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• • 5: exceções • •

Não vou mentir, andei perguntando sobre você para Emily. Com um pouco de pressão e bajulação, ela me contou o básico e mais um pouco.

Você ficaria surpreso com a quantidade de coisas aleatórias que descobri a seu respeito. Como seu nome completo: Liam Jayden Gabriel Torres. Minha curiosidade ficou lá em cima quando Emily disse que o "Torres" vinha do seu pai, que era brasileiro.

Eu sondei sua vida como só um stalker faria. Descobri, inclusive, que você era o "amigo da vizinhança", aquele cara que fala e se dá bem com todo mundo.

Eu quis rir quando ouvi isso. Sua fama não era de "mulherengo" nem de "destruidor de corações".

Era de amigo da vizinhança. O protótipo do bom garoto. Inteligente, com notas altas e um futuro brilhante pela frente.

Acrescente também "cavalheiro" a essa lista.

Você era cheio de atenções com qualquer um. Você gostava de agradar as pessoas, tratava cada ser humano como se fosse único e insubstituível.

As mulheres, claro, amavam seu jeito natural. Elas gostavam de estar perto de você, mas não o bastante para haver uma fila de garotas querendo te namorar. Hoje eu sei que uma e outra tentavam tirar casquinha de você, só que com as intenções mais erradas do mundo, e isto terei de falar em outra oportunidade.

Em um dia, quando tinha acabado de sair do trabalho, avistei você entrando em uma loja de brinquedos infantis. Eu te segui sem saber ao certo por quê e te observei através da vitrine. Era a primeira vez que te via em um lugar que não fosse na lanchonete.

Parada na calçada, fiquei prestando atenção em você. Basicamente te espionando.

Suas faces estavam serenas enquanto você passeava os olhos pelas prateleiras com os brinquedos em exposição. De repente, você ergueu a mão e apanhou uma caixa. Olhou por alguns segundos... depois devolveu.

Meus pés pareciam ter criado raízes e meus olhos estavam grudados em você, ávidos pelos seus próximos movimentos.

Eu suspirei.

Que necessidade insana era essa de ficar seguindo seus passos?

Logo quando eu estava considerando dar meia-volta e retomar o caminho, você me flagrou te encarando do lado de fora da loja. Você devolveu meu olhar com espanto e pareceu meio constrangido.

Será que pensou que eu era tarada?

Bem, se não pensou, eu pensei que você tinha pensado isso. Acabei ruborizando de uma maneira tão violenta que aposto que você deve ter visto, mesmo com os metros que nos separavam.

Eu, uma garota que pensava safadezas, que fazia safadezas, ficou vermelha de vergonha. Por sua causa.

Meu Deus, o que mais você ia fazer comigo?

Saí de perto da loja com tanta pressa e desatenção que esbarrei em uma mulher que carregava um monte de sacolas. As compras dela voaram pela calçada. Eu me abaixei e a ajudei a recuperar e a guardar tudo nas sacolas.

— Desculpa — eu disse quando nos levantamos.

— Certo... mas na próxima vez olhe por onde anda!

— Vou olhar.

Aparentemente, você também me deixava desastrada.

— Está tudo bem aí?

Girei o corpo, te encontrando em frente à porta da loja, apoiado na bengala. Com o cenho franzido, sua expressão era a de quem tentava entender o que tinha acontecido.

— Tudo ótimo.

— Estava me observando? — você perguntou de repente, com uma calma invejável.

— O quê? Eu não estava fazendo isso — respondi, consternada. — De onde tirou essa ideia? Por que eu faria algo assim?

— Eu não sei. Realmente... por que faria algo assim? — você repetiu, e pensei ter ouvido uma nota de decepção.

Você não me contou e eu também nunca perguntei, mas acho que, naquele instante, você deve ter pensado que não era o tipo de cara por quem uma garota correria atrás e faria um milhão de loucuras.

E se foi isso, você estava enganado, Liam.

Terrivelmente enganado.

Seus olhos plácidos mantiveram-se nos meus por alguns segundos, e antes que eu pudesse falar ou fazer qualquer coisa, você sorriu e falou:

— Eu bem que estou precisando de ajuda. O aniversário do meu irmão caçula será neste domingo e estou tentando decidir qual presente comprar. Poderia me ajudar a escolher?

