Ariana

ERA UM FATO QUE A noiva de Christian, a marquesa Carmen Del Luna estava relacionada a tudo isso.

Não era atoa que os rebeldes exigiram que eu deixasse eles se casarem. Certamente era ela um deles e, baseando-se nisso, meu plano começava. Eu precisava de uma confissão dela ou de alguém declarado rebelde. Eu precisava expô-los. Eu precisava do diário, ou, melhor falando, das páginas que faltavam dele, escondidas no seu antigo quarto.

Passei dois anos pesquisando até que encontrei em um livro digitalizado da Biblioteca Real de Rosabella a existência de uma possível ligação com o sobrenome Harrison à família Del Luna. A filha gêmea, talvez herdeira legítima do trono, poderia ter se casado com um Del Luna.

Morgana citava em algumas páginas ter o costume de esconder coisas que deveriam permanecer em segredo em vários fundos, paredes falsos. Inclusive certidões de de casamento da sua família. Ela ficou hospedada no quarto andar, nos quartos destinados a membros da família real por mais de vinte anos.

Quando deixei Ephilia, eu não deixei tudo. Ainda possuía poucas amizades. Mais especificamente com uma das costureiras reais. Alana era poucos anos mais velha que eu, então logo nos tornamos amigas. Eu amava os vestidos feitos por ela, e a mesma frequentemente me enviava fotos perguntando minha opinião. Quando realmente confirmei que ela não era uma rebelde e lhe contei sobre meu plano, Alana aceitou ajudar.

Precisávamos checar cada fundo falso dos quartos do quarto andar e encontrar o que ela tanto guardava para provar essa ligação e denunciar os crimes feito pela marquesa. Após ter isso em mãos, eu mesma enfrentaria ela cara a cara e, finalmente, minha família estaria segura.

Peguei o meu caderno e abri ele sobre a coma. Havia diversas fotos e provas que eu coletei ao longo dos anos.

Eu, Emily e Lídia estávamos dividindo um quarto de hóspedes. Alana olhava tudo chocada.

– Meu primo morreu em um dos atentados, eles fizeram tudo isso pelo trono... — disse com os olhos arregalados. — Pode ter certeza que vou ajudar vocês.

Ela retirou o celular do bolso e abriu a câmera e tirou uma foto. Rapidamente impedi, colocando minha mal na frente.

— Sem fotos, por favor.

— Certo.

Ela saiu do quarto dando uma desculpa qualquer, andando rapidamente. Lídia me olhava séria.

— O que é? — perguntei.

— Ela não me parece confiável. — Lídia disse. — Vi um pouco de raiva em seu olhar. Como não sabe se ela não é uma rebelde?

— Conheço ela a quatro anos. Droga! Será que ela vai nos expor?

— Deixa que eu resolvo isso. — Emily falou.

Ela saiu correndo do quarto e minutos depois voltou com um sorriso grande e um celular com tela trincada.

— Ela ganhou um olho roxo e com certeza ficará calada. Já eu ganhei um celular quebrado. Pode ter certeza que não falará nada sobre nós.

Emily me entregou.

— Alana disse a senha?

— É 1, 6, 8 e 9.

Desbloqueei e abri o WhatsApp. Havia um cinco grupo chamado herdeiro bastardo que estavam lotados.

— Parece que temos uma rebelde que sabe dos nossos planos e vai nos delatar. Precisamos ter cuidado. — disse, já vendo a merda em que estava me metendo.