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Cap. 21 - Seu passado nos condena.

SAVANNAH

Um mês depois...

— Obrigado mesmo por ir comigo nesse jantar. — Justin me agradece novamente enquanto olha concentrado a estrada a sua frente.

— O prazer é todo meu, meu amor.

— Já disse que você está linda nesse vestido? — Ele pergunta com um sorriso malicioso surgindo no canto dos lábios.

— Só umas vinte vezes. — Respondo sorrindo.

— Você está linda nesse vestido. — Ele segura minha mão e leva até a boca, beijando-a.

— E você está muito sexy nesse terno. — Mordo o lábio inferior e admiro como a roupa preta se molda em seu copo perfeitamente.

O luxuoso Violethold Palace Hotel é o nosso destino nessa noite amena. Uma vez por ano a família Pinkerton, dona da imponente e poderosa Voltlin & Pinkerton Company, organiza um jantar beneficente e convida todas as companhias e empresas associadas. Todos os fundos arrecadados são revertidos para instituições de caridade.

— Esqueci-me de te perguntar antes, como está indo Jane? — Justin quer saber.

— Ela está surpreendentemente calma, a cirurgia foi marcada para semana que vem. — Respondo.

Pobre Jane, ainda não acredito em tudo isso que está acontecendo com ela. Quando ela e Seth reuniram a família e contaram que Jane tinha um tumor no útero e que precisaria operar, todos foram pegos de surpresa. E quando ela chorando disse que como resultado ela poderia nunca conseguir engravidar, todos ficaram em um silêncio pesaroso.

Naquele dia Shanon e eu finalmente entendemos o motivo de Jane ter saído do consultório chorando, acabou que nem precisamos falar com ela e admitir que havíamos seguido-a. Ela mesma resolveu contar a verdade, e ainda bem que ela fez isso, pois agora Seth e ela voltaram a se dar bem.

— Coitado do Seth, sei o quanto ele queria ter um filho com Jane. Ainda tem chance dela conseguir engravidar, não é?

— O tumor pode deixar ela infértil, não é certeza, então eu diria que sim, ela ainda pode engravidar. Tudo vai depender de como a cirurgia ocorrerá e do tratamento que ela vai fazer depois disso.

— Queria poder estar ao lado de Seth e apoia-lo. — Justin diz tristemente. Encaro seu perfil, seus traços perfeitos e sua pele levemente dourada devido ao forte sol texano. Não sobrou nenhum resquício da luta entre ele e Seth, ele voltou a ser perfeito, e pelo que me parece, não há resquícios nenhum da briga no coração de Justin também. Tenho a impressão que ele nem leva o ataque brutal de Seth em consideração, ele fala sobre meu irmão com saudades e tristeza, nunca com raiva ou mágoa. E mesmo depois do que Seth fez com ele naquela noite, naquele celeiro, Justin consegue se preocupar genuinamente com meu irmão cabeça dura e teimoso.

Já faz um mês que estamos juntos abertamente, sem mais esconder e mentir, e tudo tem ido muito bem, devo dizer. Nossas famílias já parecem estar acostumadas com a ideia de nos dois juntos, as coisas voltaram ao normal, não é mais aquele choque e desconforto quando alguém dos Cord ou Careton nos pegam aos beijos. Papai e Justin até já saíram para um final de semana de pescaria juntos, o que eu achei super demais. Não sei o que aconteceu naquele final de semana, só sei que os dois voltaram unha e carne, desde então papai parece idolatrar Justin como ele nunca havia feito antes, e Justin adora papai, sempre fala nele como se fossem bons e velhos amigos.

Já me passou pela cabeça que talvez Justin esteja tentando colocar papai para substituir Seth, o que faz meu coração doer por ele, apesar de também me deixar feliz que dois, dos três homens mais importantes da minha vida, estejam se dando tão bem.

Mamãe também quebrou o preconceito inicial contra nosso namoro e tem tratado Justin muito bem. Alyssa me trata como uma filha muito querida, é até engraçado de ver. Sempre que estamos sozinhas, ela me agradece por fazer do seu Justin um homem feliz, isso sempre me deixa envergonhada e emocionada ao mesmo tempo.

Jax, que ficou sabendo sobre seu irmão e eu somente quando voltou da Lua de Mel, é o único que ainda não se acostumou muito com a ideia, não que ele não nos apoie, porque ele o faz, mas ele confessou que ainda acha muito estranho quando vê Justin e eu nos beijando e nos abraçando. Mas apesar da estranheza, posso ver a felicidade pelo irmão em seu rosto.

— E como Seth tem te tratado? Ele continua te ignorando? — Justin pergunta com a testa franzida.

— Não completamente, mas não estou levando muito para o lado pessoal. Ele meio que tem ignorando todo mundo depois da noticia do problema de Jane, ele tem cuidado tanto dela, é lindo. Esses dias ela estava ajudando mamãe a carregar umas caixas pesadas, quando ele a viu fazendo força saiu correndo igual a um louco e pegou a caixa dos braços dela. Depois brigou com mamãe dizendo que ela não podia carregar peso. Mamãe e Jane riram da cara dele, Jane disse: “Amor, eu tenho um tumor no útero, não uma criança. Posso carregar peso normalmente.” É claro que Seth não achou nenhuma graça.

— Jane parece estar levando toda essa história de tumor muito bem. — Justin comenta.

— Parece que os papeis se inverteram. No começo Jane estava uma pilha de nervosos e era Seth quem tinha que acalma-la. Agora Jane está calma e confiante e Seth está todo paranoico, ele fica vigiando todos os passos de Jane, cuidando pessoalmente de tudo que ela precisa. Fico feliz que Jane tenha alguém para cuidar dela nessa situação difícil.

— É, mas quem está cuidando de Seth? Ele precisa de um amigo nessas horas, se ele me deixasse eu podia... — Ele não termina a frase.

— Eu me sinto péssima por vocês não serem mais amigos. Queria tanto que ele entendesse e aceitasse nosso namoro.

— Eu também, minha princesa, eu também.

— Acho que talvez se dermos a ele mais tempo, talvez ele se acostume com a ideia e venha atrás de você para pedir desculpas, aí tudo vai voltar a ficar bem. — Digo com esperança.

— É, talvez. — Justin diz com um sorriso fraco, tentando me passar confiança, mas falhando terrivelmente. Sei que para ele essa amizade já está perdida, ele não tem esperanças de que Seth o perdoe.

— Eu queria mesmo é que ele te pedisse desculpas. Ele não tem mais falado besteira para você, não é?

— Não, não tem. — Desvio o olhar para as luzes da cidade lá fora. Não posso permitir que Justin veja a mentira em meus olhos.

Eu não quero e nem tenho coragem de contar para ele que nas poucas vezes em que Seth vem falar comigo, ele se aproxima apenas para tentar me envenenar contra Justin. Ele conta, mais detalhadamente do que eu gostaria, todas as coisas sórdidas do passado de Justin. Tenho que ignora-lo e sair de perto, porque é doloroso demais.

É muito difícil tentar afastar da minha mente as imagens das situações que Seth me descreve.

Sei que em algum lugar da cabeça confusa de Seth, ele acha que está fazendo o que é melhor para mim, mas me sinto horrível quando ele começa a me dizer que eu tenho que me afastar de Justin e procurar alguém melhor, quando ele começa a me contar sobre as orgias e festas que Justin deu na época da faculdade.

É difícil olhar para seu rosto lindo e não me perguntar quantas foram. Mais de 50? Mais de 100? Sempre que esses pensamentos me vêm à mente, tento bloquea-los com as memórias que eu tenho do novo Justin. Aquele que é carinhoso, romântico, que me ama e é fiel a mim.

— Bom, não quero ele falando merda para você. Se ele fizer ou falar qualquer coisa que nos envolva, eu gostaria que você me dissesse, ok?

— Tudo bem. — Respondo desconfortável, me sentindo péssima por estar mentindo para ele. Mas será que algum bem resultaria em eu dizer para Justin que Seth tem me contado toda a sua vida sexual? Só iria constrangê-lo e servir para deixar um clima estranho entre nós, sem contar que provavelmente ele iria querer saber o que Seth me contou, e não sei se tenho coragem de repetir tudo aquilo. É nojento.

— Já disse que você está linda nesse vestido? — Ele pergunta rindo, aliviando a pressão que a conversa sobre Jane e Seth havia posto no ar.

— Eu sei que é difícil para você lembrar o que já disse ou não, sabe, por causa da sua idade...Por isso vou relevar esse seu lapso. — Digo brincando. Justin abre a boca surpreso o que me provoca uma gargalhada.

— Você está me chamando de velho, é? — Ele diz sorrindo. — Então você vai ver. — Ele enfia a mão embaixo da minha coxa e começa a fazer cócegas na parte detrás do meu joelho.

Solto um grito na hora e tento ao mesmo tempo tirar sua mão e me afastar dele, o que obviamente não dá por causa da maldita porta.

— Não, Justin, você sabe que eu não gosto. — Depois que ele descobriu o ponto onde eu mais tenho cócegas, tem sido uma tortura.

— É isso que quem me chama de velho recebe. — Ele diz e eu continuo me contorcendo e rindo.

— Pare, por favor, você vai bater o carro...Justin, pare, você vai acabar matando nós dois. — Ele finalmente para, mas minhas bochechas já estão doendo de tanto rir, ele volta a segurar o volante com as duas mãos, rindo da minha cara.

— Idiota, você fez eu amassar o meu vestido. — Digo e lhe dou um tapa no braço.

Alguns minutos depois chegamos ao Violethold, assim que estacionamos em frente ao hotel, um homem de terno abre a porta para mim, saio do carro tomando cuidado com meu vestido longo e agradeço-lhe a ajuda.

Justin entrega a chave para o manobrista e logo ele some com o carro.

Justin caminha até o meu lado e me oferece o braço.

— Sabe, eu vou ter sérios problemas para me concentrar em qualquer coisa hoje a noite que não seja em como você está sexy com esse vestido. — Ele diz analisando meu vestido longo e preto, elegante porém com um toque sexy, devido a fenda em uma das pernas e a alça de um ombro só de tecido transparente. — Sorrio para ele e encaixo meu braço no seu.

— Trate de se comportar hoje à noite, ouviu?

— Tudo bem, eu vou ser um bom menino, mas só se você prometer ser uma garota muito má quando chegarmos em casa. — Ele sussurra para mim e meu corpo todo se arrepia na hora.

— Você não presta, Justin Cord, sabia disso? — Meu sorriso denuncia o quanto eu gostei da sua proposta.

— Mas você me ama do mesmo jeito. — Ele diz com um sorriso convencido.

— Amo mesmo. — Respondo e ele me beija rapidamente nos lábios.

Seguimos para a recepção do hotel, onde nos informam que o jantar está acontecendo no salão principal. Chegando lá, temos que parar na entrada para informarmos nossos nomes.

— Justin Cord e acompanhante. — O segurança verifica se o nome de Justin está na lista e então nos deixa passar.

O salão é grande, e quando eu digo grande não estou brincando, é enorme. As paredes são cor de gelo com detalhes em dourado, há diversas colunas de pedra branca perfeitamente lisa e do teto abobadado pende um lustre de cristal enorme, com mais três lustres menores ao redor.

Bem ao fundo no salão vejo um palco que obviamente não pertence à decoração original, deve ter sido montado especialmente para os leilões de hoje à noite. Além do palco, no fundo encontram-se as grandes mesas redondas, cobertas com toalha de seda branca, porcelana e cristais.

No meio de tudo isso estão inúmeros homens e mulheres, todos vestidos com esmero. E se movimentando habilidosamente por entre esses homens e mulheres de negócio, estão os garçons. Os sapatos de todos estalando sobre o chão de mármore.

— Venha, vamos conhecer os abutres. — Justin diz.

— Abutres? Justin, eles estão aqui para a caridade.

— Não, eles estão aqui para se autopromover. Ter a imagem de sua empresa ligada a caridade é tudo o que eles querem, eles não ligam realmente se estão ou não ajudando alguém.

— Que horror, mas pelo menos nessa tentativa de se autopromover, eles de fato arrecadam dinheiro e ajudam instituições beneficentes, não é?

— Sim, pelo menos isso. — Andamos pelo salão lado a lado, Justin cumprimenta com um aceno de cabeça e um sorriso simpático aqueles que se dignam a olhar em nossa direção.

— Justin. — Uma voz grave soa atrás de nós. Quando nos viramos vejo um homem baixo e corpulento, sem boa parte dos cabelos, mas com uma expressão amigável no rosto.

— Sr. Marcos, como está? — Justin o cumprimenta com um aperto de mão.

— Estou ótimo, obrigado. E você?

— Melhor impossível. — Justin responde com um sorriso largo. — Permita-me apresentar minha bela namorada, Savannah Careton.

Um pouco tímida e me sentindo completamente um peixe fora d’água, cumprimento o homem a minha frente.

— Muito prazer, Sr. Marcos.

— Oh, mas o prazer é todo meu. Uma bela mulher de fato, meu amigo. Você deve ser um homem de muita sorte.

— Sou mesmo. — Justin diz passando a mão em volta de minha cintura.

— Maravilha. E como vão as coisas na Townsend? Ouvi dizer que você perdeu aquele contrato com a Thompson Reuters Company, uma pena, de fato. — Sr. Marcos diz e eu o olho confusa, imediatamente lanço meu olhar confuso para Justin, mas ele finge não notar, porém percebo que fica desconfortável.

Eu não sabia que Justin tinha perdido o contrato, ele não me disse nada. Que estranho. Ele estava tão animado e com tanta certeza que a sua proposta tinha impressionado, o que será que saiu errado? E porque ele não comentou nada comigo?

Essas perguntas me deixam curiosa, mas agora não é o momento para tentar obter uma resposta.

— Ah sim, é uma pena realmente, mas somos uma empresa muito capaz e tenho certeza que outras ótimas oportunidades surgirão. — Justin diz claramente tentado se esquivar do assunto.

— Tenho certeza que sim. Agora, se vocês me dão licença...Acho que acabei de ver Frederic Salazar e gostaria de lhe dar um olá. — Ele diz se despedindo com um sorriso e deixando Justin e eu a sós.

— Porque você não me disse que havia perdido o contrato? — Pergunto encarando seus olhos azuis, que agora estão sérios.

— É complicado, não é assunto para discutirmos agora, tudo bem? — Ele acaricia meu braço e eu aceno condescendente.

— Venha, quero te apresentar para algumas pessoas. — Deixo que ele me conduza para o amontoado de pessoas completamente estranhas.

Passo a próxima hora sendo apresentada e conversando com várias pessoas, algumas interessantes e outras nem tanto, na maior parte do tempo deixo que Justin os distraia e só falo quando falam comigo, ou ocasionalmente quando tenho segurança o suficiente para não achar que vou falar alguma besteira.

Assim que o chatíssimo Sr. Pecked nos deixa a sós, pego uma taça de champanhe do garçom e bebo metade do conteúdo em um único gole.

— Sinto muito por fazer você ter que aturar essas pessoas.

— Tenho certeza que você vai saber como me recompensar depois. — Digo e pisco, Justin abre um sorriso lento e safado, daqueles que faz coisas engraçadas com o meu corpo e me deixam inquieta.

— É uma pena que eu prometi me comportar. Mas tenho certeza que a espera vai valer a pena. — Sinto meu desejo despertando e tenho que morder o lábio para não gemer.

— Justin, que bom que você pode vir. — De repente uma voz de mulher me tira dos meus pensamentos pecaminosos com relação ao meu namorado delicioso. Justin se vira e vejo-o ficar pálido na hora, como se tivesse visto um fantasma. Seu corpo fica tenso e ele assume uma postura defensiva.

Olho com curiosidade para a mulher que provocou essa reação. Ela é alta, cabelos negros e olhos azuis, tão claros que parecem irreais, lábios cheios assim como seus seios, que praticamente estão saltando para fora do seu vestido vermelho sangue. Aparenta estar na casa dos 30, não mais que 35 anos.

Ela alterna seu olhar entre Justin e eu, talvez seja impressão minha, mas ela parece estar se divertindo com a reação estranha dele. Justin continua olhando-a, branco como papel.

— Não vai nos apresentar? — Ela pergunta para ele erguendo uma sobrancelha. Justin continua sem reação, parecendo uma estátua.

— Muito bem, então. Eva McKenna Thompson. — Ela diz estendendo a mão com unhas tão compridas que parecem garras.

— Savannah Careton, muito prazer.

— Savannah, nome interessante. — Ela diz, o sorriso nunca deixando seus lábios. — Você e Justin estão juntos?

— Sim. — Justin responde antes de mim, seu braço me envolvendo protetoramente. — Estamos juntos. — Ele diz seriamente, de um jeito que me faz pensar que há algo a mais por detrás de sua declaração.

— Nunca achei que veria esse dia. Justin Cord amarrado a uma só mulher. — Ela diz e sinto um frio na espinha na hora. Ela conhece Justin, não só na vida profissional, mas na pessoal também. Agora eu percebo, o modo como ela o olha, seu comentário, sua postura superior. Ela está querendo me intimidar, ela foi uma das muitas mulheres com quem Justin dormiu.

Droga, essa que é provavelmente uma das mulheres mais bonitas que eu já vi, já dormiu com meu namorado. Isso não é legal, nem um pouco. Porque ela tinha que ser tão gostosa e perfeita?

Agora a reação de Justin faz todo o sentido do mundo.

— Vocês se conhecem há muito tempo? — Não consigo refrear minha curiosidade.

— Ah sim, uns 8 anos, não é Justin?

— Mais ou menos. Se você nos der licença... — Justin diz ríspido e sai puxando o meu braço. Ele nos leva até um canto afastado.

— Savannah, tem algo que eu preciso te contar, mas é complicado demais para dizer agora e...

— Eu sei, já entendi. Você e aquela mulher já...Já dormiram juntos, não é? — Pergunto com a voz baixa. Justin solta um suspiro e demora um instante para responder.

— Sim, é isso. Eva e eu já nos envolvemos. Sinto muito, não achei que ela estaria aqui essa noite, deveria ter imaginado.

— Você tem mantido contato com ela todos esses anos?

— Não, até a alguns meses atrás eu não tinha notícias dela fazia seis anos.

— E depois de seis anos o que fez vocês entrarem em contato de novo?

— Você não vai acreditar nisso, mas...Ela é casada com Carlson Thompson.

— O mesmo Carlson Thompson da Thompson Reuters Company?

— Esse mesmo.

— Isso que é coincidência.

— Foi por isso que eu perdi o contrato. Eva fez o seu marido assinar com a concorrência para me punir.

— Punir pelo que?

— Porque eu me recusei a dormir com ela de novo, porque eu estava apaixonado por você. — Arregalo os olhos e abro a boca em choque.

— Ela queria dormir com você mesmo sendo casada? Mas que vadia. — Xingo.

— Eu sei. E ela é louca também, olha...Eva foi a única mulher, além de você, com a qual eu dormi várias vezes. Mas isso foi há muito tempo atrás, na época da faculdade. Quando eu quis terminar tudo, ela não aceitou muito bem e começou a me perseguir. Foi difícil mas depois de um tempo eu consegui me livrar dela, eu fique anos sem saber dela, até que uns meses atrás ela apareceu como a esposa do dono da empresa com quem eu estava fazendo negócio. Ela quis um “recordar é viver” mas eu nunca tocaria nela de novo, então ela prometeu se vingar, e fez. Eu perdi o melhor contrato que eu poderia conseguir em toda a minha carreira, perdemos milhões e milhões de dólares. Não disse nada sobre a volta dela porque não queria te chatear, mas sinto muito, sei que eu deveria ter te contado.

— Tudo bem, se você fosse me contar toda vez que você vê uma mulher com quem dormiu, teríamos um problema. — Digo mais rudemente do que pretendia, vejo magoa nos olhos dele e me arrependo do que disse imediatamente.

Justin enfia as mãos no bolso da calça e abaixa à cabeça, seu olhar ficou tão triste de repente que eu sinto vontade de me bater.

— Sinto muito, não deveria ter dito isso. — Digo querendo voltar cinco minutos no tempo e começar tudo isso de novo.

— Tudo bem, não tem problema. — Ele diz me dando um sorriso fraco.

— Olha, eu não estou brava que você não me contou sobre Eva. Vamos esquecer esse assunto. Sinto muito que ela tenha prejudicado seu trabalho, mas isso também significa que você não vai ter nenhuma ligação com ela, o que sinceramente me enche de alívio.

— Eu não suporto a ideia de nem ao menos ver ela, ela é maluca e não vale nada. Quero distância de Eva assim como eu quero que você fique longe dela, ok? Nada de bom pode vir dela então se ela tentar se aproximar de novo, vamos apenas ignora-la, pode ser?

— Será um prazer.

— Ótimo, não vamos deixa-la estragar nossa noite. Venha, o jantar logo vai ser servido. — Ele segura minha mão e nos encaminhamos para nossa mesa.

O jantar estava ótimo, a comida uma delícia e só os melhores vinhos. Fico me perguntando se eles percebem que o dinheiro gasto para organizar essa festa, deve ser pelo menos ¼ do que eles arrecadam a noite inteira.

Enfim, depois do jantar deu-se início aos leilões. Muitos dos aqui presente cederam boa parte do que se estava sendo leiloado.

Um vinho Napa Valley 1941 foi vendido por incríveis 24.675 dólares. Um Cheval Blanc 1947 foi arrematado por 33.781 dólares.

Esse pessoal vai mesmo beber esses vinhos? Porque se fosse eu a compradora, não teria coragem de beber tantos mil dólares.

Um final de semana em uma ilha particular na Tailândia – quem é que compra uma ilha? E na Tailândia! – foi vendido por, pasmem, 267 mil dólares.

Quem vê tudo isso, até pode achar que eles estão mesmo preocupados em ajudar as crianças e os doentes das instituições beneficiadas. O teatro é bem convincente, devo admitir.

O leilão seguiu e muitas coisas foram vendidas por presos absurdos, mas a maioria aqui é milionária, então acho que gastar 200, 300, 500 mil para eles não é nada.

Quando Justin levantou a placa e arrematou um monomotor Cirrus SR20 por 483 mil dólares, me engasguei com meu vinho.

Rindo da minha reação ele sussurrou em meu ouvido que a Townsend sempre lhe dá dinheiro para comprar o que quiser nesses leilões, e que obviamente as coisas adquiridas por ele são propriedades da empresa e não de Justin.

Por isso estranhei quando Justin deu o lance inicial para comprar um final de semana em uma cabana de luxo nas montanhas de Vermont.

O que a Townsend vai fazer com um final de semana em uma cabana? Talvez presentear o melhor funcionário? Séria uma boa tática para incentivar seus empregados.

— Sete mil dólares. — Outro homem dá o lance pela cabana de Vermont.

— Dez mil dólares. — Justin rebate.

— Onze mil. — O mesmo homem diz.

— Doze mil. — Justin oferece.

— Treze mil. — O homem insiste.

— Vinte mil. — Justin diz com um tom de voz autoritário, como se desafiando o homem a superar seu lance.

O homem nada diz, por sua expressão parece aceitar a derrota. Apenas um final de semana em uma cabana em um pequeno estado dos Estados Unidos não parece apetecer mais ninguém, então o leiloeiro diz:

— Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... — Ele bate o martelo. — Vendido para o cavalheiro por vinte mil dólares.

Todos aplaudem e o próximo item é apresentado.

— O que a Townsend vai fazer com um final de semana em Vermont? — Pergunto curiosa.

— Eles não vão fazer nada, porque fui eu que comprei, não a empresa. Já eu, pretendo fazer muitas coisas em Vermont...Com você. — Ele diz me olhando tão intensamente e com um sorriso tão safado, que sinto o meio das minhas pernas ficar completamente molhado.

