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• • 10: irmão • •

O domingo chegou e eu não fui ao aniversário do seu irmão.

Quando acordei, já eram quatro da tarde. Várias garrafas de cerveja estavam espalhadas pelo chão da sala. Eu estava com uma baita ressaca.

Meu estômago roncava. Abri a geladeira, esperando encontrar as sobras do almoço de ontem. Madison apareceu, de repente, avisando que tinha comido.

Ela estava superchateada comigo. Nós não saíamos muito e o convite para o aniversário a tinha deixado em expectativa. Para fazer as pazes com ela, eu a levei para um parque de diversões mais tarde.

Por dentro, eu não estava nada bem. Minha cabeça ainda latejava da bebedeira, então apenas fiquei monitorando de longe enquanto ela ia nos brinquedos para sua idade.

Meu café da manhã, almoço e jantar foram o refrigerante e o cachorro-quente que comi.

Nada saudável.

— Então é para cá que você vem quando fura com alguém.

Girei o rosto e te encontrei de pé, parado ao meu lado. Você estava possesso comigo.

— Podia ao menos ter ligado avisando que não ia.

— Eu esqueci.

— Você se esqueceu de ligar ou de que tinha um aniversário para ir? — você perguntou, suas linhas faciais endurecidas.

— Acho que os dois — murmurei, confusa. — Me desculpa.

— Diga isso para Ryan, não para mim. — Mais um pouco e você ia começar a subir pelas paredes de tão furioso que estava. Era a primeira vez que te via assim. — O que aconteceu?

— Precisei resolver uma crise — respondi baixinho. O que era verdade.

À minha resposta, suas feições suavizaram drasticamente e a raiva esvaziou de seus olhos. Você fechou as pálpebras. Quando as abriu, parecia ter se acalmado.

— Sinto muito, de verdade. Havia até comprado o presente do seu irmão. Estava tudo certo para irmos. — Mas eu tinha que estragar, é claro.

Você suspirou.

— Tudo bem, já passou.

— O que está fazendo aqui? — perguntei depois de você se sentar ao meu lado, no banco.

— Eu trouxe Ryan para aproveitar o resto do dia de aniversário dele.

Honestamente, Liam, você parecia ser o tipo de cara que faria qualquer coisa pelo irmão. Eu fiquei com vergonha da merda de irmã que eu era para Madison.

— Isso é ótimo — eu disse impulsivamente. — Assim posso conhecê-lo e lhe pedir desculpas pessoalmente.

Não, eu não tinha nada que conhecê-lo. O que eu estava falando?

Você me olhava fixamente e eu segurei a respiração por um momento. Então, sua cabeça tombou levemente para o lado, como se olhasse para além de mim.

Curiosa, segui seu olhar. Um garoto muito parecido com você procurava algo ou alguém na multidão.

— Ryan! — você chamou alto, levantando o braço.

O menino te viu acenando e logo veio correndo para nós.

Você se pôs de pé e eu fiz o mesmo.

— Devlin, este é Ryan. Ryan, Devlin — você nos apresentou.

Puta merda. Ele era a sua cara cuspida. Com exceção dos olhos, que eram castanho-escuros. O cabelo era ondulado e escuro, e os traços do rosto lembravam muito os seus.

— Prazer — seu irmão disse, sorrindo, e me saudou com um entusiasmado aperto de mão.

— O prazer é meu, Ryan. — Soltei sua pequena e magra mão. — Lamento não ter ido à sua festa hoje.

— Ah, tudo bem. Você deve ter tido suas razões para não ir.

E ele era tão legal quanto você.

Isso podia piorar?

— Seu presente está lá em casa. Se eu topar com Liam de novo, vou pedir para ele entregar a você — prometi.

— Nós estamos de carro. Por que não me deixa te levar para casa? — você ofereceu, solícito. — Dessa forma pode entregar você mesma o presente.

Eu te encarei, muda. Permitir que você descobrisse meu endereço? Era um pouco demais para mim, por mais idiota que soasse.

— Você trouxe sua irmã? — você indagou tão logo Madison se aproximou de nós três, então sorriu para ela.

Coloquei as duas mãos sobre os ombros dela e fiz as devidas apresentações.

Eu não falava muito de você para Madison. Na verdade, eu escondia você do mundo como quem lida com uma peça rara. Costumava te guardar em meus pensamentos, em meus sonhos, em um lugar protegido.

O fato é que eu não conversava sobre homens, em geral, com minha irmã. Ela sabia sobre Jason, porque ele apareceu uma vez em nosso apartamento e eu a apresentei para ele. E só.

Jason não era uma pessoa importante a ponto de eu mencioná-lo. Mas devo ter tocado no seu nome algumas vezes com Madison — mais do que o normal —, pois ela não parava de te olhar com curiosidade.

