05 - Eu quero te ajudar
Sina Deinert
Acordo sentindo minha cabeça doer um pouco. Assim que ganho consciência novamente, me lembro do que acorreu a algumas horas atrás.
Ah não
Não podia ser. Não acredito que deixei isso acontecer. Não posso me abrir desse jeito com ele, Noah mexeu comigo, tenho que admitir. Parece que ele adquiriu uma certa preocupação comigo, algo que ninguém tinha feito, a não ser Josh.
Levanto da minha cama e avisto uma caixinha branca com um bilhete em cima. Apanho o pequeno papel
Desculpa por mais cedo, prometo que não te dou mais café da manhã, espero que esteja melhor
Ass: o cara do apartamento de cima
Sorrio involuntariamente e abri a caixinha. Assim que tiro o papel branco, vejo meu castelinho com a bailarina giratória.
Ele concertou.
Tiro o castelinho da caixa e puxo a cordinha traseira dele. A música clássica começa a tocar e no mesmo instante parece que todo o peso que tinha em mim foi instantaneamente tirado de todo meu corpo.
Vou até meu armário - que arrumei uma parte ontem - pego minha mochila esportiva, ponho uma roupa mais confortável. Na cozinha, enchi minha garrafinha de água, e saio do meu apartamento, trancando a porta em seguida.
- Bom dia, um machiatto com canela, por favor - peço a garçonete do café no mesmo estabelecimento onde eu moro.
- Nome? - ela anota o pedido no tablet do caixa.
- Sina - sorrio fraco para ela e pego dinheiro em minha bolsa
- 5 minutos
- Obrigada - agradeço e me afasto da bancada. Assim que meu café fica pronto, vou em direção a saída e recontro quem eu menos queria.
- Ei, tá tudo bem? - o moreno de olhos verdes esbarra em mim -por sorte meu café não caiu- e me segura delicadamente como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
- C-claro, tudo ótimo - me desvencilho dele e arrumo minha postura.
- Não acho que esteja tão bem assim - ele me olha, e parece que está perfurando minha alma.
- Mas está - sou rude.
- Opa, em nenhum momento fui mal educado - encolho os ombros como se fosse uma criança tomando bronca dos pais.
- Me desculpa. Se me dá licença, preciso sair.
- Estou de carro, quer que eu te leve? - oferece de forma gentil.
- Não precisa, posso ir a pé
- Aonde você vai?
- Tenho um compromisso agora - limpo a garganta e abro a porta do café
- Ei, espera Sina! - ele me para na calçada - Eu te levo, vamos – vi que eu não conseguiria discutir
- Okay, vamos logo – ando na frente dele
- Sina – continuo andando – o Sina, olha aqui – não dou bola e continuo andando – Sina!
- O que é caramba – me irrito e viro para ele
- O carro... – ele ri fraco – ta para o outro lado – ele começa a gargalhar
- E por que não me falou antes?
- Porque você não deixou – ele da de ombros e pega na minha mão. Na mesma hora, sinto um arrepio. Não sei o que está acontecendo comigo.
[...]
- É aqui? – Noah pergunta quando chegamos ao Studio da Sabina
- Sim – engulo em seco
- Você está bem? – ele percebe o meu desconforto
- Sim, eu só... – balanço a cabeça, agora não é hora, Sina – nada. Muito obrigada pela carona, eu vou indo.
Solto meu cinto, e assim que estou prestes a sair do carro, sinto sua mão me puxando para dentro e seu rosto fica a centímetros do meu.
- Você sabe que pode se abrir comigo não sabe? – sussurra pondo a mecha do meu cabelo para atrás da minha orelha. Um arrepio passa pelo meu corpo de repente. O que ele está fazendo comigo?
- Noah... – suspiro com sua caricia em meu rosto
- Sina, eu quero te ajudar a superar tudo o que te incomoda ai dentro – ele toca no meu coração – mas para isso você precisa me deixar te ajudar. Quero poder te proteger de tudo isso que te amedronta, quero ser alguém com quem você possa contar e desabafar. Eu estou aqui para o que você precisar.
Meu mundo parecer congelar. E eu seguro a vontade imensa de chorar. Além do Josh, eu nunca tive alguém que me dissesse essas palavras, me fizesse querer dizer tudo que me faz ser essa pessoa fechada que eu virei.
Pareço estupida dizendo isso, mas ficar trancada dentro de um quarto por meses sem conseguir levantar da cama por medo do que aconteceria la fora me faz ter medo de tudo ao meu redor. Uma adolescente sem o apoio dos pais, sem amigos, sem vontade de viver... Eu achava que poderia ser feliz, mas infelizmente, a vida me deu um capote e tanto, desde aquele dia, eu posso dizer que nunca mais fui feliz desse jeito.
Sinto vontade de chorar com esse carinho de Noah por mim, posso sentir que ele fala a verdade, seus olhos brilham ao dizer que quer me ajudar. Estou me entregando a ele por esses simples gestos, que nunca pude receber de alguém.
Ele se aproxima ainda mais, me olha, esperando eu dizer algo.
- Obrigada – sussurro fechando os olhos – eu nunca recebi esse carinho que você está demonstrando por mim, Noah. De verdade, eu n-não sei como te agradecer por isso...
- Você não precisa, Sina – ele sorri – basta só confiar em mim, e me deixar te ajudar – Noah segura meu rosto com suas duas mãos e limpa minhas lagrimas com seus polegares.
- E-eu não sei se consigo, Noah. Foram tantas coisas que eu não sei co... – de repente, sinto lábios macios selados aos meus.
Noah me beijou.
Não protestei, não consegui fazer nada. Por um instante fiquei imóvel, mas de algum jeito me senti segura. Delicadamente, ele pede passagem com a língua e me sinto nas nuvens.
Seu beijo é viciante. Nossas línguas brigam por espaço, sua mão desce para minha cintura e da um leve aperto. Com minha mão em sua nuca, dou pequenos e leves arranhões na região. Nos separamos centímetros, pela maldita da falta de ar, mas sem que eu pudesse pensar em me afastar, Noah junta nossos lábios novamente, mas dessa vez o beijo parece estar mais lento.
Nos afastamos, e finalizamos o beijo com selinhos. Noah me olha com sorrisos e eu não poderia me sentir mais segura. Não acredito que depois de tanto tempo, estou sentindo isso com alguém, e eu fico extremamente feliz que esteja sentindo com Noah.
Ele parece não perceber que estou de bem com isso, e me olha assustado assim que volta de sua própria bolha atordoada – assim como eu.
- Sina, me desculpa eu... – calo ele com um selinho
- Ta tudo bem – sussurro e sorrio fraco – fico feliz que fez isso. Obrigada por querer me ajudar.
- Eu estou disposto a te ajudar a superar isso Sina, e pode ter certeza, que eu e Sofya estaremos aqui por você – sorri e beija meus lábios novamente.
- Obrigada, eu não tenho palavras pra descrever o que significa para mim – sorrio e limpo minhas lagrimas novamente. Assim que pego minha bolsa, Noah me beija novamente – Eu preciso ir...
- Agora que ficou bom? – sorri maliciosamente
- Para Noah – coro e me afasto. Confesso que estou meio anestesiada, mas preciso ir devagar, não quero estragar tudo de novo.
- Okay, me desculpa. Eu vou devagar, prometo – sorri e da um beijo na minha testa – Janta em casa com a gente hoje... – me pede com um sorriso ordinário
- Talvez, vou pensar – rio – se você prometer não me agarrar como da outra vez
- Eu não agarrei ninguém – levanta as mãos em sinal de rendição
- Tchau, Noah
- Tchau, Sina – manda um beijo no ar para mim e sorrio feito boba atravessando a rua
Agora eu teria outro desafio a encarar.
Entro no studio de Sabina, receosa por lembrar de tudo que aconteceu. Eu era extremamente próxima de sabina, até eu começar a namorar o Leo. A partir daí, não nos falamos mais. Não sei se ela guarda algum tipo de rancor, mas eu preciso voltar falar com ela, para iniciar minha 'nova vida'.
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VOLTEI 🫶🏻
Vamos iniciar esse ano com mais um capítulo! Também queria começar com metas para postar os capítulos. Vai funcionar assim: Vou estabelecer metas de votos e comentários, e quando atingirmos a meta, posto um novo capítulo!!! Conto com vocês ;)
META: 15 votos e 10 comentários!! Compartilhem a fanfic, sei que vocês conseguem 😉
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