Capítulo Único
John levantou com uma enorme dor de cabeça, podia jurar que não dormira por pelo menos umas duas horas e sua noite de sono não passara de um simples cochilo.
Assim que se sentou na beirada da cama sentiu uma tontura dominar sua visão e a cabeça latejar ainda mais. Piscou algumas vezes, para que sua visão ficasse nítida e passou as mãos pelo cabelo loiro tentando se lembrar o que acontecera no dia anterior.
Olhou para os lados, seu quarto estava bagunçado, as roupas de sua filha estavam jogadas na cama e o chão repleto de papéis de presentes rasgados e alguns que ainda precisavam ser abertos.
Um sorriso dominou o rosto do loiro, no dia anterior fora o aniversário de 6 anos de Rosie e ele tivera a ideia de fazer uma festa surpresa para a filha, o que o surpreendeu ainda mais, foi o fato de Sherlock ser o primeiro a aceitar a ideia, ele literalmente adorava a garota, principalmente porque ela adorava as experiências malucas que o moreno fazia e o modo como explicava as coisas.
Na manhã passada ficou arrumando a casa para a festa enquanto Sherlock distraía Rosie com um passeio, cujo qual ele podia jurar que Sherlock a levara para o Museu de Anatômica ou para uma exposição de venenos de cobra. Em certos momentos John nem gostava de imaginar os lugares em que Sherlock levava Rosie.
Fazia algum tempo que John se mudara novamente para o 221B da Baker Street junto com Rosie, sempre afirmando que a casa em que morava era grande demais apenas para os dois e lhe trazia lembranças de Mary. No dia anterior o apartamento, que já não era muito grande, aparentava estar ainda menor com tanta criança.
John havia enfeitado as paredes com fitas rosas e brancas, espalhara balões coloridos por todo o apartamento e com a ajuda da Sra. Hudson, preparou um bolo de dois andares para a pequena que exigiu que a vela fosse em formato de violino, já que Sherlock estava ensinado a garota a tocar o instrumento.
O estresse de procurar essa vela por praticamente todos os mercados de Londres, a arrumação da casa, ter que aturar a Sra. Hudson falando a cada cinco minutos "Não pense que vou cuidar dessas crianças na festa, servir doces ou algo assim. Não sou sua empregada John Watson, estou fazendo o bolo apenas porque tenho um grande carinho por essa pequena.". Citando também a preocupação com Rosie e pensando se ela chegaria viva para sua festa ou viraria cobaia de algum experimento do detetive.
Mas todo o nervosismo sumiu quando Sra. Hudson viu Sherlock se aproximando do 221B com Rosie. A alegria da menina era indescritível perante toda aquela surpresa, seus olhos brilhavam ao ver tudo aquilo, deu alguns passos para o centro da sala analisando cada detalhe, após receber um abraço coletivo de seus amigos, correu para os braços de John o enchendo de beijos.
John continuava sentado na beira da cama relembrando os acontecimentos do dia anterior e quando a festa acabou e todos foram embora, enquanto Rosie brincava com alguns dos brinquedos que havia ganhado, ele e Sherlock tentavam arrumar um pouco a bagunça, John fora até seu quarto, cujo qual dividia com Rosie, tentara arrumar algumas coisas para abrir espaço, mas acabou deitando na cama e pegando no sono.
Após alguns minutos parado olhando para um ponto qualquer com um sorriso no rosto, levantou e foi em direção a sala. O ambiente estava mais bagunçado do que antes, sinal de que Sherlock havia brincado com Rosie, definitivamente o moreno parecia uma criança, as vezes até pior do que sua filha.
Deu mais alguns passos adiante da sala e se deparou com uma das imagens mais fofas que já vira nos últimos dias. Sherlock estava deitado no sofá, praticamente capotado pelo sono, e em seu colo, Rosie dormia confortavelmente e como um impulso ou algo do tipo, o braço do moreno apoiava as costas da garota para que ela não escorregasse.