Droga, Liam, até ela percebia o efeito que você provocava em mim.

— Acabei de ter uma excelente ideia! — Ryan exclamou, capturando nossa atenção. — Que tal a gente ir na roda-gigante?

— Vão vocês. Eu fico aqui, em terra firme — declarei.

Madison deu uma risadinha.

— Ela tem medo de altura.

— Não tenho, não.

— Tem, sim.

— Eu acabei de comer — me justifiquei. — Não quer que eu vomite em você, quer?

— Não seria nada agradável de ver — você interveio, rindo. — Madison, por que não vai com Ryan?

Minha irmã ficou tímida a princípio, mas depois perguntou para Ryan:

— Você quer ir comigo?

— Claro!

Nós compramos os ingressos e demos para eles.

De longe, observávamos os dois no brinquedo. Eles interagiam, riam, se divertiam. Eu não via Madison relaxar daquele jeito em muito tempo.

Ela não tinha tantas amizades. As poucas eram restritas à escola. Mas Ryan estava sendo sensacional para ela, então eu gostei dele logo de cara. Me perguntei como seria o resto da sua família.

Girei a cabeça levemente para o lado e te lancei um olhar discreto.

Será que você tinha noção do quanto era bonito?, pensei. Eu poderia ter dito, sabe, que você estava fantástico naquela calça sarja bege e camisa preta de botão com as mangas arregaçadas até os cotovelos. Mas aí eu preferia engolir ferro derretido a admitir.

Você se vestia bem, e eu amava isso. Amava seu ar sofisticado e erudito. Era diferente dos rapazes de estilo jogado e frases vazias com que eu estava acostumada a lidar.

— É a nossa vez — você falou, pegando minha mão, e me puxou em direção à fila para a roda-gigante.

— Eu não tenho ingresso.

Sua mão escavou seu bolso e me mostrou os ingressos.

— Comprei para nós dois.

— Mas e se eu vomitar em você?

— É só eu trocar a camisa.

— E se eu tiver um ataque de pânico?

— Você não vai ter um ataque, Devlin.

— Nós vamos passar muito tempo sozinhos nessa coisa — observei, preocupada. — O que vamos fazer para preencher o silêncio constrangedor?

Você apenas riu. Em alguns minutos, estávamos eu e você sobre um dos bancos coloridos, oscilando enquanto o brinquedo rodava.

A lua brilhava e as estrelas piscavam no céu. A brisa fria da noite acariciava meu rosto. Meu estômago esfriava e se contraía deliciosamente em cada uma das voltas.

Você puxou conversa, depois contou algumas histórias engraçadas das quais acabei rindo só porque você se acabava de rir antes de terminar de contá-las.

No final das contas, mesmo que não tenha sido planejado, estar com você foi mágico, Liam. Foi íntimo. De algum modo, foi como se a minha alma reconhecesse a sua de outra época.

A um dado momento, nosso banco parou no topo da roda-gigante.

— Seu cabelo está todo bagunçado. — Você ergueu a mão e começou a arrumar minhas madeixas curtas, como se fosse algo natural de se fazer.

Um calafrio subiu pela minha coluna e me fez estremecer com a intimidade do seu gesto.

Você retirou a mão quando viu que me retraí.

— Desculpa — você murmurou.

Eu encontrei seu olhar, desorientada. Por que reagi daquela forma?

Ficamos nos encarando, imersos no silêncio, até que o brinquedo voltou a rodar e eu consegui falar:

— Garoto, não é porque me beijou que agora você pode sair me tocando assim do nada.

Um dos cantos da sua boca se elevou. Às vezes me desesperava o fato de o meu jeito arisco mais te divertir do que repelir.

— Você faz soar como se eu fosse um maníaco.

— E não é? Afinal, você tem me perseguido desde que nos esbarramos naquela ponte.

— A única coisa que tenho feito é frequentar uma lanchonete que eu gosto.

— Que mentira deslavada. Você também mente, percebeu?

Você ficou calado por algum tempo, então me olhou com seriedade.

— Certo, você me pegou. Acho que passamos da fase de ficar fingindo que não está acontecendo nada. Eu estou completamente na sua, Devlin. Os seus olhos... são fascinantes...

— São feios — te interrompi e você ficou ligeiramente surpreso. Não pela interrupção em si, mas porque pela primeira vez eu mostrava meu lado vulnerável para você.

Os meus olhos eram o que eu mais odiava no meu corpo. Não era um elogio seu que mudaria isso.

— Quando te vi naquela ponte, foi como se uma força grandiosa tivesse me envolvido e sussurrado em meu ouvido que eu precisava de você tanto quanto você precisava de mim — você confidenciou com honestidade. — E é verdade, pelo menos no que diz respeito a mim. Quando te reencontrei naquela lanchonete, meus olhos cobiçaram ainda mais o que viram.

