Capítulo 12: Desconforto
Se tiver bastante comentários eu solto o próximo bem rápido.
Boa leitura.
Noite das garotas.
Foi isso que eu sugeri quando Jennifer me disse que precisava viajar novamente. Ângela adorou a ideia, ainda mais quando contei que ela poderia beber a vontade. A garota de cabelos coloridos confidenciou que estava se sentindo muito tensa nos últimos dias, e que necessitava de um momento para esfriar a cabeça.
Bruno estava em casa cuidando das meninas e por mais que eu confiasse nele com minha própria vida, sentia um aperto no peito.
E isso estava me fazendo mandar mensagem para ele a cada 5 minutos.
- Não vai ser noite das garotas se você não largar esse celular. - Jennifer exclamou, depois de sentar ao meu lado no tapete da sala.
O local escolhido para a noite foi sua casa e como ela morava sozinha, não tinhamos que nos preocupar com o barulho.
Suspirei, e deixei meu celular no chão quando o Bruno demorou um pouco para responder.
- Estou sentindo um aperto no peito. - contei, sabendo que eu podia conversar com ela.
Jennifer foi uma grande amiga na época da escola, e mesmo com toda a distância, nossa relação continuou firme.
- Você precisa beber. - Ângela, sentou do meu outro lado e vi que ela segurava uma garrafa de bebida. - Nada que uma boa dose de álcool não resolva.
- É, quem sabe relaxar ajude um pouco. - Jennifer concordou. - Você deve estar assim porque está longe das suas filhas.
Aceitei a bebida que a Ângela estendeu na minha direção e sorri.
Elas tinham razão. Eu só precisava me acalmar.
Meia hora depois Jennifer levantou do tapete para buscar mais bebidas e meu celular começou a tocar. Achando que era o Bruno, atendi no mesmo segundo.
- Como assim você vai se casar e não me contou nada? - era a voz da Beatriz, e ela estava irritada.
Ângela me olhou conseguindo ouvir os gritos da ruiva.
- É... eu ia contar. - falei, e levantei do chão.
Eu andei com a cabeça tão cheia nos últimos dias que acabei esquecendo de contar sobre meu noivado para ela.
Ótima amiga, Helena.
- Claro que ia. - ela resmungou, ainda brava.
- Olha, desculpa. - falei, me sentindo culpada. - Meu pai que te falou?
- Não. A Ângela.
Sua resposta acabou me surpreendendo.
Olhei a Ângela e vi que ela tinha voltado a beber.
- Quando ela te contou? - perguntei, curiosa.
- Hoje. Ela comentou achando que eu já sabia.
Andei até a porta querendo um pouco de privacidade.
- Achei que vocês se odiassem. - falei, em um tom baixo. - Mas pelo jeito eu estava enganada. Trocaram até número de telefone.
- Não é nada demais... - exclamou, parecendo nervosa. - A gente conversa de vez em quando.
Olhei para o meio da sala quando vi que a Jennifer tinha voltado da cozinha.
- Sei.
- Quer parar? O assunto aqui é você. - falou.
- Já pedi desculpas. Esqueci de te avisar. - falei, me encostando na parede ao lado da porta.
- Tudo bem. - disse, e ouvi ela suspirando. - Você está feliz?
Sua pergunta me fez sorrir.
- Eu estou.
- Isso que importa. - falou. - Vou precisar desligar agora, mas amanhã a gente conversa.
Me despedi dela e depois que a mesma encerrou a ligação, eu voltei a sentar no tapete.
- Problemas? - Ângela, perguntou, e vi que a garrafa na sua mão estava quase vazia.
- Não. - respondi.
- Era a Beatriz, né? - sorriu. - Ela tem um costume de gritar durante a ligação que até reconheci a voz.
Pelo jeito a ruiva e ela não conversavam só "de vez em quando" como a Beatriz falou.
- Você não vai dormir aqui, né? - Jennifer quebrou seu silêncio.
Balancei a cabeça de forma negativa.
Eu não ia conseguir dormir aqui na casa dela e deixar o Bruno sozinho com as meninas.
- Ela está bebendo por nós duas. - Jennifer disse se referindo a Ângela.
- Nem fala. Daqui a pouco apaga.
- Estou bêbada, mas não surda. - Ângela disse, me fazendo rir.
Foi bom passar aquele tempo com elas. Eu precisava daquilo e só percebi naquele momento.
Duas horas depois, me despedi das meninas e sai da casa da Jennifer.
Estava esperando o Uber quando Bruno me ligou.
- Alexia está engatinhando. - contou, quando atendi.
- Você gravou? - perguntei, odiando por não ter presenciado o momento.
Eu queria acompanhar cada movimento das nossas filhas.
- Gravei. - respondeu. - Mas as gravações vão ter um preço.
- Você está realmente negociando um vídeo da nossa filha?
- O que posso fazer? Sou um homen de negócios.
Olhei para o final da rua quando vi um carro se aproximando. Achando que era o Uber que eu pedi, me despedi do meu noivo com a promessa que eu já estava chegando.
A noite estava fria e eu me odiei por não ter trazido um casaco.
No entanto, quando o carro parou na minha frente, não foi o motorista do Uber que eu vi. Não, foi o Adam.
- Helena. - o primo do Bruno abaixou a janela e me olhou com um sorriso nos lábios. - O que faz aí sozinha?
- Estou esperando o Uber. - contei.
- Não vai ser mais necessário. Eu te dou uma carona. - falou.
Aquilo não era uma boa ideia. Bruno ia odiar me ver chegando no carro do Adam.
- Não precisa, mas obrigado. - exclamei, e olhei meu celular para ver se o motorista já estava chegando.
E me surpreendi quando vi que ele tinha cancelado a corrida.
Droga.
- Eu só não quero te deixar sozinha esperando. - Adam argumentou. - Entra. Vai ser rápido.
Respirei fundo e olhei em volta sabendo que eu não gostaria de ficar mais um minuto sozinha naquela rua escura.
- Tudo bem.
Dei a volta no carro e depois de entrar, coloquei o cinto. Lá dentro estava quente e uma música tocava baixinho no rádio.
- Como o Bruno está? Nossa última conversa não foi muito agradável. - Adam, perguntou agora dirigindo. - Você mesmo percebeu.
Olhei meu celular e vi que meu noivo tinha me enviado uma mensagem.
"Está perto?"
Sabendo que falar que eu estava com o Adam só iria estressar ele, resolvi esconder essa informação. Por enquanto pelo menos. Em casa a gente ia conversar.
"Sim. Não se preocupe."
Mandei a mensagem e olhei o Adam.
- Ele está bem. - respondi.
Adam assentiu.
Passamos 10 minutos em silêncio até que o carro começou a fazer um barulho estranho.
- O que é isso? - perguntei, com o cenho franzido.
Adam parou o carro em uma rua vazia e tirou seu cinto de segurança.
- Vou saber agora.
Ele saiu do carro e andou até a frente para abrir o capô. Não aguentando ficar parada, eu também sai para saber o que estava acontecendo.
- E aí? - questionei, quando parei ao lado dele.
- Eu não sei o que deu. Comprei ele ontem, não deveria dar defeito tão cedo. - disse, parecendo frustrado.
Cruzei os braços e olhei em volta só enxergando árvores, e mais árvores. Se eu demorasse um pouco Bruno ia começar a ficar preocupado. Eu falei que já estava chegando.
- Vou chamar outro Uber. - avisei, sabendo que deveria ter feito isso no momento que o outro motorista cancelou.
Péssima ideia ter aceitado entrar no carro do Adam.
Mas, quando fui me afastar, Adam entrou na minha frente. Andei um pouco para trás só parando quando senti o carro nas minhas costas.
- Eu vou arrumar o carro rápido. Falei que ia te levar até em casa.
- Você disse que não sabia o que estava acontecendo com o carro. - murmurei, desconfortável com sua aproximação.
- Não deve ser algo tão complicado. - disse.
Ele se aproximou mais me fazendo sentir um embrulho no estômago.
- Não precisa ficar tão perto. - falei, e quando fui me afastar, ele não deixou.
- Helena... - exclamou, e tocou meu cabelo me fazendo virar o rosto. - Está com medo de mim?
- Adam, se afasta. - pedi, já pensando em várias formas de machucar ele.
Ele sorriu não se abalando com meu tom.
- Você fica ainda mais bonita brava, sabia? - ele estava adorando aquela situação. - Bruno tirou a sorte grande com você.
Só que antes que eu pudesse impedir, Adam segurou meu pescoço e encostou seus lábios nos meus.
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