John ficou alguns minutos parado observando a cena. Tinha sorte de ter encontrado um amigo como Sherlock, enfrentara muitas coisas difíceis em sua vida, havia visto mortes, inclusive a de sua própria esposa, nunca mais tivera a chance de rever sua família após a guerra, mas Sherlock era tão especial que conseguia cobrir todas as feridas de John, se sentia inteiro quando estava perto do amigo, como se tudo que vivera em sua vida tivesse valido a pena, pois cada paço que havia dado o levara até Sherlock e agora ele estava observando as pessoas mais importantes de sua vida, dois seres fortes, corajosos, divertidos, inteligentes e frágeis, mas aqueles seres eram sua família as coisas mais preciosas que podia ter.
John se aproximou lentamente, afastou cuidadosamente o braço do moreno para que ele não acordasse, pegou Rosie e a levou para sua cama.
- Bom Dia papai. - Rosie acordara no momento em que John saia do quarto.
- Então minha princesa já despertou? - John se aproximou da cama e deu um beijo na testa da pequena. - Espero que não tenha cansado demais o tio Sherlock.
- Estávamos brincando de piratas. - Rose enlaça os bracinhos pequenos no pescoço do loiro, dando um abraço longo e apertado. - Sabia que ele brincava de pirata quando era pequeno?
- Sim, eu sei. - John sorriu, imaginando o quão fofo Sherlock era quando era criança e como ele estava se saindo bem cuidando de Rosie.
- Posso brincar com o Tio Sherly? - Rosie encarou o rosto de John, abrindo seus olhos e fazendo um biquinho com a boca.
O loiro sempre se derretia com aquele apelo da menina, mas sabia que Sherlock estava cansado e não queria perturbar o moreno, já que ele fizera tanta coisa por ele, agora merecia deixá-lo descansar.
- A Sra. Hudson deve ter deixado seu café pronto. Vá comer depois você brinca, ok?
A menina fez uma careta, indicando que não havia gostado da ideia, mas acabou cedendo e indo para a cozinha.
John voltou para a sala com o objetivo de se sentar e ler o jornal, mas não pode deixar de notar a cabeça de Sherlock, que havia escorregando da almofada e estava encostada de mal jeito.
O loiro arrumou o cabeça do moreno, deixando -a de um jeito confortável no sofá, mas não pode deixar de notar na beleza de Sherlock, que mais parecia um bebê dormindo com aqueles cachinhos que lhe cobriam parte do rosto.
Permaneceu parado observando o moreno dormir, analisando cada contorno do rosto, aquela pele branca quase pálida, mas que lhe trazia uma peculiaridade única. Como um impulso, John ergueu a mão para acariciar o rosto do moreno, mas foi interrompido ao perceber que os olhos azuis-esverdeados do moreno estavam o observando naquele exato momento.
John ficou paralisado ao mesmo tempo confuso com o que estava prestes a fazer, não sabia se inventava uma desculpa ou levantava e fingia que nada havia acontecido. Permanecia parado a milímetros de distância do rosto do amigo, podia sentir sua respiração e aqueles olhos o prendiam ainda mais, se pudesse passaria a eternidade admirando aquelas cores indecifráveis. Mas antes mesmo que pudesse inventar algo, foi interrompido.
- Está tentando deduzir o que eu estava sonhando? - Sherlock sorri e fixa ainda mais o olhar no amigo.
- Acho que não sou tão bom quanto você. - O loiro riu.
John, que estava praticamente deitado em cima do moreno, ao perceber seus atos levantou bruscamente e os dois se sentaram lado a lado no sofá.
- Obrigado por estar cuidando de Rosie. Sua presença é muito importante pra ela. - John fixa o olhar no rosto de Sherlock e em nenhum momento hesitaria em sair daquela posição, visto que sempre que olhava para o moreno uma sensação de tranquilidade e conforto o dominavam.
- Eu faço isso porque vocês são minha família agora. - Sherlock desvia o olhar do rosto de John, um semblante de tristeza e culpa toma sua face. - Afinal, fui eu quem destruiu parte dela.
John sentiu um sentimento ainda maior de culpa. Podia sim ter ficado com raiva dele e colocado a morte de Mary em suas costas, mas com um tempo entendeu que ela havia dado um valor para a vida do moreno, algo que nem ele ou Sherlock poderiam pagar e tudo o que não queria naquele momento era relembrar desse passado e deixar a pessoa com quem mais se importava sofrer.
- Você não teve culpa. - Pousou a mão na bochecha do amigo e começou a acariciar sua face, Sherlock seguia as mãos do loiro contornarem seu rosto. - Ninguém teve, Mary escolheu o destino dela e me abriu uma nova porta.
- Agradeço por deixar eu cuidar de Rosie, ela é fantástica e está me possibilitando sentir coisas que nunca senti antes.
- Como? - Os corpos de ambos estavam cada vez mais próximos sem que nenhum dos dois se dessem conta do que estavam fazendo.
- Como a sensação de me importar verdadeiramente com alguém. - Sherlock disse se aproximando mais e mais de John. Já podiam sentir o calor um do outro e a respiração ofegante, mas antes que pudessem sentir os lábios de ambos foram interrompidos.
- Tio Sherly. Vamos brincar? - Rosie apareceu correndo com uma espada de madeira na mão direita e um tapa olho em um dos olhos.
John riu com a situação em que se encontrava e Sherlock apenas sorriu na direção do loiro, levantou, arrumou a gola da camisa social, que acabara dormindo com ela, pegou seu sobretudo e fez uma referência para a menina.
- Mas é claro. - Inclinou seu corpo para ficar mais próximo da baixinha. - Vamos procurar um tesouro. O que acha?
- Excelente. - Seus olhos brilhavam, Rosie se sentia mais poderosa e confiante quando estava com Sherlock. Ela nunca entendera o motivo dele nunca estar casado com seu pai, já que os dois se davam tão bem e ela considerava Sherlock não apenas como um tio, mas como uma figura de pai bem diferente e mais divertida.
- Mas Sherlock, você não tomou café ainda. - John encarou o moreno, que já estava na escada.
- Quem precisa de café quando está indo em busca de um tesouro? Vamos Rosie.
John fez uma careta na direção em que Sherlock descera, rapidamente procurou um casaco ou alguma coisa quente que Rosie pudesse vestir e imediatamente a menina saiu correndo em direção a saída do 221B se esquecendo completamente da presença de John.
Já eram quase cinco da tarde quando Sherlock e Rosie chegaram nos pequenos cômodos da Baker Street. Passaram o dia todo no parque brincando de piratas, Rosie ria com Sherlock cavando buracos em meio aos parques de Londres, subindo nas árvores e fazendo deduções das pessoas que caminhavam na cidade. Ela ficou ainda mais feliz quando descobriu que seu almoço seria uma porção de batatas e um delicioso Milk Shake de morango.
- Tio Sherlock. - Ela puxou parte do tecido preto do casaco do moreno, indicando para ele parar enquanto subia as escadas. - Eu posso ficar aqui embaixo e brincar um pouco? Meu pai nunca deixa, diz que é perigoso. Mas não vejo problema algum.
Sherlock encarou a menina por alguns segundos. Analisou o ambiente e verificou se a porta estava trancada.
- Pois eu também não vejo problema algum.
Subiu logo em seguida. Entrou na cozinha e não achou John, um acesso de preocupação começou a perturbá-lo por não ver seu companheiro nos cômodos.
- John saiu, como estavam demorando, foi ao mercado. - A Sra. Hudson respondera ao ver a euforia e o andar descompassado do moreno pela casa.
- Quem disse que estou procurando John? - Olhou para sua poltrona tentando improvisar alguma explicação. - Estava procurando o jornal. - Puxa o papel que estava jogado no acento e se acomoda na poltrona. - Adoro estar informado das notícias do dia. A senhora já deveria estar ciente desses meus hábitos.
