13 || U m e s t r a n h o
Ariana
EU ME LEVANTEI, TENTANDO ME recompor.
— Não sou uma princesa.
— Mas devo dizer que parece muito com uma.
Cruzei os braços.
— Provavelmente usa essa cantada com todas, certo?
Virei de costas e segui em direção aos portões. Havia um amontoado de pessoas querendo prestar respeito ao falecido rei, assim como diversos repórteres. A chuva continuava não me molhando. Ele estendia seu braço para cima com guarda-chuva.
— Estava apenas tentando ser educado.
— Não preciso de sua ajuda, obrigada. — disse ríspida. — E pode parar de me seguir.
Ele não me obedeceu.
— Quem pediu para você me seguir? Meu pai ou o príncipe Christian? Quero dizer, rei Christian...
Chamar Chris de rei soava entranho na minha boca.
— Ninguém pediu para eu te seguir. Apenas não gosto de ver nenhuma garota bonita tomando chuva. Leve isso com você.
Ele me estendeu sua sombrinha preta. Ainda um tanto desconfiada, aceitei.
— Certo, obrigada...
— Felix. Meu nome é Felix.
Peguei o guarda-chuva e continuei andando sem rumo pelas melancólicas ruas de Ephilia. Eu não era boba nem nada, sabia que estava em constante risco de estar sendo vigiado ou enganada pelos rebeldes. Algo dentro de mim dizia para eu não confiar naquele homen... Mas outra parte desejava ter alguém em que pudesse confiar, assim como eu havia confiado no príncipe que agora era rei.
- ••• -
"21 DIAS PARA O CASAMENTO REAL..."
Diferente dos dias anteriores, o de hoje amanheceu ensolarado como se a esperança tivesse surgido após uma grande tempestade de tristeza.
Havia uma coisa importante: o primeiro evento pré-matrimonial. À essa altura, mais convidados haviam chegado, lotando o castelo e os hotéis mais próximos. O número deles duplicou. O início do casamento tinha oficialmente começado, com diversas atividades festivas. Eu me perguntava sobre a segurança da população, talvez os rebeldes atacassem algo ou alguém importante para garantir que tudo desse certo e ferisse diversas pessoas.
Decidi colocar um confortável vestido azul com flores havaianas brancas como estampa e uma rasteirinha dourada. Coloquei dois brincos de argola dourados e escondi o colar dado por Chris por debaixo da roupa. Eu ainda não tinha coragem de retirá-lo.
O jardim estava espetacularmente lindo! A primavera mostrava seus resultados e,
na luz da manhã, tudo parecia mais vivo.
— Bom dia — falei, cumprimentado com um sorriso simpático quem passava junto de mim.
— Ari! Senta aqui! — minha irmã gritou. Identifiquei a mesa onde meu pai, minha madrasta e Gabriela se encontravam e me aproximei.
— Oi, pai, mãe, Gabi!
— Pedi para que reservassem os lugares de suas amigas nessa mesa. — Anastacia disse.
Me sentei ao lado de Gabriela, estranhando minha madrasta aparentar transbordar felicidade de repente.
— Obrigada... Mas por que está você está tão feliz?
— Você acabou de me chamar de mãe.
Eu nem tinha percebido que havia dito isso. Parecia ter sido automático... Porque, para mim, ela havia se tornado uma. A forma que me tratava, o carinho que me dava mesmo eu sendo inicialmente grossa e indelicada muitas vezes. Minha mãe, Jane, nunca seria substituída, mas em meu coração, Anastácia ocupava um lugar próximo ao seu lado. Como uma segunda mãe.
PARTE 2 PRÓXIMA SEMANA
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