Hesitei.

— Eu até poderia, mas...

— Perfeito. Vamos entrando.

Não deu outra.

No minuto seguinte, enquanto caminhava a seu lado por entre as estantes de brinquedos, tentava digerir a informação de que você tinha um irmão mais novo. Até então, você era um cara sem família na minha mente. Sem passado e futuro, somente o presente.

— Quantos anos ele vai completar? — perguntei.

— Treze.

— No que pensou em comprar?

— Algum jogo de investigação. Ele adora resolver mistérios.

— Ótimo, então quer dizer que o meu trabalho já foi feito — eu disse, dando meia-volta em direção à saída.

— Espera, Devlin.

Sem que eu pudesse prever, você enganchou a ponta recurvada da bengala no meu pulso para me deter.

Me puxou para você.

E eu fui.

O seu modo inusitado de parar uma garota me deixou sem reação. E você não agiu como se tivesse feito aquilo antes.

— Desculpa. Machuquei você?

— Não foi nada — respondi, esfregando o pulso. Não porque doía, mas porque agora estava formigando, como se você tivesse me tocado com os próprios dedos.

— Você tem irmãos, Devlin?

— Tenho uma irmã.

— Qual a idade dela?

— Por que quer saber?

— Só responde.

Fiz uma breve pausa.

— Doze.

— Que coincidência, é a mesma idade do meu irmão. Não me diga que o aniversário da sua irmã também está próximo? — você sondou, os olhos semicerrados em uma expressão brincalhona.

— Não, o aniversário dela já passou. Mas o que isso tem a ver com a gente?

— Ah, então admite que existe um "nós". — Agora seus traços estavam completamente relaxados, tomados pela satisfação.

— Não admiti coisa alguma. Você colocou palavras na minha boca.

— Está dizendo que exerço influência sobre você?

— Também não.

Sua risada reverberou no ambiente.

— Estou falando sério — reforcei, sentindo o rosto queimar levemente.

Você exercia toda a influência sobre mim. Toda.

Seu olhar demorou no meu antes de você dar um passo na minha direção. Eu fui para trás e minhas costas bateram na estante. Você tinha me encurralado. Então, encarando meus lábios entreabertos, você se aproximou mais, trazendo o rosto para perto do meu.

A tensão dominou meu corpo. Eu me senti congelar com a proximidade. Sua respiração morna roçava meu rosto e seu cheiro maravilhoso inebriava meus sentidos.

Não tinha mais ninguém naquela parte da loja além de nós dois. Se você quisesse me beijar, você poderia. Bastava inclinar a cabeça para baixo e seus lábios alcançariam os meus.

Será que você viu o quanto fiquei nervosa? A maneira que eu batalhava com o fôlego?

Porque eu vi como seu rosto ficou corado com o desejo enquanto contemplava minha boca com insistência. Como um pecador que sabia que estava pecando, mas não pararia mesmo assim.

Então você levantou a mão e, ao passá-la por cima do meu ombro, tirou a caixa de um jogo da prateleira atrás de mim.

— Vou levar este aqui — você disse com despreocupação e se afastou com o jogo na mão.

Mal consegui disfarçar o desapontamento.

Por que não me beijou, caramba?

Você tinha que ter me beijado. Teria sido mais fácil se tivesse dado o primeiro passo, porque aí eu poderia aproveitar o beijo e depois colocar a culpa em você. Poderia fingir que aconteceu só porque você insistiu.

Mas não.

Você também era cheio das artimanhas, Liam. Você estava fazendo seu dever de casa sobre mim. Estava aprendendo a lidar comigo.

Depois de escolher o presente do seu irmão, nós fomos para a fila do caixa. Tinha umas cinco pessoas na nossa frente. Enquanto aguardávamos, você perguntou:

— Você brincava muito quando era pequena?

Por estarmos em uma loja de brinquedos, você viu a oportunidade de me perguntar sobre minha infância. Um dos assuntos que eu mais odiava falar, então apenas dei respostas lacônicas e mentirosas.

— Não lembro.

— Qual era seu brinquedo favorito?

— Eu não tinha um.

— Detesta falar sobre si, não é?

Me virei e te olhei, mas o que eu ia dizer? Eu realmente detestava.

— Podemos voltar a falar da sua irmã, se quiser — você recomeçou, o tom cortês.

— O que mais há para falar?

Você abriu um sorriso lindo e paciente.

— Do que ela gosta de brincar?

— Cartas — respondi bem quando olhei para o expositor de plástico a meu lado, onde várias caixas vermelhas estavam organizadas em fileiras. Peguei uma. — Esse parece legal.

— Você nunca jogou Uno?

— Não.

Você ficou um tanto surpreso quando respondi isso. A fila andou e avançamos um passo. Estava prestes a devolver a caixa de Uno ao expositor, mas então você a tirou de mim, espantosamente rápido demais.

— O que está fazendo?

— Comprando Uno para alguém que não teve infância.

— Não quero nada de você.

— Eu sabia que ia dizer isso — sua boca estava retorcida em um sorriso —, mas estou falando da sua irmã. Se você não jogou, é provável que ela também não tenha jogado. Vou comprar para ela e aí ela decide se vai jogar com você ou não.

Logo sua vez chegou e você pagou pelos brinquedos, inclusive a caixa de cartas que disse que compraria para Madison, a qual pediu que também fosse embalada para presente.

Quando a funcionária te entregou as sacolas, você passou uma para mim.

— Aqui está. Depois me conta se sua irmã gostou.

Engoli em seco. Eu fiquei sem palavras, Liam.

Não acho que exista maneira mais perfeita de você ter feito isso. Se tivesse comprado algo para mim, eu teria me sentido lisonjeada, apreciada e só. Mas você comprou um presente para minha irmã.

Para minha irmã, sendo que nem a conhecia. Você queria agradá-la para chegar em mim.

A moça do balcão de presentes escutou nossa conversa e deu um risinho quando me viu corar. Era a segunda vez no dia.

— Você deveria ir à festa do meu irmão — você propôs de súbito, quando já estávamos fora da loja. — Estará livre no domingo?

Sacudi a cabeça em afirmativa.

— É meu dia de folga, por incrível que pareça.

— Leve sua irmã — você disse em tom convidativo. — Vai ser legal.

— Não será esquisito uma desconhecida aparecendo por lá?

Não conseguia acreditar, eu estava mesmo considerando ir à tal festa de criança.

— Você não é uma desconhecida, Devlin.

— E o que eu sou? — perguntei, interessada.

— Acho que nós vamos descobrir com o tempo — você respondeu simplesmente.

Seus olhos me contemplavam como se vissem algo mais que eu não conseguia ver. Algo que eu ainda tento saber o que é.

Liam, eu nunca tive problemas em assumir meu lado ruim. Eu era boa nisso. Mas você? Você era especialista em enxergar as pessoas pelo que elas poderiam vir a ser.

Você não tinha medo de monstros e foi capaz de amar o pior deles: eu.

Ao mancar até mim, você me passou um papel com o endereço do lugar onde aconteceria o aniversário.

— Estaremos à sua espera. Ryan gosta de conhecer novas pessoas. Tenho certeza de que você, sua irmã e ele se darão bem.

Então você foi embora, me deixando muito intrigada. Tentada a desvendar mais sobre você e aqueles que te cercavam.

A dúvida martelava minha cabeça quando eu pensava em onde aquilo ia dar. Então ignorei. Só ignorei.

Eu achava que estava segura porque você não fazia meu tipo. Porque éramos incompatíveis, feito água e vinho. Pessoas como a gente não se misturavam. Eu deveria obedecer a essa regra.

O obstáculo?

Era ridiculamente fácil gostar de você.

Quando menos esperei, eu estava louca para me jogar nos seus braços. Como uma tola, comecei a recolher as migalhas de carinho deixadas por onde você passava, até me dar conta de que queria mais.

Você me fez quebrar minhas regras uma a uma. Me fez abrir exceções.

Aliás, eu não abria exceções, muito menos para homens. Liam, você foi o único homem para quem eu abri uma exceção.

E nós dois sabemos como ter exceções pode ser problemático, porque não existe um princípio lógico que as fundamentem. Elas apenas existem para bagunçar nossa mente e tornar tudo ainda mais complicado.

Nunca antes você foi tão bem descrito, porque foi exatamente o que fez comigo sem piedade.

Garoto, você me desmontou.

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