Capítulo 27: Bagunçar Tudo
~ Bruno ON ~
Horas Atrás...
Depois de entrar no escritório do meu pai, notei que o mesmo estava sentado atrás da mesa e sua expressão não era a das melhores. Levando em consideração que meu pai raramente ficava de bom humor, não estranhei sua tensão.
- Não posso demorar, Helena vai ter alta daqui a pouco e prometi buscá-la. - falei, depois de fechar a porta.
Erguendo a cabeça para me olhar, percebi que ele parecia cansado.
- Senta, precisamos conversar. - disse, em um tom sério.
- O que aconteceu agora? Tem alguma coisa acontecendo na empresa? - perguntei, me aproximando da mesa.
Suspirando, meu pai encostou suas costas na cadeira.
- Não sei como te falar isso.
- Falar o que, pai? - questionei, já sem paciência com todo aquele mistério.
Depois de me olhar por alguns segundos, ele pareceu ter tomado uma decisão.
- Sua mãe.
Franzindo o cenho, sentei na cadeira ficando confuso.
- O que tem ela?
- Não tenho certeza, mas acho que ela está tentando se aproximar de você.
Depois de processar suas palavras, senti um gosto amargo na boca.
- Do que está falando? Por ela tentaria se aproximar de mim depois de tantos anos?
Não fazia sentido.
Parecendo inquieto, meu pai levantou da cadeira e andou até ficar de frente para a grande janela de vidro do seu escritório.
- Eu não sei. Mas ela está tentando. - exclamou. - Melhor te alertar para depois não ter surpresas no futuro.
- Você viu ela?
Tanto tempo sem ver minha mãe e eu tinha até esquecido como ela era. Depois que ela foi embora meu pai mandou tirar todos os retratos com suas fotos da mansão.
A criança que eu já fui gostou da ideia de poder ver ela de novo, mas o adulto estava confuso.
Cauteloso.
- Não. - respondeu.
- Então como sabe que é ela? - quis entender.
- É complicado, Bruno.
- Complicado? - perguntei, frustrado. - Por acaso esse é mais um jogo seu e está tentando me manipular de novo?
- Falei que nunca mais ia fazer aquilo com você. - disse, se referindo a época que tentou me forçar a casar com a Charlotte. - Eu não estou mentindo, nunca usaria isso contra você.
Sabia que falar da minha mãe machucava ele também. No fundo, meu pai nunca superou ela de verdade.
E foi por isso que acreditei nele.
Meia hora depois, eu estava dentro do meu carro enquanto tentava controlar meus pensamentos.
Por que agora? Por que não quando eu realmente precisei dela?
Foi então que lembrei daquele encontro estranho que tive com aquele mulher no hospital. Quando ela esbarrou em mim e usou um apelido que despertou memórias da minha infância.
E o reconhecimento bateu.
Era ela.
Minha mãe estava de volta.
Eu não costumava pensar muito no passado. Helena e as crianças me mantinham no presente. E pensar na minha mãe fazia um nó se formar na minha garganta.
"- Vem aqui meu super herói. - minha mãe pediu, sentada no sofá da sala. - Quem colocou essa capa nas suas costas?
Me aproximando dela, deixei que a mesma arrumasse direito o lençol que peguei da minha cama.
- Eu mesmo fiz isso. - falei, orgulhoso.
Ela sorriu.
- Lúcia não vai gostar muito disso. Ela acabou de arrumar seu quarto.
Quando fiz uma careta, ela riu tocando meu cabelo.
- Tudo bem, a gente vai inventar uma desculpa para te proteger."
Balancei a cabeça para tentar me livrar dessas lembranças.
Liguei meu carro e comecei a dirigir sem rumo.
"Bruno, não fique correndo pela casa. Assim vai acabar caindo. - minha mãe gritou, quando passei correndo pela cozinha.
Quando ela ameaçou me seguir, corri mais rápido agora rindo."
Parando o carro, respirei fundo querendo frear as memórias.
