Você Está Bem?
Já se passaram quatro dias desde que Rindou foi internado. Tem sido uma montanha-russa de emoções para todos nós, mas finalmente, hoje, ele ganhou alta do hospital. Agora, estamos de volta à casa dos Haitani, um lugar que, apesar de tudo, sempre parece acolhedor.
Estou sentado na sala, observando Rindou se acomodar no sofá. Ele parece mais tranquilo, embora ainda haja um ar de cansaço em seu rosto. Ran está ao seu lado, sempre vigilante, enquanto Smiley está na cozinha, preparando algo para todos nós comer.
Rindou olha ao redor, como se estivesse tentando se reconectar com o ambiente familiar. É um alívio vê-lo aqui, fora daquele ambiente frio e clínico do hospital. Mas sei que a recuperação dele ainda está longe de terminar.
— Como você se sente, Rindou? — pergunto, tentando quebrar o silêncio.
Ele me olha, com seus olhos mostrando uma mistura de alívio e vulnerabilidade.
— Estou melhor, Angry. Ainda um pouco tonto, mas é bom estar em casa.
Ran coloca uma mão no ombro do Rindou, um gesto silencioso de apoio.
— Vamos tomar as coisas com calma, ok? O importante é que você está aqui e estamos juntos.
Sorrio para eles, sentindo uma onda de esperança. Esses dias no hospital foram difíceis, mas a força do Rindou para enfrentar sua luta me inspira.
— E sempre estaremos aqui para você, Rindou. Não esqueça disso.
Rindou assente, uma leve sombra de um sorriso aparecendo em seus lábios.
— Obrigado, pessoal. Eu sei que ainda tenho um longo caminho pela frente, mas com vocês ao meu lado, sinto que posso fazer isso.
Enquanto estamos ali, juntos, sinto que estamos dando um passo na direção certa. A recuperação do Rindou é uma jornada que todos nós estamos dispostos a enfrentar, e com cada dia que passa, estamos mais determinados a ajudá-lo a encontrar a paz e a estabilidade que ele merece.
De repente, Smiley aparece com um prato de lámen nas mãos. O aroma delicioso preenche o ar, e por um momento, todos nós ficamos em silêncio, apreciando o cheiro reconfortante.
Smiley se aproxima do Rindou e lhe entrega o prato, com um sorriso caloroso no rosto.
— Aqui está, Rindou. — diz ele. — Eu sei que não é feito pelo Ran, mas espero que você goste.
Rindou pega o prato, surpreso e tocado pela gentileza do Smiley.
— Obrigado, Smiley. Tenho certeza de que está ótimo.
Vejo Rindou dar a primeira colherada, seus ombros relaxando um pouco enquanto saboreia a comida. É um pequeno momento de conforto em meio a tudo o que ele está passando. Smiley se senta ao nosso lado, observando Rindou com um olhar atento e cuidadoso.
— Qualquer coisa que você precisar, Rindou, estamos aqui para você. — diz Smiley, com sua voz suave mas firme.
Rindou assente, claramente emocionado.
— Eu sei, e agradeço muito por isso. Ter vocês aqui faz toda a diferença.
Enquanto Rindou continua comendo, sinto uma onda de esperança. Estes pequenos gestos de apoio e cuidado são fundamentais para a recuperação dele. Estamos todos aqui, juntos, prontos para ajudar Rindou a enfrentar essa batalha. E ver a gratidão e o alívio no rosto dele me dá a certeza de que estamos no caminho certo.
Estou na sala de estar com Ran e Smiley, conversando sobre coisas triviais, quando Ran de repente se vira para mim com um olhar preocupado.
— Angry, você pode dar uma olhada no Rindou? Faz um tempo que ele está lá em cima sozinho.
Assinto, sentindo uma leve apreensão no peito. Subo as escadas rapidamente, cada degrau aumentando minha preocupação. Quando chego à porta do quarto de Rindou, vejo que está entreaberta. Me aproximo silenciosamente e dou uma espiada para dentro.
