Christian

UMA GAROTA SAIU CORRENDO E empurrou Ariana. Com o impacto, seu corpo de chocou ao meu.

Sinceramente, eu sentia falta do seu calor. Mas esse transe foi por apenas alguns segundos. Logo, os gritos da ganhadora me alertaram da realidade e eu empurrei Ariana para longe. Aquilo não era apropriado. Mesmo não amando Carmen, estávamos noivos.

Me perguntava se tudo que havia dito era verdade. Queria que fosse, que ela tivesse me deixado por esse motivo realmente bom, mas talvez fosse mais um joguinho seu.

Eu estava indeciso. Até mesmo reis podiam não saber o que fazer. Até mesmo reis podiam estar divididos entre seus sentimentos. Entre o certo e o errado.

— Majestade, eu ganhei! — comemorou a garota. — Qual é meu prêmio?

— Não posso dizer agora. É necessário a senhorita e o outro ganhador estarem juntos.

— Certo. — ela parecia um pouco chateada. — Mas, agora, como saio desse labirinto?

— Me sigam, eu conheço esse labirinto inteiro.

Nos três fomos andando. Lembrei de quando era criança e que me perdia inúmeras vezes. Eu conhecia cada caminho na palma da minhas mãos. Eu não conseguia parar de pensar no que Ariana havia me dito. Afinal, deveria confiar nela? Eu deveria ver essas provas... Pelo histórico familiar, os Del Luna não eram mesmo confiáveis. Mas as vantagens de nos casarmos eram inúmeras.

Quando chegamos na entrada, a ganhadora mostrou sua rosa e foi recebida com uma chuva de fotos. A outra ganhadora também já havia saído do labirinto e tirava fotos ao lado de Carmen.

— Já que todos estamos aqui, qual o meu prêmio?

— Um jantar com o outro ganhador com os noivos e participação em um ensaio para o casamento! — disse Gothel, a mulher que sempre acompanhava Carmen.

As ganhadoras comemoraram, enquanto outras pessoas se lamentavam por não terem ganhado e as parabenizavam.

— Quais são seus nomes, mesmo? — perguntei.

— Eu sou Jessica.

— Eu sou Alice.

— Com licença, Majestade, Sua graça...

Ariana se afastou. Ela parecia triste. Um lado meu se incomodava com aquilo, enquanto outro estava feliz. Durante o resto do evento, não a avistei mais. De qualquer forma, amanhã nós veríamos no primeiro ensaio de casamento. Recoloquei a máscara sobre meu rosto e deixei de ser eu, sendo o rei que todos queriam de novo.

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Ariana

A costureira real Alana não dizia nada, mas eu sentia um gostinho de vitória vindo dela.

Ótimo. Agora Carmen e os rebeldes, todos sabem sobre nós.

Ela me jogou nesse joguinho da marquesa, para me tornar uma das sete madrinhas. Mas, sendo sincera, o que elas ganham com isso? Me atingem? Não vou deixar experimentarem nem mais um pouco desse banquete. Se querem briga, vai ter briga. Se gostam de boatos, é minha vez de criá-los. Vamos abalar um pouco o jogo...

— Pronto, terminei o único ajuste que precisava. Você está tão linda nesse vestido!

— Obrigada! É uma honra ser madrinha em um casamento real!

Me aproximei das outras seis desconhecidas, que vestiam-se igual a mim e recebiam as instruções do que faríamos no casamento pela governanta carrancuda Gothel. Saímos da sala de se vestir e fomos até o altar e ela nos mostrou nossas posições.

Avistei Isabel se aproximando. Eu não a tinha visto antes. Ela estava bem diferente. Passou os últimos quatro anos na Coreia do Sul. Ela passou andando como um furacão e chegou ao lado do irmão, dizendo bem algo:

— Chris, você tem certeza que quer se casar com Carmen? Você não a ama.

Ele parecia nervoso.