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Cap. 9 - Uma visita ao passado (Parte II)

Não sei por quanto tempo Jordan e eu ficamos abraçados, tem algo nesse lugar que faz com que você fique completamente perdido no tempo. Acho que são os anos de dor impregnados nas paredes.

Jordan foi aconselhado a como proceder a seguir, com relação à preparação para o enterro e tudo o mais, mas decidiu ir primeiro falar com o detetive que está investigando o assassinato de Jena e amanhã ele cuidará da papelada, com sorte, quem sabe, já conseguiremos ter falado com Adam e ele poderá pegar um avião para Dallas e ajudar Jordan com tudo isso.

Estamos chegando ao carro quando o celular de Jordan toca.

— Adam? — Pergunto.

— Número desconhecido. — Jordan diz levando o aparelho até a orelha. — Alô? Adam! Finalmente, estou tentando falar com você desde ontem. O que? Não, Mab está bem, não se preocupe...eu nem sei como começar. — Jordan para no meio do estacionamento e bagunça todo o cabelo de tanto passar a mão por ele.

Decido deixar ele a sós para falar com Adam, não tenho certeza se ele me contou todos os segredos da sua família, talvez tenha algo que ele queira conversar com Adam e é melhor se eu não estiver por perto. Então me afasto, caminhando na direção do carro enquanto Jordan se prepara para contar para Adam sobre a morte de Jena. A irmã mais velha que cuidou deles quando ninguém mais o fez.

Eu sou filha única, então nem posso começar a imaginar com seria perder um irmão ou uma irmã, mas deve ser devastador.

Apoio-me no carro e olho para Jordan de longe, ele está falando, gesticulando e mesmo não podendo ver, sei que seus olhos estão cheios d’água.

Porque coisas ruins acontecem com pessoas que não merecem? Não é justo.

Jordan conversa com Adam por vários minutos, quando ele finalmente desliga e vem até mim, seus olhos estão vermelhos de tanto chorar.

— Ele está vindo para cá? — Pergunto.

— Está, deve chegar amanhã de manhã.

— Ele disse por que não atendeu nenhuma das suas ligações?

— Ele perdeu o celular no aeroporto, logo depois de te enviar aquela mensagem ontem. — A voz de Jordan é baixa e estável, quase como se ele fosse um robô.

— Ele está muito mal? — É óbvio que essa é uma pergunta muito idiota, mas não sei o que mais dizer.

— Ele ficou arrasado, está se culpando, acha que poderia ter evitado isso. Adam tem razão, nós poderíamos ter evitado isso.

— Jordan, a morte de Jena não é culpa sua, ou de Adam. — Digo seriamente. Não é possível que eles estejam se culpando pelo que aconteceu.

— Se a gente tivesse tentado mais, insistido mais ao invés de permitir que ela desaparecesse de nossas vidas...

— Não diga isso, tenho certeza que vocês fizeram o que podiam. É muito difícil ajudar alguém que não quer ajuda.

— Tudo isso parece um pesadelo, só queria poder acordar. — Jordan diz com uma expressão cansada no rosto.

— O que agora? Vamos falar com o detetive?

— Eu vou falar com o detetive, você vai dormir um pouco.

— Jordan...

— Mab, você está acordada há mais de 24 horas e dirigiu à noite toda, você precisa descansar.

— Mas...

— Sem mas. — Ele me interrompe. — Vamos achar um hotel, você vai tomar um banho e descansar e eu vou falar com o detetive. Sem discussão.

— Tudo bem, mas só porque estou sem forças para discutir com você agora.

Entramos no carro e paramos no primeiro hotel que achamos, mas esse infelizmente não tinha nenhum quarto vago.

Seguimos para o próximo hotel, um pequeno e simples, mas com uma placa brilhante que diz que ainda há vagas, que é o que nos interessa agora.

Jordan e eu passamos pelas portas do hotel e seguimos até a recepção, onde um homem bem jovem nos recebe.

— Oi, gostaríamos de dois quartos, por favor. — Jordan diz cansado. Sim, ele definitivamente também precisa descansar.

— Só um momento. — O homem atrás do balcão diz e começa a digitar algo no computador a sua frente.

— Sinto muito, senhor, mas só temos um quarto vago.

— Achei que a placa do lado de fora estava dizendo que vocês ainda têm vagas.

— Sinto muito, só temos um quarto com duas camas de solteiro. O Sr. gostaria de ocupa-lo?

Jordan olha para mim e eu concordo silenciosamente com um aceno de cabeça.

Pelo menos o quarto possui duas camas separadas, mas a essa altura do campeonato, eu não me importaria em dividir uma cama de casal, só o que eu quero é uma cama para poder dormir um pouco.

— Sim, gostaria. — Jordan consegue nosso quarto e eu fico com a chave, já que suas mãos estão ocupadas com nossas coisas.

Pegamos o pequeno elevador e subimos até o nosso andar. Coloco a chave na fechadura e a giro, abrindo a porta. O quarto é bem simples, um espaço pequeno com duas camas de solteiro, um armário e uma pequena TV.

— Vou colocar nossas coisas aqui. — Jordan diz colocando as coisas em cima da cama. — Você pode tomar um banho, pedir algo para comer e então descansar.

— E você? — Pergunto.

— Eu vou falar com o detetive e depois vou começar a organizar as coisas com a funerária. Quando falei com Adam ele concordou em enterrar Jena aqui, achamos que talvez fosse mais apropriado levar o corpo e enterra-lo ao lado do de papai, mas...bem, eles não estavam no melhor dos termos e acho que Dallas era a casa dela, acho que ela iria gostar de permanecer aqui.

— Você tem certeza que não quer que eu vá junto? — Por mais cansada que eu esteja, se Jordan precisar de mim, eu vou estar ao seu lado.

— Tenho. Só quero resolver tudo o mais rápido possível para que possamos voltar para casa. Quero acabar logo com isso. Vou tentar não demorar muito, não quero te deixar sozinha.

— Não se preocupe comigo, faça o que você tem que fazer.

— Tudo bem, vou indo então. — Ele vai até a porta e então para, se virando para mim. — Obrigado por tudo, mais uma vez. Nunca vou me esquecer do seu apoio.

Jordan não me dá a oportunidade de responder, pois sai do quarto, fechando a porta atrás de si.

Vou até o banheiro e decido que a coisa mais urgente da qual eu preciso agora não é uma cama, mas sim um bom banho.

Saio do banheiro alguns minutos depois e coloco uma roupa confortável, meu cabelo está úmido, mas esqueci de trazer um secador então apenas deixo que ele seque naturalmente.

Lembro-me do almoço que deixei intocado e meu estômago ronca.

Arrumo os travesseiros e sento-me confortavelmente com o sanduíche e as batatas fritas frias embrulhadas em meu colo.

Como tudo, até as últimas migalhas e então jogo o embrulho no lixo. Apago as luzes e vou deitar-me na cama.

Durmo com a imagem de como eu acho que Jena deveria ter sido, durmo pensando sobre tudo o que ela deve ter passado e todo o sofrimento que a família Collins sofreu depois que aquela mulher os abandonou.

Como ela pode? Como?

***

Minha mente desperta, mas estou com preguiça demais para abrir os olhos.

Minha cabeça dói um pouco, do jeito que só acontece quando você dorme mais do que deveria, minha boca está seca implorando por algo para beber, o ar é quente como o de uma sauna, mas apesar de tudo estou me sentindo bem melhor depois desse cochilo.

Abro os olhos, ainda nublados pelo sono, e me assusto ao ver que a única luz que entra no quarto são as luzes dos prédios lá fora.

Não acredito que dormi a tarde inteira.

Esfrego o rosto e viro-me, olho para a cama vazia de Jordan ao meu lado e então vejo que uma fraca luz brilha embaixo da porta do banheiro.

Estou me sentindo tão preguiçosa, então apenas fecho os olhos e espero deitada para que Jordan saia do banheiro e me conte como foi a conversa com o detetive.

Não muito depois a porta do banheiro se abre e Jordan aparece.

Ele está usando apenas uma boxer preta e seca os cabelos com uma toalha branca que cobre seu rosto.

Engulo em seco e desvio os olhos com vergonha.

Oh meu Deus!

Eu acabei de ver o irmão do meu noivo usando apenas uma boxer sexy com um volume enorme.

— Ann, oi. — Digo sem graça, ainda não olhando em sua direção, mas pelo canto do olho vejo Jordan tirando a toalha de sua frente e jogando-a no ombro.

— Oi, foi mal, eu te acordei?

— Não, não, eu acordei sozinha.

Acho que ele percebe meu desconforto, pois Jordan puxa a toalha do ombro e cobre o seu corpo.

— Desculpa, achei que você ainda estaria dormindo, vou me vestir.

Olho com o canto do olho enquanto ele pega uma calça jeans e uma camiseta e as veste, me sinto culpada por estar espiando-o então me obrigo a virar o rosto e olhar através da janela, para a noite de Dallas.

— Não acredito que dormi a tarde inteira. Como foi com o detetive? Você chegou quando?

— Uma meia hora atrás. — Ele responde.

— Você ficou esse tempo todo resolvendo os preparativos para o enterro?

— Não. — Ele demora um pouco para responder, e quando o faz parece meio cauteloso, como se não quisesse falar sobre o que andou fazendo. Estranho, mas se ele não quer falar tudo bem.

— E a policia? Eles têm alguma informação sobre quem... — Diminuo a voz e não consigo dizer a palavra “assassinou”.

— Nada muito útil. Parece que Jena morava naquele lugar, assim como...trabalhava. — Ele diz e nós dois sabemos o que sua irmã fazia para ganhar a vida. — Parece que esse cara, algum tipo de cafetão, é o principal suspeito.

— Entendo. Alguma noticia de Adam?

— Ele me ligou perguntando como estávamos, queria falar com você, mas eu disse que você estava aqui, dormindo.

— Acho que falo com ele amanhã, então, quando chegar aqui. Sobre o enterro, quando...

— Por favor, não quero falar sobre isso, não hoje. Só quero esquecer. — Ele encara o chão e torce a toalha em suas mãos.

— Claro, desculpe.

— Você está com fome? — Ele levanta a cabeça e me olha com um sorriso fraco nos lábios que não chega ao seu olhar.

— Um pouco, comi o meu sanduíche antes de dormir.

— O que acha de sairmos para comer alguma coisa? Estou precisando de um tempo de tudo isso, um tempo para conversarmos e simplesmente relaxar.

— Parece ótimo, vou trocar de roupa e então podemos ir. — Digo me levantando e indo em direção ao banheiro.

***

Jordan e eu saímos pelas ruas de Dallas à procura de um bom restaurante, a noite estava quente então fomos a pé. Acabamos achando um restaurante mexicano delicioso não muito longe de nosso hotel, comemos e conversamos sobre coisas banais, mantendo sempre uma conversa leve e longe do horror do último acontecimento.

Depois do jantar voltamos para o hotel e assistimos um pouco de TV, apesar de que Jordan parecia encarar o aparelho sem de fato vê-lo ou ouvi-lo. Então depois de assistirmos um programa qualquer sobre novos talentos, fomos dormir.

Dormi assim que encostei a cabeça no travesseiro, eram 9 horas da noite, eu sei disso porque olhei o relógio antes de deitar.

Acordei não muito tempo depois, às 1 da manhã, sem conseguir dormir mais. Acho que dormir a tarde inteira faz isso mesmo.

Agora estou aqui, em Dallas, encarando o teto de um hotel qualquer sem vontade nenhuma de dormir.

Jordan está na cama ao meu lado, sua respiração é estável, ele dorme de barriga para baixo com a boca aberta e o braço caído no lado da cama.

Pego meu celular na cabeceira da cama e encaro a tela. Sei que Adam perdeu o celular, mas ele poderia ter me enviado uma mensagem, poderia ter me ligado ao invés de ter ligado para Jordan.

Não seja uma vadia egoísta, Mab, ele acabou de perder a irmã!

Devolvo o celular para o seu lugar e viro-me, deitando de lado e observando o rosto sereno de Jordan.

Observo sua expressão lentamente se transformando, alguns gemidos escapam por entre seus lábios e seu rosto assume uma expressão de dor.

Seus gemidos ficam mais altos até que se transformam em um choro baixinho.

— Onde você está? — Ele murmura, parecendo torturado.

Jordan deve estar tendo um pesadelo, lembro-me que uma vez, aquela vez que eu o encontrei no meio da noite, sozinho e sem conseguir dormir, ele me disse que tinha pesadelos.

O que ele tinha respondido quando eu perguntei sobre o que eram seus pesadelos?

Meus erros.

Sim, foi isso que ele disse. Quais erros foram esse, eu me pergunto.

Jordan choraminga e se mexe como se estivesse em grande agonia, levanto-me e com hesitação me aproximo dele.

— Jordan? — Chamo-o. — Jordan, acorde! — Toco em seu ombro e o balanço.

Seus olhos se abrem em alerta, ele me olha por um momento como se não estivesse realmente me vendo, mas então ele parece perceber onde está e se levanta, sentando-se. Ao fazer isso algo que estava embaixo dele, mais precisamente uma foto, cai no chão.

— O que aconteceu?

— Você estava tendo um pesadelo, achei melhor te acordar.

— Desculpa.

— Não precisa se desculpar. — Digo sem conseguir tirar os olhos da fotografia no chão.

O quarto está escuro, com apenas alguma luz entrando pela janela, mas posso ver que quem está na fotografia amassada é uma mulher. Uma mulher muito bonita, com cabelos vermelhos e um sorriso largo.

Quem é ela?

Abaixo-me e pego a foto, olhando-a mais de perto. Jordan rapidamente a retira de minha mão, nossos olhares se encontram e vejo algo em seus olhos que não consigo identificar.

— Você não deveria mexer nisso. — Ele diz de forma ríspida.

— Desculpe. — Sussurro envergonhada e volto para minha cama.

Jordan solta um suspiro e esfrega o rosto.

— Sinto muito, não queria ser rude, não com você.

— Tudo bem. — Digo.

— É só que...lembra quando eu disse que meus pesadelos eram sobre meus erros? Ela foi um dos meus erros. — Ele diz se sentando na beirada de sua cama e olhando para a fotografia.

— O que aconteceu? — Minha curiosidade fala mais alto e eu lhe pergunto.

— Muita coisa aconteceu, muita. — Ele sussurra e encara a fotografia por mais alguns instantes, então seu olhar se encontra com o meu e ele está tão triste, que levanto-me e vou me sentar ao seu lado.

— Se você quiser desabafar, estou aqui. — Digo.

Ele não diz nada por tempo suficiente para me fazer pensar que ele não irá dizer nada, mas então começa.

— O nome dela é Kim, nós tivemos um relacionamento no passado. Mas por causa de alguns erros meus e dela também, nós nos separamos. Eu achei que ela estava me traindo e agi como um idiota, então ela me puniu escondendo de mim que estava grávida.

— Você tem um filho? — Pergunto com surpresa. De todos os segredos que Jordan poderia ter, eu nunca imaginei que isso fosse o que ele escondia. Mas porque ele manteria segredo sobre isso? Não faz sentido.

— Não, eu não tenho, Mab. Ele...ele morreu. — Sua voz sai baixa, derrotada.

Minha boca forma um “O” e eu fico tão imóvel que até mesmo paro de respirar.

— Foi em um acidente de carro, Kim estava com esse cara, eles estavam participando de uma dessas corridas ilegais e sofreram um acidente. Ele morreu e Kim perdeu o bebê. Só soube sobre o meu filho quando ele não existia mais. — Uma lágrima solitária escorre por sua bochecha e antes que eu possa me impedir, minha mão desliza por seu rosto e a seca.

— Sinto muito. — Não sei mais o que dizer.

— Ela só estava correndo com ele porque eu agi como um idiota com ela, ela estava com raiva e magoada. Mas se eu agi como um idiota foi por causa de Ângela. — Ele diz e eu franzo a testa confusa.

— Sua mãe? O que ela tem haver com isso?

— Ela não arruinou somente a vida de Jena e do meu pai, ela arruinou a minha vida também, e a de Kim.

“Toda a confusão começou porque eu achei que Kim estava me traindo. Eu a vi dançando com um cara, eles estavam dançando de um jeito muito sugestivo e eu achei que ela estava com ele ao mesmo tempo em que estava comigo. A verdade é que ela nunca me traiu, ela agiu de uma forma muito errada com aquele idiota, mas ela nunca me traiu de fato. Só que eu não a escutei quando ela tentou explicar, eu não a escutei porque eu tinha tanta certeza que ela estava com aquele cara. E eu tinha certeza porque eu sempre desconfiei das mulheres, o fato de Ângela ter nos abandonado por outro homem, fez com que eu crescesse sem confiar nas garotas, minha primeira namorada foi somente quando eu estava no segundo ano do ensino médio. Ela foi a primeira que conseguiu me fazer confiar. Eu me apaixonei profundamente, e quando em um dia eu a vi  com meu melhor amigo daquela época, transando no carro dele, foi horrível.

Depois daquilo e depois do que a minha mãe tinha feito, eu nunca mais me permiti me apaixonar de novo, até que eu conheci Kim.

E apesar de eu ama-la, nunca consegui superar a desconfiança e o medo de ser trocado por outro. Então quando eu a vi dançando daquele jeito com outro cara...bem, era óbvio que ela estava me traindo, entende?”

— Jordan, eu...eu não sei o que dizer. — Sinto como se eu tivesse uma bola de tênis pressa na garganta e uma bola de boliche no estômago.

— Kim mora aqui, em Dallas quero dizer. Ela mora com o namorado. Eu fui vê-la essa tarde, depois de lidar com o cara da funerária. Eu queria falar com ela, mas ao invés disso apenas fiquei dentro do carro, em frente ao prédio onde ela estuda, esperando para vê-la.

— Você ainda a ama. — Digo o óbvio, olhando para a fotografia que ele ainda segura em sua mão.

— Não, na verdade eu não a amo mais.

— Então porque você guarda essa foto?

— Porque é a única coisa que eu tenho do meu filho. Não tenho nada para me lembrar dele, somente ela. Quando eu observo essa foto, não estou olhando para Kim, não estou lembrando do tempo em que estávamos juntos, estou pensando no meu filho. — Jordan funga e limpa algumas lágrimas dos olhos.

Meu Deus, quantas perdas um homem pode suportar? O que seria necessário para que Jordan quebrasse de vez? Ele perdeu a mãe, o pai, a irmã, a mulher que amava e um filho. São perdas demais para um único coração.

— A tatuagem... — Sussurro, colocando as peças no lugar. A tatuagem é uma homenagem ao filho morto, agora entendo sua reação e o porquê ele não quis me contar o seu significado.

Eu levo você em mim, para sempre.

— Sim, é para ele, ou para ela, poderia ter sido uma menininha. Minha menininha. É tão difícil às vezes, Mab.

— Não faço a mínima ideia do que você passou, mas posso imaginar, e Jordan...eu sinto tanto.

E eu sinto. Jordan não merecia passar por tanto sofrimento, é demais, é muita dor, muitas perdas. Não acho que seria capaz de aguentar tudo o que ele aguentou, gosto de pensar que sou forte, mas a verdade é que não sou tanto assim.

— Você é muito forte, tenho orgulho de você por enfrentar toda essa dor e ainda permanecer inteiro. — Deslizo minha mão por suas costas e a deixo ali, dando-lhe conforto e apoio.

— Não sou forte, sou fraco. Estou aos pedaços, você não consegue ver? — Ele sussurra, seus olhos fechados, seu corpo curvado em derrota.

Perdido. Jordan está perdido. E eu sinto que estou agonizando por não saber como ajuda-lo, como fazer para guia-lo.

De alguma forma, sinto que esse é o meu papel. Ajuda-lo a achar o caminho certo, ajuda-lo com seus pedaços. Mas eu simplesmente não sei como.

— Você é forte justamente por estar aos pedaços e mesmo assim continuar aqui, continuar vivendo. — Jordan encara o chão e balança a cabeça.

Inferno se eu vou deixar ele discordar de mim.

— Jordan... — Seguro seu queixo e faço-o olhar para mim. —...você é forte, não é qualquer um que passaria por tudo o que você passou e ainda seria essa pessoa maravilhosa que você é. Você tem uma capacidade de resistência que me assusta. Você é forte, é um bom homem e eu sei que você vai conseguir vencer seus demônios.

— Você me ajudaria? A vencer meus demônios? — Sua voz é quase inaudível.

— Eu vou ajudar, se você precisa de mim, então eu estarei lá por você. Nos somos amigos, somos família.

— As coisas que eu contei para você, sobre Jena, sobre a minha família e a minha vida, eu nunca contei para ninguém. Nem o meu melhor amigo sabe essas coisas. Eu confio em você, Mab, e você nem precisou fazer nada para isso, me sinto à vontade ao seu lado, me sinto bem e feliz desde o começo. Você é a pessoa mais especial que eu já conheci em toda a minha vida. Você é fascinante.

Diante de suas palavras, não sei como responder. Como dizer que eu acho que ele é uma pessoa especial também? Como dizer que desde o começo, eu também me senti à vontade e bem ao seu lado? Como dizer que em tão pouco tempo, eu já gosto dele como se fossemos amigos há anos?

Abro a boca para tentar lhe dizer essas coisas, mas nenhuma palavra sai, me encontro muda e perdida enquanto fito seus lindos olhos verdes.

— Você é perfeita. — Ele sussurra e sinto um arrepio percorrer meu corpo.

Por algum motivo, o fato de Jordan me achar perfeita faz meu coração acelerar, batendo a mil por hora.

Jordan me encara com intensidade, quase posso sentir o calor do seu olhar sobre mim.

Seus olhos vacilam e deixam meus olhos, viajando até minha boca.

Sua mão viaja até meu rosto, quando sinto seu toque quente fecho os olhos por um momento e depois os abro. Seu dedão desliza por minha bochecha e se encontra com o canto dos meus lábios.

Seu dedo traça as linhas rosadas de minha boca lentamente.

— Jordan? — Minha voz soa rouca, vejo algo brilhando em seus olhos e então ele faz algo pelo qual eu não estava preparada. Jordan junta seus lábios aos meus.

O toque é delicado, suave, seus lábios apenas roçam de leve nos meus. Mas a sensação é...a sensação é...é forte demais para descreve-la em palavras.

Tão abruptamente como começou, o beijo chega ao fim. Jordan se afasta com os olhos arregalados e uma expressão de surpresa, como se não acreditasse no que acabou de acontecer. Eu também não acredito.

Ele me beijou. Jordan me beijou. O irmão do meu noivo me beijou.

Oh meu Deus, Jordan me beijou!

— Mab eu...eu não...merda, eu não sei o que deu em mim. Eu não... — Jordan gagueja. Ele se levanta, se afastando de mim, e eu apenas o olho atordoada, ainda sem reação.

O que eu deveria dizer? Não se preocupe, tudo bem você ter me beijado.

Não, com certeza não. Não está tudo bem, ele me beijou caramba.

Abro a boca para dizer algo, o que não sei, mas Jordan simplesmente me dá as costas e sai do quarto, me deixando sozinha e muito, muito confusa.

Toco meus lábios com as pontas dos dedos.

Por que? Por que Jordan me beijou?

Ele deve ter confundido as coisas, ele está sensível e emocional, estávamos falando sobre seu filho e a mulher que ele costumava amar, ele ficou confuso e me beijou, não foi por mal, ele nunca faria isso com Adam, ele não é esse tipo de cara.

Jordan já sofreu muito e agora está sofrendo mais, é normal que ele se sinta desnorteado.

A julgar por sua reação, tenho certeza que ele está arrependido, e provavelmente com vergonha.

Levanto-me e vou até minha cama, deitando-me nela.

Não sei onde Jordan foi, mas é melhor lhe dar espaço.

Ele vai voltar para o quarto quando estiver pronto, e o melhor é que quando ele voltar, eu esteja dormindo.

Fecho os olhos e tento ignorar a sensação dos lábios de Jordan, lábios que parecem ainda estar colados aos meus.

VOTEM E COMENTEM :)

ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO!

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