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Item 4: Cortar o cabelo

Seu Luís nos guiou para uma pequena pousada ali perto. O local era uma casa com tons pastéis por fora, haviam dois andares, o de baixo era a sala de estar e a cozinha e a parte de cima eram os quartos, como foi explicado pela senhora que nos recebeu.

Dona Amélia foi muito gentil comigo e com Miguel e nos guiou para a sala onde se encontravam outros dois casais e uma família com dois pais e duas crianças pequenas brincando no tapete no centro.

— Oi, gente. Chegou mais um casal para nos fazer companhia.— a senhora de idade com os olhos claros como mar e os cabelos já brancos pelo tempo disse alegremente, chamando a atenção de todos.

Nós nos cumprimentamos e nos apresentamos aos casais, mas eu percebi como eles olharam para Miguel, percorreram os olhos por toda a sua pele exposta com as tatuagens e trocavam olhares entre si, o que me fez ficar extremamente incomodada. Percebi também que Miguel ficou tenso do meu lado e com o maxilar travado.

Eles estavam o julgando pela sua aparência. Miguel continuou sério e quando o vi fechar o punho com raiva decidi intervir.

— Foi um prazer conhecer todos vocês!— exclamei com um sorriso falso no rosto enquanto entrelaçavam o meu braço no de Miguel e segurava sua mão.

Vi que ele teve um pequeno sobressalto com o meu toque e me olhou pelo canto do olho, mas rapidamente voltou a sua atenção para o grupo a nossa frente sério.

— Mas eu e o meu namorado passamos o dia inteiro viajando e estamos muito cansados.— voltei a falar com o rosto já doendo de tanto sorrir.

— Que lindo esses dois! Como o amor jovem é maravilhoso, não é?— disse animada Amélia se voltando para nós.

— Vocês estão viajando? Estão vindo de onde?— Perguntou uma das mulheres na sala. Ela não tinha me escutado dizer que estávamos cansados? Acho que ficou bem claro que o que eu quis dizer foi "Quero ir embora daqui!".

— Eu e o meu namorado estamos vindo de Belém.— "namorado" era uma palavra que deixava cada vez mais Miguel tenso. Mas eu queria deixar bem claro para aquelas pessoas que estávamos juntos e que eu estava ali para protegê-lo. A forma que o olhavam não me agradava nem um pouco. Era como se ele fosse alguém perigoso ou ruim. — Onde fica os quartos? — ignorei o grupo e me virei para Amélia.

~♧~

Amélia já havia nos levado para o nosso quarto, fomos o caminho todo de mãos dadas, falei para mim mesma que era para manter o papel de casal jovem e bonito, mas assim que adentramos o quarto e só ficou nós dois ali, admito que senti falta do seu toque.

Agora estava nós dois olhando para a cama de casal pensando no que faríamos.

Nos conhecíamos não fazia nem 24 horas! E agora teríamos que dormir na mesma cama?

Me remexi desconfortável com aquela situação e me afastei um pouco dele para verificar na única mochila que eu levei para aquela viagem se havia algo que eu pudesse vestir para dormir.

Mas não encontrei nada, só haviam calças jeans e camisas de manga longa.

Meu Deus! O que eu vou fazer agora? Não posso dormir de calça! Mas também não posso dormir sem calça!

— Mi...- me virei para Miguel para perguntar como resolveríamos aquela situação da cama, mas me calei assim que o vi tirando a camisa.

Em questões de segundos, minha cabeça viajou para vários lugares:

Que gato!!!

Nossa, que abdômen.

Como esse cara pode ser mais lindo ainda?

Tem certeza que você não quer dormir na mesma cama que ele?

Tem alguma parte daquele corpo que não tem tatuagem?

Você nunca deitou na mesma cama que um cara.

Você nem conhece ele!

Certeza que é uma boa escolha?

O que você tá fazendo?— gritei espantando ele, que me olhou assustado.

— Que susto. Por que você tá gritando, doida?— perguntou me olhando confuso.

— Primeiro, já disse para não me chamar de doida. Segundo, por que você tá tirando a roupa? — elevei o meu tom de voz um pouco na última parte.

— Por que a gente vai dormir?— falou como se fosse óbvio.

— Eu não vou dormir com você só de cueca.— disse firme.

Ele riu. Meu Deus, ele estava rindo da situação.

— Olha, eu não me lembrei de trazer um pijama quando a gente estava fugindo, me desculpe.— falou sarcástico.

— Na verdade, acho que ninguém lembra disso quando está fugindo.— murmurei com a cabeça baixa de vergonha.

Ele riu ainda mais.

— Então, nós dois vamos ter quer dormir sem roupa?— perguntou com um tom malicioso. Levantei a minha cabeça rapidamente, o olhando com espanto.

— O-o-o qu-ue?— gaguejei sentindo o meu rosto esquentar.

— Eu tô brincando, Lia.- ele falou rindo.— Me espera aqui, eu já volto.— colocou a camisa e saiu do quarto.

Não entendi nada, mas me sentei na cama e fiquei ali.

O quarto não era muito grande, mas era confortável. Havia uma televisão na parede que Amélia disse que poderíamos usar. O papel de parede era ao mesmo tempo bonito e cafona, para todos os lados que eu olhava haviam flores enormes de vários cores com um fundo verde claro. Havia também um espelho que não era muito grande, mas dava para ver grande parte do meu corpo, ele se encontrava ao lado de um pequeno armário de madeira que Amélia disse que poderíamos deixar as nossas coisas. Não havia um banheiro ali no quarto. Haviam somente dois na casa inteira que teriam que ser compartilhados por todos, o que não me agradava muito, pois eu teria que acordar bem cedo se quisesse pegar a estrada.

Miguel voltou uns 15 minutos depois com três sacolas cheias na mão.

— O que é isso?— questionei me levantando e indo em sua direção.

— Nesses dois sacos aqui tem batatinhas, bombons, chocolate, refrigerante, pipoca e bolinhos— explicou me entregando os sacos.— E nesse tem roupas para a gente dormir.

Ele tirou da sacola uma calça moletom cinza e uma camisa preta para mim, que era muito grande e tenho certeza que quando a vestir vai parecer um vestido, mas acredito que no máximo vai até metade da minha coxa.

— Onde foi que você comprou tudo isso?

— Tinha uma loja de conveniência aqui na frente, eu vi quando estávamos vindo para cá.

— Por que comprou tudo isso?— apontei para a quantidade de comida e bebida que estava em cima da cama.

Ele hesitou antes de responder, levou a mão até a nuca e coçou aquela região do pescoço.

— Você me disse que hoje é seu aniversário e tenho certeza que não era a sua ideia original passar comigo nessa viagem maluca. Então, pensei em fazer algo.— falou calmamente sem tirar os olhos de mim, acho que esperando para ver qual seria a minha reação, ele parecia envergonhado.

— Eu gostei.— falei com um sorriso.

— Legal— ele se virou de costa para mim, mas ainda consegui vê um pequeno sorriso se formar no seu rosto.

— Espera, o que você tá fazendo?— minha alegria momentânea desapareceu e o espanto tomou o seu lugar quando o vi tirar a roupa novamente.

— Tirando a minha roupa?— me olhou confuso com as mãos já no botão da sua calça escura. Quando viu que eu estava com as mãos na frente do meu rosto para não ter que ver o seu corpo seminu, ele riu e se aproximou de mim.— Lia, presta atenção.— ele retirou as minhas mãos da frente e colocou as suas mãos no meu pescoço.— O banheiro está muito longe daqui e eu não quero trocar de roupa e vim de lá com vários olhares sobre mim. E eu acho que você também não quer vim de lá só com uma camisa no corpo, não é?

Balancei a cabeça confirmando.

Ele se afastou e voltou a retirar a calça. Me virei assim que ele começou o movimento.

— Eu...- hesitei. — Eu não consigo fazer isso.— murmurei.

— O que?

— Eu não consigo fazer isso.— falei mais alto me virando para ele.— Eu não consigo me trocar com você aqui. Na verdade, eu acho que nem consigo ficar só com um camisa na sua frente ou de qualquer outra pessoa. — admiti.

— Lia, o que houve?— ele se aproximou preocupado, já estava com a calça moletom, quando viu que eu estava muito nervosa.

— Eu não me sinto muito confortável com o meu corpo e pensar que ficarei só de camisa na sua frente não me agrada muito. — falei envergonhada sem conseguir olhar nos seus olhos.

Ele tocou em algumas mexas do meu cabelo e ficou me esperando continuar.

