Christian

JUREI QUASE TER VISTO ela.

A garota em frente ao portão de entrada do castelo parecia Ariana. Talvez fosse apenas uma impressão. E talvez fosse melhor assim.

Não acho que ela teria a coragem de aparecer depois de tudo que fez. Ainda lembro de suas palavras.

"Chris, precisamos conversar..."

"Algo de errado?"

"Amanhã vou viajar para Miami para já me preparar para a faculdade de design gráfico."

"Parabéns!"

"Mas tem um problema... eu estou indo para não voltar mais."

"O que? Por quê?"

"Acho que... deveríamos terminar de vez."

"Ariana, eu não entendo, eu..."
"Me explica..."

"Vai ser melhor pra nós! Só, só me deixa em paz, Christian!"

Particularmente não sei o que ela realmente quis comigo ou por que foi embora. Eu não era bom o suficiente? Ela queria não ter distrações em seus estudos? Ela queria apenas um pouco da atenção da mídia através de um príncipe, mas logo enjoou disso tudo? Ela gostava de iludir as pessoas?

Não foi apenas eu. Seu pai e minha tia também não entendiam. Ele, especificamente, era o mais parecia afetado quando Gabriela dizia em momentos aleatórios que queria irmã de volta. Ela fazia isso com bastante frequência.

— Como se sente, Chris? Você está prestes a se tornar rei! — Amélia disse, sorrindo. — Eu vi algumas dos preparativos do casamento e coroação e digo que está tudo muito lindo!

Minha madrinha percebeu como eu estava pensativo e quieto.

— O que te incomoda? Você sabe que pode falar comigo sobre tudo.

— Nada. Eu prefiro manter isso para mim mesmo.

— Certo, mas saiba que sempre pode contar comigo para qualquer coisa.

Estávamos indo para um evento beneficente para promover a abertura de uma nova creche pública. Mais tarde, ocorreria um outro evento, desta vez, mais formal para receber os primeiros convidados do casamento.

Me concentrei na pasta de informações no meu colo e o tempo passou mais rápido.

-•••-

Ariana

— Mamãe, papai, vejam! É a irmãzinha! Ela voltou!

— Gabriela, o que está dizendo...?

Ao virarem de costas, ambos ficaram boquiabertos e Anastácia se calou na hora. Ninguém dizia nada ou dava um passo. Um ou dois minutos se passaram, e eu não resisti mais, corri até meu pai e lhe abracei forte. O mesmo retribuiu com mais força ainda. Ficamos chorando, um junto ao outro.

— Senti tanta falta sua, pai! — sussurrei.

— Também senti sua falta, querida. Me perdoe por tudo que te fiz. — pediu. — Você está tão crescida! Já se tornou uma adulta, e eu perdi isso! Desculpe não ter insistido em te visitar quando negou, desculpe ser ausente e ...

— Pai, tá tudo bem, juro. — tranquilizei-lhe.

Nos afastamos e desta vez foi Anastácia quem me abraçou apertadamente.

— Você está tão bonita pessoalmente, Ari! Ficamos com saudades esse tempo todo! Você finalmente veio... Temos tanto o que conversar!

Ambos começaram a me bombardear de perguntas. Se eu estava bem, se precisava de algo...

— Já chega, papai, mamãe! — a princesinha gritou. — Agora é hora da irmãzinha e eu brincarmos!

Gabriela segurou minha mão e me puxou com toda força que tinha — convenhamos que não era muita.

— Gabi, agora não dá, eu tenho muito papo para por em dia com papai e mamãe e alguns assuntos importantes para dizer a eles. Podemos ir a um lugar mais reservado?

Ela fez um beicinho superfofo, implorando para irmos brincar. Foi difícil dizer não.

— Ficarei o resto do dia com você. — prometi e ela finalmente nos deixou ir embora.

-•••-

— Sua irmã é muito fofa — Lídia disse.

— Obrigada.

Eu, ela, Emily, meu pai e Anastácia estávamos em um escritório da minha madrasta.

— Pai, Ana, eu vim aqui por um motivo, o mesmo de ter ido embora. — confessei. — O ataque dos rebeldes.

— Como assim?

Contei-lhes tudo, desde a ameaça até meus planos de retorno após o "Herdeiro Bastardo" ter descumpridor sua parte do acordo. Eles voltaram com os ataques terroristas e tiraram mais vidas inocentes. Anastácia parecia saber algo a mais, parecia nervosa, e o choque no rosto de meu pai era óbvio.

— Ari, isso é muito sério. Você não sabe quão perigosos eles são. Eu perdi meus pais por causa disso. — minha madrasta declarou. — É difícil, mas vou ter que te contar essa história.