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Blood, Sweat & Tears pt. 4

Acordo no dia seguinte, ainda agarrada ao corpo dele. Sentindo aquele calorzinho gostoso do Jimin, enrolada no edredom, no meio daquele quarto frio. Tão bom...

Sorrio e encosto meu rosto em seu peito, me aconchegando mais nele. Não quero soltar nunca mais. Alguém avisa pra Alícia que eu vou morar aqui com o Jimin agora. Eu quero acordar todos os dias nessa cama macia e saber que, mesmo com o ar condicionado em 18°, o corpo dele vai estar aqui pra me aquecer.

Olho para cima e vejo seu rosto sereno, imerso em calmaria e sonhos. Me pergunto sobre o que ele sonha. Parece tão inocente. Tão fofinho. Quem vê nem pensa que...é. Deixa pra lá. Não quero saber o que ele sonha. Acho que já vivi isso ontem. Meu corpo não aguenta outro round.

Beijo seu queixo, levemente. Meu coração dá um pulinho no meu peito com a proximidade dos meus lábios dos seus. Como ele pode ser tão amorzinho dormindo? Nem parece que é tão tarado. As aparências enganam, mesmo.

Solto seu corpo devagar, procurando por alguma relógio pelas paredes do quarto. Não tem relógio aqui? Acho que de tanto dormir na casa dele no residencial, nem procura mais ter coisas usuais no quarto.
Me levanto sem mexer muito a cama, e ando calmamente até a calça de Jimin, jogada no chão. Me abaixo e pego seu celular no bolso de trás dela. Desbloqueando a tela, vejo que são 7:45 da manhã. Um horário agradável, poderei tomar café. Quer dizer...se ele acordar e me levar pra onde comemos. Se não...fudeu. Eu vou morrer de fome.

Okay...mortes tristes à parte, vamos tomar um banho primeiro, não é?
No caminho de pegar minhas roupas do chão para levá-las para o banheiro do quarto dele, paro no meio do caminho e olho para suas gavetas de roupa. Olho para Jimin, e para as gavetas novamente. Ele não vai se importar, não é?
Me dirijo até as gavetas, e me abaixo na frente de uma delas. Abro a primeira, e acho cuecas box. Cuecas brancas, pretas e muitas, mas muitas, azuis. Okay.

Que situação esquisita. Fecho a gaveta, rindo.

Abro a próxima e encontro camisas. Menos mal. Achei que fosse achar quilos e quilos de camisinha. Mas, beleza.
Pego entre as camisas uma preta super gigante, que imagino ficar larga até nele mesmo. Pego essa e vou pro banheiro. Tranco a porta e começo a encher a banheira. Enquanto ela enche, vou até a pia lavar o rosto. Encontro um sabonete pra pele na cabine do espelho e o pego pra passar na pele. Massageio calmamente todo o meu rosto com o sabonete após molhá-lo, e busco pela manivela da pia, abrindo a corrente de água e lavando meu rosto. Fecho após terminar. Ao erguer meu corpo novamente, me olho no espelho, e avisto em meu corpo, as marcas de ontem. Não apenas marcas de chupão. Mas rastros do que quis que acontecesse.
Me olho no espelho e me sinto diferente. Com um jeito diferente do normal. É uma mudança repentina que me traz sensações muito boas.

Meus cabelos estavam bagunçados e minha pele clara marcada do pescoço aos meus seios. Passo meus dedos pela trilha arroxeada no meu branco. E por algumas partes realmente roxas. Lembro de ontem.

Ontem.

Jimin...

Não posso evitar sorrir. Eu não posso. Vou estar mentindo pra minha própria vontade. Por que me sinto tão...qual a palavra? Adulta? Madura? Talvez...mulher. É. Eu me sinto mulher. Me sinto amada e desejada, como qualquer mulher, até qualquer pessoa, gostaria. Mas, quero dizer que não me sinto uma garotinha, por mais que eu tenha 17 anos. Eu me sinto tão mais velha. Só por causa de ontem. Por causa do que eu e ele fizemos ontem. Por causa do que Jimin fez comigo. E o que ele me faz, constantemente, sentir.

Paro minha mão no meu peito e sinto meu coração batendo forte. Fecho os olhos, feliz.

O que você fez comigo, Park Jimin?

Quando vejo que a banheira estava bem cheia, desligo a torneira dela e entro na água quente, e lavo meu corpo. Devagar, sem pressa. Cuido de cada parte minha, dando suma importância para todas. Lavo meus cabelos, e uso o shampoo e o condicionador dele mesmo.
Quando termino, pego uma toalha e me seco, vestindo a blusa dele depois. A blusa chegou até perto do meu joelho, então vai servir por agora.

Saio do banheiro e encontro Jimin levantando da cama, coçando os olhos. Ele olha pra mim e eu pra ele. Seus olhos descem do meu pescoço exposto para o resto do meu corpo, vendo a roupa que eu vestia. Jimin sorri, se levanta, e anda até ficar de frente pra mim. Ele vestia apenas uma cueca, que não vi ele vestindo, mas ainda bem que usava. Já estava tímida de vê-lo apenas assim.

- Bom dia, princesa. - Tiro meus olhos do seu corpo e olho pra cima, para ele. Ele sorria com o rosto inclinado pra direita, com aquela carinha suspeita.

- Bom dia, príncipe.

- Acho que eu conheço essa blusa.

- Conhece mesmo? Eu achei ela e vesti.

- Achou? - Ele ri. - Achou nas minhas gavetas. Andou revirando minhas roupas?

- Talvez.

- Eu te dei roupas ontem.

- Eu sei. Mas eu queria vestir algo com o seu cheiro. - Seu sorriso desaparece por alguns segundos, antes dele corar e voltar à sorrir, olhando pro chão.

Jimin leva suas mãos até as laterais do tecido preto da blusa, os agarra e me puxa de encontro o seu corpo. Não mexo um músculo. Ele segura meus braços e passa ao redor do seu pescoço. Suas mãos quentinhas escorregam pela minha cintura e ele me beija. Um beijo tão suave, da sua especialidade, que fazia cócegas nos meus lábios. Suave, mas quente e úmido. Seus lábios se arrastavam pelos meus, e eu tremia em seus braços.
Quando ele solta meus lábios, percebo a marca que deixei ontem nos seus, quando os mordi. Ainda estava vermelho, e bem visível.