Rindou está sentado na cama, segurando uma guitarra. Ele está concentrado, com os dedos deslizando habilmente pelas cordas enquanto toca "Necessary Evil" do Motionless In White. Fico parado ali, impressionado pelo talento dele. A música enche o quarto com uma energia crua e intensa, cada nota ecoando com precisão e emoção.
Não consigo evitar um sorriso de admiração. Sempre soube que Rindou era talentoso, mas vê-lo assim, perdido na música, é uma experiência completamente diferente. A música parece ser um escape para ele, uma forma de expressar suas emoções de uma maneira que palavras não conseguem.
Depois de alguns minutos, Rindou percebe minha presença. Ele para de tocar e olha para mim com uma expressão curiosa.
— Angry, há quanto tempo você está aí?
Dou um passo para dentro do quarto, ainda impressionado.
— Tempo suficiente para perceber o quão incrível você é na guitarra. Você toca muito bem, Rindou.
Ele dá um sorriso tímido, algo raro de se ver.
— Obrigado. Tocar ajuda a acalmar minha mente.
Me aproximo mais e me sento na cadeira ao lado da cama.
— Eu posso ver isso. Você realmente tem um dom.
Rindou olha para a guitarra por um momento, depois para mim.
— É bom ouvir isso. Às vezes, sinto que a música é uma das poucas coisas que me mantém são.
Assinto, compreendendo perfeitamente.
— Continue tocando, Rindou. Qualquer coisa que te ajude a encontrar paz é valiosa.
Ele começa a tocar novamente, e eu fico ali, ouvindo, sentindo que, de alguma forma, estamos todos dando pequenos passos na direção certa.
— Angry, qual é a música que você mais gosta? — ele diz e ajusta as cordas da guitarra.
Penso por um momento e respondo:
— Eu gosto muito de "Sweet Child O' Mine" do Guns N' Roses.
Rindou sorri, ajustando a guitarra.
— Boa escolha. Vamos ver o que posso fazer.
Ele começa a dedilhar as cordas, e logo a melodia familiar enche o quarto. Fico surpreso ao ver que ele não só toca perfeitamente, mas também começa a cantar a música. Sua voz é suave e carregada de emoção, dando uma nova vida à canção.
Fico encantado, meus olhos fixos nele enquanto ele toca e canta. A forma como seus dedos se movem pelas cordas, a paixão em sua voz, tudo me deixa fascinado. É como se, por um momento, todas as preocupações desaparecessem, substituídas por essa incrível demonstração de talento e emoção.
Rindou fecha os olhos enquanto canta, totalmente imerso na música. Cada nota, cada palavra, parece sair diretamente de sua alma. É uma performance cheia de autenticidade e sentimento, algo que vai além de apenas tocar uma canção.
— Now and then when I see her face, She takes me away to that special place, and if I stare too long, I'd probably break down and cry... Oh, oh, oh, sweet child of mine oh, oh, oh, oh, sweet love of mine...
Quando ele termina, fico em silêncio por um momento, ainda absorvendo a experiência.
— Rindou, isso foi incrível. — digo finalmente, minha voz cheia de admiração. — Você tem um talento especial, não só para tocar, mas para realmente sentir a música.
Ele dá um sorriso tímido, claramente satisfeito com o elogio.
— Obrigado, Angry. Tocar e cantar me ajuda a me expressar de uma forma que as palavras não conseguem.
Assinto, compreendendo perfeitamente.
— Continue fazendo isso, Rindou. Sua música é algo realmente especial.
Fico ali, ao lado dele, sentindo uma conexão profunda através da música. Momentos como esse me fazem perceber o quanto todos nós podemos encontrar força e conforto em coisas simples, mas poderosas.
Estou observando Rindou, capturado pela sua presença única. Seu cabelo loiro, adornado com mechas azuis, cai de forma despojada sobre os ombros. O piercing no septo adiciona um toque de rebeldia, contrastando com a delicadeza dos brincos em suas orelhas.
Seus olhos violetas parecem refletir profundidades desconhecidas, capturando minha atenção de maneira hipnotizante. É difícil não ficar encantado com a sua beleza singular e cativante, que parece uma combinação perfeita de ousadia e suavidade.