Engulo em seco e tenho que me lembrar de onde estamos para não começar a gemer com as imagens que sua promessa me provocam.

— Volto em um minuto. — Sussurro para ele e me levanto. Preciso ir ao banheiro, tenho que fazer xixi e verificar se minha calcinha não está encharcada ao ponto de manchar o tecido do vestido. Não que minha excitação fosse ficar visível no tecido escuro, mas não quero andar por aí com uma mancha úmida.

Abro a porta do banheiro e o encontro vazio, vou até uma das cabines e cuidando com o vestido, sento-me e faço o que tenho que fazer. Olho para minha calcinha e como eu já imaginava, ela está com uma mancha enorme. Culpa de Justin, porque ele tem que me excitar apenas com um olhar, ou com um sorriso, ou com o seu jeito de falar?

Me limpo e arrumo o vestido, abro a porta da cabine e vou lavar minhas mãos na pia. Quando estou terminando de seca-las, a porta do banheiro se abre. Pelo espelho vejo Eva, meu corpo fica tenso na hora.

Ela me lança um sorriso largo e predatório, caminha lentamente até parar ao meu lado.

— Olá. — Ela diz.

— Oi.

— Você por acaso não teria um batom, teria? — Ela pergunta se olhando no espelho e fingindo ajeitar o cabelo.

Droga, ela é tão linda. É maravilhosa, posso ver claramente o porquê Justin a quis, qualquer homem iria querer.

— Não. — Respondo e me viro em direção a porta, mas ela segura meu pulso e pede que eu pare.

— Preciso conversar com você. — Ela diz.

— Não sei se temos algo para conversar. — Ela me segura de novo.

— Temos sim, temos que conversar sobre Justin, tenho que alerta-la. — Desisto de tentar ignora-la, paro na sua frente com os braços cruzados, numa posição defensiva.

— Eu entendo você, entendo o porquê você está com Justin. Sejamos sinceras, que mulher em sã consciência não aceitaria as migalhas de atenção de um homem tão viril e atraente como ele, não é mesmo? Basta uma palavra dele que esquecemos todo nosso autorrespeito e caímos aos seus pés. Foi isso que aconteceu com você, não foi? Aconteceu comigo também. — Ela se encosta da pia e inclina a cabeça, me lançando um olhar analisador dos pés a cabeça.

— Não entendo, eu tento compreender, mas não consigo. — Ela comenta.

— O que? — Pergunto.

— O porquê ele estar com alguém como você. Quando ele me disse estar apaixonado, eu imaginei que seria por uma mulher de verdade.

Abro a boca e infelizmente o choque de sua palavras é grande demais para me permitir lhe dar uma resposta a altura.

— Ah, não me olhe assim, você sabe que é verdade. Justin é um tipo único de homem, ele merece muito mais do que você pode oferecer, ele precisa de muito mais do que você pode oferecer.

— Eu posso lhe dar tudo o que ele precisa. — Respondo confiante.

— É mesmo, tem certeza disso? No momento em que eu coloquei meus olhos em você, eu percebi que você não faz o tipo de Justin. Ele tem necessidades muito singulares, e não é toda mulher que é capaz de atendê-las. Você certamente não é.

— E você é? — Pergunto soltando uma risada de escárnio.

— Obviamente.

— Você é maluca mesmo, você não tem nada a oferecer a Justin, nada que ele queira ou precise.

— Não era isso que parecia quando ele me chamava até o seu apartamento para me foder. Ele parecia estar gostando muito do que eu tinha a oferecer. — Ela sorri ao me ver vacilar.

— Isso foi há muito tempo, Justin mudou.

— Eu não acho, não. Justin sempre teve uma certa inclinação se tratando de sexo, uma inclinação muito forte, é algo que faz parte dele e nunca irá embora.

— Seja o que for, eu posso cuidar dele.

— É mesmo? Então talvez eu tenha me enganado com relação a você. Talvez você só aparente ser uma garota inexperiente, inocente e cheia de pudor, mas por dentro você é uma devassa tanto quanto eu. Diga-me, você não adora os sons que Justin faz quando você está chupando ele? Ou então como ele fica excitado quando você está de quatro e deixa-o fazer sexo anal? Ah sim, eu adorava quando ele me comia por trás. Mas nada supera o prazer que eu sentia quando participávamos de uma orgia. Ele parecia uma criança numa loja de doces. Adorava quando eu e alguma outra mulher chupávamos seu pau como se fosse um pirulito. — Ela joga a cabeça para trás e ri. — Deixe eu te contar sobre a vez que ele me fodeu com mais outras três desconhecidas que nós encontramos em um bar...

— Chega! — Grito. Sinto meus olhos se encherem d’água e luto com todas as minhas forças para não derrama-las, não posso chorar, não na frente dela. Sinto meu estômago ficando doente, me sinto enojada ao imaginar Justin, Eva e outras mulheres, todos juntos na mesma cama. Sinto que posso vomitar a qualquer momento.

— Se você nem aguenta escutar sobre, com certeza ainda não fez essas coisas com ele, não é mesmo? Uma pena, porque se você não fizer, se você não for esse tipo de mulher, ele não vai te querer. Justin não gosta de mulherzinhas inocentes e que são extremamente entediantes na cama, ele gosta de ação. Ele gosta de sentir prazer sem pudor, sem restrições, ele gosta de algemar, amarrar, bater, dividir, ele gosta de sexo na sua forma mais suja, mais impura, ele gosta de se enfiar em todos os buracos que você tem e não de fazer amor.

— Cala a boca. — Digo com os dentes cerrados.

— Você está assim porque sabe que é verdade. Ou você se transforma no que ele precisa, faz o que ele realmente gosta, ou sai do caminho e deixa uma mulher de verdade cuidar do seu homem. Sinceramente, eu não acho que você seja capaz de ser o tipo de mulher que ele gosta, então na verdade você só tem duas opções. Ou você se afasta de Justin agora, deixando o caminho livre para mim, ou você fica com ele mais, o que? Um, dois meses? Que é o tempo que eu estimo que vá levar até ele se cansar de você e te dar um pé na bunda, e sai dessa história sem dignidade alguma. Não importa, qualquer que seja o caminho que você escolher, vai acabar com você sozinha e Justin na minha cama. E sabe por quê? Porque eu sou o tipo de mulher que Justin gosta, e ele é o tipo de homem que eu gosto. E quando eu quero algo, eu tenho, custe o que custar.

Ela se vira para o espelho, arruma o cabelo e esfrega os lábios um no outro.

— Considere-se avisada, queridinha. — Ela diz e passa por mim, saindo do banheiro.

Assim que a porta se fecha vou até a pia e me apoio nela, respiro fundo e não consigo mais prender as lágrimas.

Assusto-me quando a porta se abre novamente. Mais uma vez vejo Eva pelo espelho, viro meu rosto rapidamente para ela não ver que estou chorando.

— Ah, já estava esquecendo. Só para o caso de você achar mesmo que ele te ama...Eu e Justin nos beijamos mês passado, no escritório dele. Tenho quase certeza que ele não te contou isso, não é? Só não transamos porque fomos interrompidos. Não se iluda, criança, ele não te ama. — Ela diz e fecha a porta, me deixando sozinha novamente.

Fecho os olhos com força e levo a mão até a boca, para abafar os barulhos que saem.

Sinto uma forte náusea subindo rapidamente, só tenho tempo de correr até a cabine mais próxima e me jogar no chão. Vomito todo o jantar dentro do vaso sanitário.

Espasmos fortes percorem meu corpo enquanto coloco tudo para fora. Quando finalmente não tenho mais nada no estômago, levanto-me e puxo a descarga.

Vou até a torneira e enxáguo a boca, percebo com alívio que o hotel tem um kit para uso dos hóspedes e convidados. Procuro por um enxaguante bucal e encontro um pequeno frasco, coloco na boca e faço um gargarejo. O tempo todo com lágrimas escorrendo por minhas bochechas.

Quando finalmente tiro o gosto ruim da boca, me olho no espelho. Meu Deus, minha boa aparência já era, estou horrível.