- Mas esse jornal é de dois dias atrás.
- Estou fazendo uma experiência. Analisando o progresso das notícias. - Sacode as folhas do jornal, já bem amassado. - Por que a senhora não vai preparar um chá?
- Já disse Sherlock. Não sou sua empregada. - A senhora passou pela sala e desceu as escadas descontroladamente.
Já haviam se passado alguns minutos que Sherlock havia chego até ouvir paços nas escadas, sabia que eram de John, já decifrara as passadas do amigo.
- Como foi o passeio? - O loiro retirou o casaco, jogando-o sobre o sofá e colocando algumas sacolas sobre a mesa da cozinha.
- Ótimo. - Sherlock permanecia com a visão voltada para as notícias.
- Onde está Rosie? - John vai até seu quarto a procura da filha.
- Na escada brincando. - O moreno ergueu os olhos e semicerrou as sobrancelhas. - Você não viu?
- Como assim na escada? Não tem ninguém na escada? - John franziu o cenho.
- Como assim não tem ninguém? Eu deixei ela lá, disse que queria brincar e eu deixei. A porta estava trancada era impossível de ter saído.
- Você deixou ela sozinha brincando na escada? - A voz de John aumentou. - VOCÊ ESTÁ LOUCO? Você sabe que é perigoso. - John fecha a mão e dá um soco na parede. - Sherlock! - Olha enfurecido para o moreno. - Você perdeu a minha filha, Sherlock? - Essa frase soou mais como uma afirmação do que uma pergunta.
- Não John.
O moreno levantou abruptamente largando o jornal no chão e correndo em direção à escada.
- Rosie? ROSIE? - Sherlock subia e descia as escadas desesperadamente. Literalmente Rosie não estava mais na escada, o degrau em que a garota brincava estava apenas com a pequena espada de madeira.
- VOCÊ PERDEU A MINHA FILHA! - John gritava desesperadamente agarrando Sherlock pela gola da camisa.
- Calma John, calma. - O moreno falava sem folego tentando se desvencilhar das mãos do loiro que o prendiam contra a parede.
- Como quer que eu tenha calma uma hora dessas? - John soltou as mãos do pescoço do amigo e sentou na escada. - Nunca deveria ter confiado em você. - John encara Sherlock e em um tom de acusação aponta o dedo para o moreno. - Por sua culpa eu perdi a Mary e agora eu perdi a Rosie. Você é um imbecil. - Lágrimas ameaçavam a cair e a voz de John foi perdendo a força assim como seu corpo, que agora se encontrava encostado no corrimão.
Sherlock permanecia intacto observando o amigo. Não iria aceitar ser responsável por mais uma perca na vida de John, ele não merecia isso, já passara por muitas coisas na vida e agora tinha a certeza de que a perda de Rosie seria fatal.
- Você não é Sherlock Holmes? - Acusou John chorando na escada. - Então use seus dotes de dedução e ache minha filha.
O moreno analisou rapidamente todo o ambiente, viu a espada no chão, percebeu que ela tinha uma inclinação para a direita, apresentando que havia sido jogada de forma repentina no chão. Viu algumas pegadas em direção a porta, o porta chaves inclinado para a esquerda com duas chaves caídas para o lado de fora e a porta levemente aberta com marca de dedos na maçaneta.
- Já sei aonde ela está. - Eufórico, Sherlock puxou o braço do loiro, que chorava descontroladamente na escadaria.
- Como posso confiar em você?
- Dessa vez vai ter que confiar.
Antes mesmo que John pudesse reivindicar, foi levado por Sherlock. Os dois saíram correndo descontrolados pelas ruas, passando na frente de carros, ônibus, empurrando pessoas, entre outras pequenas confusões que causaram na rua. O moreno era tão veloz, que John só não caíra durante o trajeto por não desgrudar um segundo dos braços de Sherlock, que o segurava como se ele fosse um presente muito valioso que iria ser entregue a rainha da Inglaterra.