- Você está diferente. - Ouço a sentença vindo dele. Me viro rapidamente para seu rosto novamente. Ele...também reparou?

- Eu...estou, não estou? - Sorrio, sem jeito.

- Ontem quando você chegou, não estava...assim. Você parece, melhor. Eu acho. Não sei explicar.

Com todo o meu coração, sorrio abertamente, expondo um sorriso que não exponho faz muito tempo. Abraço Jimin com força, e ele parece extremamente confuso.

- Obrigada, meu amor. - Digo, e fico alguns segundos o apertando contra mim.

- A...am... - Jimin trava. Começo a me soltar dele, pensando que estava sufocando ele. Mas, Jimin rapidamente envolve minha cintura com os seus braços e me aperta contra ele. Sinto seu coração contra o meu peito bater rápido. - Não.

- Não, o que? - Tento me soltar dele, mas Jimin não deixa. - Por que você não me deixa sair, homem?

- N-nada.

- Como "nada"? É claro que é alguma coisa. Me fala ou me solta.

Jimin fica alguns segundos a mais me contendo, mas acaba me soltando. Olho pra ele assim que me solta, e descubro seu rosto ruborizado.

- Jiminie...?

- Ah, não me chama assim...vai piorar a minha situação. - Meu coração derrete com a fofura dele. Ele estava com vergonha? Tanta assim? Logo ele?

Me lembro de uma coisa, e tenho uma ideia. Me aproximo dele e toco sua mão.

- Jagiya... - Jimin me olha com uma expressão surpresa. - Eu estou com fome. Podemos comer?

- Ja...Jagiya?! Onde aprendeu isso? Quer me matar? - Não resisto em deixar uma risadinha escapar. Mas continuo o que estava fazendo logo.

- Qual o problema. Somos noivos, não somos? - Ele me olha, ainda vermelho.

- Eu vou matar você.

- Aish...o que eu te fiz? - Faço um carinha triste.

- Isso. - Ele pega a mão que eu usava para segurar a dele, e coloca em seu peito. Sinto a velocidade atual do seu coração. Parecia que ele ia ter um ataque cardíaco a qualquer momento.

- Meu Deus! - Sorrio, com uma das mãos tampando minha boca. - Ai, que fofo!

- O caralho que é fofo! - Ele diz, indignado. Começo a rir muito alto. - Iiiisso. Ri mesmo. Você vai ver só.

Tiro minha mão do seu peito e coloco no meu, morrendo de rir. Minha barriga chegava à doer de tanto rir. Vou me acalmando aos poucos e me sento na cama, me recuperando do ataque de risos.
Jimin revira os olhos e vai pegar uma roupa pra vestir nas suas gavetas. Após colocar uma blusa azul marinho e uma calça de moletom preta, ele joga pra mim uma outra calça de moletom, porém, cinza. E um casaco sem zíper, preto.

- Veste isso pra não aparecer seminua na frente dos meus pais. - Me levanto da cama enquanto ele fala e visto o que ele me deu, depois vou andando atrás dele para sairmos do quarto. Após destrancar o quarto, vamos andando até o lugar que ainda não fomos juntos da casa, a sala de refeições.

Quando entramos juntos, somos recebidos pela senhora e o senhor Park. Os dois sorriem pra nós, senhora Park mais do que o "desinfeliz" do lado.
Sorrio de volta, sem saber se Jimin faz o mesmo. Nos sentamos um do lado do outro na grande mesa da sala de refeições, perto dos pais deles. Logo, duas empregadas nos servem com um delicioso café da manhã, com frutas, waffles, ovos e suco. Arrumo meu prato com tudo o que pretendo comer, assim como os outros.

- Bom dia, meus amores. - Ouço senhora Park dizer e cutucar senhor Park com o cotovelo. O mesmo tira sua atenção do seu waffle e olha pra nós, pigarreando.

- Bom dia. - Ele diz.

- Bom dia. - Jimin diz, concentrado na comida.

- O mesmo pra vocês. - Digo, sorrindo.

- Parece estar de bom humor. A noite de vocês foi boa? - Vejo Jimin esboçar um sorriso suspeito, enquanto mastigava sua comida. Continuo comendo meu café da manhã, fingindo que não entendo. - Haechul comentou que ontem à noite ela escutou barulho em casa, mas disse que não sabe de onde vinha. - Quase cuspo minha comida. Ela... - A noite foi mesmo boa?

O sorriso de Jimin aumenta em seu rosto. Ele tira seu foco da comida e entra no assunto.

- Mãe, o que a Haechul ouviu ontem éramos nós.

Engasgo com a comida e começo à tossir. Sinto um frio na barriga. O pai de Jimin me olha com cara de interrogação, a mãe dele me aponta um olhar de preocupação, e Jimin me olha sorrindo.

- Tudo bem, querida? - Sua mãe me pergunta. Senhora...parece que está tudo bem? Ouviu seu filho? Mesmo assim, assinto.

- Como eu dizia, ontem eu e Anaíz estávamos ouvindo Jay Park no quarto. Talvez um pouco alto demais. - Filho da puta. Sem ofensas, senhora Park. Desculpa.

- Ah, sim. Entendo. Vocês jovens gostam muito de ficar fazendo essas coisas até tarde, não é? - Ela pergunta.

- É o meu passatempo favorito, mãe. O prazer é indescritível. - Ele mal tenta esconder. Exceto pela mentira base, ele descreve como se fosse a outra coisa.

- Parece especial.

- Ontem foi muito especial mesmo. - Fico vermelha, e me escondo com o cabelo.

- Que bom que foi uma noite agradável. Eu espero que tenham paciência pra hoje. E sinto muito por já começar o dia de vocês assim. De antemão, perdão. Mas teremos uma visita necessária hoje. É literalmente um mal necessário. - Sua mãe diz, e minha aparência se transforma instantaneamente. Se ela estiver falando de quem eu acho que está...

Jimin, pelo contrário, continua concentrado em comer, apenas mais sério do que estava antes.

- Já sabe o que vai dizer para senhorita Kwang, Jimin? - Seu pai pergunta. Todos da mesa olham pra ele, menos Jimin. - Sabe que ela vai comentar disso com os pais dela, não sabe? Precisa de uma boa justificativa.

Jimin engole um pedaço de seu waffle, bebe um gole de suco e respira fundo, olhando para seu pai.

- Vou dizer a verdade. - Ele responde. - Que prefiri noivar com quem eu realmente quero do que com alguém arranjado. Todos os Kwang sabem que esse casamento ia ser uma fraude. De não agrada citar o meu sentimento pela Anaíz, então é só dizer que surgiu uma candidata melhor. Simples.

- E você acha mesmo que Kwang Soojing vai simplesmente deixar assim? Parece que não a conhece. - Seu pai diz.

- Graças à Deus, não tive tempo de conhecer tudo o que tinha pra conhecer. - Jimin corta.

- Filho. - Era a mãe de Jimin. Ela põe a mão em seu ombro e ele olha para ela. - Veja bem, os pais dela podem até relevar, mas Kwang é teimosa. E se não te ama, o que eu acho provável, é maluca por você. Eu mais temo o que ela pode fazer contra você e Anaíz do que qualquer outra coisa. - Ela explica, calmamente.

Fazer comigo? Ah, tá. Só vem, embuste.

- Eu agradeço sua preocupação comigo, mãe. Mas não tenho outro caminho. Não vou fingir que gosto dela e ter um segundo casamento pra evitar ela latindo no meu portão. Não se preocupe. Eu e a Anaíz estamos unidos. Qualquer problema, resolvemos juntos. Eu só peço uma vez na vida: Confiem em mim. Vocês dois. - Ele oscila seus olhos entre seu pai e sua mãe. - Ela pode até nos ferir, mas não vai sair barato.

Sua mãe respira fundo e olha pra seu marido, que olhava para todos na mesa, desconfiado.

- Tudo bem. Só tente ser pacífico. Seja educado, calmo...não precisa chega na voadora, okay? - Ela sorri. Jimin deixa uma risadinha escapar e eu também. Sua mãe toca o rosto dele e passa alguns segundos observando o filho, até voltar seus olhos pra mim. - E seja um bom príncipe para Anaíz. Gentil como eu sei que você é.

- Não se preocupe, omma. Eu vou ser o príncipe que a minha princesa merece. - Jimin volta seus olhos pra mim e me observa por alguns segundos.

Sinto meu rosto ficar quente e provavelmente vermelho. Ele sorri pra mim, e meu chão derrete embaixo dos meus pés. Jimin me manda um beijo fazendo biquinho, de olhos fechados. Sorrio de volta, sem jeito, e sinto uma mão repousar sobre a minha, que estava em cima da minha coxa. Seu polegar acaricia as costas das minhas mãos, e viro meu rosto pro lado, sorrindo ainda mais.

Ouço alguém pigarrear, e olho para o pai de Jimin, apenas eu.

- Então, vamos? - Ele diz, se dirigindo para sua esposa. Ela tira seus olhos aparentemente encantados de nós e olha para ele, confusa.

- Ah, desculpe, querido. Vamos sim. - Ela e senhor Park se levantam. Depois de arrumar sua saia, ela de volta para nós. Jimin continua me olhando. - Tenham uma boa manhã e boa sorte. Aproveitem seu amor jovem. Não desistam dele por nada, queridos. - Ela pisca para mim e eu sorrio, curvando meu tronco suavemente, mesmo sentada, pra ela. Ela faz o mesmo, e passa com senhor Park pela porta da sala de refeições, e os dois se vão.

- Sua mãe é um doce. - Digo, evitando sempre falar sobre qualquer clima que esquente. Romanticamente ou carnalmente, entre nós dois. Jimin olha sorrindo para sua mão na minha, as duas sobre minha coxa.

- Ela tenta me fazer sentir melhor sempre que algo ruim acontece. Ou está prestes à acontecer. E agora ela está fazendo o mesmo com você.

- Me sinto até especial. - Digo, sorrindo.

- Ela acha que você é minha noiva, meu amor. E depois de me ver por tanto tempo negando o amor e trazendo garotas sem significado pra essa casa, ela deve ver extremo conforto na sua presença. E isso vai até mesmo além do alívio de me ver parado com alguém. É uma sensação que você traz. - Olho pra ele, e ele pra mim. - É natural. Você causa esse efeito de simpatia sobre as pessoas.

- Mesmo sendo ignorante, às vezes. Um pouco agressiva, também. - Falo enquanto rio de mim mesma.

- Anaíz, você é grossa e agressiva com quem você quer. Não é algo aleatório. Você não faz isso com qualquer um por aí. Ou é brincadeira e nós sabemos que é, ou a pessoa é alguém que você não gosta e não liga.

- Hum...entendi. É bom saber uma posição de fora. No caso...a posição de alguém com quem eu me importo.

- Ah, eu tenho importância pra você. Que doce. - Ele ri.

- Óbvio que tem. Você já sabia disso, para. - Empurro seu ombro com pouca força. - Olha essa gracinha.

- Tudo bem... - Silêncio momentâneo. - Preparada pra hoje?

- Pra receber a Kwang? Nunca estarei. Espero qualquer coisa vindo dela. - Digo, fechando a cara.

- Se você espera qualquer coisa, então você está preparada. Tem que esperar qualquer coisa mesmo. - Ele respira fundo, brincando com os meus dedos. - Eu...não posso dizer que vou conseguir proteger você dela. Eu não sou nenhum herói de quadrinhos. Ela pode fazer muita coisa contra mim se eu revidar. E sendo homem, ela pode fazer qualquer ceninha pra parecer que eu fiz algo contra ela. Mas...eu também sei que você pode se defender dela se quiser. Qualquer coisa de processo, não se preocupe. Não seria a primeira vez que meus pais teriam que lidar com processos por causa de atitudes da nossa geração. - Ele pega um último pedaço do seu waffle e come, como se não tivesse dito nada.

- Seus pais já foram processados por sua causa? - Pergunto, meio surpresa. Por que surpresa, né?

- Talvez. - Olho pra ele com cara de tédio, e ele ri. - Já, querida. Já causei esse tipo de coisa.

- Homem, você é louco!

- Eu era um pouco mesmo. Só um pouquinho. Quase nada.

- Ah, tá. - Entorto a boca e bebo meu suco. - Você precisa de carinho no seu coração.

- Não preciso mais. Naquela época eu era muito frustrado. Eu brigava em festas que eu ia. Festas em boates cheias de filho de papai. Ser processado é fácil nessas situações.

- Naturalmente. Você era um adolescente bem...imprudente.

- Eu sei. Não sou a coisa mais prudente do mundo, ainda. Mas melhorei. - Ele diz.

- Percebo. Graças à Deus. Se você fosse vida louca ainda, não sei o que seria do meu futuro.

- O que você quer dizer com isso? - Ele sorri, juntando nossos pratos.

- Ah...nada.

- Seu futuro. Engraçada você. Fala como se a escolha já estivesse feita.

- Quase isso. - Sussurro.

- O que você disse? - Jimin pergunta, se levantando da cadeira e se espreguiçando, fazendo sua blusa subir um pouco.

- Eu disse que o suco estava ótimo. Doce no ponto.

- Aham. Entendi. - Ele me olha com um sorriso suspeito, como se tivesse ouvido claramente o que eu disse, mas fingisse que não. - O que você quer fazer antes da puta chegar?

- Eu não sei. O que você quer fazer? - Me levanto da cadeira perguntando.

- Quer mesmo fazer o que eu quero fazer?

- Esquece. Pervertido. - Reviro os olhos.

- Não é isso, mulher.

- Aham. Eu sou virgem. - Jimin começa à rir (N/A: Eu ri alto também.)

- Nós podíamos ir pra piscina. O dia está mais quente hoje mesmo. - Ele sugere.

- Eu não tenho roupa de banho. Não aqui. - Digo. - E depois, não quero usar biquíni.

- Ué. Por quê? Vai entrar na piscina usando uma camisola, então? - Ele tira sarro.

- Engraçado, você. Não é isso. O problema é você. - Explico.

- Eu? O que eu te fiz? - Fico em silêncio e Jimin também, me olhando. Até que, ele parece entender. - Sério, Anaíz? Vergonha?

- O que foi? É proibido? - Cruzo os braços.

- Não. Claro que não. Mas depois de ontem, minha princesa...não vejo razão pra sua vergonha. - Fico um pouco sem graça e bato o pé no chão. - Tudo bem. Não precisa entrar na piscina.

- Mas eu queria ir...

- Sem roupa de banho? - Ele põe as mãos nos bolsos e me olha, confuso.

- Eu posso só molhar as pernas e você entra na água por inteiro. Eu quero ir.

- Aish, essa garota... - Jimin põe as mãos na cintura, sorrindo de leve ao me olhar.

- Vamos? - Sorrio. - Precisa se trocar se quiser entrar na água.

- Não preciso. Eu entro de calça. Vamos. - Jimin segura minha mão e me puxa pelo caminho até nosso destino.

Sabe aqueles momentos em um drama, quando o protagonista masculino interage romanticamente com a protagonista feminina e o momento fica mais lento e alguma ost romântica toca de fundo? Foi assim que aconteceu.
Meu coração bateu forte, e minha mão demorou um pouco para deixar seu estado trêmulo. O ártico na minha barriga me deixa inquieta, mas sigo ele até a piscina. Onde não demoramos a chegar.

Mais um lugar daquela casa imensa que eu não tinha visto ainda. A área da piscina. Uma piscina muito, muito grande. Eu me senti como uma criança, apenas pelo fato de estar morrendo de vontade de me jogar na água sem mais nem menos.

- Que enorme!! - Digo, correndo pra beirada da piscina e me ajoelhando. -Mas será que não está muito fria?

- Vou descobrir isso agora. Põe a mão na água e testa. - Ele diz.

- Eu não. Deixa que você me cont... - Ao me virar pra trás, vejo Jimin levantando sua camisa e a retirando completamente de seu corpo.
Sigo Jimin com os olhos enquanto ele corre para dentro da piscina. Ele mergulha e segundos depois, volta pra superfície, passando as mãos em seus cabelos.

- A água está morna. - Ele diz, se aproximando de mim.

- Está mesmo? Vou confiar em você, hein? - Sento na beira da piscina e puxo o tecido da calça até os joelhos, mergulhando uma parte das minhas pernas na água. Estava morna mesmo, bem gostosa. - Ah, eu estava com o corpo frio por causa do seu ar condicionado. A água parece até mais quente.

- Eu disse que estava boa. - Ele chega bem em frente às minhas pernas e olha pra mim.

- O que foi?

- Nada. - Suas mãos vão para as minhas coxas, e abrem minhas pernas calmamente. Olho atenta para ele parando entre as minhas pernas, com um sorriso suspeito no rosto. Jimin passa suas mãos por dentro do meu casaco, chegando com suas mãos molhadas pela minha cintura até as minhas costas.

- Jimin, você está me deixando molhada.

Ele ri abafado e acaricia minhas costas. Depois, Jimin me abraça, deitando sua cabeça em meu peito, mantendo seu carinho.
Meu coração acelera seus batimentos assim que meu corpo sente o calor do corpo de Jimin.
Sinto seu rosto se mover e seus lábios úmidos pela água da piscina beijarem meu pescoço.

- Te peguei. - Jimin joga seu corpo pra trás e me leva junto com ele para dentro da piscina.

Meu corpo é imediatamente encharcado pela água, e por alguns segundos, ficamos imersos. Quando retornamos para a superfície, eu estava agarrada nele, com os braços ao redor do seu pescoço, e ele ainda abraçado comigo.

- Ah, vai tomar no cu! - Digo, passando as mãos pelos meus olhos e cabelos. Ouço a risada de Jimin, nem um pouco compatível com a minha cara de raiva. - Eu disse que não ia entrar na água porque não tenho roupa e olha o que você faz.

- Eu não precisei colocar roupa de banho, então você também não precisa. Até de roupa íntima você podia tomar banho. Ah, espera...sua roupa íntima está jogada no chão do meu quarto. - Jimin ri, e eu fico vermelha como um morango.

- Não tem graça! Alguém ainda vai ver nossas roupas lá e vai pensar coisas erradas. - Digo.

- Pelo contrário. Vão pensar certíssimo. Acho que não tem muito o que imaginar ao ver isso.

- Vai à merda. - Reviro os olhos.

- Por que eu iria na Kwang? Daqui a pouco ela vai estar aqui mesmo.

Não posso segurar o riso, mesmo que seja suave. Sua mãe mal falou que ela vinha e já até me esqueci.

