, girei a maçaneta e assim que olhei dentro do quarto, vi que ele estava vazio. Estava pensando em sair e procurar a babá no segundo andar quando uma gaveta aberta na cômoda chamou minha atenção.
Entrando no quarto, me aproximei da cômoda e vi maconha dentro da gaveta. Minha adolescência pode ter sido bem movimentada, mas nunca usei nenhum tipo de droga. Então ver aquilo de baixo do meu teto me deixou incomodada.
- Helena. - ouvindo, a voz do Bruno no corredor, fechei a gaveta rapidamente.
Se meu noivo visse aquilo no quarto da Crystal ele ia demitir a garota. Ainda mais porque ela cuidava das nossas filhas.
- O que está fazendo aí? - Bruno perguntou, assim que me viu.
Me aproximando dele, sai do quarto e fechei a porta atrás de mim.
- Estava procurando a Crystal.
- Acho que vi ela entrando na cozinha. - contou, e notei que ele já estava todo arrumado para ir trabalhar. - Você disse que queria sair, quer que eu te leve?
Assentindo, começamos a andar pelo corredor.
- Quero sim. Vou passar na casa da Ângela. Quero ver como ela está se adaptando. - contei, escondendo a outra parte da história.
Assim que entramos na cozinha, vi que a Crystal realmente estava lá. Me aproximei das minhas filhas que estavam sendo cuidadas pela Ellie.
- Vamos sair agora, mas já sabem qualquer coisa é só ligar. - Bruno disse, e eu dei um beijo em cada uma das minhas filhas.
- Mamãe vai voltar rápido. - prometi.
E era verdade. Eu só estava saindo porque o assunto era sério.
Depois que o Bruno também se despediu delas, nós saímos de casa e entramos no carro. Já com o cinto de segurança, meu noivo ligou o automóvel e saímos da prioridade. O caminho até o condomínio foi feito em silêncio e assim que o Bruno estacionou o carro em frente ao portão, me virei na sua direção.
- Você está bem mesmo? Se quiser a gente pode passar o dia juntos de novo. - exclamei, enquanto uma de suas mãos ainda segurava o volante.
- Não se preocupe, preciso ir para a empresa e falar com meu pai mesmo. - disse.
- Tudo bem. - tirei o cinto e me inclinei na sua direção para lhe dar um beijo. - Se tiver algo que eu possa fazer por você é só falar. Eu faço.
Ele sorriu.
- Tem uma coisa.
- O que?
Erguendo sua mão, ele tocou meu rosto e com seus dedos, fez uma leve carícia na minha bochecha. E enquanto seus olhos me encaravam com carinho, suas próximas palavras me surpreenderam:
- Deixa eu te chu...
- Bruno... - empurrei seu ombro fazendo o mesmo rir. - Eu estou falando sério.
- Eu também. E você não disse que precisava repousar? Pode te ajudar a relaxar.
- Não sei como eu ainda tento conversar com você. - falei, e apesar das minhas palavras, eu estava sorrindo. - Tchau.
Estava saindo do carro quando ele segurou meu braço e me puxou ficando com seu rosto perto do meu.
- Agradeço a preocupação, e tudo que você pode fazer para me deixar tranquilo é voltar bem pra casa. - disse, agora sério. - Então se cuida.
- Eu vou. - exclamei, e passei a mão em seus cabelos ficando incomodada com a forma que os fios estavam perfeitamente penteados para trás. - Você está parecendo um engomadinho.
- Melhor? - perguntou, quando terminei de bagunçar seu cabelo.
- Você não sabe o quanto. - falei, agora vendo que ele tinha ficado ainda mais bonito.
Depois de beijar meu noivo pela última vez, eu saí do carro e caminhei em direção ao porteiro. Depois da minha entrada ser autorizada, entrei no condomínio e andei até parar na frente da casa da Miranda. Sophie disse que ela era sua amiga aquele dia que ela bateu na minha porta enquanto eu ainda morava aqui. Então minha ex vizinha é minha única esperança para encontrar a suposta mãe do Bruno.
Bati na porta e sentindo um frio na barriga com a expectativa, esperei Miranda abrir a porta. O que não demorou para acontecer.
- Helena. - a senhora disse, sorrindo. - Você me visitando, que surpresa.
Eu costumava aparecer raramente na casa dela para tomar um café e conversar.
- Desculpa aparecer sem avisar, mas preciso conversar com a Sra. É urgente. - fui direta.
- Entra querida.
Assim que entrei na sua casa, Miranda fechou a porta e apontou para o sofá da sala.
- Senta. Fique á vontade. - disse. - Quer um café? Suco?
- Não, mas muito obrigado. Vou ser rápida. - falei, sentando no sofá que tinha a cor vermelha.
Sentando no outro sofá do outro lado da sala, Miranda esperou eu começar a falar.
- Estou procurando uma mulher e como você conhece ela pode me ajudar.
- Me fale o nome dela.
- Sophie. Ela disse que vocês são amigas.
Miranda sorriu ao ouvir aquele nome.
- Ah, Sophie. Somos amigas sim. Ela aparece aqui de vez em quando para me visitar. Sempre trás doces.
- Sabe quando ela vai aparecer de novo? Tenho urgência em falar com ela.
Miranda balançou a cabeça da forma negativa.
- Sinto muito, ela costuma aparecer sem avisar.
- Então vamos fazer assim. - falei, com uma ideia na cabeça. - Da próxima vez que ela aparecer entrega meu número para ela. Assim Sophie pode me ligar.
Vendo um papel e caneta em cima da mesinha, escrevi meu número e entreguei para Miranda.
- Claro.
Levantei e sorri para a mulher mais velha.
- Agradeço seu tempo, mas agora tenho que ir.
Me acompanhando até a porta, Miranda disse que eu podia aparecer mais vezes e eu pensei na proposta com carinho. Saindo da sua casa, andei até a casa que a Ângela se mudou recentemente.
- Ei, você não falou que vinha. - ela exclamou, assim que abriu a porta.
- Precisava resolver uma coisa aqui perto e achei que seria bom te fazer uma visita. - falei, assim que ela me deixou entrar. - Como está se adaptando?
- Bem. Essa casa é tão grande, as vezes é estranho pensar que tenho ela só pra mim. - falou, e foi até a cozinha me fazendo segui-la.
E passamos algumas horas só jogando conversa fora. O que serviu para aliviar o peso que sentia no peito.
xxxxx
Quando voltei para casa, chamei Crystal para conversar longe da mãe dela.
- Olha, eu não tenho nada a ver com o que você faz fora dessa casa, mas aqui dentro já é outra história. Não quero que traga nunca mais aqui pra dentro qualquer tipo de droga.
A garota arregalou os olhos quando se deu conta do que eu estava falando.
- Ai meu deus, eu sinto muito. Por favor, não conta pra minha mãe, aquela maconha nem é minha. Estou guardando para uma amiga. - tentou se defender.
- Eu não vou contar. Mas se o Bruno tivesse visto ele teria te demitido, então que isso não se repita.
- Não vai, eu prometo.
Resolvendo acreditar nela, eu fui ver minhas filhas. Meu celular estava no meu bolso e eu ficava atenta a qualquer barulho que ele fazia achando que era a Sophie me ligando.
Mas ela não ligou, o que me deixou mais apreensiva. Queria conversar com o Bruno sobre as minhas suspeitas, mas tinha medo de estar errada e acabar machucando ele ainda mais.
Aquela história estava me deixando tensa, e meu noivo estava certo, eu precisava relaxar. E a proposta que ele me fez no carro mais cedo de repente me pareceu bem interessante naquele momento.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro