Capítulo 7
Depois de ser praticamente obrigada a ouvir suas benditas explicações, peguei uma lata de cerveja e tentei de todas as formas acalmar os ânimos dentro de mim, pois havia chegado em uma certa parte da conversa que eu preferi me levantar e procurar por uma bebida, ou não conseguiria digerir certas coisas que estavam sendo ditas para mim.
Eu não era muito fã de cervejas, mas como só encontrei delas no frigobar, peguei apenas uma e tentei vira-la de uma vez, pelo menos me serviria de consolo naquele momento.
Minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos conflitantes, e de tudo o que ele me disse, apenas duas coisas foram capazes de chamar a minha atenção, o fato dela ter ficado grávida e depois ter lhe traído.
Eu não queria ter dito nada, mas não pude deixar de debochar sobre os chifres que tinha levado, talvez assim ele sentisse o pouco da raiva que eu fiquei quando vi aquela merda de aliança em seu dedo.
E de repente um pensamento insano passou por minha cabeça, se ele estava se separando, por qual motivo ainda usava aquela porcaria?
Será que em algum momento naquele casamento por conveniência, como ele mesmo fez questão de citar mais cedo, se descobriram apaixonados e por isso ele reagiu daquele jeito quando fiz pouco caso das traições da sua ex-mulher?
Isso não poderia ser possível...
Eu sofreria demais se por um acaso isso fosse real.
O medo foi tanto que decidi me levantar daquele sofá e ir ao seu encontro, o mesmo tinha se irritado e preferiu ficar na varanda, na certa para respirar um pouco de ar puro e acalmar seus pensamentos que deviam estar tão confusos quanto os meus.
Andei cautelosamente até lá, com certo receio de me aproximar dele, pois sabia que eu tinha errado em ter falado aquilo, mas ele teria que entender o meu lado, tanto que não hesitei em fazer a bendita pergunta assim que me aproximei mais das portas de vidro.
Queria sanar todas aquelas dúvidas que insistiam em atormentar os meus pensamentos, tentei afasta-los, mas só ia me tranquilizar quando ele me dissesse a verdade.
É claro que ele me olhou com uma certa estranheza e não hesitou em responder, fazendo questão de olhar bem no fundo dos meus olhos, na certa queria mostrar o quanto estava sendo sincero.
E foi naquele momento que meu coração acelerou, feliz por ser a única pessoa que se permitiu amar e por todos aqueles anos, jamais havia me esquecido.
Depois de sua breve declaração, me aproximei mais dele, toquei seu rosto e beijei suavemente a sua bochecha, confessando que também era e sempre foi o único homem em minha vida.
Ele ficou surpreso, obviamente deve ter pensado que eu tive outros na sua ausência, na certa sua mãe pode ter pensado isso e feito a sua cabeça, mas algo em suas expressões pareceu chamar a minha atenção, fazendo-me erguer um pouco a cabeça e retribuir o seu olhar.
— Minha mãe conversou com você sobre mim no passado? — Franzi o cenho com sua pergunta, porque motivo ela precisaria ter feito isso.
— Não, quando fui procura-los para saber de você, soube por um vizinho que tinham se mudado na época. — Revelei, e ele nos guiou para uma pequena poltrona que havia perto da sacada, me surpreendendo quando me puxou para sentar em seu colo, sorri para ele e alisei seus cabelos sem acreditar que estávamos mesmo vivendo aquele momento, depois de tantos anos.
Ali nós tínhamos uma visão ampla da avenida principal e alguns prédios a nossa volta.
— Em uma de suas viagens para Nova York, a mesma me contou que você estava ciente sobre o meu casamento, agora vejo que era tudo mentira. — Contou, deixando-me chocada, com a plena capacidade que a mãe dele tinha.
Eu sabia que ela não gostava de mim e era contra o nosso relacionamento, mas não tinha ideia de que fosse capaz de mentir para simplesmente afastar de vez o seu filho de mim.
Depois que ele viajou para o intercâmbio naquela manhã, nunca mais tive noticiais dos seus pais, mas como ainda estava recente, eu não cheguei a me preocupar muito, pois nessa época ainda estava me comunicando com o filho deles normalmente.
Só fui atrás deles quando Otávio simplesmente sumiu das redes sociais e me deixou praticamente sem respostas.
Agora com tudo ás claras, eu poderia supor que tudo isso poderia simplesmente ter o dedo dela, bastava ele ligar os pontos e confrontar sua mãe.
É claro que eu não diria nada, ou ele poderia se chatear e isso era a última coisa que eu queria naquele nosso momento de paz, depois de tantas revelações dolorosas, preferimos ficar ali apenas aproveitando a companhia um do outro.
Em um certo momento tirei as luvas e comecei a fazer cafune em seus lindos cabelos negros, lembro-me que eu gostava muito de apreciar aqueles fios macios, principalmente quando estavam totalmente molhados de um banho recente.
Ele pareceu apreciar, tanto que fechou os olhos e deitou a cabeça me meu peito.
Estávamos em um momento muito bom, mas foi interrompido quando o celular dele tocou e sem querer olhei o visor e me desesperei.
Quem seria Vanessa, a ex-mulher?
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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