Meu coração batia loucamente no peito. Você deslizou pelo banco para se aproximar e eu deslizei para o lado até bater as costas na barreira do brinquedo, na vã tentativa de me afastar de você.

Como se você tivesse adivinhado, a roda parou mais uma vez para acolher novos passageiros. Você aproveitou para chegar ainda mais perto e seus olhos baixaram até meus lábios semiabertos.

Eu me preparei para um possível beijo. Eu queria sentir seus lábios e, ao mesmo tempo, não queria. Tinha certeza de que se nos beijássemos de novo poderíamos nos dar mal depois.

Como odeio ver que estive certa.

Em vez do beijo, você apenas levantou a mão e traçou as linhas do meu rosto. Seus dedos me tocavam, brincavam com meus cabelos. Você me olhava, parecendo fascinado pelo que via.

Não, não, você não estava me olhando.

Você estava me venerando. Como se eu fosse uma divindade pela qual você não poderia demonstrar outra coisa senão adoração.

E eu me derreti com todo aquele carinho, com toda a atenção. Mesmo lutando contra isso e me recusando a admitir, era a verdade. E foi ali que concluí que Jason poderia estar certo, talvez eu estivesse me apaixonando por você.

Eu não sei. Não sabia o que era se apaixonar.

Descobri isso com você.

A roda voltou a girar e você tirou a mão do meu rosto, tomando distância no banco.

— Lembra quando me perguntou, na lanchonete, por que eu insistia tanto para sair com você?

Assenti.

— Desde que me acidentei, estou acostumado a ser notado de... um outro ângulo. O ângulo da deficiência — você revelou, cauteloso. — Isso faz com que o comportamento das pessoas mude quando estão comigo. Algumas se tornam irritantemente solícitas, e outras, hostis.

Minhas sobrancelhas se contraíram enquanto eu tentava imaginar por que alguém seria hostil com você por causa da sua perna.

— Mas você... Eu sinto, de alguma forma, que você foi autêntica desde o início. — Agora você lutava contra um sorriso. — Você não teve pena de mim, não se comoveu. Você não mudou o que é para me agradar. Não me poupou da sua língua perversa e do seu jeito esquivo. Em outras palavras, não me tratou de maneira especial.

— Por que eu faria isso? Você não está merecendo.

Você sorriu como se esperasse essa resposta de mim.

— Quis dizer que não me tratou de maneira especial pelo fato de eu ter que usar uma bengala para andar. Daqui a alguns dias você vai querer me dar um tratamento diferente, é verdade, mas não por esse motivo, e sim porque você vai ser minha.

Eu quis dizer que não, que você estava delirando. Mas eu estava ficando cansada de mentir, Liam. Cansada de negar. Então apenas voltei a olhar para frente, em silêncio.

Minutos depois, nós saímos do brinquedo. Você terminou me convencendo quando argumentou que estava muito tarde para eu e Madison andarmos sozinhas na rua.

Entramos no seu carro, eu e minha irmã sentadas na parte de trás enquanto Ryan estava ao seu lado no banco da frente. Durante todo o trajeto percorrido, senti o peso do seu olhar através do espelho retrovisor.

Assim que estacionou em frente ao meu prédio, eu estava mais do que feliz por poder fugir dos seus olhares insistentes.

Num piscar de olhos, subi e desci com o presente do seu irmão. Ele o abriu na hora. Pelo sorriso largo, pareceu ter gostado.

— Demais! — Ryan exultou. — Agora vai faltar pouco para completar a minha coleção.

Eu sorri.

— Fico contente que tenha gostado. Boa noite, pessoal.

— Boa noite, Devlin.

Aquele "boa noite, Devlin", pronunciado por sua voz rouca, teve a capacidade de fazer os pelos do meu corpo todo se arrepiarem.

Inferno, eu precisava de um descanso.

Quando abri a porta do meu apartamento e entrei, me lembrei do olhar que você me lançou antes de partir com o veículo.

Foi um olhar tenaz, persistente. Cheio de determinação.

Ficou claro que você não ia me deixar em paz. Estava obstinado em me persuadir a largar Jason para eu correr para os seus braços logo em seguida. Você era o tipo de homem que, uma vez que tivesse escolhido para si as experiências que queria viver, você as vivia. Ponto. Por isso, àquela altura, eu soube que nada do que fizesse e dissesse teria força para te parar.

Você fez sua escolha e estava resolvido a me conquistar.

Só não previu o final catastrófico que teríamos, do qual você quase não saiu vivo.

Agora eu te pergunto: valeu a pena, Liam?

Valeu a pena?

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