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Item 11: Ficar sozinha (parte 1)

Medo.

Ele nos consome e nos impede de fazer o que queremos.

Eu sempre tive medo de tudo, não falava em voz alta a minha opinião ou tinha medo de fazer algo que eu gostava. Acredito que no final das contas o que eu tinha era medo de viver...

Medo de me arriscar, de me apaixonar, de escolher e de me sentir viva.

Mas, agora, em um momento em que eu deveria estar com medo pelo fato de ter Lola e Miguel aqui, eu não estou. Acho que é por causa da droga e do álcool que correm nas minhas veias, essas substâncias me fizeram perder um pouco da noção da minha situação.

Todas às vezes que eu tinha medo eu parava de falar, é assim desde que eu era criança, meus pais não entendiam e brigavam comigo, eles não compreendiam que o medo era tão grande que a minha voz não saía.

Entretanto, estranhamente, mesmo com a sensação de que eu deveria estar com medo, eu falei durante toda a viagem de carro. De novo, a culpa é das drogas.

— Lia, não. Eu não acho que você consegue fazer uma viagem pelo mundo em uma semana. — Lola repetiu a frase pela terceira vez com a voz cansada. — Olha, vamos comprar alguma coisa para você comer para ver se o efeito das drogas diminui e você pare de falar — ela disse um pouco chateada.

Me senti triste com o seu tom de voz, acho que o efeito da maconha e do álcool potencializava as emoções.

Espremi os lábios tentando controlar o choro e olhei para cima para as lágrimas não caírem.

Lola dirigiu o carro para o estacionamento de uma hamburgueria em silêncio, quando estacionou, virou para mim espantada com a minha fungada alta.

— Lia, você está chorando? — A loira se aproximou de mim, passando as mãos no meu cabelo.

— Eu não estou chorando. — Solucei.

— Está sim — Lola retrucou com uma risada.

— Não estou não. — Coloquei as mãos no rosto tentando escondê-lo quando vi Miguel parar a moto do lado do carro.

— Por que você está chorando?

— Porque você está chateada comigo! — Solucei de novo. — E você tem toda a razão, o Miguel está aqui, eu estou com você e com ele, eu acho. Eu estou confusa, perdida e não sei o que fazer. — Passei as mãos no rosto, limpando as lágrimas.

Lola riu da situação, o que me fez ficar levemente brava com ela. Estávamos em uma situação séria ali!

— Lia, eu não estou chateada com você. — Ela segurou a minha mão e fez um carinho. Vi pela visão periférica que o garoto dos olhos verdes acompanhava tudo o que estava acontecendo dentro do carro. — Eu só estou cansada e confusa também.

Levantei a cabeça para olhá-la nos olhos.

— Você jura? — perguntei.

— Eu juro. Está tudo bem.

Ouvimos uma batida na janela transparente do carro. Me virei, Miguel estava olhando sério para nós duas. Como não me mexi, Lola se esticou para baixar a janela.

— Oi — ela o cumprimentou.

— Oi — ele devolveu parecendo desconfortável. — Está tudo bem aí? — A pergunta foi direcionada para nós duas, mas ele olhava diretamente para mim.

— Sim. Acho que a Lia está tendo os efeitos da droga.

— Isso não é verdade! — a repreendi. — Eu não estou tendo efeito nenhum — falei emburrada.

Miguel riu e eu me lembrei de como estava com saudade da sua risada.

— Infelizmente, você está, Lili. — Ele se curvou apoiando os braços na janela e ficou com o rosto bem perto do meu.

Observei os detalhes do seu rosto: o nariz fino, o maxilar marcado, a cicatriz na sobrancelha clara, uma mecha do cabelo preto caindo sobre a sua testa.

— Você é tão bonito — falei com um sorriso bobo nos lábios.

Miguel ficou vermelho, abaixou a cabeça e limpou a garganta. Eu ri disso.

— Você corou! — o acusei.

Ele revirou os olhos, mas depois focou toda a sua atenção em mim, me olhava intensamente e eu não consegui desviar o olhar.

Me lembrei de quando nos conhecemos, eu estava com medo de tudo, de entrar naquele bar estranho, de falar com motoqueiros, de estar em um lugar que eu não conhecia, de me arrepender de fazer aquela viagem e de não conseguir a gasolina, mas o Miguel estava lá comigo e com ele eu não sentia mais medo.

Lola tossiu do meu lado, por um momento esqueci que ela estava ali.

— Não fica assim, linda! — exclamei quando vi a sua cara de poucos amigos para mim e Miguel. — Você também é bonita. Vocês dois são muito bonitos. — Olhei de um para o outro com o meu sorriso mais largo.

Ele se remexeu incomodado.

— É verdade o que vocês disseram naquela hora? — Eles me olharam confusos. — Você é o meu namorado? — Me virei para Miguel que tinha uma expressão de choque no rosto. — E você é minha namorada? — perguntei para Lola.

— Eu acho que ela está realmente drogada e bêbada — ela afirmou para o cara lindo do meu lado.

— Você acha? — ele foi sarcástico, depois riu enquanto se aproximava mais de mim. — Lia, você quer que um de nós dois seja o seu namorado ou sua namorada? —perguntou com um brilho no olhar.

— Miguel! — Lola o repreendeu.

— Calma, eu só estou brincando. Ela sabe disso.

Eu fiquei pensativa.

Eu queria namorar um deles? Ou os dois? Meu Deus! Minha mãe brigaria comigo se eu aparecesse em casa com dois namorados, ela ia ter um ataque!

— Sua mãe não vai brigar com você, Lia — Lola disse.

Me virei para ela espantada.

— Você leu os meus pensamentos? — perguntei com os olhos arregalados e com as mãos no rosto.

— Não! — Os dois começaram a rir.

— Não riam de mim! — briguei.

— Você estava pensando alto, doida — Miguel respondeu, tocando uma mecha do meu cabelo. — Escutamos tudo o que você disse.

Aquele “doida” foi diferente das outras vezes, quando a palavra saiu da sua boca, estava carregada de carinho e afeto e eu me peguei com saudade de escutar ele pronunciá-la.

E de novo ele estava olhando para mim de um modo estranho que eu não conseguia definir, mas que fazia meu coração acelerar.

— Eu vou comprar algo para a gente comer. Você cuida dela? — Lola perguntou para Miguel enquanto saía do carro.

Ele balançou a cabeça concordando.

Quando Lola saiu do carro, um silêncio constrangedor se formou e nem um de nós dois sabia o que falar.

Eu tinha muita coisa para dizer e eu sabia que ele também, mas nenhum de nós tinha coragem de declarar em voz alta.

Vi Lola entrar na lanchonete e fazer os pedidos, ela estava tão bonita com a fantasia de lua sob a luz artificial dos postes. Como se sentisse que eu a observava, ela se virou na minha direção e me enviou um sorriso simples, mas que fez o meu coração se aquecer. Havia tanta coisa que eu também queria lhe dizer, mas não sabia se ela ficaria feliz ou não com a conversa.

Senti o olhar de Miguel queimar na minha pele, era intenso. Me virei para ele e vi que estava encostado na sua moto, passava as mãos no cabelo parecendo nervoso e tenso. Por um momento, o tatuado desviou o olhar do meu e olhou para um ponto qualquer a sua frente.

— Eu... — ele começou a falar, mas hesitou.

— Como você sabia que eu estava na casa do Salvador? — Fui direta.

— A Flávia me ligou perguntando onde você estava. Ela disse que você passou o dia inteiro sem falar com ela ou mandar mensagem e que você não faz isso, que escreve para ela de manhã cedo, mas que isso não tinha acontecido hoje e ela estava muito preocupada. — Ele deu um suspiro profundo. — Ela pensou que eu estava com você e ligou já brigando comigo, achando que algo grave havia acontecido. — Ele deu uma pequena risada, acho que se lembrando da conversa. — Grazi até chorou um pouco.

— Aí Meu Deus! — Coloquei as mãos no rosto, envergonhada por tudo isso. — Eu esqueci completamente de ligar para as meninas. Eu nem trouxe o meu celular. Elas devem estar muito preocupadas.

— Estão. Antes de subir na moto para vim para cá, mandei mensagem para a Flávia avisando que tinha te encontrado. Ela ficou muito chateada. — Ele continuou sem conseguir me olhar nos olhos.

— Me desculpe — falei, esticando o braço e segurando a sua mão.

— O que você estava pensando? — ele perguntou bravo. — Ir para a casa de uma estranha e dormir lá. Você poderia pelo menos ter falado com as suas irmãs ou comigo, sei lá. — Ele puxou a mão dele da minha.

Ele estava com a pose de badboy de novo, com a expressão séria e com os braços cruzados.

— Eu fiquei com Lola — confessei baixinho, mas só tive a certeza de que ele havia escutado quando vi o seu maxilar travado.

— Eu sei. — Ele passou a mão pela bochecha. — Eu vi a forma como ela te olhou mais cedo.

— É por causa disso que você está chateado?

— Em parte. Estou mais chateado comigo, eu deveria ter pedido para você ficar ou ter insistido para ir com você. Não acredito que esse tempo todo você estava tão perto de mim e eu nem pude te tocar — ele soltou tudo sério e devagar.

Meu coração pulou algumas batidas com a sua declaração e eu senti um frio na barriga.

— Sua irmã disse que a última vez que teve notícias suas, você ainda estava na minha cidade. Então assim que falei com as suas irmãs, eu saí de casa e andei pelas ruas te procurando. Mostrei uma foto sua que a Flávia me mandou e perguntei para as pessoas se já tinham te visto, demorou, mas não tanto, já que a cidade é pequena. Um rapaz te reconheceu e disse que te viu em uma festa e que quando foi embora você ainda estava lá com a anfitriã. Ele me levou até o local que aconteceu a festa. Eu fiquei um tempo na frente do portão chamando o seu nome até que um vizinho de Lola, já irritado com a minha gritaria, contou que ela havia ligado para ele dizendo que ia chegar só de manhã, porque estava na casa do Salvador com a Lia e que era para ele cuidar da cachorrinha dela. Por coincidência esse vizinho também conhecia esse tal de Sal e me deu o endereço da casa dele. — ele revelou. Vi seu peito subir e descer de forma rápida.

Eu fiquei surpresa com tudo que ele estava falando. Em um ato impulsivo, retirei o cinto de segurança e saí do carro rapidamente. Me aproximei dele, ficando na sua frente. Nossos olhares se encontraram e eu senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo e me deixar mais lúcida. Coloquei minhas mãos em seu peitoral coberto pela camisa branca e pela jaqueta de couro preta, mas mesmo assim conseguia sentir o calor dele.

— Você fez isso tudo por mim? — eu perguntei, mas ele não respondeu, mas os seus olhos sim. Sim, ele havia feito. — Ou por que você não queria ser acusado pela Flávia de desaparecer com a irmã dela? — brinquei.

Miguel riu enquanto cobria a minha mão com a sua e segurava firme.

— Com certeza foi por isso, ela ia me matar se eu não te encontrasse — ele retrucou.
Nós sorrimos um para o outro. Eu poderia passar o resto da noite olhando para aquele sorriso.

Mas vi quando o seu olhar desviou para um ponto atrás de mim, o seu sorriso morreu e ele voltou a ficar sério.

O garoto dos olhos verdes soltou a minha mão. Eu fiquei confusa com a sua reação e estiquei o braço para segurá-lo e perguntar o que havia acontecido, mas ele se afastou de mim.

— Eu preciso fumar e a Lola está olhando para a gente. — Saiu andando, ficando alguns metros longe de mim e retirou a caixa de cigarros do bolso da jaqueta.

Me virei para trás e vi a loira dentro da lanchonete parada, nossos olhares se encontraram. Paralisei no lugar, ela estava séria e parecia magoada.

E naquele momento, como se o efeito da maconha e da cerveja tivessem passado e com a possibilidade de deixar um dos dois triste, eu senti medo...

✷✷✷✷✷✷✷✷✷

— Você pode ficar à vontade aqui na sala, Miguel. Eu e a Lia vamos tomar um banho e tirar essas roupas — Lola explicou para ele enquanto colocava as chaves em um potinho e ia em direção às escadas que a levariam para os quartos da casa.

Miguel virou para ela com espanto.

— Juntas? — questionou com uma ruga entre as sobrancelhas.

— Não. Eu vou ao banheiro aqui de baixo — expliquei com o rosto quente.

Ele balançou a cabeça.

Lola apenas subiu os degraus sem dizer mais nada. Não sabia o que estava passando na cabeça dela, mas gostaria de conversar mais tarde. Meus olhos seguiram os seus movimentos até ela desaparecer do meu campo de visão.

Me virei e Miguel me analisava com as mãos no bolso da calça jeans escura.

— Você está bonita — ele disse simplesmente. — Dourado combina com você.