— Eu não sou o tipo de garota magra e alta que aparece nas revistas ou com quem os caras sempre postam fotos no Instagram. Eu sou baixa e nem um pouco magra, eu sou acima do meu peso. — falei rapidamente, sem conseguir me controlar.— Então, eu sempre uso roupas mais fechadas e que não mostram muito, me sinto melhor assim e...

— Pare de falar. — Miguel mandou me pegando de surpresa.— Só para. — falou como se aquilo doesse nele.— Quero te mostrar uma coisa.

Ele me puxou pela cintura para mais perto dele. Estava tão surpresa com tudo que nenhuma palavra saiu. Ele segurou na barra da minha camisa e subiu, isso tudo sem tirar os olhos dos meus.

Ele retirou a minha camisa.

O seu olhar era tão intenso que eu não senti medo quando ele conseguiu abrir a minha calça, eu não fiquei com vergonha de estar de sutiã na sua frente. Eu estranhamente confiava nele.

Ele abaixou a minha calça, e com a sua ajuda tirei ela, mas sem conseguir desviar do seu olhar. Ele me guiou de uma forma tão calma e segura que permiti que ele continuasse.

Ele retirou uma mexa do meu cabelo que caiu sobre o meu rosto e me virou para a frente do espelho.

— Olhe.— mandou me fazendo observar as duas pessoas no espelho.— O que você vê? Como você descreveria nós dois se estivesse vendo de fora? Tenta.— falou com a mão na minha cintura.

Eu olhei para aquelas duas pessoas paradas em frente ao espelho. A menina era bem mais baixa do que o garoto, o topo da sua cabeça não alcançava o ombro dele que era largo. Ela era muito branca, o que destacava a langerie preta que usava. Sua barriga na era reta como das garotas que sempre via e suas coxas eram mais grossas do que da maioria das meninas, seus olhos eram puxados, o que a fazia ter um aspecto de japonesa, mas tenho certeza que não era de descendência oriental, por mais que as pessoas insistissem em perguntá-la.

O garoto atrás dela era lindo. Ele era forte, os músculos bem definidos nos braços cobertos por tatuagens, a tatuagem que mais gostei foi das asas de anjo que cobriam o seu peitoral e iam de um ombro ao outro. Por um momento, achei que ele fosse meu anjo da guarda. Ele tinha o cabelo preto curto, mas não tão curto, era na medida certa para mim. Na verdade, tudo nele parecia certo para mim.

— Você é linda.— ele quebrou o silêncio, falando firme. — Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Inclusive você. Entendeu?

Balancei a cabeça confirmando, sentindo meus olhos arderem com a sua afirmação. Me virei para ele, apoiando minhas mãos no seu peito enquanto analisava mais de perto as asas.

— E é gostosa também.— ele acrescentou com um sorriso divertido e malicioso no rosto.

— Miguel!— chamei a sua atenção e o empurrei para longe, ele era bem maior do que eu, então não adiantou muito, tudo o que ele fez foi dar um passo para trás e rir.

Peguei a camisa em cima da cama e coloquei.

— Sabe...— hesitei chamando a sua atenção para mim.— Eu gosto das suas tatuagens. Não liga para o que aquelas pessoas da sala disseram ou acharam.

Ele ficou surpreso com a minha fala, mas só colocou as mãos nos bolsos do moletom, balançou a cabeça e se encaminhou para a cama, onde haviam várias comidas.

~♧~

— Você não era feliz?— Miguel quebrou o silêncio depois de uma hora de filme.

Durante esse tempo batemos parabéns para mim com um bolinho que o Miguel tinha comprado e começamos a assistir um filme qualquer na televisão enquanto comíamos.

Eu não sabia responder aquela pergunta, fiquei muito surpresa com ela.

Parei de comer e de prestar atenção no filme e me virei de bruços, para ficar de frente para ele.

— Eu não sei. É confuso. Eu não era eu mesma. Vivia em uma personagem que era perfeita. Sempre fiz tudo direitinho. Nunca quebrei uma regra ou desobedeci alguém. Sempre fui a garota fofinha e gentil que todos adoravam, mas não sentia que era real, entende?

— Então, você não é fofa e gentil?

— Eu sou, mas não apenas isso como todos acham.

— Eu não acho.

— Mas é porque você me conhece. — respondi tão naturalmente que só me toquei do que havia falado depois. Ele se remexeu incomodado, mas falou:

— Eu conheço você?

— Com você eu não preciso fingir. Não preciso me policiar sobre tudo o que eu digo ou me preocupar se estou rindo alto demais ou não estou seguindo a etiqueta. Eu posso ser eu mesma.

Me aproximei mais um pouco dele e senti a camisa subir, acho que deve estar aparecendo uma parte da minha bunda, mas não liguei, eu só queria estar mais próxima dele.

Tive a confirmação quando Miguel olhou rapidamente para a minha bunda e voltou os olhos para os meus, foi um momento bem rápido, mas eu notei.

Estávamos tão próximos e eu queria que ele me beijasse. Não tirei os olhos dos seus, o seu olhar era intenso e minha respiração começou a ficar pesada quando vi que ele aproximou a cabeça da minha. Nossas respirações já se misturavam e eu consegui sentir o seu hálito quente.

Mas alguma coisa mudou, eu vi passar pelo seu rosto a ansiedade, depois a dúvida e por último o medo. E quando seus lábios já estavam quase tocando nos meus, eu fechei os meus olhos e esperei.

— Qual é a próxima coisa da sua lista?— ele perguntou quebrando o clima.

— O que?— abri os meu olhos sem entender nada com ele já afastado de mim

— Qual é a próxima coisa da sua lista?— repetiu enquanto se aproximava do meu corpo e abaixava a camisa, cobrindo de volta a parte da minha bunda que aparecia.

— O que?— eu estava muito confusa. Estávamos quase nos beijando há uns 10 segundo atrás!

— Deixa que eu pego.— Disse impaciente e suspirando cansado.

Se levantou da cama e foi em direção a minha mochila e pegou o papel já todo amassado.

— Tem algo aqui que você queira fazer agora?— perguntou sem desviar os olhos do papel.

Levantei e peguei a lista da sua mão chateada. Do nada ele muda? Como assim? Eu estava brava com ele.

Percorri os meus olhos pelo papel e notei um item que me deixou nervosa e ansiosa. Será que ele pensou que eu ia beijá-lo só por que estava na lista? Será que quando ele perguntou o que eu queria fazer ele tinha expectativas de que eu escolhesse aquele item?

Balancei a cabeça, retirando aqueles pensamentos.

— Eu quero cortar o cabelo.— falei o primeiro item que vi.

— Certeza?— perguntou me olhando.

— Sim.— fui firme. Ainda estava chateada, estávamos em um momento tão legal e ele estragou.— Será que aqui tem alguma tesoura?

Miguel foi em direção ao armário com algumas gavetas e as abriu. Em uma delas havia material de costura e encontramos a tesoura. Fiquei em frente ao espelho e Miguel se posicionou atrás de mim.

— Você vai cortar o meu cabelo. — afirmei.

— Eu nunca cortei cabelo de ninguém. — disse alarmado.

— Bom, tem uma primeira vez para tudo. Você vai amarrar o meu cabelo e vai cortar. Simples! Eu vi em um tutorial.— tentei lhe passar tranquilidade, mas eu não estava muito calma, passei a minha vida inteira com o cabelo grande e agora iria cortar ele.

— Aahhh, claro! Você viu em um tutorial, não tem como isso dar errado. Como não pensei nisso antes?— Miguel foi irônico revirando os olhos.

— Só vai.— mandei.

Ele pegou uma xuxinha para prender o meu cabelo, mas antes que fizesse isso, ele ficou tocando o meu cabelo grande e liso, o admirando.

Ele subiu a mão, até chegar a minha nuca e depois na minha cabeça e ficou fazendo um cafuné. Eu fechei os olhos com o seu toque e tentei aproveitar o máximo o momento. Senti o seu corpo se aproximar mais do meu, o seu rosto estava mais perto do meu e a sua mão livre segurou a minha.

— Quando eu terminar de cortar o seu cabelo, você vai parecer a Branca de Neve.— ele quebrou o silêncio e me roubou um riso.

— Você acha?— virei um pouco a cabeça para olhar em seus olhos.

— Com certeza.— ele disse com um sorriso leve nos lábios e com um brilho nos olhos.

Ele amarrou o meu cabelo e cortou.

~♧~

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