- ROSIE! - John gritou o nome da filha o mais auto que pôde assim que avistou a menina em um balanço.
- Papai. - A menina saiu correndo para abraçar o loiro, um abraço forte e caloroso. John estava tão feliz que não tinha forças para brigar com a menina.
- Pelo amor de Deus, não faça mais isso. - Foram as únicas palavras que John falara em seu ouvido acompanhadas de um beijo na bochecha da garota que o abraçava.
O caminho de volta foi o mais silencioso possível. John segurava Rosie adormecida no colo, enquanto Sherlock caminhava com uma certa distância dos dois, calado, com as mãos no bolso do casaco e o olhar sempre voltado para frente, tentando desviar ao máximo a visão que tinha de John.
Após uma longa caminhada sem nenhum diálogo entre os dois, chegaram no apartamento, John tentou acordar Rosie, lhe dera banho, janta e em seguida a colocara para dormir. Essa última tarefa era um pouco estranha pra John, já que nos últimos dias era Sherlock que a fazia dormir contando histórias de casos que havia resolvido.
Durante esse processo o moreno havia ficado sentado em sua poltrona observando os movimentos do loiro, apenas se levantara para preparar uma xícara de chá, cuja qual estava tomando no momento em que John se sentara a sua frente e o encarava.
Sherlock fazia de tudo para não olhar diretamente na face do loiro.
- Me desculpe. - A voz de John falhou.
- Quem deve pedir desculpa sou eu. Eu quase perdi sua filha. - Toma um gole do chá. - Eu acho que devo procurar outro lugar, estou bagunçando sua vida. - tenta rir. - Afinal, os crimes vão sempre me acompanhar, nunca estarei completamente sozinho e você ficará melhor sem mim. - As últimas palavras saíram em um tom de desespero e angústia.
O silêncio voltou a reinar no ambiente. A respiração dos rapazes era a única coisa que podia ser ouvida no momento. Lágrimas deslizavam no rosto de John.
- Eu não suportaria sentir outra dor nessa magnitude. - Mais lágrimas escorriam e a voz ficava cada vez mais embargada.
- Está se referindo a Mary. Não é mesmo? - Sherlock pergunta sem entender e coloca a xícara na pequena mesinha ao seu lado.
- Com toda certeza a morte de Mary me machucou muito, mas... - Sua voz falha, respira fundo e com toda a força pronuncia as próximas palavras. - Mas nenhuma dor foi maior do que passar dois anos acreditando que você estava morto. - Isso foi o suficiente para John desabar em lágrimas.
Sherlock não suportava ver aquela imagem. Levantou e foi se sentar na beirada da poltrona em que se encontrava John. Assim que sentiu os braços do amigo encostarem em suas costas, se afundou no peitoral do moreno.
John se afastou, dando espaço para que Sherlock pudesse se sentar ao seu lado. A poltrona era grande, mas com os dois o espaço era quase nulo, ficaram apertados no acento fazendo com que seus corpos ficassem colados.
- Você é um dos maiores homens que já conheci. - Sherlock acariciava os cabelos do amigo. - Acho que eu mesmo não aguentaria tanta pressão. Você é extraordinário.
John ergue a cabeça, ficando frente a frente com o amigo. Os dois haviam se calado, apenas se olhavam e sorriam um para o outro. John, que estava com os olhos fixos nos azuis do moreno, desviou sua visão para os lábios carnudos e bem desenhados de Sherlock, este vez o mesmo. John apenas fechou os olhos e logo pode sentir os lábios do moreno pressionando os seus. Era um beijo leve, delicado e cheio de desejo de ambas as partes.
Sherlock movimentava cuidadosamente os lábios sobre os de John, com medo daquele momento ser um sonho e aproveitando cada segundo de tudo aquilo.
- Isso não está certo. - John se afasta, mas continua a milímetros de distância do rosto de Sherlock, ainda conseguindo sentir seu nariz tocar no dele.
- John. - Começou Sherlock. - Lembra quando disse que Rosie estava despertando sentimentos que nunca sentira antes e que estava começando a me importar com as pessoas?
- Por favor não comece com suas maluquices. - A voz de John, assim como a de Sherlock, estava ofegante e se misturavam com a respiração eufórica de ambos.
- Eu estava me referindo a vocês. - Sherlock continuou, interrompendo a fala de John. - Vocês são minha família agora. Não sei como consegui ficar dois anos longe de você. - Os dois encostaram a testa um no outro e Sherlock sorriu.
- Você foi um tremendo idiota. - John riu acariciando os cachos do amigo. - Podemos cuidar de Rosie, juntos, como uma família de verdade. Ela te adora, tenho a certeza que não se importaria de ter mais um pai ao invés de um tio.
- Está na hora de darmos um paço adiante. - O moreno enlaçou os braços no pescoço do amigo se aproximando de seu ouvido. - Não acredito que Mary foi mais rápida do que eu.
- Como assim? - John se afundava nos braços do moreno, acariciando os cachos com seu rosto.
- Tive que esperar seis anos após sua morte para criar coragem e te dizer que te amo.
Aquelas palavras foram o suficiente para arrepiar todo o corpo de John. O loiro se arrumou na poltrona e tentou absorver tudo aquilo.
- O que?
- Eu te amo, John Watson. Eu estarei sempre com você. - Sherlock nunca se sentiu tão feliz ao dizer aquelas palavras. - Desde o dia que veio morar comigo, mas meu ego não deixava. Mary chegou, veio seu casamento, perdi a esperança e achei que morreria guardando esse segredo.
John colocou as duas mãos no rosto de Sherlock e voltou a apoiar a testa na dele, chegando bem perto de seus lábios.
- Mas agora você tem uma chance, por favor não a desperdice.
- Lembra quando disse que era casado com meu trabalho? - Sherlock acariciava o rosto do loiro e aproximava ainda mais seu corpo do dele. - Saiba que o amor que sinto pelo meu trabalho não chega nem perto do amor que sinto por você.
- Eu sei que estou me rendendo aos sentimentos, que a química... - Sherlock nem conseguiu terminar a frase e sentiu o dedo de John encostar em seus lábios.
- Sherlock, cale a boca. - Dessa vez John beija os lábios do amigo, um beijo longo e profundo.
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Oiii galerinha!
Espero que tenham gostado. Finalmente escrevi algo Johnlock na minha vida, já posso morrer feliz. 👀
Bem vocês já devem estar cansados por terem lido três mil e poucas palavras mas enfim, como vocês viram eu coloquei uma música na mídia e ela me lembra muito do Sherlock e desse shipp maravilhoso que é Johnlock, não só ela como muitas outras músicas me vem à cabeça, então eu selecionei alguns parágrafos de duas músicas que gosto muito e vou colocar o trechinho delas aqui.
(I'll keep you Safe - Sleeping At Last)
"I'll keep you safe
Try hard to concentrate
Hold out your hand
Can you feel the weight of it?
The whole world at your fingertips
Don't be, don't be afraid
Our mistakes, they were bound to be made
But I promise you I'll keep you safe"
Eu vou mantê-lo seguro
Tente bastante se concentrar
Estenda a sua mão
Você pode sentir o peso disto?
O mundo inteiro ao seu alcance
Não tenha, não tenha medo
Nossos erros, eles foram compelidos a serem feitos
Mas eu prometo que vou mantê-lo seguro
(Start A Riot - BANNERS)
"If your world falls apart
I'd start a riot
If night falls in your heart
I'd light the fire
In the dark, when you sound the alarm
We'll find each other's arms
For your love, all your own
I'd start a riot"
Se seu mundo desmoronasse
Eu iniciaria um tumulto
Se a noite caísse no seu coração
Eu acenderia o fogo
No escuro, quando você soar o alarme
Vamos encontrar os braços um do outro
Pelo seu amor, por sua causa
Eu iniciaria um tumulto
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