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Dias chuvosos

As nuvens choravam

James Turner segurava o guarda-chuva preto como se aquilo fosse sua vida. As flores — lírios do campo — já estavam murchas.

Ela estava bem no dia anterior, haviam conversado durante a madrugada inteira. Ela estava bem.
Sentia seu corpo tremer, enquanto sua mente tentava entender o que havia acontecido.

Angel Jackson estava morta, mas ele não conseguia assimilar isso.

A menina que sentava ao seu lado do ônibus estava morta, mas ele não acreditava.

O guarda-chuva escorregou de suas mãos quando — involuntariamente — tentou conter um soluço.

— Você deveria ir para casa. — Genevive, uma amiga de Angel, disse com a voz falha — Ela gostava demais de você, James.

Ele tinha mesmo que ir para casa, mas não conseguiu. Suas pernas estavam travadas, seu corpo doía, seus olhos se desfaziam em lágrimas.

Como um filme, sua mente repassava todas suas lembranças com a menina que roubou seu coração.

Ela era tão delicada. Sua voz era tão linda. Seu corpo tão pequeno. Seus lábios tão macios.

E agora, tudo havia deixado de existir.

Olhou para cima e sentiu as gotas de chuva lhe molharem. Aquilo era tão irônico, Angel odiava chuva.

Mas eles haviam se conhecido por causa dela.

Passou a mão pelo rosto, tentando afastar a lembrança. No entanto, queria apenas revive-la.

Ver Angel correr desesperada afim de não chegar atrasada. Seus cabelos castanhos estavam embaraçados por causa do vento e molhados por causa da chuva.

Ela usava um cachecol laranja, quase florescente. Talvez em outra pessoa ele ficasse estranho, mas em Angel — meu Deus — parecia perfeito.

Sem se importar com a lama, ele se sentou encostando a cabeça no joelho. Chorava tão desesperado que seu corpo doía.

Era quase que físico.

Se lembrar de cada detalhe, de cada conversa, de cada ilusão fazia com que ele não tivesse forças nem para colocar seus pensamentos em ordem.

— Eu posso sentar aqui? — ela perguntou ofegante.

A menina era tão linda que James não conseguiu responder, somente admirar a beleza alheia.

— Moço? — disse balançando a mão na frente dele.

— Nossa, pode sim. Claro. — disse atrapalhado.

Lembrava de como Angel sorria como se achasse a vergonha dele algo engraçado, até mesmo fofo. James daria tudo para tê-la de volta.

Depois daquele dia, o garoto de cabelos escuros e olhos tão claros como o oceano começou a tentar sair de casa mais cedo, apenas para encontrar aquela menina que usava cachecóis laranjas.

Era para ser apenas uma paixonite de um garoto extremamente emocionado, mas ele acabou se perdendo na imensidão da garota e quando ela foi arrancada — de forma brutal  — de sua vida, não sobrou muita coisa dele.

Ele estava acabado.

Não entendia como conseguiria viver sem Angel ao seu lado ou sem os sorrisos fáceis dela.

— Eu odeio dias de chuva. — um dia ela disse para ele.

James era tão tímido que não havia conseguido conversar com ela, mesmo estando ao lado dela por mais de 3 meses. Ficava extremamente sem graça perto de garotas bonitas.

E Angel era extremamente linda, muito mesmo.

Ela era, pois agora já havia deixado de existir.

O mundo não seria mais capaz de contemplar sua beleza externa e muito menos interna. Ela havia ido embora.

— Sério? — perguntou já arrependido de sua pergunta ridícula. Sempre ficava com vergonha e até sem graça perto de pessoas bonitas.

— Sério! — ela disse sem se importar muito com o jeito dele — Quando eu era pequena minha mãe falava que era o céu chorando. É  ridículo só que eu não consigo não lembrar disso toda vez que chove.

— Eu acho dias nublados feios. — James sussurrou.

— MENTIRA. — a garota gritou assustando ele e o resto do ônibus — Finalmente alguém que me entende, todo mundo fala que dias chuvosos são perfeitos...

— Só que na verdade são bem deprimentes. — o menino completou involuntariamente.

— Isso, meu Deus, eu vou ter que casar com você agora. — ela disse com tanta naturalidade que fez com que James se engasgasse com a própria saliva.

Depois de algum tempo ele descobriria que Angel gostava de falar para as pessoas que se casaria com elas simplesmente por terem o mesmo gosto ou opinião que a sua. Angel era a pessoa mais aleatória que ele havia conhecido.

Mas desde sempre aquela foi a característica que ele mais amava nela.

Segurava um papel já completamente ameaçado e molhado, era para ele ter lido no funeral dela. Mas temia que ao dizer aquelas palavras tudo se tornasse real demais.

— Sabe, eu ainda não sei o nome do meu futuro marido. — ela disse se sentando ao lado dele.

O garoto era extremamente iludido e a garota dos cachecóis laranjas não ajudava.

Era para ter sido apenas uma paixonite de ônibus, no entanto, agora não restava mais nada dele.

