Capítulo 11
Eu estava tão inerte, completamente envolvida nos beijos quentes de Otávio que não percebi a hora passar, tanto que me soltei dele aos poucos e tratei de me ajeitar, pois querendo ou não eu teria que voltar ao trabalho, ou meu pai surtaria e falaria ainda mais sobre a minha capacidade de gerir essa empresa.
Ele pareceu entender, mas notei que sua cara não era das melhores, pois havia uma sombra em seu olhar, como se algo estivesse o incomodando.
— Eu te amo tanto, parece até um sonho. — Falei, tocando seu rosto, fazendo o mesmo fechar os olhos apenas para sentir a minha leve caricia.
— Eu esperei tanto por esse momento, mas ainda temos coisas a acertar, precisamos conversar. — Contou, e eu concordei, pois sabia que ele não estava bem e com toda a certeza lhe daria total atenção para me explicar o que estava acontecendo.
Nos afastamos rapidamente quando passos ecoaram pela cantina, pois estava quase na hora do almoço e os funcionários estariam se organizando para se servir, tanto que nos despedimos rapidamente e prometi encontra-lo depois do expediente, bastava eu conversar com a minha irmã e sair no meio da noite como das outras vezes.
Horas depois, já havíamos almoçado e enquanto ele seguia para a saída, voltei para a sala de Marketing, notando as meninas me olhando de um jeito estranho, cheias de risinhos e cochichos, pareciam até que estavam fofocando sobre a minha vida, como era de costume em certas ocasiões.
Coloquei as mãos na cintura e encarei-as, querendo saber o que tanto fuxicavam, mas elas simplesmente ficaram serias e voltaram ao trabalho, na certa com medo dos barracos que eu costumava dar aqui dentro.
Eu sabia que não era uma boa conduta, mas as vezes meu pai me irritava ao extremo, tanto que no dia em que veio me comunicar que tinha me prometido ao filho de Heitor Magalhaes, eu não perdi tempo, armei um escândalo tão grande que todos da empresa vieram saber o que de fato estava acontecendo.
Era óbvio que ele morreu de vergonha e me puxou para dentro de sua sala rapidamente, só não chegamos a sair na porrada porque ele era mais velho e eu lhe devia respeito por ser meu pai, mas eu tinha certeza de que ele parecia que esquecia disso as vezes, na certa era porque queria que eu fosse um homem ao invés de uma mulher.
Não tenho culpa, então ele que me aceitei do jeito que sou e pare de complicar ainda mais a minha vida.
Sentei-me em minha mesa de frente para o computador e passei a fazer o meu trabalho, pois era a única coisa que eu tinha para me entreter até a hora de me encontrar novamente com meu amor.
Estava distraída fazendo umas logo marcas novas quando uma das meninas se aproximou de mim, parecia cautelosa, na certa estava com medo por ter que falar comigo.
— Agente soube que você está noiva do Joel Magalhães! — Exclamou, franzindo os lábios e se preparando para voltar ao seu lugar, mas antes que fizesse isso.
Levantei-me e fui para o centro da sala, pois iria desmentir esse boato agora mesmo.
— Isso é uma grande mentira, não estou noiva de ninguém. — Falei, me certificando de que todas ali presentes tinham ouvido.
Apenas acenaram com a cabeça e voltaram aos seus afazeres, na certa iriam espalhar a nova informação por aí e eu estava realmente contanto com isso, pois não me casaria por contrato nem se por acaso meu pai me deserdasse, como já ameaçou diversas vezes.
Depois da minha revelação, voltei ao trabalho e esperei que as horas andassem rapidamente, pois eu estava ansiosa e queria de todo jeito sair daqui e ir direto para o hotel que ele estava hospedado desde que voltou ao Brasil.
E uma coisa começou a martelar a minha cabeça, porque ele preferiu um hotel se poderia ter ido para a casa dos pais?
Isso foi uma pergunta que não tive como lhe fazer assim que nos vimos e com toda a certeza agora eu aproveitaria a oportunidade para saber mais sobre sua família, que sumiram depois que o mesmo viajou para o seu intercâmbio e desde aquela época não tinha mais contato com ninguém a não ser a antiga empregada do apartamento que me falou na época que foi dispensada por conta da distância em que eles foram morar, tentei persuadi-la para me dizer o endereço mais a mesma jurou que não sabia ou eu tinha ido lá e conversado pelo menos com o pai dele que gostava muito de mim e torcia pelo nosso relacionamento.
Sorri, pensando naquela época, em como eramos felizes e de repente tudo se desfez quando recebeu aquela proposta, eu jamais teria impedido ele de seguir seus sonhos, pois acreditava nele e sabia da sua competência, tanto que hoje é um dos melhores advogados de Nova York, tudo isso graças aos seus esforços.
Enquanto eu ainda luto para ser reconhecida pelo meu próprio pai que faz questão de me desvalorizar e dizer que não tenho nenhuma competência.
Me matei naquela faculdade para ser a melhor e ganhar pelo menos um elogio seu, e isso nunca veio.
Com o tempo, me acostumei com seu jeito, mas agora depois que tentou me casar forçada sem o meu consentimento, estou prestes a lutar ainda mais pelos meus direitos e quem sabe conseguir o que tanto almejo, ser a melhor CEO que essa empresa já teve.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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