Aquilo fez o meu coração disparar, principalmente quando vi os seus olhos passarem por todo o meu corpo, ele me olhou dos pés a cabeça. Quando nossos olhares se encontraram, eu vi desejo e paixão nele.

Miguel cruzou os braços, me olhava diferente.

— Não me olha assim — pedi com a voz falhando pelo nervosismo que a sua presença me causou.

— Por que não? — ele perguntou com a voz rouca enquanto se aproximava com passos lentos, mas firmes.

— Porque... — Comecei a falar com a maior convicção que eu podia, mas o meu estômago embrulhou, eu senti um desconforto na barriga e uma vontade enorme de vomitar.

Saí correndo em direção ao banheiro. Escutei Miguel chamar pelo meu nome, mas ignorei. Abri a porta e entrei.
Só deu tempo de levantar a tampa do vaso sanitário e botar tudo para fora.

Senti uma mão segurando o meu cabelo para trás e outra afagando as minhas costas.

— Sai daqui — consegui ainda dizer, mas com dificuldade, enquanto balançava uma mão para o lado, tentando empurrá-lo.

— Não. — Miguel puxou alguns fios de cabelo que estavam caindo sobre o meu rosto.

Eu ia retrucar o que ele havia dito, mas uma nova onda de ânsia me dominou e eu não consegui fazer nada além de vomitar.
Quando eu não parecia estar mais enjoada, fechei a tampa e dei descarga no vaso.

— Isso não foi nada romântico — brinquei com a voz fraca.

Miguel riu.

— Nem um pouco. Cadê a sua mochila? — ele perguntou ainda segurando o meu cabelo quando eu me curvei para lavar a boca.

— Na sala.

Não demorou muito para Miguel sair do banheiro e voltar com as minhas coisas.

— Eu não vou conseguir mais olhar para você depois disso — falei com a cabeça baixa tentando esconder o rubor no meu rosto.

— Deixa disso. Não se preocupe. Já tava na minha lista de coisas para fazer — ele retrucou com um sorriso brincalhão.

— Estava? Então, ajudar uma garota bêbada e drogada está na sua lista de coisas para fazer? — perguntei sem acreditar muito.

— Na verdade, ajudar você estava na minha lista. — Paralisei com a sua declaração. — Anotei mentalmente que deveria cuidar de você caso isso acontecesse quando você bebeu a primeira vez no restaurante do seu Luís. Achei que você fosse vomitar horrores naquele dia. — Ele fez uma careta.

Eu ri.

— Eu estava muito bem naquele dia! — me defendi.

— Com certeza estava. — Ele piscou com um meio sorriso nos lábios.

Miguel retirou a minha necessaire da mochila, pegou a escova, colocou a pasta de dente nela e me entregou.

— Você é um fofo — afirmei sem vergonha. Talvez eu ainda estivesse sob o efeito da maconha...

— Não, não sou. — Ele desviou o olhar.
Escovei os dentes. Assim que finalizei, ele começou a abrir a porta do banheiro, mas parou assim que viu que eu me sentei no vaso sanitário.

— O que você está fazendo? — Miguel virou para mim.

— Eu estou cansada. — Dei um bocejo. — Eu só quero dormir. — Encostei minha cabeça na pia grande.

— Lia! — ele me chamou enquanto se agachava na minha frente. — Você tem que tomar um banho.

— Eu sei, mas eu estou tão cansada. — Dei mais um bocejo.

— Vem. — O tatuado me segurou pelos braços e me levantou. — Eu vou sair e você vai entrar embaixo do chuveiro, entendeu?

Levantei os braços para cima com o intuito de que ele retirasse a parte de cima da fantasia. O badboy me olhou confuso.
Eu não queria que Miguel fosse embora, queria ele ali comigo. Sabia que as próximas palavras que sairiam da minha boca eram perigosas, mas, naquele momento, eu não estava com medo.

— Me ajuda a tomar banho? — perguntei com toda a minha coragem e falta de noção.

Miguel ficou pensativo, vi os seus ombros tensionarem e a confusão passar pelos seus olhos.

Ele abaixou os meus braços lentamente, acariciando a minha pele exposta no processo.

— Por mais que eu queira dizer sim, temos algumas coisas antes para resolver. Você tem algumas coisas para resolver. — Ele se afastou de mim e saiu do banheiro.

Fiquei paralisada no lugar.