Sinto vontade de me sentar no chão e ficar encolhida, chorando, a noite inteira. Não quero sair daqui e ter que enfrentar todas aquelas pessoas.

Sinto um vazio no peito que é muito doloroso. Sinto medo, não quero perder Justin, eu o amo tanto.

Todas as palavras de Eva ficam se repetindo e se repetindo em minha cabeça, me machucando cada vez mais, toda vez que eu as escuto novamente.

Muitas imagens de Justin fazendo aquelas coisas que ela disse surgem em minha mente, se somando a aquelas que Seth já tinha colocado lá.

Tento bloquea-las com a força das minhas memórias boas com Justin. Todos os momentos carinhosos e cheios de amor. Mas as imagens sórdidas resistem bravamente, imagens do velho Justin lutando com as do novo Justin.

Tento me lembrar se alguma vez Justin demostrou estar insatisfeito com nossa vida sexual. Para mim sempre é tão bom, tão perfeito, não poderia ser melhor. Mas e para ele? Será que ele acha que eu sou muito sem graça, muito...Frígida?

Se eu não consegui satisfazer nem Todd nem Vince, levando-os a ter que me trair, como eu espero conseguir satisfazer um homem como Justin? Ele é muito mais intenso, mais experiente, tem expectativas mais altas.

Eva tem razão, eu nunca fiz aquelas coisas. Meu Deus, eu nunca nem sequer fiz sexo oral em Justin. Foi algo que eu simplesmente não me lembrei.

Eu já fiz isso com Vince, e eu até que gostava, mas eu só fazia quando ele pedia, a iniciativa nunca partia de mim. Não havia percebido que eu nunca fiz isso por Justin, ele já me deu prazer tantas vezes com a boca, e eu nunca retribui.

“Meu Deus, ele deve achar um tédio quando transamos.”

Sinto minha cabeça girar um pouco, levo a mão até a testa e me apoio firme da pia para tentar focar a visão.

Eu tenho que fazer algo, não posso perder Justin. Se ele tiver que ir atrás de Eva ou qualquer outra mulher para satisfazer seus desejos, eu não vou aguentar. Se ele me deixar, não sei como me recuperar dessa vez. O que sinto por ele é único, nunca senti por ninguém mais. Seria devastador se ele não me quisesse mais.

Mas o que mais machuca, o que não sai da minha cabeça de jeito nenhum é: Ela e Justin realmente se beijaram quando nós estávamos juntos? Ou ela está tentando me enganar? Será que eles se beijaram mesmo? Ele ia transar com ela se não tivessem sido interrompidos? Ah meu Deus, eu preciso ir embora, eu quero ir embora desse lugar.

Preciso voltar para lá antes que Justin venha me procurar. Já demorei demais. Só quero que essa noite termine logo.

Pego uma toalha de papel e limpo as manchas de lágrimas no rosto, ainda bem que minha maquiagem é à prova d’água.

Tento voltar a estar pelo menos apresentável, arrumo o cabelo e o vestido, respiro fundo e tento me controlar, mas sei que estou quebradiça por dentro, não posso baixar a guarda e quebrar na frente de todos.

“Se controle, Savannah, você lida com isso depois.”

Inspiro e expiro algumas vezes e tomo coragem para voltar para a mesa. Assim que abro a porta do banheiro vejo Justin caminhando na minha direção.

— Ah, aí está você. Já estava ficando preocupado, você demorou. Está tudo bem? — Ele pergunta parando na minha frente. Só de olhar em seus olhos já sinto vontade de desmoronar e chorar.

— Sim, desculpe, está tudo ótimo. — Forço-me a sorrir. Ele me olha franzindo a testa.

— Tem certeza que está tudo bem?

— Sim, tenho. Vamos.

A próxima hora foi um verdadeiro martírio, e quando Justin perguntou se eu queria ir embora, foi com grande alívio que eu respondi que sim.

Permaneci quieta todo o caminho de volta, o que não passou despercebido para Justin.

— Você está tão quieta, encarando a janela como se quisesse derreter o vidro com o olhar. Está realmente tudo bem, amor?

— Só estou com um pouco de dor de cabeça. — Minto.

— Deveria ter me dito, teríamos ido embora antes.

— Você estava lá a trabalho, não queria atrapalhar.

— Você nunca atrapalha, amor. Pode confiar em mim sempre para falar qualquer coisa. — Sei que ele está se referindo a dor de cabeça, ou qualquer outra coisa no geral, mas minha mente vai direto na direção de Eva. Eu deveria contar para ele sobre a visita que ela me fez no banheiro? Deveria contar que eu sei sobre o beijo, ou espero ele me confessar? Já faz um mês, se ele não disse nada até agora não vai dizer mais. O que isso significa? Se eu confronta-lo, ele irá negar?

Oh Deus, são tantas perguntas que aquilo de estar com dor de cabeça já não deve ser mais uma mentira.

Quando chegamos ao seu prédio, Justin vem abrir a porta para mim e me ajuda a descer do carro. Subimos até seu apartamento, no elevador Justin me agarra e me espreme com seu corpo, sua boca desce até meu pescoço e me provoca arrepios.

— Que tal você me deixar curar essa sua dor de cabeça? — Ele sussurra com a sua voz rouca e sexy.

— Tudo bem. — Eu cedo.

Quando paramos no seu andar, ele me puxa para fora do elevador com pressa. Entramos em seu apartamento e imediatamente sua boca ataca a minha.

— Finalmente vou poder arrancar esse vestido de você. — Ele diz, suas mãos abrindo o zíper da minha roupa. Ainda no corredor a caminho do quarto, eu perco meu vestido e Justin seu paletó. Chagando no quarto, Justin tira a camisa e os sapatos. Depois tira meu sutiã. Ele me joga na cama e suas mãos vão até o botão de sua calça. Quando ele a abaixa, sua ereção salta livre, me fazendo pulsar com desejo.

Ele deita-se em cima de mim e me beija apaixonadamente, sua mão desliza por minha barriga e entra em minha calcinha, ele começa a me acariciar com seus dedos habilidosos e eu gemo.

“Ah sim, eu adorava quando ele me comia por trás. Mas nada supera o prazer que eu sentia quando participávamos de uma orgia.”

A voz de Eva ecoa em minha cabeça e eu a mando para longe.

— Meu Deus, como eu te amo. — Ele diz, me beijando, me acariciando.

“Ele gosta de sentir prazer sem pudor, sem restrições, ele gosta de algemar, amarrar, bater, dividir, ele gosta de sexo na sua forma mais suja, mais impura, ele gosta de se enfiar em todos os buracos que você tem e não de fazer amor.”

Saia da minha cabeça, Eva. Saia!

“Justin sempre teve uma certa inclinação se tratando de sexo, uma inclinação muito forte, é algo que faz parte dele e nunca irá embora.”

Nunca irá embora, nunca irá embora, nunca irá embora. As palavras se repetem em minha mente.

“Só para o caso de você achar mesmo que ele te ama...Eu e Justin nos beijamos mês passado, no escritório dele.”

Não é verdade, não pode ser verdade. Justin não faria isso comigo.

Ele começa a puxar minha calcinha para baixo, sua boca se fecha em meu seio.

Diga-me, você não adora os sons que Justin faz quando você está chupando ele?”

Eu não sei os sons que ele faz, eu nunca fiz isso por ele. Mas ela sabe, muitas e muitas mulheres sabem, muitas já viram ele gozando. Como ele fica lindo quando está gozando, várias mulheres já lhe deram prazer, chuparam ele. Eu não.

— Justin... — Chamo seu nome.

— Eu sei, amor. — Ele diz se encaminhando para o meio das minhas pernas.

— Não. Eu quero...Não, espere. Pare, Justin. — Digo e ele para na hora, encontra com meu olhar e me olha confuso.

— O que? O que foi?

— Não faça isso. É a minha vez. — Ele se levanta e eu o empurro para o colchão, ele cai de costas e eu monto em cima dele.

Eu não posso oferecer tudo o que ele gosta, não posso dividir ele com nenhuma outra mulher, não suportaria. Mas isso eu posso fazer.