Eu não queria lembrar.
Não era justo ela aparecer do nada e bagunçar minha vida desse jeito.
Depois de sair do carro, caminhei em direção ao local que me daria exatamente o que eu precisava para esquecer. Assim que entrei na boate, parei na frente do balcão e encarei o barman.
- Preciso de algo forte. - exclamei, para o homem que trabalhava no bar.
( ... )
Depois de entrar em casa, caminhei até o sofá enquanto tentava não fazer muito barulho.
Mas, fracassei quando minha mão bateu sem querer no abajur e ele caiu no chão. Com o objeto quebrado, a sala ficou escuro. Minha sorte foi que eu já estava perto do sofá.
Sentando no sofá, fechei os olhos não me importando se tudo começou a rodar. Eu sabia que tinha passado dos limites, mas no final consegui o que queria.
Não pensei nela o dia inteiro.
Ouvindo um barulho na escada, abri o olhos e vi a Helena parada no meio da sala.
- Está sem sono? - me ouvi perguntar, querendo que ela notasse que eu tinha voltado.
- Onde você estava? - percebi certa irritação no seu tom de voz.
E eu precisava daquilo. Daquele fogo que eu amava tanto nela.
- Vem aqui. - eu pedi.
- Responde.
- Por favor, Helena, só vem aqui.
Cedendo, ela caminhou na minha direção me deixando satisfeito. Assim que sentou ao meu lado, deitei a cabeça no seu colo querendo contato.
- Você está cheirando a buteco. - comentou, depois de começar a acariciar meu cabelo. - Não vai me falar onde passou o dia inteiro?
Então voltei a lembrar da minha mãe. E as lembranças da infância também voltaram.
- Achei que fosse conseguir lidar... - exclamei, em um sussurro. - Mas eu não posso...
- O que aconteceu? - estava preocupada.
- Não sei se consigo falar disso agora. Eu só... - fiquei calado por alguns segundos. - Não sei o que pensar ainda.
Parecendo me entender, Helena me ajudou a levantar e me levou até o quarto. Depois de me deitar na cama e tirar meus sapatos, ela ficou do meu lado para tirar minha blusa. E, assim que suas mãos quentes tocaram minha barriga, eu ri.
- Helena, pelo amor, você só pensa nisso.
Sabia que isso ia estressar ela. Não achava ruim apagar o fogo que minha mulher tinha, na verdade, eu amava satisfazer ela.
Adorava a forma que ela ficava quando eu a tocava.
- Deixa de ser idiota. - agiu como eu estava esperando. - Quer saber? Fica ai.
Quando tentou se afastar, subi em cima dela ficando feliz quando a mesma não me afastou.
- Je t'aime. - murmurei, com a cabeça na curva do seu pescoço. - Você sabe disso, né?
Porque eu passaria o resto dos meus dias repetindo aquelas palavras.
- Tinha esquecido como você é um bêbado sentimental.
- Acho que te amei desde a primeira vez que te vi. - exclamei, lembrando do nosso primeiro encontro. - Aquele seu jeito marrento que adorava me provocar me deixava doido. Quando a gente ficava escondido na mansão você se segurava tanto para não gemer...
Na época eu tinha que colocar a mão na boca dela para ninguém da casa nos ouvir.
Mas, hoje não. Hoje ela podia gritar o quanto quisesse.
- Melhor que te ouvir rir era te ver gozar. Você ficava tão verme...
- Você precisa dormir, Bruno. - ela disse, e quando suas mãos voltaram a tocar meus cabelos, fechei os olhos.
- Te beijaria inteira se não tivesse sentindo como se um caminhão tivesse me atropelado.
- Amanhã você beija. Agora dorme.
E não foi necessário ela pedir uma terceira vez porque eu tinha bebido demais para ficar acordado. Minutos depois, cai no sono enquanto ela me segurava.
Ah, consegui postar ainda hoje. Como prometido aí está o Bruno narrando.
Até leitores.
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