Um brinde
Em meu peito dilacerado, você fez brotar amor
Me trouxe um vinho, flores e despudor
Corpo quente, mãos frias
Gargalhadas tão loucas, inconseqüentes
Fitando a mesa vazia
Copo suado, molhado de prazer
Olhares maliciosos tão doces perdidos
Percorrendo minha pele
E cada poro, cada sussurro rente ao ouvido
Uma vontade imensa de se dar
Por inteiro, completamente
Inebriado, extasiado
Faz do seu beijo um tiro certeiro
E me possui de toque e alma
Como quem degusta uma bebida torpe:
Com vontade e calma
Meu peito nu sobre o seu
Deixo-me morrer em seus braços
Num eterno prazer
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