Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

6

Kelly na tinha muitas lembranças da cidade, senão que ela era pequena. Depois que tinha saído dali para morar na casa da tia em Pindamonhangaba, sua mente tinha agido de uma forma estranha e tudo o que restou das lembranças eram aqueles resquícios soltos dentro de sua mente. Era como se a coisa toda fosse feita de peças de um quebra cabeças soltas por toda parte de seu cérebro.

Talvez fosse a maneira inconsciente que seu corpo tinha para lidar com o trauma causado pela morte de seus pais.

Depois que o delegado os liberou, um silêncio incômodo caiu sobre o carro, e Adilson não abusou mais da velocidade. Felipe guardou o resto da cerveja e também ficou em silêncio, e o som que antes tinha sido abaixado por causa da polícia, agora foi desligado por completo.

Adilson queria pedir desculpas a ela, dizer que ele era um idiota e que ela tinha razão. Mas fazer aquilo poderia piorar as coisas e iniciar uma discussão, e discutir era a última coisa que ele queria agora. Estavam ali para ajudar Kelly e não para discutir com ela.

Mas ele conseguia reconhecer que tinha sido um idiota, agindo de maneira infantil e estúpida

Durante todo aquele tempo, pelo menos a partir do momento em que ele soube da coisa toda, sempre achara que o melhor era fazer Kelly voltar naquele lugar, na casa onde ela nascera, o lugar onde os pais dela haviam sido assassinados. Voltar ajudaria ela a se lembrar de alguma coisa, algo que estava faltando para que o mistério se resolvesse e ela pudesse finalmente descansar.

Certa vez seu avô lhe dissera que havia momentos na vida do homem em que tudo o que ele precisava fazer era voltar ao passado e resolver alguma coisa lá. Todos tinham alguma coisa não resolvida no passado. Se você não resolvesse o passado, cedo ou tarde ele voltava para te assombrar. E  era o que estava acontecendo com Kelly, ela estava sendo assombrada pelo passado.

O trauma que ela sofrera foi muito grande, e ele podia imaginar. Perder os pais daquela maneira trágica devia ser uma coisa chocante demais, ainda mais para uma criança de sete anos, que era a idade que ela tinha na época.

Às vezes ela acordava gritando, tinha pesadelos quase todas as noites. Ele já a pegara chorando algumas vezes. Quando podia ele a abraçava e deixava ela chorar.

Kelly raramente falava sobre aquele assunto, talvez porquê ela mesma tinha dificuldades em compreender como uma coisa horrível daquelas podia acontecer.

Adilson achava que estavam fazendo o certo. Voltar ao cerne da coisa, o lugar onde tudo começou e resolver o que quer que fosse, ou mesmo apenas reviver as lembranças.

O objetivo era ficar ali naquele final de semana e tentar se divertir, tentar fazer com que Kelly resolvesse todas as pendências que tinha com o passado.

Adilson olhou para ela e perguntou:

— Tudo bem?

Kelly suspirou.

— Estou bem.

— O que está pensando?

— Que eu não me lembrava muito bem dessa cidade.

— É uma cidade bem bonita Kelly. Disse Rose.

— Não tem nada aqui. - Afirmou Bruno que estava acostumado com a cidade grande.

— Tem outra coisa em que eu estou pensando. - Disse Kelly.

Adilson olhou para ela interessado.

— No que?

— Naquele delegado.

— Já que você falou, achei ele meio estranho. - Disse Felipe.

Adilson franziu o cenho.

— Como assim gente?

— Você não viu cara?

— Vi o que?

— Como ele ficou estranho quando a Kelly falou o nome do lugar onde fica a casa.

— Eu não vi nada.

— Ele ficou branco como um fantasma. - Disse Rose.

Adilson olhou para Kelly e perguntou:

— Você acha que aquele velho sabe alguma coisa sobre a morte de seus pais?

Kelly suspirou.

— Seria uma coincidência. Mas ele pode saber.

— Bem... Se ele sabe a gente precisa descobrir. Vamos falar com ele.

Kelly achava que talvez seria uma boa ideia. De fato aquele delegado parecia saber alguma coisa. Ela prestara bem a atenção na maneira como ele agira quando ela lhe disse quem era e aonde ia.

Ela tinha um final de semana para fazer aquilo e correria atrás.

Depois daquele final de semana ela tentaria mudar as coisas. Se não encontrasse ali as respostas que queria para o mistério envolvendo a morte de seus pais, ela tentaria simplesmente esquecer tudo, e começar uma nova vida. Quem sabe já estava na hora de casar com Adilson, pensar em uma vida de fato juntos, quem sabe pensar em filhos.

Estava na hora de resolver o passado de uma vez por todas e começar a viver.

Ela descobriu que seu coração estava batendo mais forte. A iminência da aproximação do lugar onde seus pais haviam sido assassinados a deixava nervosa. Ela nunca tinha estado ali durante todos aqueles 18 anos. A casa devia estar completamente abandonada. Talvez não fosse possível nem mesmo passar um final de semana lá. Ela preferia assim. Parte dela preferia que a casa estivesse em ruínas. Eles teriam que alugar uma pousada, passariam um final de semana descontraído e ela esqueceria aquela história de uma vez por todas.

Mas no fundo ela sabia que não seria capaz enquanto não pudesse responder à pergunta: por que seus pais haviam sido assassinados?

Ela vira o assassino, olhou nos olhos dele, mesmo no meio da escuridão da noite tempestuosa. No entanto, as lembranças estavam apagadas dentro de sua mente e isso a atormentava, era como uma coceira no meio das costas, em um lugar que não era possível coçar.

Eles estavam ali para isso, e ela iria se esforçar para exorcizar todos os fantasmas de seu passado. Seria como lavar a alma.

Kelly voltou a pensar no tal delegado. Um homem que tinha idade suficiente para se lembrar da tragédia que ocorreu em 83. Estaria ele presente naquela noite? Seria ele policial naquela época? Se assim fosse, ele podia saber de muito mais do que ela podia imaginar.

Reis era o nome que estava no bolso do uniforme dele, e isso ela guardou muito bem. Falar com o delegado Reis era uma coisa que ela tentaria fazer. Na verdade ela achava que deveria começar por ali.

Kelly estava decidida a resolver seu passado naquele fim de semana de uma vez por todas, e agora ela estava ainda mais perto.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro