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Capítulo único

Amor proibido
Nós deveríamos estar juntos?
Amor proibido
Amor proibido
Amor proibido
Selamos o nosso destino para sempre
Amor proibido
Amor proibido

Apenas um beijo
Apenas um toque
Apenas um olhar

Amor proibido
Nós deveríamos estar juntos?

Forbidden Love | Madonna


Em algum lugar na Rússia entre o ontem e o amanhã...

As várias garrafas vazias se acumulam ao redor de nós. Umas são de vinho, outras de vodca. Uma em específico eu suspeito que seja de absinto, mas não tenho muita certeza. Minha memória passou a falhar no instante em que Nathan e Miguel me acompanharam até o meu apartamento. Sim, eles estão comigo. E a única que penso é, felices los três com uma probabilidade bem boa de acontecer.

Rio de desespero.

Porque apesar de ter sugerido a doidera, nunca fiz um ménage. Vi fotos? Vi. Assisti a vídeos? Também. Pesquisei na internet? Claro. Foi a saída. Imagine, três bocas, seis mãos, dois paus, uma boceta, várias pernas e braços e muita pele. Se não souber como encaixar tudo bonitinho, no dia seguinte é geral no pronto socorro. E ficar presa num emaranhado de membros não é exatamente o que mais quero fazer no meu sábado.

Eles riem de alguma coisa que Miguel diz, eu só acompanho. A taça não deixa minha mão. A língua e garganta queimam com a bebida... bebidas. Olho para os dois e penso: Merda!! Será que cabem mesmo dois paus num mesmo buraco?

Será que vai ser bom?

E o pior...

Será que Nathan vai conseguir ficar duro comigo?

FODEU.

Meus lábios encostam-se ao vidro e tomo mais um gole.

Vai ficar molenga?

Franzo a testa na hora.

Não, não mesmo. Não trabalho com essa possibilidade. Problemas de ereção estão limitados ao meu ex com pinto pequeno e péssimo no oral. E ADEUS DISK PIZZA. Pessoa mais burra que eu? Desconheço. Dormi com o infeliz dono do menor amendoim do planeta depois de tê-lo mandado ir comprar um extensor de pênis.

Respiro fundo, mudando o pensamento. O foco é outro. Então passo a repetir seguidas vezes até que me convença: Nathan é pauzudo, Nathan é pauzudo. Nathan tem uma rola linda e causadora de múltiplos orgasmos. Amém.

A cena se forma. Nathan de pé, eu diante dele. Naquele estilo submissa, sabe? Há boatos de que eu goste de uns tapas aqui, outros lá...

Hehe.

O clima esquenta. Isso, está dando certo. Já consigo visualizar ele gemendo e pegando no meu cabelo enquanto o tenho inteiro na boca, chupando bem devagar.

- Assim, Nina... porra - ele grunhe - engole tudo.

- Sim, senhor - eu respondo na mente, porque no momento me ocupo de deixá-lo foder minha boca.

Passo a sugá-lo mais forte, mais rápido. Seus dedos me puxam com força, começo a sentir dor no couro cabeludo. Os joelhos passam a queimar por ficar tanto tempo contra o chão. Sinto seu pau grande e aveludado pulsar, seu calor se misturando com o meu, minha saliva o lambuzando inteiro, sua extensão indo até a garganta, eu massageando suas bolas, ele geme mais alto, suas ações ficam mais brutas e...

Balde de água fria.

A dúvida recai sobre os meus ombros. Posso não gerar nada... ele não gosta de meninas, gosta de meninos. Mesmo que eu tente, não o farei gozar. Mesmo que feche os olhos e imagine outra pessoa. Oh, não. Fantasia se acabando em 3, 2, 1...

Por isso ele está com o espanhol. Dou um tapa na testa quando não estão me olhando. É o latino que ele ama. É o latino que o excita. Ahhh, Nina, temos um problemão. Choramingo baixo sem que percebam. E o meu sonho pode se tornar em mim dando uma de voyeur apenas.

Brochante.

Qual a graça de só ver se não posso participar?

E tem outra. Apesar de saber que Miguel gosta das duas coisas e de ser bem gostoso - já, já falo dele -, é de Nathan que eu quero mesmo. Não quero fazê-lo mudar de time, ou passar a ser hétero. Se eu pudesse, nem eu seria. Homem é coisa do demônio.

Anuo.

Deixo que eles continuem a conversar. Respondo algumas coisas, interajo o quanto consigo. Minutos depois outra garrafa vazia se soma com as outras. Vamos emendando uma coisa na outra. Dando pitaco na vida de todo mundo. Rio de quando Miguel fala de Dylan. E pensar que só mulher que repara em homem. Aham. O espanhol parecia ter gravado cada detalhe sobre ele.

Deixo uma risadinha bêbada escapar.

Kate deu sorte. Uns dias de atraso e o míssil americano poderia ter outro dono.

Engasgo ao pensar na possibilidade.

Dylan e Miguel.

Um casal bem louco.

- Nina... - ouço a voz me chamar, mas é necessário uma mão em meu braço, me sacudindo, para me despertar - Nina, tá tudo bem?

Pisco rápido, acordando do topor. Viro o rosto e encaro Nathan. Seus olhos firmes tentam me ler. Coço a garganta, tentando mostrar que estou bem.

- Claro, não poderia estar melhor.

- Hum... - sua testa se franze, claro que ele não acreditou - se diz, olha, estamos morrendo de fome e vamos pedir alguma coisa pra comer, vai que...

- Quero! - nem espero ele terminar, simplesmente grito. Quem sabe um pouco de comida não dê a sobriedade que preciso pra parar de pensar em sacanagens diversas e não cair na fossa da não ereção.

Ele ri.

- Tudo bem, vou pedir então.

Ele se levanta e pega o celular de cima da mesa. Segundos depois está falando com alguém e pedindo porções e porções de comida gordurosa. Batata frita, asinhas de frango e mais um caminhão de gordura industrializada. Deito a cabeça e observo. A todo momento Miguel o faz sorrir, acaricia seu rosto, o abraça de lado e respira em seu pescoço.

É lindo, simplesmente lindo.

Nunca tive um relacionamento como o deles.

Onde há não apenas tensão sexual. Mas carinho, paixão, dedicação, paciência, respeito. Eles conversam sobre tudo, sério, tudo. Não tem problema em expor o que sentem, o que querem, o que gostam ou não. Discutem, mas sem gritaria ou discussão. Conseguem ser civilizados mesmo quando discordam. Suspiro. É errado sentir inveja, penso. Mas não sentir nenhuma pontinha desse sentimento tão forte é difícil.

Miguel cochicha algo no ouvido dele e Nathan, pela primeira vez que vejo, fica mudo, como se o que lhe foi dito o fizesse pensar. Estreito os olhos sobre ele. Nossos olhares se encontram. Ele exibe um sorriso tímido.

Será que Miguel o convencia de tentarmos fazermos aquilo? Porque o latino parecia bem mais animado.

Engulo a saliva e sorrio de volta.

A campainha tocou alto, fazendo meus ouvidos reclamarem. Eles vão até a porta com a carteira na mão. Pegam as embalagens e pagam. Enquanto isso, posso jurar que tudo ao meu redor gira. Tudo bem que o meu corpo está mais do que acostumado com as altas doses de álcool, mas há uma ligeira possibilidade de que eu tenha extrapolado na dose.

Um pouco.

Um pouquinho só.

Quase nada.

Só passei daquele limite onde tropeço nas palavras e esqueço o que comi no almoço.

Mas até aí é normal.

Quem nunca fez isso?

Ir pra balada e experimentar TODOS os drinks coloridos?

Mas ainda me considero uma pessoa zen. Certo, tirando o fato de que manuseio armas como se fossem batons, que sei quebrar pescoços e acertar a jugular com apenas um ataque certeiro da faca, que sou uma loba em pele de cordeiro. Mas hei, nunca escondi de ninguém.

Mas Nina, nunca vi essa sua faceta.

E a pergunta que fica: nunca me perguntaram.

E já que acredito que um bom contexto melhora tudo, vamos a ele.

Nasci em uma família russa daquelas bem tradicionais. Babuskha, minha doce e grisalha avó, morava comigo e com meus pais. Meu avô morreu quando eu tinha os meus dois anos. Minhas lembranças dele são nulas, o conheço mesmo por fotos. Meu pai, o reclamão em forma de homem com cem quilos de pura gordura russa enlatada em um esqueleto, ainda trabalha em seu bar na cidade de onde vim. E minha mãe, a santa por aturar ele, é daquela boa e velha dona de casa.

Ela ama, aliás.

Tem uma mão na cozinha que chega a dar inveja. Minha lancheira da escola vivia cheia de tudo quanto era coisa e as outras crianças invejavam até o último fio de cabelo.

Mas nem só de coisas boas a vida era feita. Porque ser filha única significa uma coisa: merda. Se alguma coisa acontecia fora do normal a culpa sempre era minha. Copo quebrado, telefone não atendido, batida no carro...

Por isso que acredito que a melhor coisa da vida é: morar sozinha.

Não preciso lavar a louça se não quiser, não preciso arrumar a cama, não preciso pentear o cabelo ou escovar os dentes. Se quiser, posso andar pelada e ninguém irá reclamar. Posso deixar as roupas emboladas dentro do guarda roupa e ninguém irá gritar comigo.

Posso levar quem eu quiser pra casa e nenhum espírito de pai e mãe conservador vai impedir. Falando neles, certeza que me matariam se soubessem que eu estava bem perto de ter dois homens ao mesmo tempo.

Obrigada, maioridade.

Os vejo andarem até a cozinha. Pegam pratos no armário e talheres nas gavetas.

Me sinto aérea, como se bastasse um sopro e eu sairia voando igual a um dente de leão.

Okay... extrapolei mesmo.

Espero que eu não saia vomitando em tudo. Isso sim seria quebrar o clima num nível épico. Eles voltam e se sentam ao meu lado, espalhando o que tem pelas mãos em cima do tapete. Tiram as embalagens das sacolas e as comidas saltam aos nossos olhos. Inspiro fundo e um gemido de satisfação faz o peito vibrar. O cheiro é maravilhoso. Pego uma batata e jogo na boca. Mastigo em segundos e pego outra.

Uma devastação acontece. Comemos tudo e não deixamos sobrar nada, fico até surpresa. Pelo jeito os três são excelentes de garfo. O que é muito bom. Em dado momento deito sobre as pernas de Nathan, enquanto Miguel, talvez de modo premeditado, talvez não, desliza as costas dos dedos em meu braço.

A carícia é boa, faz cócegas e eu sorrio. Nathan faz cafuné na minha cabeça, o que me deixa num estado de sonolência bem bom. Miguel, de mansinho, sobe os dedos e passa a acariciar minha bochecha. Tenro, suave, delicado. Fecho os olhos e deixo que seu carinho continue. E a inveja que senti antes cresceu.

Eu apenas experimentava por um momento que se findaria.

Nathan tinha aquilo sempre.

- Hermosa - Miguel diz, com a voz rouca, sua boca próxima ao meu ouvido me faz suspirar e arrepiar. Como se borboletas voassem e batessem suas asas dentro do meu ventre. Num movimento de sobe e desce, só que, perigosamente, sinto o redemoinho ir muito ao sul, brincando de esconde, esconde mais precisamente numa areazinha dentro da calcinha.

Peligro, peligro, peligro.

Clamar por Deus é errado, suponho.

Então invoco todos os meus chakras e peço aos espíritos da natureza que me ajudem.

Não falo espanhol, mas não foi difícil entender o "hermosa". O tom e timbre usados por ele passaram a informação perfeitamente. Se ele continuasse a fazer aquilo, ficar ronronando maliciosamente, fato que não me aguentaria. Afinal, dizem que os latinos são bem dotados, nada como fazer o test drive, certo?

Que maravilhoso espécime de homo sapiens gostosus erectus ele é.

Até choro.

E não falei que é pelos olhos.

Entendedores, entenderão.

Miguel e Nathan é aquele casal diferente que se completa.

Nathan é branquinho, olhos naturalmente carinhosos, cabelo bem cortado, baixo nas laterais, um pouco maior em cima. É magro, mas não magro demais. É esbelto, alto, músculos todos no lugar. Lindo, simplesmente lindo. Mas a minha parte favorita é o seu sorriso. Ele desmancha corações. Dentes alinhados, brancos, ele sorri com os lábios rosados e ele se expande até os olhos castanhos que nunca deixam de brilhar.

Impossível não ficar hipnotizada.

Usa e abusa desse artifício a seu favor.

Seja para conquistar, seja para sair de enrascadas.

Esperto ele, nunca dá uma fora.

Espertinho... safado... delicioso...

Ai, meu útero.

É bizarro, e engraçado, mas o amei desde a primeira vez que o vi. No primeiro instante foi aquela curiosidade bem boa. Homem diferente, atraente, bom de conversa, muito aberto e receptivo, extrovertido. Cheiroso e muito gato. Gatérrimo. Um pedaço de mal caminho para se perder e nunca mais achar.

Bussola? Nunca nem vi.

Dei aula pra ele com as esperanças lá no alto. Ele atirou, mas acertou o meu coração mesmo.

Deus, pareço até aquelas adolescentes de filmes melosos de Hollywood.

Pensei, na minha esperança que nunca falha, que podia ser correspondida.

Doce ilusão.

Confesso que saber que o que eu tinha a oferecer não lhe agradava me fez choramingar. Muito bom pra ser verdade. Mas eu me sentia tão bem perto dele, que mesmo que nada rolasse, sua amizade bastava. Minhas brincadeiras começaram sem pretensão, nunca pensei em forçá-lo. Passamos a ficar mais tempo juntos. Saímos, conversamos, nos divertimos, compartilhamos nossas vidas e nem lembramos que éramos estranhos.

Quando uma conexão como aquela acontecia, o universo conspirava a favor.

Descobrimos o que podíamos do outro.

Até certo ponto.

Ambos ocultaram o que cogitaram ser perigoso.

Eu, o meu passado.

Ele, o seu passado, presente e futuro.

Quando vejo, a respiração quente de Miguel toca meu pescoço. A ponta de seu nariz o percorre e seus dentes raspam na pele mais que sensível. Gemo baixinho. O meio das pernas começa a pulsar mais forte.

- Maravillosa - sussurra outra vez.

- Espanhol... - digo, engolindo em seco - assim você me mata, papi.

Ele ri de forma tão gostosa que me contraio inteira.

Miguel, que homem.

E mais: é alto.

Quase dois metros de pura massa latina pecaminosa.

A pele tem um tom queimado de sol que dá vontade de lamber. Uma cor brilhante, reluzente. O cabelo, um castanho escuro e com um corte sexy. O nariz é perfilado, certinho. A barba por fazer o dá aquele aspecto de homão que te joga na parede e você mia igual uma gata no cio. O maxilar é quadrado, a mandíbula, desenhada com um pincel preciso, papai e mamãe fizeram com muito amor. Ao contrario de Nathan, é mais parrudo. Os braços são enormes. Firmes, torneados, esculpidos em academia. As blusas que usa delineiam sua carcaça fitness e babo. As pernas, duras como rocha. Como sei? Digamos que a mão escapuliu e sem querer a apertei. Sem querer mesmo. Quem disser o contrario mentiu.

O sorriso... ah, o sorriso.

Percebeu que sou louca neles, né? A boca do abençoado é gigante. Boca carnuda. Daquelas que tu morde, puxa, suga com gosto e ainda sobra mais pra repetir todo o processo. Seus olhos, pura luxúria. Entendo porque Nathan pira nele. Imagina dar pra ele? Eu ficaria assada e com problemas pra sentar com gosto. Opa. Dava até...

Ele suga meu pescoço.

Trinco os dentes.

- Mmm - resmungo, mordendo o lábio inferior. - Miguel do céu, vou morrer...

Chupa com mais força.

Contraio as pernas. Tudo formiga, tudo lateja.

- Se não quiser que eu pule em cima de você, sugiro que não repita isso.

E ele me escuta?

Claro que não.

Ainda bem por isso, porque só me fiz de elegante. Em que planeta se recusava aquilo? Precisava tirar as teias do meio das pernas.

Ele continua. Beijando, sugando, mordendo. Sussurra sacanagens e quase desfaleço. Seu sotaque lhe confere um ar de puro sexo que me deixa molhada. Sinto a calcinha encharcada, e ninguém fez nada demais. Sei que meus mamilos estão duros, a pressão do bojo do sutiã contra eles me dizem isso. O coração acelerou num compasso quase dançante. O ventre dá cambalhotas, os dedos das mãos apertam os fiapos do tapete, inflo o peito.

- Nina, é tão bonita - mordisca minha orelha. - Nina, é tão gostosa - lambe meu ombro. - Nina, é tão...

- Agradeço... - ofego, abrindo os olhos e pegando em seu rosto - sou o que tu quiser hoje, papi. Mas vem cá, antes que tenham que me por num caixão.

Ergo o corpo e bato minha boca na sua. Sei que Nathan ficou de camarote. Mas eu tinha que extravazar. Eram exatos quarenta e dois dias sem sexo. Consolos e vibradores são legais, mas a coisa viva é terrivelmente melhor. Sua língua me devora, ele tem gosto de vinho. Seus dedos prendem meu cabelo na mão, e ele os puxa, forçando minha cabeça a ir para trás.

Com um sorriso brincando na boca, deixo que faça o quer. Expõe meu pescoço que logo em seguida é tomado pela boca quente e sensual. Só posso grunhir e me deixar ficar ainda mais bêbada pela sensação. Miguel me envolve pela cintura, os braços me pegam e me colocam sobre seu colo. Dios. Minhas pernas o enlaçam, meus seios se prensam ao seu peitoral rígido, minhas mãos o agarram pela nuca e o homem só falta me engolir, porque o resto ele faz com facilidade. O arranho quando sua ereção dura se esfrega na minha calcinha. E como boa amiga da diaba, rebolo sobre ela.

Pelo menos uma ereção nós temos essa noite.

Sua respiração densa mistura-se com a minha. Seu calor me abraça. Ele distribui beijos do pescoço até a ponta do queixo. Tremo. Minhas coxas estão inquietas, quero esfregá-las e diminuir o formigamento que me toma.

- Nina, esteve me provocando o dia inteiro - começa a dizer ao pé do ouvido. - Mas agora, agora eu preciso da sua boca na minha, pedindo, mandando, sussurrando o que quer que façamos. Quero vê-la molhada, quero sentir o quão doce pode ser quando fica excitada, quero deslizar meus dedos dentro de você, quero que me mostre como gosta, quero percorrer suas curvas finas com as mãos enquanto, lentamente, entro e saio de você. Quero vê-la perder a linha, niña. E quero vê-la se perdendo, virando uma massa sem forma e desconexa, sucumbindo ao desejo, chorando e gritando, por nós.

A ênfase que dá no nós me faz encará-lo. Seu olhar nublado é intenso. Consome. Incendeia. Tira o ar. Gera calafrios que sobem em minha espinha.

- Deixe ele tocá-la, Nina - pede, o dedão puxando meu lábio para baixo e me esfrego nele uma última vez. - Deixe que ele te conheça.

Minha língua passeia em seu dedo.

O sorriso que dá é perverso. Sorriso de quem quer comer.

Suas mãos me movem e dou de cara com Nathan.

Sua expressão é um misto de sentimentos. Receio que não tenha gostado do que eu e Miguel fizemos, ou até mesmo que desista completamente e vá embora dali. Espero que tome a iniciativa, não quero parecer a louca dominadora que não respeita ninguém, até porque é simplesmente o contrário.