Eu sabia o que “algumas coisas” significava: Lola. Ou talvez um possível triângulo amoroso.

Balancei a cabeça, confusa, eu dei em cima de Miguel com Lola há alguns metros de distância de mim. Eu sou horrível! Mas não posso negar os sentimentos que tenho por ele.

Tomei banho, penteei os cabelos curtos molhados para trás, vesti o pijama, que consistia na camisa de Miguel e o short de Lola.

Me encarei no espelho.

— Ótima combinação de roupas, Lia! — fui sarcástica comigo mesma.

Ajeitei o óculos no meu rosto e bocejei com sono, os meus olhos já estavam pesados.

Saí do banheiro, fui para a sala e encontrei Miguel sentado no sofá. Caminhei devagar e me sentei do seu lado. Ele não disse nada e nem me olhou.

Encostei a cabeça no alto do sofá e finalmente fechei os olhos.

Escutei passos da escada e a voz de Lola.

— Você não vai querer comer, Lia? — Senti o sofá afundar ao meu lado.

— Ainda não — falei de olhos fechados.

— Olha, você está usando a camisa que eu te dei! — Escutei um tom de alegria na voz de Miguel.

— E também o short que eu te dei — Lola disse de imediato, mas parece que se deu conta do que falou, pois ficou um silêncio na sala e eu senti a tensão ali.

Porém, não liguei muito, meu corpo implorava por um descanso.

Encostei a minha cabeça no ombro de Miguel, senti os seus músculos tensos.

Ainda de olhos fechados, estiquei o braço e procurei pela mão de Lola.

— Nós temos que conversar. — Ela lembrou enquanto entrelaçava os nossos dedos e aproximava mais o corpo do meu.

— Eu sei, mas vamos ficar aqui só mais um pouco. O Miguel pode ficar? — perguntei com a voz arrastada.

O sono logo me consumiu e tudo ficou escuro, mas antes eu ainda pude ouvir um “sim”.

Um tempo depois senti o meu corpo sendo erguido e braços me carregarem. Abri com dificuldade os olhos e vi que Miguel andava comigo pelas escadas.

Ele estava sem a jaqueta de couro, então sua pele tocava a minha. Mesmo sonolenta, gostei de sentir nossos corpos juntos.

Ajeitei a minha cabeça apoiada no seu peitoral, me aninhando mais nos seus braços. Senti ele paralisar no meio do caminho.

E mesmo com os olhos fechados, eu sabia que ele estava olhando para mim e analisando os traços do meu rosto.

— Miguel, vem logo! — Escutei a voz de Lola um pouco distante.

Ele voltou a andar.

— Coloca ela aqui — ela instruiu.

Logo senti o meu corpo afundando em um colchão macio e o cheiro de Lola no travesseiro.

Fui coberta com o edredom.

O colchão afundou do meu lado e o meu cabelo começou a ser afagado. Eu sabia que era Miguel pelo toque de sua mão no meu rosto.

— Eu já estou indo — ele avisou Lola, mas não se afastou de mim.

— Você pode ficar — a loira disse com a voz arrastada, parecia que tinha feito força para dizer aquilo. Ele parou de brincar com uma mecha do meu cabelo. — Eu não costumo deixar caras estranhos dormirem na minha casa, mas eu sei que quando a Lia acordar de manhã, ela vai querer você aqui — explicou.

Senti Miguel levantar.

Um silêncio constrangedor se estabeleceu no quarto.

Eu queria levantar e dizer que estava tudo bem e que eles não precisavam ficar desconfortáveis um com o outro, mas os meus olhos não abriam de tão pesados que estavam.

Meu corpo estava mais relaxado e as vozes foram se afastando.

— Você gosta mesmo dela, não é? — Lola quebrou o longo silêncio.

— Gosto.

E então, tudo o que eu consegui ver foi a escuridão.

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E aí? Gostaram desse novo capítulo? Me contem nos comentários e não se esqueçam de votar!❤️

OBS: Eu escrevi esse capítulo há um ano, mas nunca tive vontade de postar. Tanta coisa aconteceu do ano passado pra cá e deixei um pouco isso de lado, mas com o incentivo dos meus amigos, estou postando aqui. Espero de coração que vocês gostem💖

P.S: Como essa capítulo é longo, decidi dividir ele em duas partes, então preparem o coração de vocês!

📌Instagram: @autoraflor

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