Começo a beijar seu peito, passo a língua por seus mamilos, Justin geme.

Vou descendo cada vez mais, beijando a região de suas costelas, lambendo e mordendo-o. Cada vez que eu deslizo minha boca mais para baixo, mais sua respiração fica irregular.

— Savannah. — Ele geme meu nome.

Seguro sua ereção em minha mão, fazendo um movimento de vai e vem. Aproximo-a de meus lábios, fechando minha boca na ponta de sua excitação.

— Ah meu Deus...Isso.

Chupo-o e levo-o mais fundo, brincando com a minha língua por todo o seu comprimento.

Sempre que eu chupava Vince, ele parecia ficar louco, sempre me dizendo como eu era boa nisso, como ele foi o meu primeiro, foi ele quem me ensinou tudo o que eu sei. No começo ele foi me instruindo, dizendo o que gostava e o que não, até que eu aprendi tudo o que ele gostava. Não sei como Justin gostaria que eu fizesse com ele, mas ajo por instinto, chupando-o e lambendo-o, e ele parece estar gostando. Suas mãos estão agarradas ao lençol, sua respiração está acelerada e ele faz sons muito eróticos. Sem contar que ele está duro como uma pedra, então acho que devo estar fazendo isso certo.

— Savannah...Meu amor...

— Você gosta disso? — Pergunto prendendo seu olhar no meu, lambendo-o da base até a ponta.

— Ah Deus, sim, sim eu gosto, muito.

Chupo-o avidamente até que ele me impede.

— Não quero gozar agora. — Ele diz quando eu protesto e tento leva-lo novamente em minha boca.

Ele me puxa e me deita na cama.

— Isso foi uma delícia, meu amor. Essa sua boca linda parece o paraíso, você toda parece. — Suas mãos começam a percorrer todo o meu corpo.

— Você é tão linda, tão gostosa, eu te quero mais que qualquer coisa, Savannah.

— Eu também te quero, Justin. — Suspiro enquanto suas mãos me acariciam.

Ele segura minhas pernas e as abre ao máximo, então abaixa a cabeça no meio delas e quando sinto sua língua meu mundo todo se desfaz. Só sobrou o prazer, puro e concentrado, e eu me perco completamente nele.

                                                                ***

JUSTIN

Não tem como meu humor estar melhor hoje. Vou admitir sem vergonha alguma que eu estava completamente errado, se apaixonar é algo extraordinário, maravilhoso.

Eu amo tanto Savannah e esse amor me dá forças para todo. Sinto-me mais feliz, mais leve, mais capaz de enfrentar os problemas, sinto que finalmente tenho um propósito na vida. Um rumo, uma direção.

Savannah é a minha bússola, sem ela estaria perdido. Nunca serei capaz de deixar de ama-la, e espero que ela sinta o mesmo.

Estaciono o carro na frente da Bachendorf’s. Entro na joalheria e vou direto falar com uma moça atrás do balcão de vidro.

— Olá, senhor. Como posso ajuda-lo?

— Eu vim buscar um relógio que eu havia deixando aqui para que concertassem.

— Qual o seu nome?

— Justin Cord.

— Só um momento, Sr. Cord.

— Obrigado. — A moça sorri e some em uma porta no fundo da loja.

Enquanto espero que a moça volte com meu relógio, algumas peças na vitrine chamam minha atenção. Há uns colares e pulseiras muito bonitos, passo os olhos por eles, mas um item em especial chama minha atenção. Um anel princesa com vários pequenos diamantes.

— Aqui está, senhor. — A moça volta e me entrega uma caixa de veludo negro.

— Obrigado.

— Gostaria de vê-lo de perto? — Ela percebe que estou olhando o anel e pergunta.

Não sei, eu gostaria de ver o anel de perto? É um anel de noivado, mas só ver não faz mal, não é?

— Sim, eu gostaria, por favor. — A vendedora sorri e vai buscar o anel. Ela pega uma chave, destrancando a vitrine e pegando o anel que eu admirava.

— Esse é um clássico anel com corte princesa, de 2.5 quilates. — Ela informa enquanto me entrega o anel.

— É muito bonito. — Digo admirando-o.

— Nós temos alguns outros modelos que acabaram de chegar, se o Sr. quiser ver. — Ela oferece.

— Eu gostaria de ver alguns, por favor.

A vendedora se vai por alguns instantes e volta carregando uma caixa aveludada. Ela deposita a caixa no balcão e a abre, retira um anel de dentro e me entrega.

— Temos esse. O diamante maior é de 2 quilates, a faixa de platina também possui diamantes menores, é outro clássico de lapidação princesa.

Analiso o anel e o devolvo. É lindo, mas não consigo imaginar Savannah usando-o, não combina com ela. Então a vendedora me mostra outro modelo, e depois outro, e mais outro.

— Temos esse daqui. Possui 3 quilates e...

— É esse. — Interrompo-a no meio da frase e arranco o anel de sua mão, ávido para olha-lo mais de perto.

— É perfeito. — Sussurro para mim mesmo.

Admiro o lindo anel. Ele possui três pedras de diamante em formato oval. A maior está no centro, e nos dois lados há mais duas pedras menores. Ficaria perfeito na mão delicada de Savannah.

— É esse, é perfeito. Vou levar.

A vendedora abre um sorriso largo, com certeza muito contente com a comissão que vai ganhar por essa venda.

— Pois não, vou guarda-lo para o Sr.

Ela guarda o anel dentro de uma caixa quadrada de veludo azul escuro e coloca dentro de uma pequena sacola, assim como a caixa com meu relógio. Ela me entrega o certificado de autenticidade do anel e eu lhe entrego meu cartão de crédito.

Depois de pegar  meu cartão me despeço da vendedora e volto para meu carro. Uma vez lá dentro, pego a caixinha com o anel e a abro.

Eu não pretendia comprar um anel de noivado quando vim aqui, comprei-o meio que por impulso. Não é só porque eu o comprei que eu tenho que pedi-la em casamento, posso esperar se eu quiser. Posso deixar o anel guardado até que a hora certa chegue.

Guardo o anel e ligo o carro, guio de volta para meu apartamento, só imaginando a cara de Savannah quando a hora chegar e eu pedi-la em casamento.

                                                              ***

SAVANNAH

Termino de almoçar e me encaminho para meu dormitório. Tenho uma prova difícil daqui a dois dias e tenho que usar todo o tempo vago que tenho para estudar para ela.

Caminho pelo campus distraidamente. Chego ao meu prédio e subo as escadas lentamente, quando viro em meu corredor, levo um susto com a quantidade de flores que estão na frente da minha porta.

Chego bem na hora em que Justin está amarrando vários balões em formato de coração na maçaneta da minha porta.

— Justin? — Ele se assusta quando o chamo, mas sorri assim que me vê.

— Ah, oi amor. Como foi as aulas essa manhã?

— Bem, obrigada...Ann, Justin, porque o meu corredor está parecendo uma floricultura? — Pergunto me aproximando dele, ainda encarando os diversos vasos e buquês de flores espalhados pelo chão.

Têm rosas brancas e vermelhas, margaridas, tulipas coloridas e flores do campo. Sorrio ao perceber um ursinho grande no meio de todas essas flores, ele segura um coração que diz “eu só tenho olhos para você”.

Justin se aproxima e laça minha cintura, me puxando para junto de si. Ele segura meu pescoço e junta sua boca com a minha. Me dá um beijo tão apaixonado, tão cheio de amor que eu me esqueço de tudo o que vem me atormentando desde aquele jantar maldito. Esqueço-me sobre o tal beijo entre ele e Eva – o qual eu ainda não tive coragem de questiona-lo – esqueço-me de todas as mulheres com quem ele já esteve, esqueço-me de tudo que é ruim. Nesse momento só existe Justin e eu.

Quando ele se afasta estou ofegante e com os joelhos fracos. Só ele para ser capaz de me fazer sentir isso apenas com um beijo.