Seu jeito despreocupado me fascina, e por um momento, esqueço até de como se respira.
Então, nossos olhares se encontram e ele percebe. Rindou inclina a cabeça levemente, os olhos curiosos.
— Algo errado, Angry? — ele pergunta, com seu tom leve, mas perceptível.
Eu tento disfarçar, mas decido ser honesto.
— Bem, eu estava pensando... Você é realmente bonito, Rindou. Não entendo como alguém como você ainda está solteiro até hoje. — deixo escapar, com um calor subindo pelas minhas bochechas.
Rindou sorri, com os olhos brilhando com uma mistura de diversão e encanto.
— Ah, é? Talvez eu esteja esperando alguém corajoso o suficiente para me dizer isso pessoalmente. — ele responde, com sua voz tingida com um tom de brincadeira que me faz sorrir involuntariamente. — E vamos dizer que nenhuma pessoa normal, vai querer ter alguém problemático ao seu lado, assim como eu.
Eu rio, meio envergonhado, mas também intrigado pela resposta provocativa dele.
— Todos nós temos problemas Rin. E eu não te acho tão problemático assim. — falo e olho para ele.
— Nem mesmo depois dessa porra toda que aconteceu? — ele sorri e droga... que sorriso perfeito.
Tudo que consigo pensar é no sorriso de Rindou. Toda vez que ele sorri, sinto borboletas no estômago. É uma sensação estranha e nova para mim, algo que nunca experimentei antes. Eu nunca conheci um garoto tão bonito quanto ele. Seus olhos, seu sorriso, até a maneira como ele gesticula enquanto fala, tudo nele é encantador.
Não sei o que fazer com esses sentimentos. Nunca pensei que ficaria tão afetado por alguém assim. Mas aqui estou eu, com o coração batendo rápido toda vez que ele olha na minha direção. É assustador e emocionante ao mesmo tempo, e não consigo evitar querer mais.
— Souya? Ei? A terra tá chamando! — diz Rindou e em seguida ele me chacoalha.
— Argh... sim... o que você disse?
— Você tá bem?
De repente, Rindou me chacoalha pelos ombros, me puxando de volta à realidade.
— Ei, Angry! Você tá me ouvindo?
Seus olhos estão fixos nos meus, intensos e cheios de preocupação. Enquanto ele ainda me segura pelos ombros, meu olhar se desvia para os seus lábios. Eles são rosados e convidativos, uma tentação que nunca percebi tão forte antes. Sinto meu coração acelerar, uma onda de desejo tomando conta de mim.
A vontade de beijá-lo é avassaladora. Eu luto contra isso, tentando manter a compostura, mas é quase impossível. Rindou continua falando, mas suas palavras se perdem no barulho do meu próprio coração batendo. Tudo que consigo pensar é em como seria sentir seus lábios contra os meus, em como seria me render a esse impulso.
A proximidade dele é intoxicante, e não sei por quanto tempo mais vou conseguir resistir.
Rindou continua me chacoalhando, tentando chamar minha atenção. Eu mal consigo ouvir suas palavras. Meus olhos estão presos nos seus lábios, rosados e tão convidativos. A vontade de beijá-lo é quase irresistível. De repente, Rindou para de falar e seus olhos se estreitam em curiosidade.
— Angry, por que você tá olhando para a minha boca?
Meu rosto fica imediatamente quente, a vergonha subindo rapidamente. Desvio o olhar, tentando encontrar uma desculpa, mas minhas palavras saem hesitantes e desconexas.
— Eu... eu... não é nada. Só... me distraí.
Rindou levanta uma sobrancelha, com um sorriso divertido se formando nos seus lábios.
— Sei. Distraído, né? — ele solta meus ombros, mas seus olhos continuam fixos nos meus, um brilho de malícia dançando em seu olhar.
Sinto meu rosto ficar ainda mais vermelho. Tento rir, mas soa forçado.
— É, distraído... — murmuro, desejando poder desaparecer naquele momento.
Mas que droga... como esse Haitani consegue ser tão bonito assim?!
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