- É uma pena que ela vem. - Jimin olha para os lados. - Eu realmente queria poder aproveitar o dia com você. Por mais que eu tenha te trago pra representarmos nosso noivado, eu estava torcendo pra ela não vir. Queria até jogar videogame. - Ele faz biquinho.

- Eu adoraria jogar videogame. Eu jogava com a Alícia quando éramos mais novas. Hoje em dia estou meio enferrujada, mas acho que conseguiria te vencer fácil. - Abro um sorriso convencido. Jimin faz cara de surpreso.

- É mesmo? Que cedo pra se gabar. Nunca jogou contra mim.

- Não preciso. Eu sei que eu ia ganhar. Eu sempre ganho. E se eu não ganhar, alguém precisa pagar.

- Nossa. Competitiva você. Onde foi parar seu espírito esportivo? - Ele ri.

- Eu joguei fora quando nasci. Vencedores não precisam disso.

- Ah, tá. Você pode até ser boa no videogame, mas existem coisas que eu posso ganhar você fácil.

- E o que seriam essas coisas? - Jimin me lança um sorriso de canto e olha para meus lábios.

- Coisas como isso. - Os lábios dele chegam até os meus entreabertos. Nossos lábios se tocam sem pressa e sem desespero, sempre da forma que tira meu fôlego. Sem grandes esforços, mas com carinho e desejo o suficiente pra mexer comigo como ninguém nunca mexeu.
Passo minhas pernas ao redor do seu quadril embaixo d'água, e ele aperta meu corpo contra o seu. Ele faz o beijo ficar mais intenso ao morder minha boca e tocar minha língua com a sua. Ainda suave. Ainda agoniante. Ainda irresistível.

- Eu estou atrapalhando alguma coisa? - Ouvimos uma voz feminina atrás de nós. Jimin separa seus lábios dos meus e nós dois olhamos para a dona da dessa voz. Obviamente, já sabíamos quem era.

- Na verdade, está sim. - Jimin responde, e o sorriso falso de Kwang some no exato momento.

- Que pena. Porque parece que nós temos um assunto pra tratar. Infelizmente, nós três. - Ela diz, voltando seus pequenos olhos na minha direção. Pelo visto ela está bravinha. Apesar do seu jeito, Jimin continua abraçado comigo, e sorrindo.

- Eu não sei se temos realmente algum assunto pra tratar. Eu acho que desde o início eu já tinha deixado algumas coisas claras pra você. - Jimin diz, sem tirar seu sorriso do rosto. - Kwang respira fundo e pisca algumas vezes, rapidamente.

- Eu não vou discutir isso aqui. - Assim que Kwang diz isso, vejo Haechul se aproximar da piscina com dois roupões azuis. - Prefiro não conversar perto da criadagem.

Haechul olha pra ela e revira os olhos. Depois vem até a beira da piscina mais próxima de nós dois.

- Jimin, Anaíz, por favor. Peguem esses roupões ao sair.

- Tudo bem... - Respondo Haechul e Jimin me levanta pela cintura, me colocando sentada na borda da piscina. Me levanto e tiro o casaco de Jimin, vestindo um roupão azul marinho bem quentinho.

Logo Jimin também sai da piscina, e eu e Kwang seguimos ele com os olhos até ele chegar do lado de Haechul, pegar o outro roupão e vesti-lo.
Kwang entorta o nariz ao olhar para nós em silêncio.

- Vocês não podiam vestir roupões de cores diferentes, ao menos? - Ela pergunta. Que frescura é essa agora?

- Negativo. Se te deixa incomodada, saiba que temos casacos do mesmo modelo e cores também. Ah, e mais. Já usamos eles ao mesmo tempo andando de mãos dadas no shopping. - Jimin sorri de orelha à orelha, e não entendo o olhar de fúria que Kwang joga sobre mim. - Somos noivos, Kwang. É natural adotarmos esses hábitos.

Espera. Disso eu não sabia. É hábito de casal usar roupas iguais assim? Tudo bem que é realmente um pouco estranho pra amigos, eu acho, mas...não achei que chegasse nesse ponto.

Me aproximo de Jimin e pergunto sobre isso em seu ouvido. Ele ri abafado e me responde.

- Na Coreia é muito comum casais terem peças de roupa ou chaveiros iguais e usarem na rua quando saem juntos. Não sabia? - Meneio a cabeça. - Então agora você deve entender porque agi daquela forma naquele dia no shopping quando disse pra eu comprar o modelo masculino do seu casaco, né?

Realmente. Agora eu sei. E como fui burra.

- Parem de ficar cochichando e vamos entrar pra resolver isso logo!! - Kwang sai marchando na nossa frente e quando está longe o suficiente, eu, Jimin e Haechul rimos um tanto alto da situação.

Depois de Haechul nos arrumar duas toalhas para nossos cabelos e depois de já termos secado nossos corpos um pouco, nos sentamos no sofá de uma sala mais aberta que dava vista pra piscina.

- E então...? - Jimin corta um estranho e raivoso silêncio que rondava o lugar. Haechul estava de costas para uma parede, não muito distante de nós, e Kwang me olhava como se fosse voar no meu pescoço. Risos. Apenas, risos.

- Primeiramente, quem é essa garota e de que buraco a tirou? - Kwang pergunta.

- "Essa garota"... - Jimin gesticula as aspas. - ...se chama Anaíz. Eu a conheci perto de onde eu moro e ela é minha noiva, atualmente.

- Ah, tá! - Ela ri. - E é assim que você faz as coisas?

Jimin passa alguns segundos olhando pro chão e depois pra mim, até assentir e olhar para Kwang novamente.

- É . É assim que eu faço as coisas. - Ele responde.

- É simples dessa forma pra você ir contra as ordens dos seus pais? Sabe que eles não vão aceitar essa garota.

- É mesmo? É uma pena que é agora que a sua cara cai, porque pra sua surpresa, eles sabem, e apoiam. - Ele responde.

- COMO É?

- Inclusive, minha cara Kwang Soojing, eles não só deram a bênção como os próprios pediram pra eu trazê-la e para nos apresentarmos como um casal pra você. Aaah, e mil perdões. Eu esqueci disso. - Jimin segura minha mão, e os olhos de Kwang caem exatamente por cima desta ação. Jimin se levanta junto comigo do sofá e se curva um pouquinho na direção de Kwang. Eu repito o ato, imaginando o que ele estava tentando fazer. - Prazer em revê-la. Somos os futuros senhor e senhora Park.

Nos sentamos novamente no sofá, e sinto uma enorme vontade de rir da visível ira de Kwang.

- Park Jimin, isso é um absurdo! Eu sou sua esposa prometida desde o início. Eu deveria estar sentada do seu lado agora rejeitando alguma outra imbecil. Esse posto é meu. Eu tenho ele por direito e...você não pode fazer isso. Não tem poder de decisão sobre esse posto. Você é meu! - Seu tom de voz parece mais elevado agora.

- Hm... - Jimin para alguns segundos e olha para o teto, pensando. - ...não, obrigada.

Kwang parece perder a paciência no momento que deixa sua bolsa rosa bruscamente em cima da mesa de centro, causando um barulho que parece assustar Haechul.

- PARK JIMIN! EU ACHO BOM VOCÊ ESTAR BRINCANDO SOBRE SE CASAR COM ESSA PORRA QUE VOCÊ INSISTE EM CHAMAR DE NOIVA. EU EXIJO MEU CARGO NESSE MOMENTO!!!

Eu me levanto do meu lugar o lado de Jimin, enquanto o mesmo apenas volta seu olhar pra mim. Ergo meu rosto até encontrar os olhos irados de Kwang, e esboço um sorriso.

- Kwang. Eu peço, encarecidamente, que você diminua seu tom de voz. Não seria do meu querer, ficar surda. E, por favor, eu não sei se você conseguiu entender isso, mas o Jimin não sente por você o que você acha que sente por ele. Então seria muito atencioso da sua parte, se você só...fosse embora. Ninguém quer você aqui. - Digo cada palavra demonstrando extrema calma, por mais que, dentro de mim, eu estivesse jogando essa puta na fogueira.

Mantenho meu sorriso no rosto, enquanto olhava para a cara surpresa de Kwang, causada pelas palavras que lhe disse. Meu sorriso só some, assim como o de Jimin e Haechul, quando a mão de Kwang atinge meu rosto com força, me fazendo virá-lo para outro lado. Sinto minha pele ferver, tanto pelo impacto do tapa, quanto pelas marcas de unhas que eu sinto que foram deixadas na minha bochecha.

- Quem você pensa que é? Acha que só porque o Jimin está defendendo você, você pode se impor desse jeito?

Cerro meus punhos devagar. Tinha uma raiva incessante crescendo no meu peito, e eu estava prestes à fazer uma merda tão necessária quanto a visita dessa garota.

- Eu acho bom você ficar na sua. Eu não nasci em uma família prestigiada pra ficar em segundo lugar e ser desbancada logo por uma qualquer que nem você. Deveria ter ficado no lixo que você chama de... - Meu punho cerrado atinge o rosto de Kwang antes que ela possa terminar qualquer caralho que ela estivesse falando. Kwang se desequilibra e cai por cima do encosto do sofá, passando por cima dele e acabando no chão, do outro lado do móvel.

Ouço ela gemendo de dor enquanto ando devagar até onde ela estava. Vejo rapidamente a expressão extremamente chocada de Jimin reagindo ao que eu tinha feito, e chego a ver Haechul tampando a boca, contendo algum tipo de riso e surpresa ao mesmo tempo.

Chego até onde o corpo de Kwang estava caído e a mesma me olha de baixo, com os olhos marejados, o rosto roxo e a mão na sua maçã do rosto.

- MEU ROSTO SUA PUTA! - Ela grita, com a voz trêmula.

Não a respondo e a forço ela a se levantar puxando-a pelo braço. Ela tenta se equilibrar, quase caindo novamente por causa do salto, agora quebrado. Ela larga seu salto de lado e puxa seu braço da minha mão.

- Olha aqui sua... - Ela começa.

- Olha aqui você. - Seguro sua blusa e puxo ela. Kwang era um pouco menor do que eu. Percebo isso apenas agora que ela está sem seu salto. Sua altura faz com que ela tenha que ficar na ponta dos pés para não ser erguida pelo tecido da sua blusa, que eu puxava. Apesar do seu medo de apanhar novamente ser perceptível, ela mantinha uma expressão dura no rosto. - Presta atenção no que você fala pra mim. Eu não sei porque as pessoas abaixam a cabeça pras merdas que saem da sua boca, e eu, sinceramente, não me importo. Mas eu exijo respeito. Eu não dou direito nem pros meus familiares baterem na minha cara. Não vai ser uma mimada do cacete que nem você que vai ter esse direito. Eu estou esperando seu pedido de desculpas.

Solto sua blusa, e Kwang cambaleia até cair no chão novamente. Olho pra baixo, na sua direção, enquanto ela olha para sua mãos, que a apoiavam no chão.

- Vamos, Kwang. Eu não tenho o dia todo. - Digo.

- Eu não quero dizer isso... - Ela diz, trêmula.

Olho para Jimin, que me olhava incrédulo, e respiro fundo. Calma, Anaíz. Calma.
Me abaixo na sua frente, deixando meu rosto na altura do seu.

- Kwang. - Ela me olha, com algumas poucas lágrimas rolando pelas suas bochechas. Agora posso ver bem o roxo em seu rosto. Eu realmente tia a atingido com toda a minha força. - Você tem noção do que você fala? Você aprendeu alguma conceito ético em casa? Sabe o que faz? Ou você tem realmente algum problema?

A garota me olha com uma expressão de interrogação no rosto.

- O...O q-que é isso? Está insinuando que eu s-sou louca? - Ela pergunta.

- Olha. Não foi o que eu quis dizer. Mas não vou mentir. Você parece meio louca. - Respondo. - Ainda mais por chegar no meio da manhã arrumando um barraco na casa dos outros e batendo no rosto das pessoas. Não que eu tenha razão. Eu perdi ela quando te bati. Mas é porque, o que você fez, foi a gota. - Ela abre a boca pra falar algo, mas fica quieta. - Consegue entender o erro no tipo de atitude que você demonstrou aqui? Foi desrespeitoso, mau educado, agressivo e extremamente inconveniente. Seus pais ensinaram isso pra você? Se for o caso, recomendo mudar de família.

Kwang não parecia entender aonde eu queria chegar com a minha forma de conversa. Enquanto isso, Haechul e Jimin apenas continuavam quietos.

- Okay. Isso não vai levar em lugar nenhum. Vamos tentar outra coisa. - Digo. Estendo a mão na direção dela rapidamente, e ela recua como se achasse que eu fosse bater nela novamente. Ela olha pra minha mão, desconfiada. - Eu não vou te bater. Segura.

Demorou um pouco, mas Kwang finalmente segurou minha mão, e então me ergui do chão levando ela junto comigo.

- Haechul, onde tem remédios pra machucados como os nossos? - Pergunto para ela mesma.

Ela me olha surpresa por ter me referido à ela e pensa por alguns segundos.

- Ah, no banheiro social tem uma cabine com algumas coisas. Posso levá-la até lá. - Ela responde.

- Faça isso, por favor. E...Jagiya. - Jimin olha pra mim diretamente, também um pouco surpreso. - Não venha conosco, eu peço. Se puder ajeitar minhas coisas pra me deixar em casa depois...seria bom.

Jimin olha para seus pés por alguns segundos com a boca aberta até resolver falar alguma coisa.

- Tudo bem. Eu vou. - Ele responde e se levanta, saindo rapidamente do cômodo. Olho para Kwang, e vejo que ela parecia desconfortável com a saída dele. Olho para Haechul, que começa a nos guiar para fora dali, por outro caminho.

Eu me pergunto o que se passa na cabeça dela agora. Da Kwang, eu digo. Fazem alguns segundos que eu soquei a cara dela, e agora estou indo cuidar do hematoma.
Eu fiz isso sem pensar, puramente pelo tapa que ela me deu, que não só doeu como um tapa, mas também como um arranhão, que está sangrando, inclusive. E não me arrependo de ter dado esse troco nela, mas sei que não é assim que de resolve as coisas, e quero considerar isso um susto além da conta que dei nela. E ela aceitando ou não, vou me desculpar.

Passo minha mão por cima de onde levei o tapa, e olha para minha palma meio suja de sangue.
O qual frustrante essa garota consegue ser? Por que ela teve que fazer uma merda dessas? Isso é ridículo. Ela não tem um mínimo de respeito, e não sei de onde tirei bondade de levar ela pra cuidar do que fiz em seu rosto. Por mais que eu tenha exagerado, sim.

- É aqui. - Haechul para na nossa frente, e abre uma porta branca que dá para um banheiro espaçoso. - Vou pegar os medicamentos, gase e esparadrapo.

Haechul anda até uma cabine de vidro e mexe em alguns remédios, pegando uma bolsinha atrás deles. Enquanto ela faz isso, percebo que estou sendo observada e olho para Kwang. Quando a vejo, ela desvia o olhar.

- O que foi? - Pergunto.

- Nada. - Ela responde se me olhar.

- Você está olhando pra mim.

- E daí?

- Não tem nada pra me dizer?

- Não.

Respiro fundo. Ela é extremamente inflexível.

- Kwang. Olha pra mim. - Ela não olha. - Pelo amor que você tem por alguma coisa que eu não sei, olha pra mim. Cacete...

Kwang hesita, mas olha lentamente pro meu rosto, ainda com uma expressão muito fechada.

- O que você quer? - Ela pergunta.

- Perdão. Por ter socado a sua cara. Eu fiz isso no calor do momento porque você também fez merda. Mas admito que bater em você me fez perder a razão e não foi solução pro problema. Nunca é. E isso serve pra você também. Mas, de qualquer forma, perdão. Erro meu.

Ela me olha sem falar nada, parecendo, sei lá, pensativa?

- Aqui está, Anaíz.

- Obrigada, Haechul. Pode limpar o ferimento do meu rosto enquanto eu cuido do da Kwang?

- Claro. - Ele se vira pra pegar o remédio.

- Você não precisa fazer isso. - Kwang fala.

- Mas eu quero fazer. Diferente de você. - Seguro ela pelos ombros e posiciono ela de uma forma que facilite o curativo. Ela parece desconfiada, e não tira aquela cara de cu do rosto, mas tudo bem.

Pego um lenço que tinha na bolsa aberta ao lado das gazes e molho na pia, depois passando no rosto dela.

- Ai! Bruta. - Ela reclama.

- Ah, desculpa. - Tento ser mais delicada limpando o rosto dela, e ela para de reclamar.

Sinto meu rosto arder quando Haechul começa a limpar os arranhões no meu rosto, mas apenas faço uma suave cara de dor, e continuo limpando o rosto de Kwang, para passar o remédio.

Em poucos minutos, eu já tinha terminado o curativo no rosto dela, e Kwang estava sentada em um banquinho baixo que tinha no banheiro, esperando enquanto Haechul terminava o meu.
Hora ou outra, eu reparava que Kwang me observava enquanto eu não prestava atenção nela. Enquanto eu olhava pro chão e cerrava os punhos, sentindo minha ferida arder com o remédio. Ela apenas desviava o olhar quando eu olhava pra ela.
Garota estranha.

Haechul termina meu curativo, e então depois de guardar tudo que usamos, saímos juntas do banheiro. Kwang vem andando atrás de mim, enquanto ando ao lado de Haechul. Nós três voltamos pra sala de antes, e esperamos Jimin voltar.
Ficamos todas em silêncio por alguns segundos. Kwang já tinha pego seu salto quebrado do chão e guardado em sua bolsa. Tinha resolvido ficar descalça mesmo. Até quando Haechul ofereceu uma pantufa, ela não quis.

Eu sei que Kwang quer me dizer o que precisa ser dito. Eu não sei como eu sei, mas eu sei. Só que também sei de outra coisa: Ela não vai falar com outras pessoas ouvindo.

- Haechul. - Ela olha pra mim e gesticulo pra que ela chegue próximo o suficiente pra eu cochichar, e ela chega. - Nos deixe sozinhas, por favor. Juro que não vou matar ela.

Ouço uma suave risadinha da parte dela.

- Que pena. - Sorrio. - Bem, com licença. - Ela se despede com uma reverência e sai por onde voltamos.

Olho para Kwang, e ela pra mim. Ficamos nessa merda até eu resolver apoiar meu cotovelo no braço do sofá e meu rosto na minha mão. O lado sem ferimento. Minha cara de tédio parece fazer Kwang ficar inquieta. Ela se remexe no sofá e continua me olhando.

- Me desculpa. - Ouço ela fizer, meio baixo e contido, mas ela diz.

- Nossa. Ela sabe pedir desculpas. - Ela faz uma cara feia.