— Uma vez eu te disse que nunca poderia te dar flores e balões. Eu só queria que...Queria que você soubesse que eu mudei. — Ele diz e eu sinto meu coração inchar, tanto que eu acho que vai explodir.

— Ah, Justin. — Digo sorrindo e acariciando seu rosto.

— Eu te amo, Savannah, e pretendo me comportar como o idiota apaixonado que sou. Vou te dar flores, balões, ursinhos e tudo o que você quiser. Qualquer coisa para te provar que eu mudei e que eu te amo com todas as minhas forças.

Ele segura a mão que acariciava seu rosto e lhe dá um beijo.

— Justin, por favor, me leve para dentro daquele apartamento e faça amor comigo. — Peço em um sussurro.

— Tudo o que você quiser, minha linda, tudo o que você quiser.

                                                             ***

— Savannah, você pode levar isso lá para fora e colocar na mesa? — Mamãe pede.

— Claro. — Pego a travessa de vidro e me encaminho para a grande mesa com bancos de madeira que foi colocada atrás da casa, ao ar livre.

Hoje é domingo e decidimos fazer um grande almoço em família. Os Careton e os Cord, todos reunidos para um farto almoço junto das pessoas que amamos.

Papai está sentado na varanda bebendo cerveja com Seth. Shanon está com Miguel – já o consideramos parta da família – e eu, mamãe e Jane estamos terminando de arrumar a mesa.

Alyssa, Mark, Justin, Jax e Kim ainda não chegaram.

Estou colocando a travessa de salada de batatas na mesa quando escuto o barulho de rodas nos cascalhos na frente da casa.

Justin.

Sorrio e saio correndo para recebê-lo.

Quando chego à frente da casa e vejo Vince saindo do carro, congelo no lugar. Não pode ser, eu devo estar imaginando. Que diabo ele está fazendo aqui?

— Vince, o que você pensa que está fazendo aqui? — Pergunto furiosa enquanto me aproximo de seu carro. Não acredito que ele teve a cara de pau de vir até a minha casa.

— Você deve ir embora, agora. — Digo olhando-o severamente.

— Ele não vai a lugar algum, ele é meu convidado. — Escuto a voz de Seth atrás de mim.

— Como é que é? — Viro-me olhando chocada. Eu só posso ter entendido errado.

— Eu o convidei. — Seth repete.

— Como assim você o convidou, você está louco? — Seth se aproxima sem se deixar abalar pelo olhar fulminante que estou lançando para ele.

— Vocês me obrigam a ter que aceitar que aquele filho da mãe que você chama de namorado se sente na mesma mesa que eu. Então ele vai ter que aceitar que o meu convidado se sente nela também.

— Você não pode fazer isso. Isso aqui é um almoço de família. — Digo histérica.

— Eu tinha pedido para papai e mamãe se eu podia convidar um amigo, eles permitiram.

— Mas aposto que eles não sabiam que era Vince, não é? E desde quando você o considera um amigo? Você sempre o odiou, você só está fazendo isso para provocar Justin. — Digo dando com o dedo em seu peito.

— Não importa meus motivos, ele é meu convidado e ele fica. — Ele volta seu olhar para Vince, que assiste nossa discussão quieto. — O pessoal está lá atrás, pode ir até lá Vince, sirva-se de cerveja e o que você quiser, fique à vontade.

— Obrigado, Seth. — Vince diz e se dirige para a parte dos fundos da casa, eu apenas o olho se afastar com a boca aberta, ainda não acreditando no que Seth está fazendo.

Não posso acreditar que ele esteja agindo dessa maneira. Meu Deus, alguém abduziu meu irmão e colocou esse clone incrivelmente idiota no lugar?

— Você tem que falar para ele ir embora, agora. — Emprego o máximo de autoridade na voz que consigo.

— Não. Ele fica.

— Porque você está agindo dessa maneira? Você não acha que deveria estar mais preocupado com a cirurgia da sua mulher do que agir como uma criança?

— Eu estou preocupada com ela, e estou cuidando para que ela tenha tudo o que precisa. Não precisa se preocupar.

— Seth, por favor. Você sempre odiou Vince.

— Eu não vou mudar de ideia, Savannah. — Ele diz se afastando.

— Vince me traiu. — Digo e ele para. — Foi por isso que eu terminei com ele, porque eu o peguei na cama com a minha colega de quarto. — Vejo raiva passar por seus olhos.

— E ele já tinha me traído antes disso também. Eu odeio ele, Seth. Você convidou um cara que me fez sofrer, para perturbar um cara que me ama de verdade e só tem me feito feliz.

Ele me olha, mas não diz nada.

— Por favor, faça Vince ir embora antes que Justin chegue. Pare de ser tão hostil, tão teimoso e tão infantil. Todos têm agido como adultos com relação à Justin e eu, menos você. Você tem agido como uma criança mimada que está emburrada porque as coisas não saíram como queria.

— Ele fica. — Ele diz teimosamente.

— Eu vou falar com papai, ele vai fazer Vince ir embora. — Ameaço.

— Ele não vai expulsar um convidado meu.

— Eu não vou mais falar com você, você já magoou demais Justin. Ele é seu amigo e está sofrendo com todo esse seu ódio, aí você pega e convida aquele cara para uma reunião de família, uma tarde que era para ser cheia de alegria, só porque você é egoísta e quer machucar o homem que eu amo. Eu não vou te perdoar por isso, esse não é o Seth que eu amo e admiro. — Digo magoada com sua atitude irracional e vou em direção aos fundos da casa.

Chegando lá vejo Vince com uma cerveja na mão, sozinho em um canto, olhando para os lados parecendo desconfortável.

Papai me olha com um olhar de desculpas, mamãe e Jane estão fingindo que tudo está perfeitamente bem e Shanon me olha confusa assim que entro em seu campo de visão.

Caminho determinada até Vince.

— Você tem que ir embora. Agora.

— Seu irmão me convidou, tenho o direito de estar aqui.

— Você não tem direito nenhum. — Digo elevando a voz. — Você sabe que ninguém te quer aqui, nem mesmo Seth, ele te convidou só para provocar Justin.

— Sabe, eu não gostava do seu irmão tanto quanto ele não gostava de mim, mas depois que eu fiquei sabendo que ele deu uma bela de uma surra no seu namoradinho, acho que ele até que é um cara bem legal.

— Como é que você...Esquece. Você é um idiota, não acredito que eu cheguei mesmo a amar você. — Vejo seu rosto murchar e magoa passar pelo seu olhar. Poderia até sentir pena dele, se ele não fosse um idiota traidor.

— Você quer mesmo ficar em um lugar que você sabe não ser bem vindo?

— Eu quero ficar no mesmo lugar que você, não importa onde isso seja. — Ele diz dando um passo em minha direção e colocando sua mão em meu rosto, que eu rapidamente retiro.

— Vince, só vai embora, por favor.

— Eu te amo, Savy.

— Eu não te amo mais, Vince.

— Eu posso fazer você voltar a amar.

— Não, não pode. Entenda isso de uma vez por todos e pare de agir como um perseguidor, vá viver sua vida.

— Eu não consigo tirar você da minha cabeça, eu penso em você o tempo todo. Eu sei o quanto eu te machuquei, eu sei o quanto eu fui um filho da puta, mas se você pudesse me dar só mais uma chance...

— Não, Vince não dá. Eu amo o Justin, estou completamente apaixonada por ele, não quero mais ninguém além dele. E se você me ama tanto quanto você diz, você vai embora agora.

Ele me olha tristemente, leva sua mão até meus cabelos e os acaricia.

— Você não está sendo justa, você sabe que eu te amo de verdade.

— Então vá embora, agora.

Ele toma um gole da sua cerveja e deixa a garrafa na mesa.

— Tudo bem, eu vou, para mostrar que eu te amo. Me leve até o meu carro.

— Tudo bem. — Digo revirando os olhos e o acompanho de má vontade.

— Tchau. — Digo quando chegamos ao seu carro e me viro para voltar para minha família.

— Espera. — Ele segura meu braço.

— O que foi?

— Pelo menos me de um beijo de despedida.

— Então você vai parar de enrolar e vai embora? — Pergunto.