Apenas um amontoado de lágrimas e lama.

— James, James Turner. — ele disse tentando ser menos tímido.

— Que gracinha, você sabia que o marido da Alissa Evans chama James também? Acho que eles são o casal mais perfeito de toda indústria cultural. — ela dizia empolgada, era completamente viciada em música.

— Seu nome é Alissa? Porque seria muita coincidência. — ele disse tentando agir naturalmente.

— Infelizmente não, é Angel na verdade.

— Ela deve ter caído do céu, porque bem, o nome dela é Angel. — James pensou, mas ao ouvir a risada da garota ao lado percebeu que talvez tivesse dado voz aos seus pensamentos — Eu disse isso alto?

Ele se lembrava dela assentir gargalhando, aquela era a sua memória favorita, pois mesmo estando extremamente envergonhado a risada dela foi contagiante.

Era para ser apenas uma paixonite, mas foi muito mais do que só isso.

— Eu me sinto muito a Eleanor dividindo fone com você. — Angel disse entregando um dos fones para ele.

Apesar do pouco tempo de amizade, James sabia que ela duraria para sempre, que seria infinita enquanto durasse.

E assim foi.

Em um momento de insanidade, ele começou a gargalhar desesperadamente, mas chorando desesperadamente também. Angel realmente tinha ido embora.

Ele jamais dividiria fone com ela e não poderia dizer o quanto a amava. Não havia se declarado, nem havia dito o quanto estava apaixonado.

— Ai James, eu odeio dias de chuva. — ela disse se sentando no lugar de sempre e arrumando seu cachecol — Mas pelo menos eu te vejo, eu gosto demais de você.

— Eu também gosto muito de você, Angel. — o moreno ficou extremamente vermelho ao verbalizar aquilo —Aceita um chocolate?

— Eita, eu não posso. — ela disse com pesar — Tenho alergia grave a leite.

Depois daquele dia, James começou a olhar nos rótulos das embalagens e percebeu que elas nem sempre eram claras.

Era por causa disso que Angel estava morta. Por causa de uma irresponsabilidade, sua garota havia comido algo que tinha leite e morrido. Sozinha, sem ninguém para ajuda-la.

Um dia antes de tudo, sem saber ao certo que aquilo seria uma despedida, a garota o beijou. Ele já sabia que estava completamente apaixonado e que a paixonite havia evoluído para uma situação que ele não poderia controlar.

— Porque você sempre usa cachecóis? — James perguntou curioso, minutos antes de ser beijado, horas antes de sua vida desabar.

— Eu gosto deles e o meu personagem favorito de todo universo literário usa cachecóis vermelhos, então porque não usar? — ela sorriu e logo em seguida entregou o fone para o garoto como de costume — Olha, eu vou fazer uma coisa, mas não me leve a mal.

E então ela encostou os seus lábios no dele. James ainda conseguia lembrar o quanto havia ficado assustado, com os olhos arregalados para logo em seguida se entregar completamente ao beijo.

— Você tem gosto de morango. — o garoto sussurrou após se separarem, ele levemente sem graça e ela com um sorriso do tamanho do mundo no rosto.

— E você realizou o meu sonho de ser beijada ao som de John Mayer. Obrigada por isso — ela disse dando outro selinho em um James tão vermelho quanto seus lábios inchados — Eu tenho que ir agora, mas mais tarde a gente conversa mais, né?

O garoto assentiu atônito, aquilo havia acontecido mesmo ou era só a sua imaginação?

Sentado debaixo daquela árvore, com os olhos inchados de tanto chorar e com uma tristeza infinita, James ainda conseguia lembrar que, antes de descer do ônibus, Angel olhou para trás e sorriu — com o corpo inteiro — ajeitando o seu cachecol. Parecia uma despedida, ele pensou.

E definitivamente foi.

Angel não voltou com ele, precisou ficar até mais tarde na faculdade e voltou em outro ônibus.

James lembrava se sentir um aperto no peito ao não vê-la sentada ao seu lado, sabia que tinha alguma coisa errada.

Chegou até a mandar mensagem, mas estava tudo aparentemente bem.

Ele pegou o celular e leu as conversas do dia anterior. Conversaram sobre tudo — menos sobre o beijo — mandaram fotos zoadas e se despediram com ela falando sobre um possível beijo na boca no dia seguinte.

James iria se declarar no dia seguinte, mas isso não aconteceu.

Era 03:00 da manhã quando ele soube que Angel havia morrido. Desde então tudo havia sido confuso, não se lembrava do que havia acontecido depois.

Não lembrava do funeral — mesmo ele tendo acontecido poucas horas atrás — nem de não ter conseguido ver o caixão ser coberto de terra.

Não conseguia entender que não veria sua paixonite — que havia se tornado muito mais que uma paixonite — mais.

Estava quebrado, destruído.

Estava chovendo, e agora só sobrara ele para odiar os dias em que as nuvens choravam.

Sozinhas

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