- Foi difícil pra mim dizer isso. Não zomba de mim.

- Pra alguém tão dura na queda, você é sensível demais. - Respondo. - Mas tudo bem. Se você me perdoar, eu desculpo você.

- Eu já perdoei você. Eu acho que foi mais culpa minha do que sua. Normalmente é...

- Hum. - Ela abaixa sua cabeça e puxa suas pernas contra seu peito. Seu olhar parecia mais triste agora. - Se sente tão arrependida assim? Se quiser, te desculpo de novo. - Brinco.

- Não precisa tentar me fazer rir, Anaíz. Eu devo ser estúpida demais até pra isso.

- Caralho. - Solto uma risada baixa. - Você parecia certa demais do que estava fazendo pra estar tão abatida agora.

- Eu tento parecer. Mas eu só faço merda. E depois do que você fez, eu nem tenho porque esconder isso se você. E de qualquer forma, eu...até te agradeço, sei lá...talvez eu precisasse desse banho de realidade.

- Isso me impressiona bastante. De verdade. Eu nunca pensei que alguém fosse me agradecer por um soco.

Ela sorri.

- É...eu nunca pensei que eu fosse agradecer por ter levado um. Mas...okay. - Ela se levanta. - Eu vou embora. Já estraguei a manhã o suficiente por aqui.

- Nada disso estragou a minha manhã, Kwang. Não se preocupe. Ninguém estraga qualquer parte do meu dia assim.

- Ah...que bom. - Ela pega um celular dentro de sua bolsa e disca um número que rapidamente atende. - Alô? Sehun? Pode vir me buscar. Estou saindo da casa dos Park. Acho que definitivamente mesmo. Tá bom, tchau. - Ela desliga o telefone e olha pra mim por alguns segundos.

- Ele...escolheu bem...admito. - Ela diz. - Eu.....deixo minha bênção pro casamento de vocês. Por mais que...talvez ela não te sirva de nada...

- Muito obrigada. - Me levanto do sofá e vou na sua direção. Abraço Kwang, certamente feliz por ver o problema amenizado. - Muito obrigada mesmo. Eu espero que você seja muito, muito feliz. Seja boa, Kwang. Eu acredito em você.

Ela demora um pouco, mas me abraça de volta, e um pouco mais apertado do que eu esperava.
Quando a solto, reparo em seu rosto vermelho, e algumas lágrimas. Kwang não diz nada, apenas assente pelo que eu havia dito, faz uma rápida reverência, e eu também pra ela, e sai da sala e virando na área da piscina, desaparece da minha visão.

Park Jimin P.O.V.

Depois de pegar as coisas da Anaíz e colocar em uma bolsa, vou andando de volta para onde estávamos, e encontro Kwang no meio do caminho. Ela para rapidamente e acabo parando também. Kwang olha pro chão antes de falar comigo.

- Jimin...perdão.

- Oi? Perdão? - Eu não estou acreditando no que eu estou ouvindo.

- Perdão. Você ama a Anaíz. Eu entendi. Não deveria ter vindo tentar estragar a manhã de vocês. Não deveria ter te perturbado tantas vezes, nem ido procurar sua casa, perguntando pros seus amigos. Não deveria ter brigado com você tantas vezes por telefone e pessoalmente também. Eu peço perdão por tudo isso e entendo perfeitamente se não quiser me perdoar, mas...eu preciso pedir. Porque eu admito que fui imbecil como sempre e... - Ela começa à chorar. - Só perdão...eu só faço besteira. Não sirvo pra merda nenhuma.

Me sobe um impulso de dentro de mim, e vou até Kwang pra abraçá-la. Ela parece surpresa, mas depois me abraça de volta.

Percebo uma leve diferença no abraço dela agora. Quando meus pais nos fizeram namorar, ela me abraçava na frente dos outros com muita força, e de uma forma muito desconfortável. Agora, ela parece bem mais contida, e sinto que Anaíz tem algo a ver com isso. É como se o susto do tapa tivesse feito a ficha dela cair, e feito ela respeitar o nosso "relacionamento".

Solto ela do abraço, e por cima do ombro dela vejo Anaíz. Ela sorri pra mim e eu sorrio de volta. Kwang olha pra trás e ela e Anaíz trocam olhares tranquilos. A seguro pelos ombros e ela volta à olhar pra mim.

- Kwang. Eu não sei como te agradecer por isso. Não quero que você fique se sentindo mal de agora em diante, tudo bem? Dê o seu máximo pra se fazer feliz sem ser às custas dos outros. Você pode. Assim como você conseguiu se desculpar, você consegue melhorar o resto. Faz isso por você mesma.

- Eu......obrigada, Jimin. Eu não sei como que você e a Anaíz estão conseguindo falar coisas boas pra mim. Eu fui muito ruim pra vocês. - Ela diz, secando suas lágrimas.

- Olha...eu vou ser sincero. Acho que no fundo ainda podemos ter raiva do que aconteceu. Não tem como mudar isso porque ainda é muito recente. Mas a gente perdoa. Isso é o máximo que podemos fazer agora. Mas se você se mostrar mudada, quem sabe não ficamos amigos? - Digo.

- Amigos...? - Ela olha para Anaíz, que ainda sorria. - É...eu acho que seria bom.

- Então pronto. Vai pra sua casa, pensa no que você quer fazer, relaxa e segue em frente. Não se preocupe com a gente. Vamos superar essas tretas todas. E...espero que você também.

- Te agradeço de novo, Jimin. Por tudo. Agradeço à vocês dois. Que vocês sejam muito felizes juntos. - Ela sorri, e segue seu caminho para fora de casa.

Que forma estranha de terminar uma manhã. Mas ainda bem que terminou assim.

...

PASSEI DE 3.000 PALAVRAS DE NOVO EKDKWOXJEIF

Olá, meus filhos. Aqui é a Chimchim (Ah, vá).

Galeris, omma tinha muita coisa pra fazer terminando o arco de BST, por isso ficou desse tamanho.

E desculpa pelo final meio chatinho. Ele foi necessário.

Próximo capítulo vai ser mais legalzinho, prometo.

Agora eu tenho mais de 7.000 palavras pra revisar, mas vou lançar pra vocês antes porque não sei quanto tempo vou levar (porque estou com preguiça).

Obrigada por ler, e omma ama vocês 💙💜

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