- Parece nervoso - digo, é óbvio e sem sentido, porque posso ver claramente que aquilo é expresso em cada poro de seu corpo.

- Não faz ideia do quanto - confirma, sorvendo o ar pela boca, para em seguida soltá-lo com lufadas baixas.

- Se não quiser, não precisamos fazer nada disso.

- Não precisamos? - se surpreende, as sobrancelhas se unem - E por que então estamos aqui?

- Você entendeu - estico o braço e toco seu rosto, ele fecha os olhos. - Jamais o faria sair de sua zona de conforto. Nunca mesmo. Caso queira, podemos acabar por aqui e isso nunca aconteceu.

- Usou a palavra nunca muitas vezes num curto espaço de tempo - ele sorri, e me fita. - Mas a grande questão é, ninguém me obrigou a estar aqui. Vim porque quis, vim sabendo o que significava, vim sabendo que minha presença repercute em algo grande. Acredite, se eu não me sentisse confortável, nem ao menos colocaria meus pés aqui essa noite.

- Então é um sim? - minha esperança começa a voltar.

Seu sorriso aumenta.

- Isso é um podemos ver onde vai dar - dá de ombros. - Minha experiência é zero, sabe, estar com duas pessoas ao mesmo tempo. Ainda mais com uma mulher no meio. Mas, e esse mas é muito importante, se é para acontecer, que seja com pessoas que eu gosto.

Seu rosto se aproxima do meu. Um suspiro baixo escapa entre meus lábios entreabertos.

- E você, Nina - suas mãos pegam meu rosto, tão próximos quanto nunca antes. - Se tornou o motivo de muitas dúvidas que jamais tive. Tirou o meu sono apenas por pensamento. Me levou a questionar uma vida inteira apenas com poucos dias de convivência.

Olho para baixo, ocultando o riso, encostando minha testa na sua.

- Dizem que as russas podem fazer isso - replico, sabendo que ele vai achar engraçado. - Somos dotadas de poderes que nenhum outro povo tem, nosso sangue é frio, mas tão quente quanto um vulcão em erupção.

- Sou obrigado a concordar com isso.

E então.

Um piscar de olhos, uma respiração longa, um arquejo repentino e sua boca encontra o canto da minha.

É pura delicadeza. Em seu silêncio, meus ouvidos retumbam.

Ele a desliza em meu rosto, subindo, indo até a têmpora.

- Acredite, ver vocês dois me deixou num estado que desconhecia - sua outra mão, gentilmente, toca meu joelho. É tão superficial que parece ainda mais intenso, se possível. Os pelinhos arrepiam a cada centímetro, suas digitais vão deixando marcas invisíveis e meus pequenos suspiros de aprovação o fazem continuar.

- Mesmo? - lanço com uma pitada de dúvida - Mesmo, mesmo?

- Uhum... - minha coxa esquerda preenche seus dedos, a carne grita - se soubesse, ficaria com medo.

- Por quê? - rio, mas ele cessa quando Miguel, atrás de mim, põe as mãos em minha cintura, agarrando com tanta força que quase vejo as estrelas. Combinados em seus toques, me forçam a cerrar os olhos e trincar o maxilar.

- Porque tenho a impressão de que você pode estar sendo o ponto fora da curva - o roçar de sua barba crescente é abrasivo, e nesse momento, esqueço realmente qual o meu nome.

Talvez seja Nina, talvez seja Cher, talvez seja Madonna.

- Quer dizer que... - quase não existe mais voz - vai tentar?

Ele para e gesticula com a cabeça.

Homo sapiens gostosus erectus é mais real do que pensei.

E ainda é em dose dupla.

- Quero provar, se isso faz qualquer tipo de sentido.

Estou a ponto de sair gritando.

Quem acredita alcança.

Sanduiche de Nina à vista.

Percebo seus olhos descendo e se focando em meu busto.

Um lampejo me acerta e decido que é hora de irmos adiante.

- Pode tocá-los, se quiser.

Nathan assente, mas não se move.

- Já viu um seio na vida? - pergunto ao ver sua hesitação.

- Por fotos.

Repuxo os lábios, abafando o estrondo que seria rir.

- Bem, esses aqui são bem reais. São pequenos, eu sei, cheguei a pensar em colocar silicone, mas...

- Eu os prefiro desse jeito - Miguel fala, apoiando o queixo em meu ombro, o quentinho de sua respiração escovando minha pele sensível. - Não gosto de nada artificial, fora que assim... - ele então tira as mãos da minha cintura e os apalpa.

Arregalo os olhos. Nathan só falta rir da minha cara.

- Cabem melhor na boca - meu queixo cai e Nathan tosse, gargalhando alto.

- Gente do céu, esse trio aqui é insano - reverbero, e as mãos opulentas não param.

- Niña, estás muy correcta - resfolego, que voz é essa?

- Exatamente - concordo, mesmo não entendendo nada.

Volto a focar em Nathan. Sei que está com medo, em seu lugar eu também estaria. E como imagino o quão difícil deva ser, decido ajudar. Seguro na barra da blusa preta de mangas compridos que estou vestido e começo a erguê-la. O tecido escorrega pelo corpo. Ao passar pelos braços, sinto uma brisa fria que me faz encolher de leve.

E novamente Miguel respira em meu pescoço.

Me movo na direção para onde segue, é inevitável.

- É linda - Nathan diz sincero, olhando fundo em meus olhos. Paro de respirar quando encosta nas alças do sutiã e as desce. Ouço o gemido de aprovação de Miguel. O fecho é aberto e eles saltam. Inchados, pesados, arrepiados. Involuntariamente vou para frente quando ele aperta o mamilo entre os dedos. A boca seca, as vibrações se acentuam, o mundo gira rápido e depois volta. Aos poucos, vou caindo na espiral que me traga. - Sempre a achei linda. Mas agora, acho que é um pouco mais do que apenas linda.

- E o que seria um pouco mais que apenas linda?

Digo sufocada.

- Minha paixão proibida - seus polegares me massageiam, acho que posso gozar com apenas isso.

- Isso é mal então...

- Não é - ele discorda. - É bom.

- E como pode ser bom?

Indago, duvidosa.

- Quem disse que o significado de proibido é ruim? - arqueia as sobrancelhas - Quem te disse isso? Quem é que dita o certo e o errado? Pra mim o proibido depende de uma série de fatores, e se esse momento aqui é proibido para muitos, então que me condenem por isso, porque eu não quero viver num mundo onde me impeçam de ser o que eu sou. Sou esse cara errado pra maioria, descartável, desprezível, que não faz falta. Mas não vivo em função do que pensam de mim, do que acham que eu deveria ser. Sou eu, com todas as bordas e arestas, com os erros e acertos, e se é pra acertar em algo nessa minha vida, escolho acertar fazendo o que desejo sem ligar para o amanhã. Vivo o presente, não o que está ou não por vir. E o que eu quero, agora, sem exceção, é você. Quero te amar porque me importo, quero desvendar seu corpo com o meu porque é algo que ultrapassa a minha lógica, quero conhecer não apenas o que mostra, mas quero conhecer todos os seus delírios mais secretos.

Suas poucas lágrimas se misturam com as minhas quando ele me beija.

É uma explosão no mesmo momento.

O envolvo, saindo do colo de Miguel e indo para o seu. Suas mãos sobem por minhas costas até chegarem à nuca, onde ele me segura firme. Nos consumimos e não quero parar, quero congelar o momento para sempre poder me lembrar. Nosso desejo passa a ser incontido, ele me beija com os lábios sedentos, mas ao mesmo tempo cheios de ternura. Ele é assim e sempre será. Cuida e se importa. Em seus braços, me senti única, singular, extraordinária. Fui desnudada de alma e espírito. A suavidade de suas mãos que me descobriam, a voracidade de sua boca que deslizou da minha e seguiu seu caminho para onde foi guiado pelos instintos, o desejo louco de combinarmos quem éramos e fazermos de nós uma mistura homogênea.

Minhas costas encontram o chão e ele me cobre. Em meio aos gemidos transpassados, queimo e me esvaio. Viaja por meu corpo, o nariz encostado na pele cálida respira do cheiro que exalo ao ser adorada com excelência. Estou suando, apesar do frio lá fora. Ele também transpira. Tento me acostumar com aquilo, e simplesmente não consigo.

É demais. É pura adrenalina. É certo.

Quando a língua quente desliza pelo seio, resmungo impropérios.

Quando seus dentes parecem querer me marcar e me mordem, gemo extasiada.

Quando sua boca sedosa o abocanha, encontro o paraíso.

Não é rápido, ou bruto.

Me contorço.

Me estremeço.

Grito.

- Eu nunca fiz isso - geme, sem fôlego, olhos presos nos meus, ao se colocar entre as minhas pernas.

Aceno que sim, rindo.

- Eu sei - o tranquilizo, passando a mão por cima da blusa que ainda veste. - E se ficarmos quites?

Aponto para o tecido que o cobre.

Nathan sorri.

- Justo, quer fazer as honras?

- Só se for agora - me apresso em deixá-lo como eu. - Pronto, agora sim. Igualdade, marido.

Carinhoso, beija minha testa.

- Nathan... - o chamo quando vejo que pensa demais - o que foi?

- Não tenho certeza de que esteja pronta - confessa, torcendo o nariz.

- Esse é o problema? Precisa se preocupar não, garanto que fizeram bem o papel de me prepararem.

- Certeza?

- Meu amor, bote certeza nisso.

Rapidamente, coloca a camisinha. E enquanto isso Miguel virou o espectador. Se bem que posso jurar que ele não está reclamando. E como para confirmar, o fito de soslaio. Seu olhar travesso é o que preciso para dizer que sim: tá adorando o papi.

Livres. Pele com pele. Calor compartilhado. Temperaturas similares. Arrepios aos montes. Encaixado e posicionado. Os dois se encaram por longos segundos. Fica real de verdade. É isso. A um passo de concretizarmos a doidera. Sua demora não me é surpresa. Imagine estar no lugar dele, sentiria o mesmo. Apreensão, nervosismo, medo.

- Também sou virgem nisso - descontraio. - Então não ligue, só há uma forma de chegarmos a um denominador comum onde todos sejam felizes. Tentativa e erro. Muito test drive até que não precisemos mais olhar para o câmbio na hora de mudar a marcha.

Seus braços postos ao lado da minha cabeça fraquejam. Ele ri em meu pescoço.

Chego a soluçar.

Mais carinhos pelo rosto, beijos dispersos deixados onde podia.

- Nina.

- Oi.

- Acho que não consigo mais segurar.

- Então não segura.

Separa minhas coxas bem abertas para ele, e num impulso certeiro, mas lento, sou empalada por sua ereção. Seu peso cai sobre o meu, me deixando mais presa ainda. Fico pequena entre ele e o chão debaixo de mim. Não se movimenta. Respira fundo. Se ajeita melhor, e o movimento de seu quadril me enlouquece.

- Nathan... - sopro, sôfrega - sem querer ser chata, mas agradeceria mesmo se pudesse se mover. Tá ficando meio complicado aqui.

- Sim... sim... pra mim também.

- Oh, então tá - minha respiração é alta.

E como pedido, passa a deslizar dentro da minha boceta encharcada. Sem fazer nada por tanto tempo tem o seu preço. Parece que não vai dar, mas então ele força a entrada. Fogo parece ter sido jogado em nós. Ele solta um rosnado quando finco as unhas em suas costas. Quanto mais pressiono, mais forte e rápido ele passar a estocar. Uma mão se prende atrás do meu pescoço e leva meu rosto a grudar no seu. A garganta queima com a secura, e do mesmo jeito que sinto seu coração acelerado, ele sente o meu. Minhas dobras tomam a forma dele, se emoldurando ao pau que eu sabia que era capaz de causar orgasmos.

É muito bom estar certa.

E um lado dele que desconheço surge.

É bruto e cru.

Não vejo nada porque é impossível ficar de olhos abertos. A boca solta gemidos um por cima dos outros. Meu rosto está quente. Pequenas lágrimas escorrem do canto lacrimal. O som gutural que vem dele me entorpece. Pondo os braços debaixo dos meus joelhos, me deixa tão exposta quanto possível. O sinto tão profundo que começo a chorar mesmo. Dói, mas é uma dor tão boa que clamo por mais. Seu suor pinga, mas nem me importo quando eu mesma pareço um chafariz jorrando água pra tudo que é canto.

Cima e baixo.

A fricção extenuante em meu clitóris é gigantesca. Tudo bem, ele nunca esteve com uma mulher antes, mas sabe perfeitamente quais pontos devem ser tocados e estimulados. Ganhou muitos pontos comigo, mais do que aqueles que já tinha.

Faço força e o giro, ficando por cima. Engulo a secura e me curvo sobre ele.

- Fica lindo assim, marido - provoco, passando a língua pela boca.

E o sorriso que me devolve é daqueles de parar o trânsito.

Vejo maldade.

Oh...

Pode ser interessante esse lado de Nathan.

Passo a mover minha bunda sobre ele, descendo e subindo com vontade, foi tempo demais querendo aquilo, queria tirar o máximo que pudesse. Os fios de cabelo se grudam no meu rosto, eu sorrio e mordo a boca. CA-CE-TE. Não lembro de ter sido boa pra merecer tudo isso, mas aqui estamos. Ele me segura na lombar, na bunda, no quadril, em todo canto que dê. O suor passa a brotar mais rápido, o som estalado de nossas peles e fluidos se chocando e misturando ressoa.

Nathan geme assim como eu. O rosto bem vermelho, as maçãs parecem terem sido pintadas com tinta, tamanho vigor de seu rubor. Assumo que esteja gostando, se não com certeza não teria a expressão de satisfação e a postura de quem se deliciava com a sensação. Apoio-me nele e jogo o cabelo de lado, os braços esticados, as pernas começando a cansar, mas nada de tempo pra tomar água, não quando ele está firme e forte.

Continuo a cavalgar, e dessa vez uma boca desliza na minha coluna. Me morde, belisca, a sucção é intensa.

- Quero me juntar a vocês - rouco, não pedindo, mas avisando o que faria.

Sorrio de lado.

Miguel me inclina sobre Nathan até que estejamos unidos novamente. Premeditando o que vai fazer, arrebito o quadril, dando a liberdade que vai precisar. Seus beijos crus começam nas panturrilhas, coxas, lambem uma e outra, os caninos fincam na curva da minha bunda e automaticamente me exponho mais, me arreganhando literalmente. E a língua encontra o caminho da felicidade. Engasgo bêbada, dessa vez não pela bebida. Me lambe repetidas vezes, a língua é quente e úmida. Os tremeliques não cessam. Grito ao ser penetrada por seu dedo. É invasivo, é muito apertado, faz com que os músculos enrijeçam.

Repercutindo diretamente em Nathan.

- Oh, puta merda - ele grunhe baixo, e é excitante demais vê-lo xingar. - Faz isso de novo.

E Miguel o responde, na minha bunda.

Um solavanco gritante me joga pra frente.

- Vou morrer, é serio - aviso, ser fodida assim é sufocante.

- Mas ainda não fiz o que quero - Miguel desdenha, o dedo vai fundo, friccionando. - É apenas o começo, Nina.

Nina, niña, ele fica se alternando entre meu nome e o menina em espanhol e me deixa perdidinha.

E gosto.

Parece tão avassalador ao pronunciar que ele pode me chamar de lagartixa.

Paro de respirar literalmente quando Miguel me monta. Se apoia com as duas mãos em meu quadril antes de pegar a ponta de seu pau latino em riste e pincelá-lo em minha saída traseira devidamente lubrificada por ele. Ofego e mordo ombro de Nathan quando a cabeça começa a entrar. Tusso. Talvez eu nunca mais sente mesmo, o espanhol é mais grosso que Nathan. Ele vai forçando, sempre perguntando como estou. E como quero aquilo, digo o trivial.

- Só vem... - instigo.

- Me avise se te machucar - pede.

- Isso aí é certeza.

Tomo uma lufada de ar aos trancos e barrancos.

Sei que não está todo dentro de mim, mas é o suficiente para me sentir preenchida até a outra vida. Ele passa a bombar devagar, as mãos em minhas nádegas as separam lhe dando mais espaço. Espalmo as mãos no chão, supondo que ele me ajudará a não cair de vez. Meus gemidos os incentivam. Enlouquecido, Nathan beija meus mamilos. Um, depois o outro. Me perco e não sei onde segurar. Agarro seu cabelo curto, puxando na mesma força com a qual Miguel me fode por trás. A boca que me chupa é vigorosa, minha vagina e ânus pulsam, contraem e soltam.

Sua língua gira e envolve os mamilos intumescidos, para então os sugar duro, abocanhando com fome.

O prazer de todos se eleva a um novo patamar.

Nas minhas costas, Miguel fica possessivo. Desejoso por mais dos meus gemidos suplicantes. E é a vez dele de aumentar a intensidade.

Grito absurdamente alto.

Me ergue poucos centímetros e seu entra e sai é tão carnal quanto possível.

Quase desapareço no meio deles, um recheio maravilhoso para aquela nossa combinação exótica. É novo, delicioso... e arde.

- Gente, eu vou gozar... - sucumbindo ao orgasmo, ainda sou capaz de dizer. E os dois são excelentes em não pararem. Um último gemido dolorido e gostoso é o que me sobra ao gozar forte. Meu rosto cai e perco as forças. Me torno uma massa que respira lentamente. Nathan não aguenta muito mais do que eu e explode segundos depois. Miguel é o último. E o seu rosnado é másculo e predador ao me encher.

O silêncio reconfortante nos abraça.

E naquele emaranhado de pessoas, me senti tão em casa e feliz que a possibilidade de nunca mais presenciar coisa parecida me deixa temerosa.

Ouço um estalar, e ao entreabrir os olhos, os vejo dando um selinho demorado.

Sorriem um para o outro, como de praxe, e Miguel, preocupado com Nathan, faz inúmeras perguntas sobre como ele está. Nathan é rápido em responder que está bem. E então eu me conforto. A todo o momento minha mente indagava se ele aprovaria nossa infame ação no meio da madrugada.

E pelo que constato, e principalmente pelas marcas fortes em minha pele muito branca, sei que ele se aproveitou bem demais de mim.

E eu amei cada segundo.

- Tenho a impressão que o felices los três deu bem certo, viu.

Eles sorriem.

***

Olho para o teto, os olhos quase se fechando. É três e trinte e sete da manhã. E o sono surge enfim. Um cobertor grosso cobre os três. Não deixamos o tapete. Conversamos com sussurros depois de tudo o que aconteceu, muito porque não tínhamos mais vozes para fazer qualquer coisa.

Estou no meio dos dois. Na esquerda, Nathan dorme com o rosto virado para mim. Na direita, Miguel se apoia no cotovelo e nos encara.

- Não vai dormir? - pergunto.

Ele dá de ombros e meneia as sobrancelhas grossas e bem pretas.

- Depois de você.

- E por quê?

Miguel se aproxima, os olhos escuros fazendo uma varredura minha.

- Porque prometí a mi amor que cuidaría a nuestra niña prohibida.

Eles eram meus.

E nosso trio duraria para a eternidade.

Porque fazia sentido.

Porque nos completávamos.

Porque nós três ali éramos aquilo que era pra ser desde sempre.

Não se coloca barreiras no amor e nem no que sentimos.

Afinal, quem julga a forma que ele deve ter?

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