— Vou, prometo. — Solto um grunhido impaciente. Minha intenção é lhe dar apenas um beijo rápido na bochecha, mas quando meus lábios encostam-se na sua pele, ele me abraça e segura minha nuca. Vira o rosto e faz com que nossos lábios se encontrem, tudo em um movimento rápido demais para que eu possa reagir.

Sua língua tenta invadir minha boca e eu a mordo, fazendo-o me soltar e falar um palavrão enquanto leva a mão até a boca.

— Seu idiota, vá embora e não me procure mais. — Suas mãos seguram meus braços e ele me puxa com força para junto de si, nossas bocas separadas por poucos centímetros.

— Você não pode fazer ou dizer nada para que eu desista de você.

— Mas eu posso. — Escuto a voz grave de Justin e me viro em sua direção. Ele está a poucos metros de nós e escutou tudo, Jax e Kim estão logo atrás dele.

— Largue a minha namorada, agora. — Ele diz com uma voz assustadora. Vince me solta e encara Justin com um olhar arrogante.

— Sua por pouco tempo. — Ele diz sorrindo. Justin quebra a distância com dois passos largos e agarra Vince pela camisa.

“Oh não! Meu Deus, porque Justin tem sempre que se meter em alguma briga?”

— Se você chegar perto dela de novo, se você falar com ela ou olhar para ela, eu vou atrás de você, entendeu? — Justin diz numa voz sombria. Jax se aproxima do irmão cauteloso, pronto para apartar uma briga se necessário.

— E eu vou estar te esperando.

— Justin. — Chamo-o e coloco uma mão em seu braço, ele me olha e suaviza a expressão imediatamente.

— Solte-o. — Peço e ele larga Vince no mesmo instante, dando um passo para trás e me puxando para perto de si, envolvendo meus ombros com seu braço.

— Saia daqui, antes que eu perca a paciência com você.

— Tudo bem, já estou de saída, mas por que ela pediu e não porque você quer. — Vince abre a porta do carro, mas antes de entrar se vira para mim.

— O que nós tínhamos era especial demais para você me esquecer tão facilmente...

— Humpf. — Bufo e solto uma risada sem humor nenhum. — Esquecer você foi tudo, menos fácil.

— Eu sei que em algum lugar aí no fundo você ainda me ama. Você vai voltar a ser minha, nossa história não acabou, Savy.

— Filho da... — Justin parte para cima de Vince, mas eu o seguro a tempo.

— Por favor, Justin. Não aqui. — Ele me ouve e recua, Vince entra no carro.

— Até depois, minha linda. — Vince diz e arranca com o carro.

— Filho da mãe. Quem ele pensa que é para te chamar de Savy, de minha linda? Deus, eu quero matar esse pedaço de merda. — Justin diz vermelho de raiva.

— Calma, cara. — Jax diz colocando a mão em seu ombro.

— Calma nada, eu vou acabar com ele isso sim. O que ele estava fazendo aqui? Porque você deixou ele chegar tão perto? — Justin diz redirecionando sua raiva para mim.

— Hey, calma. Foi Seth quem convidou Vince.

— Seth? — Kim pergunta confusa.

— É, ele o convidou só para provocar Justin.

— Mas Seth não odiava Vince?

— Pelo jeito ele me odeia mais. — Justin diz encarando o chão, a raiva em sua voz sumiu e foi substituída por magoa.

Ele não olha para ninguém e vai em direção a casa, sumindo pela porta da frente.

— Droga, eu vou atrás dele. — Digo e saio correndo para dentro.

— Justin, espere. — Ele para e se vira, com as mãos na cintura. — O que foi?

— Não fique assim, por favor.

— Como você quer que eu fique? Eu chego aqui e vejo a minha namorada nos braços do ex e ainda por cima descubro que o meu melhor amigo me odeia ao ponto de convida-lo apenas para me atingir.

— Eu não estava nos braços de Vince.

— Estava sim, vocês estavam quase se beijando. — Obviamente agora não é uma boa hora para admitir que Vince me beijou.

— Amor...

— Acho melhor eu ir embora. — Ele diz.

— Não, não fale besteira. Não deixe que os idiotas do Vince e do Seth estraguem nosso dia. Vamos mostrar para Seth que não há nada que possa nos separar, que estamos felizes juntos e que nos amamos.

— Não posso acreditar que ele me odeie tanto assim. — Justin diz passando a mão pelos cabelos.

— Uma hora ou outra ela vai acabar entendendo. E mesmo que ele não entenda, isso não vai nos separar. Eu não vou permitir que Seth nos atrapalhe, a partir de hoje não vou mais falar com ele, agora sou eu quem vou ignora-lo.

— Não quero que você se afaste do seu irmão por minha causa.

— Não é por sua causa, é por causa dele mesmo. Ele que tem agido como um idiota.

— Chamar Vince não foi a primeira coisa que ele fez, foi? Ele tem feito outras coisas que você não me contou, não é?

— Justin...Deixa isso para lá, não importa.

— Importa para mim, o que ele tem feito? Ele tem te tratado mal?

— Não exatamente.

— Então o que é?

— Ele tem tentado me convencer a te deixar, ele tem...Ele fica me contanto coisas.

— Que tipo de coisas? — Ele pergunta com um leve tom de desespero na voz.

— Coisas que você fez no passado, com outras mulheres. Ele fica me dizendo que você é nojento e que eu mereço coisa melhor. Ele me contou sobre as festas de troca de casais que você deu no apartamento que vocês dividiam na faculdade, sobre as vezes que ele pegou você com mais de uma mulher transando na sala, das vezes que ele não conseguia dormir por causa dos gemidos. E da vez que...Da vez que você transou com um homem. — Assim que digo isso Justin fica branco como papel e rapidamente desvia o olhar, com vergonha. Ele se vira, ficando de costas para mim.

— Eu estava bêbado, foi só uma vez.

— Eu não estou julgando, Justin.

— Eu sinto muito que tudo isso seja verdade.

— Justin, olhe para mim. — Peço e ele balança a cabeça em negativa.

— Tenho muita vergonha de tudo o que eu fiz.

— Não tenha, por favor, olhe para mim. — Ele lentamente se vira, quando vejo as lágrimas escorrendo de seus lindos olhos azuis, sinto uma vontade enorme de chutar a bunda de Seth. Definitivamente eu não estou mais falando com ele.

— Ele tem razão, você merece coisa melhor.

— Hey, não fale uma coisa dessas. — Digo abraçando-o. — Eu não gosto nem um pouco do seu passado, não vou mentir. Odeio que você tenha estado com tantas outras pessoas, mas seu passado faz parte de quem você é agora, e eu te amo. — Ele me abraça forte.

— Se eu soubesse...Se eu soubesse que iria encontrar esse sentimento tão puro e bonito, o nosso amor, eu teria feito tudo diferente. Não teria encostado em nenhuma outra mulher, teria esperado por você.

— Queria ter esperado por você também. — Digo.

— Só de imaginar que você já dormiu com outro homem, me deixa cego de ciúmes, mesmo tendo sido apenas um. Não posso nem imaginar como você se sente sabendo de tudo o que eu fiz. Sinto muito meu amor, que você tenha que aguentar isso.

— Não quero mais falar sobre isso, por favor. Vamos esquecer tudo isso, pelo menos por hoje, vamos fingir que nada disso com Vince aconteceu e vamos aproveitar o dia juntos.

— O que você quiser, meu amor. Mas eu não vou me esquecer dele, se Vince chegar perto de você de novo, não vai ter nada que vá conseguir me impedir de dar uma lição nele. E com relação à Seth, eu também não vou permitir que ele continue te envenenando contra mim. Ele não quer aceitar nosso namoro, muito bem então, mas ele não tem o direito de tentar atrapalha-lo.

— Não vamos deixar ele nos atrapalhar. — Digo.

— Não vamos deixar ninguém nos atrapalhar, promete?

— Prometo. — Respondo.

— Ótimo, eu prometo também. Vamos permanecer firmes, meu amor, e juntos. Haja o que houver.

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