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Cap. 12 - Seus lábios

- Jordan...Jordan!

Ouço uma voz distante chamando meu nome. Lentamente vou ganhando consciência e despertando do meu sono. Tento abrir meus olhos, mas eles estão pesados, os esfrego e então tento mais uma vez.

Assusto-me ao abrir os olhos e ver Mab parada de pé ao lado da minha cama.

- Mab? O que foi, aconteceu algo? - Pergunto preocupado.

- Não, mas preciso que você se levante e se vista.

- Por que? Que horas são?

- São seis da manhã.

- Porra, Mab, seis da manhã? O que está acontecendo com você, muita convivência com Adam? - Cubro-me até a cabeça, mas ela logo me descobre.

- Eu amo acordar cedo tanto quanto você, mas hoje é diferente, quero te levar em um lugar.

- Você só pode estar brincando. - Resmungo.

- Por favor, Jordan.

Mesmo não podendo vê-la direito por causa das cortinas fechadas que impedem a primeira luz do dia de entrar, sei exatamente com qual olhar ela está me olhando, e o seu tom de voz não me deixa muita escolha também.

- Tudo bem, te encontro lá embaixo em dez minutos e você vai me explicar o que está acontecendo.

- Tudo bem. - Ela diz e quase posso sentir o sorriso em sua voz.

Assim que escuto a porta se fechando me levanto e esfrego o rosto. Troco de roupa, colocando uma calça jeans e camiseta.

Vou até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Dez minutos depois desço e encontro com Mab na cozinha.

- Fiz algo mais substancial para o café, já que você não jantou ontem à noite. Espero que goste de ovos mexidos com bacon.

- Obrigado, gosto sim. Sabe... - Digo ao me sentar em frente ao prato de comida. -...você não precisa se incomodar e fazer o meu café toda manhã.

- Ah, mas não é incomodo nenhum. Quer suco?

- Por favor. - Digo e mordo o bacon crocante e quentinho.

- Então... - Ela serve suco de laranja e coloca o copo na minha frente. -...ontem eu tive uma ideia que me deixou muito animada.

- E essa ideia envolve você me acordando cedo em um sábado.

- Exatamente.

- Que ideia é essa? - Pergunto.

- Não posso dizer, pelo menos não agora, não quero que você diga que não.

- Mab, o que você está tramando? - Lanço-lhe um olhar desconfiado.

- Você vai ter que confiar em mim. - Ela responde com um sorriso animado.

Encho minha boca com ovos e bacon e tomo um longo gole do meu suco antes de perguntar.

- Adam foi correr?

- Foi.

- Então esse seu negocio, o que quer que seja, vai ser só você e eu? - Não consigo olha-la nos olhos, então encaro minha comida.

- Sim, mas eu falei com Adam e ele acha que você vai gostar.

Droga, eu não posso ficar muito tempo a sós com Mab, mas posso dizer por sua animação, que ela não aceitará um não como resposta. Sendo assim, termino meu café e digo:

- Então vamos lá.

Vamos até Jô e Mab entra no lado do motorista, ela liga o carro e começa a dirigir em silêncio.

Fico atento para ver se reconheço onde ela está me levando. Passamos pelo Marina Jack e seguimos direto pela 41, deixamos o aeroporto para trás e poucos minutos depois estamos passando em frente ao Sara Bay Country Club. Mab faz uma curva para a esquerda e é então que eu vejo a placa.

- Por favor, me diga que não vamos fazer o que eu acho que vamos fazer. - Digo balançando a cabeça sem acreditar em onde estamos indo.

SKYDIVE SARASOTA está escrito em letras brancas e grandes na placa azul.

Mab para o carro no estacionamento em frente à pequena casa e então olha para mim.

- Eu trouxe você aqui para saltar comigo. Acho que você precisa disso.

- Do que você está falando? - Pergunto confuso.

- Jordan, depois do que aconteceu com Jena... - Ela olha para baixo e hesita um pouco. - Acho que você está sobrecarregado demais, eu vejo dor em seus olhos e isso me machuca, eu quero poder te ajudar de alguma forma.

- E saltar de paraquedas vai me ajudar como exatamente?

- Você tem estado tão tenso, está segurando toda a dor, a frustração e a raiva dentro de você, por tudo que já te aconteceu até agora, isso não é saudável. Adam tem feito isso também.

- Então porque você não o trouxe aqui também?

- Porque eu já fiz ele saltar uma vez, mas ele quase morreu de medo.

- Muito incentivador.

- É só que eu sei que com Adam não iria funcionar, ele lida com as coisas de forma diferente, por isso que eu o enchi de coisas do casamento para organizar essa semana, isso o deixa feliz, isso o distrai. Mas você...você é diferente, eu sei que você é mais parecido comigo, você gosta de adrenalina, não é?

- Eu costuma correr também. - Confesso. Ela tem razão, eu amava a adrenalina de quando eu corria no V8.

- O que eu quero que você faça hoje é o seguinte. Eu quero que quando você estiver lá em cima, caindo, que você grite o mais alto que conseguir. Quero que você jogue para fora toda a dor e a raiva que você sente, por tudo que já te aconteceu, quero que você grite até seus pulmões doerem. Te garanto que você vai se sentir muito melhor depois que colocar tudo para fora, eu sei porque eu já fiz isso. E depois que você terminar, enquanto você estiver planando lá em cima, olhe para o horizonte, até onde seus olhos alcançarem, e você vai se sentir em paz.

O silêncio se instaura diante da sua promessa, sua mão pequena e delicada desliza pela minha, mas eu me afasto como se tivesse acabado de levar um choque.

Não é seguro.

Não olho para ela para ver qual foi sua reação ao meu afastamento, apenas finjo observar a paisagem do lado de fora do carro.

Solto um suspiro ruidoso e concordo.

- Tudo bem, eu faço isso. Eu pulo. - Abro a porta e salto para fora do carro.

Mab sai logo em seguida e nós dois entramos na casa que foi transformada em um negocio de paraquedismo.

- Você nunca saltou antes, então vai ter que pular comigo. Na verdade você teria que saltar com alguém que se igualasse a você na altura e peso, mas o pessoal aqui me conhece e eu consegui arrumar tudo para saltarmos juntos. - Ela explica conforme caminhamos até a recepção.

- Olá, Francis, como vai? - Mab cumprimenta o cara atrás do balcão.

- Muito bem, obrigado. Veio para mais uma dose? Estava mesmo achando estranho, você não aparece faz um bom tempo.

- Na verdade, vim iniciar meu cunhado.

- Ah, primeira vez então? Você vai adorar isso, cara.

- Tanto quanto meu irmão? - Pergunto levantando a sobrancelha.

Sim, eu gostei da adrenalina de correr, mas...saltar de um avião? Não tenho tanta certeza se vou gostar disso.

Mab e Francis riem.

- Ah cara, o rosto do seu irmão quando ele chegou na praia, foi impagável. Eu não estava lá, mas vi o vídeo.

- Você tem uma filmagem disso? - Pergunto olhando para Mab.

Ela me dá um sorriso de cumplicidade e diz:

- Depois eu te mostro. - E então pisca para mim.

Francis me explica que devo assinar alguns papeis que praticamente dizem que se eu morrer, a culpa não é deles e sim toda minha.

Preencho meus dados e assino. Então Mab me guia por um corredor até chegar na sala de instruções, onde ela me apresenta ao piloto e as outras pessoas que vão saltar também.  

Recebemos algumas instruções de como nos comportar durante o salto, já que na verdade quem irá mesmo fazer tudo são os nossos pares. Cada um de nós recebe uma macacão especial que devemos colocar por cima do que estamos usando.

Mab me ajuda a colocar meus equipamentos e logo estamos embarcando no carro que vai nos levar até o monomotor.

- Na hora de sair do avião e quando formos aterrissar, talvez seja um pouco desconfortável, já que você é muito maior que eu, mas relaxe, tudo vai dar certo.

Concordo com um aceno de cabeça, estou nervoso demais para dizer qualquer coisa.

Meu coração está batendo forte e minhas mãos estão suando.

- Você vai ter que ficar na minha frente, ou eu não vou conseguir controlar o paraquedas quando ele abrir.

Mab continua me dando informações e eu continuo em silêncio, me amaldiçoando por dentro por ter concordado com isso.

Entramos no avião e sentamos no chão, cada uma sentado no meio das pernas do seu parceiro de salto. Mab abre as pernas e eu me sento entre elas, tentando ao máximo não me encostar em seu corpo.

Sinto ela prendendo o mosquetão do seu cinto no meu e então o monomotor começa a subir.

- O quão alto nós vamos subir? - Pergunto para Mab.

- Mais ou menos 3 mil metros. - Ela responde e eu sinto uma dor na barriga. Passo a mão pela testa para secar o suor, abro e fecho as mãos e tento acalmar a respiração.

Não acredito que estou mesmo fazendo isso.

O tempo da subida parece não passar, pergunto para Mab quanto tempo leva até atingir os 3 mil metros e ela diz que demora cerca de uns 15 minutos.

Os minutos parecem se estender apenas para me torturar. Torço o tempo todo para chegarmos logo na altitude, mas quando o piloto informa que estamos prontos, desejo que tivesse demorado mais.

Um dos instrutores abre a porta lateral e o vento entra furioso.

Os casais começam a pular e quanto mais perto chega da nossa vez, mais meu coração acelera em meu peito.

Mab bate em meu ombro indicando que está na hora, lembro-me das breves instruções de como agir na hora de pular do avião e caminho para a porta.

O vento sopra com força contra mim, me empurrando para trás, como se me avisando que o melhor é desistir.

Assim que chego na porta me seguro na barra de apoio e olho para baixo.

Oh merda, essa porra é alta.

Estamos sobrevoando a água, posso ver Sarasota lá embaixo, parecendo pequena e insignificante.

O vento machuca o meu rosto com sua fúria e respirar fica difícil.

Mab dá três tapinhas em meu ombro, é o sinal.

Então fecho os olhos e me solto, deixando meu corpo cair para frente.

O frio na barriga que sinto pode ser comparado ao de se ir em uma montanha russa, porém multiplicado por mil.

Seguro com força em meu colete e não abro os olhos.

Sinto o vento deformando meu rosto e a curiosidade é maior do que qualquer coisa, abro os olhos e vejo a imensidão do mar.

As mãos de Mab deslizam até as minhas e seus dedos puxam os meus, me fazendo soltar do meu aperto, ela segura em meus pulsos e faz com que eu abra os braços.

Lembro-me do que ela disse, sobre deixar as coisas ruins dentro de mim saírem, que depois de fazer isso eu iria me sentir melhor.

Então começo a gritar. Berro. Urro. Penso em toda a raiva que carrego dentro de mim, raiva das pessoas, raiva da vida, raiva de mim mesmo.

Grito para a cidade que daqui de cima parece tão pequena como se ela fosse a causadora de todos os meus problemas.

Grito com minha mãe - onde quer que ela esteja - grito com meu pai, grito com Kim e com seu namorado que a roubou de mim, grito com Jena por não ter me deixado ajuda-la, grito com Mab por me fazer gostar dela, grito com Adam por tê-la encontrado primeiro, grito comigo mesmo por todas as burradas que já cometi e grito com o mundo, por ele ser tão ferrado quanto é.

Grito até meus pulmões arderem e minha voz ficar rouca.

O que me parece uma eternidade se passa até que sinto o tranco do paraquedas sendo aberto e Mab e eu somos puxados alguns metros para cima antes de começarmos a nossa descida novamente.

Minha garganta está seca, meus olhos estão lacrimejando e minha garganta está doendo.

Olho para baixo, para a água azul que se mistura com um tom de verde que contrasta com a brancura da areia.

Olho para as construções que se estendem por quilômetros e quilômetros, olho para o céu acima de mim, limpo e azul.

Então a sinto, a paz que Mab me prometeu.

Pela primeira vez em muito tempo, sinto que não estou mais transbordando sentimentos ruins. Sinto algo bom, algo confortável, uma sensação de bem estar e calmaria.

Mab controla o paraquedas e vamos fazendo nossa decida suavemente, nos aproximamos da praia e consigo ver as pessoas que nos esperam lá embaixo.

Nos aproximamos cada vez mais da areia, e quando já estamos perto o suficiente, escuto palmas e tento disfarçar um sorriso.

Tento cair em pé, mas me atrapalho e Mab e eu acabamos nos embolando na areia.

Logo vem um pessoal nos ajudar, sinto Mab soltando o mosquetão que me prende nela, uma mão desconhecida surge na minha frente e eu a agarro, levantando-me.

Mab se levanta e se solta do paraquedas.

O pessoal me parabeniza pelo meu primeiro salto e eu agradeço.

- Jordan, você foi ótimo. - Mab ri e antes que eu possa disfarçar e me afastar, ela me puxa para um abraço.

Não consigo resistir e envolvo meus braços em seu corpo pequeno, e Deus do céu, ela se encaixa perfeitamente neles.

- Como foi? - Ela se afasta cedo demais e pergunta com os olhos cheios de expectativa.

- Foi...foi demais. Eu amei. Você tinha razão, estou me sentindo diferente, como se uma energia ruim tivesse saído de mim junto com aqueles gritos. - Digo rindo, a adrenalina se esvaindo aos poucos do meu sistema.

- Eu sabia que você ia gostar.

- Obrigado por ter me convencido a fazer isso.

- Fico feliz em ter ajudado. - Ela diz me dando mais um abraço.

***

Chegamos em casa umas 10 horas, passamos no mercado antes para comprar algumas coisas para o almoço, Mab quer fazer algo especial em minha homenagem, por causa do meu primeiro salto.

Carrego a maioria das sacolas e as deixo em cima do balcão da cozinha.

- Adam... - Mab diz e eu me viro para trás e vejo meu irmão entrando na cozinha. -...você tinha que ter visto, Jordan foi demais. - Mab diz e eu sorrio porque ela parece estar orgulhosa de mim.

- Que bom, meu amor. - Ele lhe dá um beijo nos cabelos, sua expressão indica que algo aconteceu.

- Está tudo bem? - Mab pergunta, pelo jeito ela também percebeu.

- Jordan, será que eu posso falar a sós com você lá em cima? - Ele pergunta sério e eu franzo a testa.

- Tudo bem. - Digo hesitante.

O que será que aconteceu?

Mab nos olha confusa enquanto a deixamos sozinha na cozinha, subimos a escada e Adam vai direto para meu quarto.

Ele fecha a porta e cruza os braços.

- Aconteceu alguma coisa? - Pergunto.

- Me diga você, aconteceu alguma coisa? Você está infeliz morando aqui?

- Não, claro que não.

- Então porque você quer ir embora?

- Do que você está falando?

- Disso. - Ele pega meu notebook e mostra a página aberta.

- Não era para você ter visto isso, não agora.

- Então você está mesmo querendo ir para o outro lado do país?

Olho a página de classificados que eu estava visitando ontem à noite e que estupidamente deixei aberta.

A página mostra uma lista de apartamentos vagos em Washington.

- Eu estive enviando alguns currículos e uma empresa em Washington entrou em contato. Por que você mexeu nas minhas coisas?

- Meu computador não estava funcionando e eu peguei emprestado o seu, achei que não se importaria. Mas aí eu vejo isso e...por que, por que ir embora?

- Adam, eu não vim ficar aqui para sempre e você sabe disso.

- Eu sei, mas as coisas mudaram, não estou dizendo para você morar comigo para sempre, mas achei que depois do que aconteceu com Jena que você ficaria na cidade. A sua única família está aqui, Jordan, por que ir para tão longe quando tudo o que importa está bem aqui? - Ele me olha magoado.

Viro de costas para ele e coço a nuca.

Ah, se ele soubesse!

Adam tem razão, o que importa está aqui, e é justamente por isso que tenho que ir embora.

Justamente por estar tendo sentimentos pela pessoa que mais importa para ele, que eu não posso mais ficar.

- Eu só...eu não... - Começo, mas não sei como terminar.

- O que? Me diga se tem algo te incomodando, me diga porque você está disposto a ir morar tão longe.

- Eu tenho que ir. - Digo sem saber o que falar para que ele entenda.

- Por quê? Por que você não arruma um emprego aqui, ou em algum lugar perto. Tampa tem ótimas oportunidades de emprego e...

- Eu não quero ficar perto. - Digo sem pensar e me arrependo das palavras assim que elas saem da minha boca. Ele vai entender pelo lado errado.

- Achei que você estivesse gostando da cidade, de ficar perto de mim. - A magoa em sua voz me faz ter vontade de chutar minha própria bunda.

- Eu só...preciso ir, Adam.

- Não entendo o porquê, o porquê se afastar. Você diz que precisa, então me explique o porquê você precisar se afastar da última família que te sobrou. Eu não entendo.

- Eu não posso explicar, eu só preciso ir. Isso não tem nada a ver com você.

- Pois parece que tem, parece que você está fugindo de mim.

Não de você, da sua noiva. Penso.

- Eu te amo, Adam, você é meu irmão.

- Então fique por perto, vamos fazer parte da vida um do outro. Eu tenho Mab e a amo muito, mas você é meu irmão, não existe ninguém que possa substituir a importância que você tem para mim.

Respiro fundo e fecho os olhos com força.

Não sei o que dizer então fico em silêncio. Não posso admitir para Adam o verdadeiro motivo para que eu queira me afastar.

- Então é isso, você vai embora? - Ele pergunta.

- Não tem nada certo, a vaga não é minha, ainda tenho que fazer uma entrevista. Esses apartamentos... - Aponto para o computador. -...eu só estava pesquisando.

- Mas se você conseguir o emprego, você vai embora sem pensar duas vezes, não é?

- Sim. - Respondo e um silêncio tenso paira no ar.

Adam encara o chão e eu espero que ele diga algo, mas ele simplesmente se vira e sai do quarto.

MAB

- Como assim Jordan vai se mudar para Washington? - Pergunto saindo do banheiro e encarando Adam deitado em nossa cama.

- Ele disse se conseguir esse tal emprego, ele vai se mudar para lá.

- Mas, Washington? Não é longe demais?

- Ele não quer ficar perto de mim. - Adam diz triste.

- Não diga isso. Ele te ama. - Digo indo até a cama e me sentando ao seu lado.

- Eu não entendi errado, Mab, ele me disse com todas as letras que não quer ficar por perto.

- Não entendo. - Digo.

- Eu também não, achei que ele gostasse daqui, gostasse de ficar perto de mim. Agora que Jena morreu, achei que mais do que nunca ele fosse querer ficar por perto.

- Isso é muito estranho. - Comento.

- Não aconteceu nada entre vocês, não é? - Adam pergunta e eu gelo, mas então me lembro que não tem como ele saber sobre o beijo.

- Claro que não, por que você pergunta isso? - Respondo nervosamente.

- Não sei, talvez vocês tivessem brigado, discutido por algum motivo...

- Não, nada disso aconteceu.

- Achei que tudo estivesse bem, não entendo essa necessidade de ir para longe. Ele disse várias vezes que precisa ir para longe, mas por quê? Algo deve ter acontecido para ele agir assim.

Adam diz e na hora eu penso: Aconteceu sim, ele me beijou.

Mas será possível que Jordan está se sentindo tão culpado que queira correr desesperadamente para longe?

Será possível que ele queira ir embora por minha causa?

***

São quase duas da manhã e eu ainda não consegui dormir. Não consigo parar de pensar em Jordan, não consigo parar de me perguntar se o motivo dele querer ir embora é por causa do que aconteceu entre nós.

Olho para o lado, para Adam que dorme calmamente. Ele ficou tão magoado por Jordan querer ir para longe dele.

Não posso ficar sem resposta, preciso saber qual o motivo para Jordan estar magoando Adam, não posso deixar que ele faça isso sem um bom motivo.

Sei que Jordan não é egoísta e que se importa muito com o irmão, se Adam pediu para ele ficar e mesmo assim Jordan continua querendo ir embora, ele deve ter algum motivo.

E eu não vou conseguir ficar aqui sem saber qual é.

Levanto-me devagar para não acordar Adam e saio do quarto.

Vou até a porta de Jordan e fico encarando-a. Ele deve estar dormindo, se eu bater ele não vai atender.

Dou meia volta em direção ao meu quarto, mas então paro e volto para o quarto de Jordan, indecisa.

Encaro minhas mãos enquanto tomo uma decisão.

Decido que vou bater apenas uma vez, de leve, se ele tiver acordado vai abrir a porta, então nós conversamos. Mas se ele estiver dormindo, não irei mais me meter nesse assunto.

Bato na porta de leve e espero por um momento. Ela não se abre então me viro, caminhando de volta para Adam.

- Mab? - A porta se abre e Jordan me chama.

Droga!

Viro-me para ele e sorrio timidamente. Jordan está sem camisa e com uma calça de moletom cinza bem velhinha.

- Aconteceu alguma coisa? - Ele pergunta.

- Não, eu só precisava falar com você.

- As duas da manhã? - Ele levanta uma das sobrancelhas.

- Desculpe se te acordei.

- Não, eu estava acordado. Entre. - Ele diz abrindo o resto da porta e saindo do caminho.

Passo por ele e sinto o cheiro do seu shampoo.

A porta se fecha e eu me viro para ele, com uma mistura de ansiedade e nervosismo.

- O que foi?

- Adam me contou que você quer ir para Washington. - Começo e ele solta um suspiro como se estivesse cansado desse assunto.

- Sim, se eu conseguir o emprego, eu vou.

- Por que ir para tão longe? - Pergunto remexendo minhas mãos.

- Tenho meus motivos.

- É por causa do que aconteceu entre nós em Dallas?

Essa é a primeira vez que falo com Jordan sobre o que aconteceu, vejo por sua reação que ele não esperava isso.

- Você está se sentindo culpado ou algo assim?

- É claro que estou, eu beijei a noiva do meu irmão.

- Então vamos contar para ele, você me beijou em um impulso, não significou nada, Adam vai entender.

- Isso não é completamente verdade. - Ele diz desviando o olhar para baixo.

- Como assim? - Pergunto confusa.

- Foi um impulso sim, mas não foi completamente sem significado para mim.

- Jordan, do que você está falando?

- Eu preciso ir embora, Mab, porque eu tenho sentimentos por você. - Ele diz e eu o olho com surpresa, abro a boca antes mesmo de saber o que dizer.

- Não entendo, o que você está querendo dizer?

- Eu tenho sentimentos por você, e eu preciso ir embora antes que eu me apaixone. Você e Adam se amam, não há lugar aqui para mim, não quero sofrer por querer algo que nunca vou poder ter. - Ele diz dando alguns passos em minha direção.

- Como isso aconteceu? - Pergunto ainda sem acreditar no que ele está me falando.

- Você é linda e incrível, não é muito difícil de imaginar como aconteceu.

- Quando? - Pergunto em um sussurro.

- Não sei, acho que foi em Dallas que eu percebi que sentia uma atração por você que era perigosa demais. Quando te beijei percebi que não sou completamente capaz de me controlar quando estou perto de você. Por isso eu tenho que ir embora, o mais longe possível, preciso te esquecer.

- Você tem certeza que não está confundindo as coisas? - Pergunto com esperança. Jordan não pode ter sentimentos por mim, seria complicado demais.

- Tenho, eu não consigo parar de pensar em você, no seu sorriso, nos seus lábios, na sensação da sua pele contra a minha quando você me toca. Quero te abraçar, te beijar, e parece que não importa aonde eu vá, eu não paro de te querer.

Suas palavras mexem comigo. O jeito que Jordan me olha, como se nesse exato momento ele estivesse lutando contra si mesmo para não me puxar contra si e me beijar, faz meu corpo tremer, sinto cócegas em meu estômago, como se milhões de borboletas estivessem batendo suas assas tentando achar seu caminho para fora.

Jordan está tão perto que seu cheiro me cobre como uma nuvem, observo seu peito subindo e descendo com sua respiração.

Observo seu pescoço longo, seu maxilar bem desenhado, sua boca.

Sua boca. Essa boca. Lembro da sensação de seus lábios nos meus, então em um momento impensado, diminuo a distância entre nós e encosto minha boca na sua, procurando por aquela sensação.

Afasto-me chocada com minha própria atitude.

O que foi que eu fiz?

- Sinto muito. - Sussurro. Levo minhas mãos até minha boca e não posso acreditar no que acabei de fazer.

Jordan me encara fixamente, seus lindos olhos verdes brilhando para mim.

- Vamos deixar para sentir muito depois disso. - Ele diz e segura meu pescoço, puxando-me para que nossas bocas se encontrem mais uma vez.

Sua outra mão desliza por minha cintura e me puxa para junto de si.

Sinto o calor do seu corpo passar para o meu, sinto seus lábios macios e não resisto.

Minhas mãos deslizam por seu peito, depois pela lateral do seu corpo até chegarem em suas costas.

Sinto sua língua tentando abrir caminho para se encontrar com a minha, abro a boca e deixo que ele a invada.

Meu coração bate tão forte que temo que Jordan possa ouvi-lo, os pêlos do meu corpo se arrepiam e eletricidade percorre meu corpo.

Retribuo o beijo, brincando com sua língua enquanto nossos lábios se acariciam.

Jordan me aperta mais forte contra seu corpo, sinto uma leve mordida no meu lábio inferior e gemo, me agarrando mais a ele.

Jordan me empurra contra a parede atrás de mim, me segurando entre a superfície plana e fria e seu corpo quente e musculoso.

Me agarro em seu pescoço, enfiando as mãos entre seus cabelos escuros.

Nosso beijo é muito diferente daquele em Dallas. Ele não é contido e inocente, é desesperado, cheio de desejo e culpa. Cheio de vontade reprimida.

Sinto suas mãos viajarem por meu corpo, pelas curvas da minha cintura e quadril.

Meus mamilos se arrepiam e eu imagino Jordan fazendo os mesmo movimentos que sua língua faz em minha boca neles.

Imagino sua boca e seus beijos por todo o meu corpo e gemo, beijo-o mais desesperadamente, como se sem ele não conseguisse respirar.

Sei que estou errada, sei que o que estou fazendo não tem mais volta, mas eu não consigo encontrar forças para me afastar.

Jordan é quem tem que se afastar, e graças a Deus ele o faz.

O ataque feroz contra minha boca acaba, me deixando sem fôlego.

Ele me olha também tendo dificuldade em respirar, seus olhos são uma mistura de culpa e desejo.

Uma batalha entre um e o outro.

A culpa deve ter ganhado, pois ele se afasta alguns passos e cobre a boca com a mão.

Fico ali, encostada na parede me sentindo um lixo, não só por ter permitido que ele me beijasse, mas também por ter correspondido o beijo, e pior, não querer que ele tivesse parado.

- Vá embora, agora. Não sei por mais quanto tempo vou conseguir resistir. - Sua voz é rouca e desesperada. Ele se afasta mais, indo para o outro lado do quarto.

Quando finalmente consigo me mexer, saio correndo do seu quarto.

Cambaleio para o corredor e tenho que me apoiar na parede.

Uma mistura assustadora de sentimentos me deixa tonta. O que acabou de acontecer entre Jordan eu não tem volta, eu trai Adam, trai ele com seu irmão.

Mas o pior de tudo é que, o que eu senti estando nos braços de Jordan foi maravilhoso. 

Seu toque, seu calor, seus beijos, seu gosto, tudo foi assustadoramente maravilhoso.

PUTA MERDA, E AGORA?? :o

NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR E VOTAR ;) 

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